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30 dezembro 2015

A RUA SÃO LUIZ NO GRANDE ALTO DE SÃO MANOEL, O "BECO DA ALEGRIA".

Por José Mendes Pereira

Com exceção dos carteiros dos correios e telégrafos e dos seus moradores, se alguém pedir informação onde fica localizada à Rua São Luiz, no grande Alto de São Manoel, poucas pessoas saberão informar onde ela está localizada. Mas se perguntarem pelo o "Beco da Alegria" neste bairro de Mossoró, de imediato será informado onde ele fica.

A Rua São Luiz nasce na Avenida Presidente Dutra, no antigo "Mercadinho União", no grande Alto de São Manoel, e é cortada pelas ruas: Avenida Rio Mossoró, Rua Deódulo Câmara, Rua José de Sousa, Rua Olinda, terminando na Rua Delmiro Rocha. Mas poucas pessoas a conhecem por este nome, mas sim, por "Beco da Alegria".

Esta Rua São Luiz mudou o seu nome verdadeiro quando  o afamado e competente marceneiro/carpinteiro Astério Pereira da Costa, falecido na década de 70, um senhor nascido nas terras da Fazenda Duarte, veio morar nela, dando-lhe este nome de Beco da Alegria, por ser uma rua de muito movimento entre os seus moradores.

domescobar.blogspot.com

Com a entrada da abelha italiana no Rio Grande do Norte Astério dedicou-se à fabricação de cortiços, e como era um bom marceneiro/carpinteiro, foi convidado por alguns apicultores para confeccioná-los, e assim cuidou de vir morar em Mossoró, no intuito de ganhar o seu pão através das confecções de cortiços.

 
www.swissinfo.ch

Astério era compadre do meu pai, inclusive cunhado de dois tios meus, os quais eram casados com suas irmãs; e sendo o meu pai um pequeno apicultor, Astério confeccionou vários cortiços para ele.

Saindo das terras da fazenda Duarte, no final dos anos 50, Astério estabeleceu residência à Rua São Luiz, quase em frente à Escola Estadual Professor Manoel João, e esta rua ainda estava em formação, com poucas casas construídas.

Sendo um homem que gostava da prosa, sem desrespeitar e sem afetar o caráter de ninguém, e como a rua São Luiz era um tanto quanto animada, divertida, porque ainda reinava a harmonia entre os seus moradores, e muito movimentada, devido alguns comércios que existiam nela, sendo seus proprietários: Cearense, Quetim, Noé e outros mais, carinhosamente Astério deu a ela este nome de "Beco da Alegria", que logo mais passou a ser chamado por todos que nela residiam,  e nos dias de hoje é muito difícil alguém a chamar de Rua São Luiz, e sim "Beco da Alegria".

É claro que este nome está apenas na mente das pessoas, e que nos registros da Prefeitura Municipal de Mossoró  ela continua sendo a Rua São Luiz, e não "Beco da Alegria". Mas mesmo residindo nela, alguns moradores não sabem a origem da mudança do nome desta Rua São Luiz para "Beco da Alegria".

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29 dezembro 2015

ORIGEM DO NOME FAVELA TRANQUILIM

Por José Mendes Pereira

A criação de uma favela residencial geralmente começa com uma ou duas famílias, as quais vivem miseravelmente, e como não têm condições para viverem em ambientes mais seguros, arriscam construir suas moradias em loteamentos afastados da periferia, que ainda não existem casas feitas pelos os proprietários dos terrenos loteados. Mas geralmente os favelados não invadem os lotes de propriedade particular, apenas aproveitam as ruas projetadas dos loteamentos, e nelas fazem os seus abrigos de taipas, cobertos e rodeados com papelões, e algumas cobertas com telhas, e por eles mesmos os seus abrigos são chamados de barracos.

As favelas aumentam constantemente seus moradores, quando outras famílias são levadas por familiares que lá já residem. Qualquer favela tem a sua origem como: o primeiro morador que iniciou a edificação da favela, o primeiro comerciante que fornecia alimentos aos moradores, as primeiras brigas entre vizinhos, e além destes, o nome escolhido por eles mesmos, que geralmente vem de acontecimentos não tão bons, como: pancadas que um deles recebeu do vizinho, facadas, tiros, facãozada, ou ainda pela posição da própria localidade...


