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15 dezembro 2025

NEGROS EM SANTANA.

 Clerisvaldo B. Chagas, 12 de dezembro de 2025

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3329

Uma panela de alumínio, vertical e comprida, pelas ruas de Santana do Ipanema, vai remando no alto de dois metros do negro Fubica. A meninada já sabe. O brilho do metal anuncia um produto não inflacionado que resiste ao tempo. As crianças, os velhos, os adultos esticam as bochechas com apenas cinquenta centavos de fubá. O jovem, preto, fino e atlético é calado e paciente. Serve a sua eterna clientela o “pão” de cada dia. É a fubá trabalhado com capricho que sai limpo, cheiroso para alegria dos citadinos. Pode ser comido puro, com açúcar ou com leite. Este é um quadro da última década do século XX. O negro Fubica vem de longe. Lá do povoado Jorge, ou melhor, da antiga Tapera do Jorge. Nada existe de especial no quadro urbano apresentado.

NEGROS

Não existe nada de especial para os olhos populares porque a cena é rotina nas ruas ensolaradas de Santana., cidade ladeirosa construída em patamares e colinas. Mas, para os pesquisadores de Negros em Santana, Fubica é protagonista de movimento histórico. Uma cena do Brasil antigo na tela de um pintor francês. É Santana do Ipanema, terminando o milênio com a presença negra e simpática dos seus alforjes históricos.

CHAGAS, Clerisvaldo B. Negros em Santana. Grafpel, Maceió, 2003. Pag.34.

Este livro foi produzido em parceria pelos escritores Clerisvaldo, Marcello Fausto e Pedro Pacífico V. Neto, adaptado do TCC do autores, em curso de especialização de Geo-História do CESMAC, em Santana do Ipanema, AL.

NEGROS EM SANTANA, no texto acima, refere-se ao povoado Tapera do Jorge, comunidade quilombola situada à margem direita do rio Ipanema, no município de Poço das Trincheiras. O negro Fubica apresentado acima, é personagem real com nome trocado propositadamente. E o fubá, iguaria do milho, era muito comum na alimentação, principalmente rural, tanto o fubá quanto o xerém. A formação da comunidade Tapera do Jorge, perdeu-se no tempo e nem a pessoa mais velha do núcleo, soube precisar.  Provavelmente foi formada por negros fugidos do cativeiro.

https://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2025/12/negros-em-santana-clerisvaldo-b.html

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14 dezembro 2025

CONVITES DAS FORMATURAS EM MEDICINA DA MINHA FILHA MARIA PRYCYLLA PAIVA PEREIRA E DOS MEUS DOIS FILHOS NETOS, ANTHONY D'KARLOS MENDES E PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA MENDES.

  Por José Mendes Pereira



A batalha foi grande, mas minha filha e meus netos  estão chegando ao final do curso de medicina no dia 17 deste mês de dezembro de 2025. Em fevereiro, no dia 11 de 2026, serão realizadas as formaturas de todos os três. Sintam-se convidados todos os nossos parentes, amigos e leitores deste nosso blog.

Temos ainda minha filha Adryanna Karlla Paiva Pereira de Freitas, que está cursando ainda o 2o. ano de medicina na Facene de Mossoró.

Agradecemos a Deus todo poderoso!

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FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELLO REVELA O VERDADEIRO AUTOR DA MORTE DE LAMPIÃO.

  Por Academia Pernambucana de Letras

https://www.youtube.com/watch?v=KeDyd5WjKAA

Na próxima segunda-feira, dia 26 de agosto, às 15h, haverá, na sede da Academia Pernambucana de Letras, a apresentação do livro "Apagando o Lampião: Vida e Morte do Rei do Cangaço" (São Paulo, Global Editora, 2018-19, Valor: R$ 60, 00 reais) de autoria do acadêmico Frederico Pernambucano de Mello. Logo em seguida, a obra será lançada, a partir das 17h, com vendas por cartão no local (crédito ou débito). O livro resulta de uma pesquisa detalhada de quinze anos de estudos do escritor e aponta o verdadeiro autor material da morte de Lampião, decorridos oitenta anos de dúvidas acerca do episódio de 1938, na Grota do Angico, Sergipe. “Apoiada em testemunhos diretos, em documentos e até mesmo em perícia balística, a biografia de mais de trezentas páginas e cem imagens de época inovará muito do que se conhece até hoje sobre a vida do maior dos bandoleiros do Brasil”, afirma Frederico Pernambucano de Mello.

