02 novembro 2025

VOLTA SECA - 05 SE EU SOUBESSE - (Toada) TodaAmérica 1957 LP.

 Por Raízes Nordestinas - Music.

Antônio dos Santos (Saco Torto, 13 de março de 1918 – Estrela Dalva2 de fevereiro de 1997), conhecido como Volta Seca, foi um cangaceiro sergipano do bando de Lampião. Entrou para o cangaço aos onze anos de idade, após cometer, com apenas dez anos, seu primeiro homicídio. Assim como Lampião, também foi comparado ao fora da lei Jesse James.[1]

Biografia

Entrada no cangaço

O cangaceiro mais jovem do bando de Lampião, Antônio dos Santos, mais conhecido como Volta Seca, ingressou no bando com apenas 11 anos, por causa de brigas frequentes com sua madrasta e, também, segundo ele, por fugir da polícia por ter assassinado o homem que estuprou sua irmã, aos dez anos de idade, indo para o grupo.[1] Suas funções diárias se limitavam a banhar os cavalos, lavar louças, roupas sujas e espionar cidades que havia muitos policias em ronda, passando desde logo a ser o famoso Volta Seca. Tanto apanhou que se passou a ser um dos cangaceiros mais violentos de todo o bando. Apesar de semialfabetizado, escrevia com muita facilidade versos e também compunha músicas que o bando inteiro conhecia e entoava com entusiasmo quando estava acampado em alguma fazenda sob proteção do próprio dono.

Em 1929, Volta Seca participou da chacina de Queimadas.[2][3]

Prisão, fugas e indulto

Volta Seca foi preso três vezes, tendo fugido nas duas primeiras.[4] Na primeira vez, aos quinze anos, em março de 1932, após ser capturado na Bahia, foi transferido para um presídio em Salvador.[5] Nessa ocasião, duas mil pessoas recepcionaram sua chegada à cidade, antes de ser levado à cadeia.[2] Em 1939, enquanto se encontrava preso, foi visitado por Irmã Dulce, canonizada em 2019, que tocava sanfona para os prisioneiros.[2] Em 1944, conseguiu escapar do presídio, em companhia de Manoel Pompilio,[6] e foi caminhando da Bahia até Sergipe, percurso que demorou vinte dias.[2] Empreendeu a segunda fuga em 1946.[6]

Volta Seca em frente ao Elevador Lacerda, após ser libertado

À revelia do Código de Menores de 1927, em vigor na época, que estabelecia a maioridade penal aos dezoito anos de idade,[7] Volta Seca foi julgado, aos quinze, e sentenciado a 145 anos de prisão.[8][3] Ulteriormente a pena foi reduzida para trinta, e, finalmente, para vinte anos.[5] O cangaceiro relatou, aliás, ter solicitado intervenção de Irmã Dulce para conseguir diminuir a pena.[2] Além disso, foi objeto de estudos de antropologia criminal por Estácio de Lima, médico-legista, e Arthur Ramos, diretor do Instituto Nina Rodrigues, que constataram a ausência de "estigmas lombrosianos" em Volta Seca e advogaram pela sua libertação, visto que o direito à ampla defesa também não foi respeitado.[5] Inclusive, Estácio de Lima o convidou a trabalhar no Instituto.[3] Em 24 de março de 1952,[3] após vinte anos preso, foi liberado do cárcere em decorrência do indulto presidencial concedido Getúlio Vargas e solicitado, pessoalmente, pelo médico quatro vezes.[3] O dinheiro que acumulou no presídio, cerca de oito contos de réis, doou aos pobres após deixar a cadeia.[2]

Vida após o cangaço

Após deixar o cangaço, Volta Seca teve treze filhos e trabalhou na Estação Barão de Mauá.[4][1][2] Gravou, em 1957, o LP de 10 polegadas "As cantigas de Lampeão", com direção do maestro Guio de Morais e narração do locutor da Rádio Nacional, Paulo Roberto.[9] Lançado pela gravadora Todamérica, o disco continha as músicas do Cangaço, entre elas "Mulher Rendeira" e "Acorda Maria Bonita".[2][4]

Em 1952, colaborou no célebre filme O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto, oferecendo seu testemunho sobre a vida no cangaço.[10] Em 1963, procurou a redação do jornal A Tarde, descontente com boatos de que ele se dedicou, no cárcere, ao ofício do crochê e com a sugestão de que ele fosse homossexual, publicada em uma reportagem de 27 de março de 1957 do jornal soteropolitano: "na Penitenciária dedicou-se a tarefas mais próprias às mulheres, executando trabalhos em ‘tricot’ de fino gosto! Quando parecia que deixava a prisão marcado por uma anomalia sexual, casa-se cá fora ‘Volta-Seca’, hoje já sendo pai por duas vezes".[4]

Volta Seca faleceu aos 78 anos vítima de um enfisema pulmonar.