A localidade onde eu moro (Teimosos), no bairro Costa e Silva, antes fora favela. Mas, posteriormente o prefeito de Mossoró construiu casas para os favelados, na condição de derrubar todas as casas construídas pelos favelados.

Entregue as casas a estes, logo venderam e voltaram para o mesmo lugar. Como o prefeito não tinha condições para construir outras moradias, a localidade passou a ser chamada de Teimosos, devido a teimosia dos favelados, que quase todos voltaram para o mesmo lugar.

A Favela Tranquilim, no grande Alto do São Manoel, no bairro Dom Jaime Câmara, próxima aos Teimosos, quase ligada à Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, é uma das maiores de Mossoró, e seu nome "Tranquilim", foi criado por um dos seus primeiros moradores, um senhor chamado (Tanca), homem que vive mendigando o pão pelas ruas deste bairro, que apesar de ser uma pessoa que pede sobra de comidas nas casas, foi, é, e sempre será um homem honesto, apenas pede para se alimentar. Como ele foi um dos primeiros que deu início à Favela Tranquilim, e quando vinha aqui no bairro Teimosos, muitos querendo saber sobre o andamento da nova favela que estava surgindo, perguntavam-lhe:

- Tanca, como anda a favela que você está morando? Está tudo na Santa Paz do Senhor?

Como ele é um homem educado, calmo, e com o seu jeito tranquilo, respondia pacientemente:

- Graças a Deus, lá está tudo tranquilim.

E assim surgiu o apelido desta favela, que logo, logo, os moradores serão transferidos para ocuparem as suas casas doadas pela Prefeitura Municipal de Mossoró, as quais já estão sendo construídas no mesmo bairro Dom Jaime Câmara, apenas um pouquinho distante da Favela Tranquilim.

A Favela Tranquilim não é uma das piores, e nela existem pessoas boas, que vivem trabalhando para a sua sobrevivência, sem intrigas e na Santa paz do Senhor. É claro que lá acontecem mortes, brigas, intrigas, roubos, mas não devemos condená-la, porque em todos os lugares existem isto. Mas ninguém sabe, se ao receberem as suas casas, venderão.

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MAS QUEM NÃO É? - PERGUNTAVA CHICO ANÍSIO

Por José Mendes Pereira

Em todas as cidades brasileiras, anualmente são construídas milhares e milhares de casas populares, programa do Governo Federal, para solucionar muitos problemas de pessoas que são inteiramente pobres, sem condições de possuírem um teto, e não dispõem de empregos para sustentarem as suas famílias.

Logo que as residências são entregues aos inscritos do programa, de imediato o conjunto habitacional é nomeado com um apelido ou vários, como: Inferno colorido, Favela do Veio, Rochedo, Onde o cão perdeu as esporas, Malvinas, Iraque, Tranquilim..., e um deles, será escolhido pelos moradores, como identificação onde moram.

Mas estes apelidos são dados ao conjunto sem nenhuma maldade, e geralmente são originados das constantes brigas que acontecem entre os moradores, principalmente criadas por algumas mulheres (entre aspas), que constantemente ficam fazendo fuxico entre a vizinhança.

Aluízio Alves discursando - blogcarlossantos.com.br

Na década de 60, o governo do Estado do Rio Grande do Norte, o afamado cigano feiticeiro, Aluízio Alves, construiu o primeiro conjunto residencial em Mossoró, denominado “COHAB”, no chamado grande alto de “São Manoel”.

onordeste.com

Posteriormente, assumiu o governo deste Estado, o monsenhor Walfredo Gurgel, este também colaborou com mais residências, e em seguida, outros e outros fizeram casas populares para os sem tetos de Mossoró.

Com o falecimento do monsenhor Walfredo Gurgel, que havia sido governador do Rio Grande do Norte, apoiado pelo ex-governador Aluízio Alves, este conjunto habitacional deixou de ser (COHAB), recebendo o nome do governador falecido, e passou a ser (Conjunto Habitacional Walfredo Gurgel).