Trata-se do décimo segundo livro de Frederico Pernambucano, historiador direcionado pessoalmente pelo escritor Gilberto Freyre – seu ex-chefe na Fundação Joaquim Nabuco durante quinze anos – para o estudo de aspectos à sombra na história do Nordeste profundo. Na obra "Apagando o Lampião: Vida e Morte do Rei do Cangaço", o autor consegue traçar o perfil de uma das figuras mais polêmicas de nossa história regional, não sendo à toa que autores do Sudeste tenham vindo aqui para estudá-la ainda em vida, a exemplo de Mário de Andrade, autor de um “Romanceiro de Lampião”, publicado em São Paulo, em 1932. Para não falar dos jornais The New York Times e Paris-Soir, que lhe acompanharam os passos ao longo dos Anos 1930, sem esquecer a imprensa brasileira em peso, inclusive a do Sudeste.

Frederico descortina a verdade de modo especial sobre:
A) o primeiro conflito cruento em que se envolveu o jovem Virgulino Ferreira, em 1916, em seu berço natal no Pajeú pernambucano;

B) o modo como o comerciante, industrial e exportador Delmiro Gouveia, introdutor da mentalidade capitalista em nossos sertões, influenciou o Virgulino, tropeiro a seu serviço em anos verdes, levando-o, uma vez nas armas, a reformular o cangaço tradicional e a dar vida ao cangaço-empresa que organizou e conduziu por quase vinte anos;

C) as razões que levaram o já então famoso cangaceiro Lampião a deixar momentaneamente os estados ao norte do rio São Francisco e atravessar para a Bahia e Sergipe, em 1928, expandindo seu império e alcançando uma sobrevida de dez anos, sob as bênçãos secretas do governo de Pernambuco;

D) o plano de abandonar o Nordeste no meado de 1938 e se destinar ao oeste de Minas Gerais com todo o bando, onde iria “desempatar” a pesada questão política entre as famílias Borges e Maciel, plano abortado pelo revés do Angico, na madrugada de 28 de julho.
Outro ponto de destaque no livro, é o emprego por Frederico da rica poesia popular sertaneja de época, cantada ou impressa por violeiros e cordelistas celebrados junto ao homem simples da chã da caatinga, das ribeiras e dos pés de serra, em que se reportam as façanhas de amor e de guerra levadas a efeito pelos capitães de cangaço mais notórios; ou na demonstração de como o grande cangaceiro, exímio na costura e no bordado em pano e em couro, pilotando tanto a agulha quanto a sovela ou a máquina Singer de mesa, conduziu a revolução estética que o sertão pôde ver no imaginário do cangaço, a partir do traje da cabroeira; ou ainda na apresentação das várias etapas de vida do maior dos cangaceiros não como fases isoladas, porém unidas, muitas vezes, por motivos ocultos somente agora revelados.

VALOR DO LIVRO: R$ 60, 00 (sessenta reais) DATA: 26 de agosto (segunda-feira). HORÁRIO: 15h.
LOCAL: Academia Pernambucana de Letras (Av. Rui Barbosa, 1596, Graças, Recife-PE. Estacionamento: entrada pela Av. Dr. Malaquias).

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13 dezembro 2025

HOJE É O ANIVERSÁRIO DE SANTA LUZIA, POR ESTA RAZÃO, DIA CORRIDO, FALTOU-ME TEMPO PARA POSTAGENS.

  Por José Mendes Pereira


A padroeira de Mossoró é Santa Luiza, por esta razão, hoje, não tive muito tempo para fazer as nossas postagens sobre cangaço, mas amanhã continuarei assim seja permitido por Deus e Santa Luzia.

ALERTA AOS NOSSOS LEITORES!

Quando estiver no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir desculpas. Desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional. Você poderá ser vítima. 

As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão.
 
Você poderá não conduzir arma, mas o outro conduzirá uma maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.

Guarda na mente este lembrete quando estiver no trânsito. Não se exalte. Calma! Calma!

Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" siga o nosso blog. 

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11 dezembro 2025

MARIA BONITA E ESTAS DUAS MULHERES QUE APARECEM NA VOTO, VIERAM COM OS CANGACEIROS PARA MOSSORÓ, NO ANO DE 1927, QUANDO LAMPIÃO TENTOU INVADIR A CIDADE?

    Por José Mendes Pereira


Assim como eu, que quando comecei a estudar cangaço, acreditava que Lampião tinha morrido aqui em Angico, no Estado do Rio Grande do Morte. Alguns estudiosos do cangaço que estão começando a gostar do tema, também pensam coisas que na verdade, elas não têm procedências, e fazem perguntas da seguinte maneira: 

- Maria Bonita e estas duas mulheres que aparecem na foto, também estavam no bando de Lampião, quando do ataque à Mossoró?

- Não. Não estavam. 

- E o que justifica a presença delas no Memorial da Resistência de Mossoró, se elas não estiveram no ataque da cidade feito pelo capitão Lampião e seu bando?


É simples, creio eu. A presença destas cangaceiras no Memorial, é que elas fizeram partes do cangaço, e não do ataque à cidade de Mossoró. Então, alguns pesquisadores e escritores de Mossoró, que estudam "cangaço" e participaram da criação do Memorial, talvez, acredito eu, acharam por bem colocá-las, como participantes do cangaço, e não como cangaceiras vindas à Mossoró em companhia do bando de facínoras. Acredito que está mais ou menos explicada a pergunta.

Memorial da Resistência de Mossoró

A rainha Maria Bonita, Neném do Ouro e a suçuarana Dadá, nunca pisaram em terras mossoroenses, porque, quando entraram para o cangaço, principalmente Maria Bonita que foi a primeira cangaceira a fazer parte do movimento social de cangaceiros, da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia.", já faziam mais de dois anos que houve a invasão  à Mossoró, feita por Lampião e seu grupo. Mossoró teve o desprazer de receber o facínora na tarde do dia 13 de junho de 1927.


Observe leitor, que na foto acima do Memorial da Resistência de Mossoró aparecem três mulheres, as quais são as cangaceiras: "Neném do Ouro", companheira do cangaceiro Luiz Pedro. E a outra cangaceira que aparece à frente, ao lado direito da foto, é "Dadá" esposa do cangaceiro Corisco, conhecida como a verdadeira suçuarana do cangaço do capitão Lampião. Ao lado direito aparece a Maria Bonita, companheira do afamado cangaceiro capitão Lampião. É considerada a rainha do cangaço do nordeste brasileiro. Ela só esteve em 4 Estados do Nordeste, foram eles: Bahia, sua terra natal, sendo lá de Paulo Afonso. Alagoas, Pernambuco e Sergipe. Neste, ela foi assassinada juntamente com o seu companheiro. Dos 9 Estados do Nordeste, o compadre Lampião só não visitou Maranhão e Piauí. 

https://www.youtube.com/watch?v=rlo0A2bMKZU&ab_channel=CEEC-CentrodeEstudosEuclydesdaCunha

Então, para conhecimento dos que estão começando a estudar cangaço, no tempo do cangaço, nenhuma cangaceira esteve em Mossoró. Somente a ex-cangaceira Sila veio aqui como palestrante do cangaço em 1994, e recebeu da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço – SBEC, o título de Sócia-Honorária, das mãos do sócio fundador Raimundo Soares de Brito.

Não tenho o dia e mês da sua visita à Mossoró.

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10 dezembro 2025

EZEQUIEL FERREIRA DA SILVA - DUAS VIDAS, DUAS MORTES. (FARSA).

    Por José Mendes Pereira

Suposto Ezequiel Ferreira da Silva irmão de Lampião

Todos aqueles que me conhecem nesse mundo de pesquisas sobre o cangaço sabem muito bem que eu não sou nenhuma autoridade no assunto, e tenho a dizer aos amigos, as minhas inquietações são somente sobre depoentes e mais ninguém. Se caso eu discordar de um escritor, pesquisador ou mesmo sobre os trabalhos de cineastas do cangaço, estou querendo aparecer, vez que eu não tenho profundos conhecimentos sobre o tema para guerrear contra qualquer um desses que organiza a literatura lampiônica. Sou um estudante que conheço o meu lugar no estudo cangaceiro, e o meu pouco conhecimento que tenho adquirido, vem dos pesquisadores, escritores e cineastas. E para que eu ir contra eles?