Representações culturais

A personagem Volta Seca, no livro Capitães da Areia (1937), de Jorge Amado, foi inspirada no cangaceiro Antônio dos Santos.[11] Segundo o jornalista Gilfrancisco Santos, doutor honoris causa pela Universidade Federal de Sergipe,[12] essa representação desagradou Volta Seca, que chegou a ameaçar o escritor baiano.[4]

O cordel Volta Seca – Um menino no Cangaço, de Gonçalo Ferreira da Silva, narra a história de Antônio dos Santos.[13]

Foi representado por Zé Katimba no desfile da Imperatriz Leopoldinense no Carnaval de 2023 sobre Lampião.

Referências

 «O Pasquim encosta na parede o Jesse James do Nordeste: Volta Seca, o cangaceiro» 🔗O Pasquim. 1973. Consultado em 21 de outubro de 2023

 «Sanfoneira, Irmã Dulce visitava presídios e atendeu até cangaceiro de Lampião». Folha de S.Paulo. 10 de outubro de 2019. Consultado em 21 de outubro de 2023

 Cadena, Nelson. «Com sanfona, Irmã Dulce visitou cangaceiro e intercedeu por ele». www.correio24horas.com.br. Consultado em 21 de outubro de 2023

 TARDE, A. (29 de maio de 2021). «A trajetória de Volta Seca, o menino do bando de Lampião». A TARDE. Consultado em 21 de outubro de 2023

 Domingues, Petrônio (3 de agosto de 2017). «O "Corisco Preto": cangaço, raça e banditismo no Nordeste brasileiro». Revista de História (176): 01–39. ISSN 2316-9141doi:10.11606/issn.2316-9141.rh.2017.119973. Consultado em 21 de outubro de 2023

 «Fuga sensacional de Volta Seca»Gazeta de Notícias (16): p. 8. 19 de janeiro de 1946. Consultado em 21 de outubro de 2023

 «Crianças iam para a cadeia no Brasil até a década de 1920». Senado Federal. Consultado em 21 de outubro de 2023

 Fernandes, Millôr (1973). «E isso é isso - carta editorial n.º 14»O Pasquim. Consultado em 21 de outubro de 2023

 «Volta Seca». Dicionário Cravo Albin. Consultado em 22 de outubro de 2023

 Neves, Anderson (28 de fevereiro de 2013). «Entre o western e o nordestern : os possíveis diálogos de Lima Barreto e Glauber Rocha no cinema cangaço (O cangaceiro 1953, Deus e o diabo na terra do sol 1964 e O dragão da maldade contra o santo guerreiro 1969)»doi:10.14393/ufu.di.2013.140. Consultado em 21 de outubro de 2023

 Bakuzis, Alida (1984). «Reformismo e roupagem revolucionária: uma comparação das forças sociais de mudança em Esteiros e Capitães da Areia». Mester (2). ISSN 0160-2764doi:10.5070/M3132013729. Consultado em 21 de outubro de 2023

 «Portal UFS - UFS concede título de Doutor Honoris Causa ao jornalista, pesquisador e professor Gilfrancisco». www.ufs.br. Consultado em 21 de outubro de 2023

 SILVA, Gonçalo Ferreira da. Volta seca um menino no cangaço. [S.n.t.].

Bibliografia

Fontes, Oleone Coelho (1999). Lampião na Bahia 3. ed ed. Petrópolis: Vozes. ISBN 8532617085

https://www.youtube.com/watch?v=WMzKY4zQ6BA

Volta Sêca – Cantigas de Lampeão 1957 – Todamérica #01. Acorda Maria Bonita (Volta Seca) #02. A laranjeira (Volta Seca) #03. Ia pra missa (Volta Seca) #04. Mulher Rendeira (Volta Seca) #05. Se eu soubesse (Volta Seca) #06. Sabino e Lampeão (Volta Seca) #07. Escuta donzela (Volta Seca) #08. Eu não pensei tão criança (Volta Seca) Para Baixar Esse Disco Clique Aqui....http://www.forroemvinil.com/volta-sec...

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01 novembro 2025

ANTÔNIO DA PIÇARRA COITEIRO DE LAMPIÃO.

Por Itamardasilvabaracho Baracho


Antônio da Piçarra com seu neto Wilton Santana e a escritora Aglaie Lima de Oliveira em 1970. O Cangaço pelo Nordeste Brasileiro obs: a foto foi cedida por Wilton Santana, neto de Antônio da Piçarra coiteiro de Lampião.
 
https://www.facebook.com/photo/?fbid=1358304435768316&set=a.109389813993124

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30 outubro 2025

VAMOS AO CASAMENTO DE ANGÉLICA FERREIRA DA SILVA, IRMÃO DE LAMPIÃO?

 Por José Mendes Pereira

Angélica é a 2ª. da esquerda para a direita

Vamos ao casamento da irmã de Lampião Angélica Ferreira da Silva com Virgínio Fortunato da Silva?  Mas não precisa temer nada. Eu não sei de certeza, mas me parece que os irmãos Ferreiras não estão lá. Se eles não estiverem, não haverá tiroteio. Nós vamos entrar de mansinho observando se algum Ferreira está por lá. Mas mesmo que tenha um ou dois, eles não farão nada contra nós.