Logo que este conjunto (COHAB) foi entregue aos moradores inscritos, foi apelidado de CORNAP (Corneado Às Pressas), nomeado pelos próprios moradores, daquela época, que afirmavam que casa sim, casa não, tinha um corno, e ao retornar pela mesma rua, todas as casas tinha um corno. Mas isso a gente sabe que era apenas uma simples brincadeira, criada por pessoas engraçadas, porque ali viviam e ainda vivem mulheres honradas, e que jamais imaginaram tal coisa. Sendo eu um memorialista, tenho que registrar o que aconteceu e acontece em Mossoró, principalmente este fato.

oreidosorriso.blogspot.com

Mas o mais interessante é que, neste conjunto habitacional moravam dois senhores da alta sociedade de Mossoró (não coloquei os seus verdadeiros nomes porque já faleceram, e preservar a identidade de quem já partiu, é uma obrigação nossa).

Um deles era o Dr. Paulo, na época, já beirava os 50 anos de idade. Médico, formado em odontologia, e que havia sido traído pela sua primeira esposa. Após a traição, foi morar na COHAB, maritalmente com uma jovem, aparentemente formosa.

Mas a dona Candinha, que tem uma família numerosa, com 21 filhos, que enquanto 7 dormem, 7 estão ouvindo e os outros 7 estão falando, já comentava que a nova esposa do dentista andava o corneando.

amznoticias.zip.net

O outro era o militar Pedro, que na época já se aproximava dos 60 anos. Este havia sido delegado de um dos bairros de Mossoró, e durante à sua administração como xerife, foi um dos mais cruéis delegados da nossa cidade, usando todos os tipos de torturas com as suas vítimas.

Jamais havia sido corneado pela sua esposa, porque ela era uma senhora honrada e que conservava as tradições familiares, e ainda achava que o adulterismo é coisa do diabo.

Mas como o nosso delegado não gostava de deixar quieto o que as mulheres do seu tempo guardavam debaixo das saias, fora traído por várias delas, quando resolvia colocá-las em uma casa, para serem suas mulheres.

Os dois moravam na COHAB, apenas um muro dividia as suas residências, e certa noite, sentados sobre à calçada, ali, eles conversavam sobre isto ou sobre aquilo, e de imediato o Pedro disse para o Paulo.

- Paulo, nesta COHAB só tem duas casas que não têm corno.

- Eu já sei, Pedro! É a minha e a sua - disse Paulo querendo fugir da cornagem.

Pedro olhou para um lado e para o outro, e em seguida, virando-se para o Paulo disse:

- Não, Paulo! Você está totalmente enganado. Aqui na COHAB, as casas que não têm cornos são aquelas duas que estão fechadas. Mas só não tem cornos porque elas não têm moradores.

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GERALDO MELO - UM CARRASCO DITADOR

Por José Mendes Pereira

Denegrir a imagem do ex-governador do Rio Grande do Norte Geraldo Melo sobre desonestidade, eu sou o primeiro a defendê-lo, pois durante o período em que foi governador, não se tem notícia que ele não administrou o Estado com honestidade.

Verdade! Agora como dirigente superior da Educação, foi um verdadeiro malvado, perverso, vingativo, carrasco...

Para desmanchar o movimento grevista dos professores da rede estadual, aquele que tinha curso superior, (eram 1.500 funcionários em todo Rio Grande do Norte), mas fora contratado como Téc. "D", o ex-governador criou outra função, passando a ser chama de "TNS - Técnico de Nível Superior", (parabéns a todos), e como soldo, pagava-lhe dez salários mínimos.

A partir daí, as greves foram fracassando, até serem extintas, já que os "TNS", estavam nas escolas com suas portas abertas para receberem os alunos.

O professor já andava de cabisbaixa e não queria mostrar a sua cara, devido as decepções causadas pelo ditador Geraldo Melo; não tinha outro meio para se manter, ou caminhava para sua sala de aula, ou do contrário, no final do mês o seu ordenado não seria depositado na sua conta.