Antiga Villa Bella - Pernambuco terra de Lampião

O caso do suposto Ezequiel que morava no Piauí e que em 1984, chegou à Serra Talhada, antiga Villa Bella, no Estado de Pernambuco, se dizendo ser o verdadeiro Ezequiel Ferreira da Silva, irmão mais novo dos Ferreiras, e que tinha ido lá tirar seus documentos para uma possível aposentadoria, mas lamentavelmente, as suas informações, para mim e para pesquisadores que são famosos, nada verdadeira, tudo mentira.

Capitão Lampião e seu irmão mais novo Ezequiel Ferreira da Silva

Alguns que conheceram o Ezequiel  irmão de Lampião, em Serra Talhada, acharam que o homem tinha muito a ver com o Ezequiel verdadeiro, principalmente amigos de infância e outros mais, como por exemplo, o Genésio Ferreira primo de Lampião, que o acoitou por mais de 20 dias em sua residência, acreditando nas palavras do velho.

Mas você leitor, poderá até me perguntar o porquê da minha discórdia, quando ele detalhou tim por tim a alguns antigos amigos e familiares de Serra Talhada.

Primeiro, quando o Ezequiel verdadeiro saiu de Villa Bella ainda era muito pequeno, com aproximadamente 9 anos de idade, porque ele nasceu em 1908, e toda encrenca de Zé Saturnino com os Ferreiras ou os Ferreiras com Zé Saturnino, foi mais ou menos a partir 1916. Então nenhum de seu tempo de criança que viu ele nascer tinha condições de reconhecer o menino de ontem que hoje já era velho e muito velho.

Outra, segundo informações, quando perguntado os nomes dos seus pais, ele não soube responder, principalmente de alguns irmãos. Ora, é muito difícil esquecer os nomes dos seus pais e muito menos de irmãos.

E há quem diga que, isso de não saber os seus nomes, foi simplesmente devido a avançada idade que já tinha o feito esquecer os nomes dos pais e de alguns irmãos. Mas mesmo sendo bem velho, ele soube muito bem procurar o seu direito de se aposentar.

Pais e irmãos de Lampião, inclusive ele está na foto. As duas irmãs que morreram ainda pequeninas não estão na fotografia. (Desenho de Lauro Villares utilizando-se de antigos retratos)

Disse que tivera 6 irmãos. Mas nós sabemos que a prole do casal era um total de 11 filhos, incluindo ele, caso fosse o Ezequiel verdadeiro. Ele foi irmão de 09 filhos de José Ferreira com dona Maria Sulena da Purificação, e 10 contando com Antonio Ferreira da Silva, que era só filho de dona Maria, com um senhor chamado Venâncio, porque quando seu José casou-se com dona Maria, segundo pesquisadores, ela já o levava no seu ventre. 

Mas, de acordo com documentos nas mãos do escritor José Bezerra Lima Irmão, pela contagem do dia do casamento dos seus pais, o Antonio Ferreira  também era filho legítimo do pequeno fazendeiro José Ferreira da Silva, ou dos Santos.

Escritor José Bezerra Lima Irmão

Sem ordem de nascimento todos seus irmãos eram: Antonio Ferreira da Silva, Livino Ferreira da Silva, Virgulino Ferreira da Silva, Virtuosa Ferreira da Silva, João Ferreira dos Santos (este era dos Santos, Angélica Ferreira da Silva, Ezequiel Ferreira da Silva, Maria Ferreira da Silva (dona Mocinha), e Anália Ferreira da Silva.

Saudoso Escritor José Sabino Bassetti

Além dos seus irmãos que nós todos já os conhecemos através dos nossos estudos cangaceiros, o casal teve mais duas filhas, as quais nasceram mais ou menos nos anos de 1913 e 1914 do século XX, e, segundo o pesquisador do cangaço e escritor José Sabino Bassetti, as crianças faleceram ainda pequeninas, e uma delas foi tristemente queimada numa língua de fogo de uma lamparina, ao clarear de certo dia. 