Esta foto do Pedro Motta Popoff segurando o livro do escritor José Bezerra Lima Irmão é real. Fui eu quem pediu a  Carla Motta para ele fazer  segurando o livro "Lampião a Raposa das Caatingas". 

Para você saber tudo sobre o casamento da Angélica Ferreira com Virgínio Fortunado da Silva basta adquirir o livro "Lampião a Raposa das Caatingas" do escritor José Bezerra Lima Irmão através do e-mail abaixo. 
franpelima@bol.com.br
A página é 201.

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29 outubro 2025

MINHA FILOSOFIA...

               https://pt.vecteezy.com/arte-vetorial/19015959-professor-e-alunos-estao-estudando-na-sala-de-aula-vetor-de-desenho-animado

"Se os bons professores que são muitos, não conseguirem ajudar os poucos que não prepararam os seus espíritos para enfrentarem a profissão que exercem com amor, jamais conseguirão a igualdade de todos e uma educação de boa qualidade".

José Mendes Pereira

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AQUELA SANFONA BRANCA...

  •    Por Contribuição: Compadre Lemos


Lá vou eu, com mais uma...

Contam que, um dia, Luiz Gonzaga chegou, de avião, ao Rio de Janeiro.

Numa mão, uma sacola com roupas e na outra, a inseparável sanfona. Ele não andava sem ela!

No hall do aeroporto, algumas pessoas o cercaram, pedindo autógrafos. Ele já era famoso, naquele época.

Depois de atender todo mundo, como sempre fazia, notou que um adolescente alto e magro, cabelos compridos, ficara timidamente a uma certa distância, olhando insistentemente para ele. Lua se aproximou e perguntou, com seu jeitão espontâneo:

- Ôxente! E ocê, mô fi? O que que tu qué?

- Seu Luiz... - disse o jovem - eu queria... carregar sua sanfona, até o carro. Posso?

- E tu vai me cobrar quanto? - perguntou Luiz, estranhando o pedido do rapaz.

- Nada, Seu Luiz. Só pelo prazer de carregar ela mesmo. O senhor deixa?

- Ôxente... a gente vê cada uma!... Então tá. Qué carregá... carrega! Mais ói, faz besteira não, que eu tô de olho em tu, viste?

E o jovem, alegremente levou a famosa Sanfona Branca de Luiz do hall do aeroporto até o táxi, que o esperava.

- Obrigado, mô fi. Essa danada dessa sanfona é bem pesada mêrmo, né não?

- De nada, Seu Luiz. Foi uma honra!

- Iscuta... como é o seu nome? Perguntou Luiz, curioso.


- Benito! - disse o rapaz.

- Benito de que? Tu nun tem sobrenome não, peste?

- Benito de Paula, Sêo Luiz. Benito de Paula!...

Anos depois, "estourava" no Brasil inteiro uma canção do Benito de Paula, provavelmente inspirada naquele dia tão feliz, da sua adolescência. E Benito encantou nosso povo, cantando:

" Aquela sanfona branca,
aquele chapéu de couro,
é quem meu povo proclama,
Luiz Gonzaga é de Ouro ".

https://www.youtube.com/watch?v=V4AAzs97FQ4

 
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25 outubro 2025

ALERTA DE ASSUNTO POLÊMICO !!!

  Por Helton Araújo


No vídeo de hoje (22), recém lançado em nosso canal no YouTube (CANGAÇO ETERNO), apresentamos a matéria do jornal A Noite de 1931, onde aborda uma assunto terrível. O bando de Lampião, assolou o sertão baiano, e na matéria consta até estxpr0s realizados pelos cangaceiros e até mesmo o próprio Lampião.
São cerca de 18 minutos de vídeo com diversas informações. Então, quer saber melhor sobre esses fatos? Assista nosso vídeo, o link está logo abaixo.


https://www.facebook.com/jose.mendes.pereira.52603

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22 outubro 2025

A ROTA

 Por Hélio Xaxá


Conheço mil pessoas
Mas não tenho amigos
Algumas até são boas
Porém são as outras
Que trago aqui comigo...
Viajei para tantos lugares
Sem abandonar esse torrão
Sondei rios e cruzei mares
Sobrevoei montanhas e vales
Tenho raízes e asas no chão...
Nasci para ser sozinho
E isso pouco me importa
Não precisa mostrar a porta
Eu já conheço o caminho...
Nasci para ser sozinho
Não vou mudar minha rota
Só quem tá cheio arrota
O horizonte é o meu ninho...
Muito obrigado meu Deus
Não tenho nós nem laços
Troquei todos os abraços
Pelos suaves braços teus...

https://www.facebook.com/helio.xaxa

ALERTA AOS NOSSOS LEITORES!

Quando estiver no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir desculpas, desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional, você poderá ser vítima. 

As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão.
 
Você poderá não conduzir arma, mas o outro conduzirá uma maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.

Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

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O CODÓ DE MOSSORÓ.

   Por Geraldo Maia do Nascimento A Praça Bento Praxedes, no centro de Mossoró, é ainda hoje conhecida por muitos como “Praça do Codó”. Pouc...