A criancinha levantou-se da sua redinha e caminhou para uma mesa onde estava a lamparina acesa, e acredita-se que ela tenha puxado a toalha da mesa, fazendo com que o querosene derramasse sobre a sua camisolinha, e a partir daí, o fogo tomou de conta das suas vestes. Ela teria durado alguns dias vivas, mas não resistiu às queimadura e veio a óbito. O escritor não revela o ano de seu falecimento.

Ainda segundo José Bezerra Lima Irmão, o suposto Ezequiel Ferreira foi entrevistado pelos escritores Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena, os quais são autores do livro “Lampião e o Estado-Maior do Cangaço”, e fizeram várias perguntas ao forasteiro, homem sem rédeas, mas ficaram abismados com tantas contrariedades ditas pelo depoente.

Escritor e pesquisador do cangaço Hilário Lucetti

Mas o homem  impostor descaradamente estava querendo adivinhar o que lhe era solicitado pelos mestres da cultura, e, escorregava constantemente, porque não  tinha  firmeza do passado da família "Ferreira", a qual ele se dizia fazer parte. O certo é que, aquelas alturas, ele queria apoio de alguém para permanecer por alguns dias na cidade de Serra Talhada, enquanto resolvia o que tinha ido fazer lá.

Escritor e pesquisador do cangaço Magérbio de Lucena

Com tudo em mãos, caneta, papel e outros materiais necessários para os seus trabalhos, os pesquisador Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena resolveram iniciar as suas perguntam ao suposto Ezequiel:

- O senhor é mesmo irmão do Virgolino Ferreira da Silva o capitão Lampião?

E ele desavergonhadamente, mas talvez um pouco nervoso, que nessa hora, aparece a quem está mentindo, assegurou dizendo:

- Sou sim, o irmão mais novo de Lampião.

- E como são os nomes dos seus pais...?

O dono da farsa literalmente não soube responder.

Os autores perguntaram-lhe:

- Por que é que todo mundo diz que o senhor foi assassinado e testemunhado por pessoas que lá estavam, no Estado da Bahia, no ano de 1931, no mais ferrenho combate feito pelo capitão Lampião e a polícia, que aconteceu nas terras da cidade de Paulo Afonso, no povoado chamado Baixa do Boi, e agora o senhor aparece vivo em Serra Talhada?

Cova do cangaceiro Ezequiel Ferreira irmão de Lampião

E ele:

- Tudo era mentira, senhores.  O meu irmão Lampião inventou a história para eu sair do cangaço.

- Quantos irmãos o senhor teve?

E ele respondeu:

- Tive 3 irmãos e 3 irmãs.

O que não é verdade a resposta do suposto Ezequiel...

Mas veja leitor, que ele não tinha segurança no que dizia. Fantasiava a descrição dos combates e citava cangaceiros que não foram do seu tempo.

Depois de tantas mentiras, os escritores perderam o gosto e desistiram de continuar a entrevista com o suporto Ezequiel Ferreira da Silva.

Apesar de admitirem que o homem tinha mais ou menos a mesma idade e aparentando fisicamente, que teria Ezequiel se fosse vivo, Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena consideraram que na verdade era um verdadeiro embusteiro. Os estudiosos do cangaço ficaram sem saber a finalidade de tanta mentira, porque, na história não havia valores e nem promessas.  

Dr. Antonio Amaury, João de Sousa Lima, Ângelo Osmiro e Dr. Leandro Cardoso

Mas aí não termina a farsa. O escritor e pesquisador do cangaço Ângelo Osmiro, residente na capital  de Fortaleza-CE, em um dos seus trabalhos com o título “A morte de Ezequiel Ferreira (Ponto Fino) irmão de Lampião”, nos diz que segundo o Ezequiel, teria ficado na “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia” até  julho de 1938, quando o irmão fez uma reunião para comunicar aos companheiros que abandonaria o cangaço.  

O cangaceiro Luiz Pedro

E fugiram disfarçados: o próprio Ezequiel; o capitão Lampião, Luiz Pedro e mais Félix da Mata Redonda, tendo ele permanecido no Estado do Piauí, enquanto Luiz Pedro e Lampião tomaram o destino de Goiás, onde esse teria morrido no ano de 1981. Mais uma vez o homem mentiu. Lampião morreu no dia 28 de julho de 1938 indiscutivelmente.

O cangaceiro Félix da Mata

Veja leitor, fugiu do bando de Lampião em 1931, quando, segundo ele, Lampião teria forjado a sua morte, e 7 anos depois, ele aparece na empresa do irmão, em 1938, na Grota do Angico, em Porto da Folha, hoje Poço Redondo, nas terras sergipanas, e possivelmente antes da chacina.

O JUIZ DE DIREITO DEIXOU DE SER DIREITO, MANDOU REGISTRAR HOMEM QUE SE DIZIA SER IRMÃO DE LAMPIÃO. QUAL ERA A PROVA? SOMENTE A SUA PALAVRA?

Não dá para entender por ter  sido lavrado o registro de Ezequiel novamente, porque se era ele ou não, no período que ele nasceu, seu pai José Ferreira dos Santos estava gozando a liberdade e vivendo a paz, e tenho quase certeza que ele não deixou nenhum dos seus filhos sem registrá-lo. Todos nasceram em Villa Bella, hoje Serra Talhada. Agora se ver, talvez Ezequiel Ferreira registrado duas vezes.

Mas quem foi o culpado? 

Foi o juiz de nome Clodoaldo Bezerra de Souza e Silva, juiz de direito da comarca de Serra Talhada, que segundo informações, admirado (ficou de queixo caído, coisa que um juiz de direito tem que ir pela lei e a razão, e não pelo o coração); com o que afirmava o suposto Ezequiel. Mandou chamar alguns antigos moradores da cidade, e a eles fez perguntas se confirmavam ou não, que aquele sujeito era Ezequiel Ferreira da Silva, irmão de Lampião. Os entrevistados afirmaram que sim.

Mas as pessoas não podiam testemunhar nada, vez que o rapaz estava longe dali, e já haviam se passados muitos anos se fosse ele mesmo, e assim, a garantia daquele sujeito ser Ezequiel, irmão do rei do cangaço capitão Lampião, era uma verdadeira incógnita.

Como juiz de direito da cidade de Serra Talhada, ele tinha que mandar fazer uma busca nos cartórios da cidade, e até mesmo em outros municípios adjacentes, para saber se existia ou não, registro em algum livro oficial do Ezequiel Ferreira da Silva, tendo como pais José Ferreira dos Santos e Maria Sulena da Purificação. Mas é quase certo que não mandou fazer este levantamento nos cartórios, pois o procedimento legalmente seria este, e não ir em conversas de pessoas que queriam que o homem fosse reconhecido e registrado como irmão de Lampião, e sendo assim, desnecessariamente autorizou que o homem fosse registrado no cartório que ele procurou, como sendo irmão dos Ferreiras, e sem outra providência.

Sobre Ezequiel ter relembrado muitas coisas quando morava em Villa Bella, isso não é difícil para ninguém, e muito menos para quem quer se passar por outra pessoa. Eu moro na região Leste de Mossoró e sei quase tudo dos tempos passados em bairros que já morei, que se eu andar em alguns deles, mesmo sem conhecer quase mais ninguém, porque muitos já se foram, contarei com perfeitos detalhes o passado dali, como se eu estivesse ainda vivendo por lá. 

O suposto Ezequiel Ferreira com certeza era um antigo morador da região, e como tinha uma certa semelhança com o Ezequiel verdadeiro, fez muita gente de besta em Serra Talhada.

https://www.facebook.com/ComunidadeCangaco/photos/o-canga%C3%A7oa-morte-de-ezequiel-ferreira-ponto-fino-irm%C3%A3o-de-lampi%C3%A3opor-%C3%A2ngelo-osmi/650487585087340/

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09 dezembro 2025

EM BUSCA DE SINHÔ PEREIRA, O CHEFE DE LAMPIÃO.

  Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=jd7LZGLsDro

Professor Amaury conta como foi seu encontro com o chefe de Lampião, Sinhô Pereira. Para participar da Expedição Rota do Cangaço entre em contato pelo e-mail: narotadocangaco@gmail.com Seja membro deste canal e ganhe benefícios:    / @cangacoaderbalnogueira   Parcerias: narotadocangaco@gmail.com

NEGROS EM SANTANA.

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