Durante o período em que o Estado do Rio Grande do Norte foi administrado pelo Dr. Geraldo Melo a educação perdeu-se no meio dos labirintos, sem saber se estava no caminho certo ou errado. Foram tempos de aflições, tanto para o professor, como para sua família, que dependia daquele mesquinho soldo.

Aquele que tinha outro emprego, não completava a sua renda da educação com ele, e sim completava a renda do outro emprego com o minguado salário de professor.

O professor será sempre como um objeto sem valor. O candidato ao cargo de governo promete que irá cuidar da educação com amor. Mas, na verdade, como não entra dinheiro nos cofres do Ministério da Educação, isto é, só faz sair, vão a empurrando para lugar sem destino.

O professor do Rio Grande do Norte já chegou ganhar sete salários mínimos e meio, mas Geraldo Melo quando pegou o governo, acabou com a lei, foi deixando defasar, terminou com um salário e meio. Mas esta lei havia sido feito nas coxas, como diz o provérbio.

Para os funcionários da "SAÚDE", o soldo era excelente. Mas, até hoje, muitos pensam que o seu bom salário era pago com o dinheiro do Estado. Não senhor! O bom salário que o funcionário da saúde recebia vinha do "SUS", lei criada pelo Ministério da Saúde, e os Estados recebiam e incorporavam-no aos seus salários, não podendo ser repassados para outros órgãos, e por isso durou muito tempo.

Será que algum governador tem coragem de trocar o seu soldo durante um mês com o soldo do professor? Agora tenha!

Fica por aí Dr. Geraldo Melo, cuidando da sua Usina. Deixa a educação tentar recuperar o perdido e esquecer o passado.

http://limagronomiacruzce@yahoo.com.br

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MEU MANO NILTON MENDES PEREIRA - PUBLICADO EM 2013

Por: José Mendes Pereira
Foto do acervo do Damião Maycon

Esta noite eu fiquei a pensar o quanto a dor da perda do seu filho muito tem lhe incomodado. Você olha para todos os lugares, e não o ver, apenas no imaginar, a sua fisionomia permanece encravada no seu eu. Todos os 9 filhos estão diante do seu olhar, mas sabe que no meio deles, uma ovelha está ausente, longe de você, apenas sabe que saiu do seu meio, do seu domínio.

Dos dez que nasceram e cuidadosamente você os educou, apenas 1, o Lulu, que tanto te amou, te respeitou, te ajudou por estes campos sofridos e solitários, sob o sol escaldante, suados, juntos, na luta com gado, ovelhas, colheitas de milho, feijão..., não está mais presente. 

Novamente você fica imaginando o seu jeito, a sua fisionomia, a sua voz, o seu sorriso, o cuidado com a irmandade, o bem que sempre quis aos pais, aos manos, aos tios, aos primos, aos parentes e amigos, hoje, apenas a saudade no coração de cada um permanece.

Fico a imaginar o vazio que ele deixou entre nós, mas não há mais vazio do que para você e Toinha, que são os verdadeiros criadores do Lulu, o qual, nunca lhes deu um pequeno desgosto e nem trabalho nenhum.

Fico a imaginar como você está nesse casarão sozinho, não por separação conjugal, porque cuida do nosso sítio; ausente dos filhos, de nós, seus irmãos, sem uma companhia para que possa dividir com ela o seu sentimento de pai, a sua dor, a sua solidão.

Mas a vida é assim mesmo, mano! Com lutas, com provas, com sofrimentos, com perdas de parentes, e que se a vida fosse mar de rosas, sem estes ingredientes, muito mais viveríamos na solidão, na tristeza, deprimidos, porque nada teríamos para fazer e nem passaríamos por provas. E o ser humano ocioso e sem sofrimentos, cairá em depressão forte.

Não somos donos da nossa matéria, apenas a usamos emprestada, caminhando com ela, e que serve  para sustentar os nossos espíritos, porque ela pertence à terra, para alimentação de bilhões de bactérias, que "famintas", precisam se alimentarem da nossa carne. Mas o que nós saldamos, sem dúvida,  é o "EU" de cada um. Este jamais se acabará.

E assim é que é a vida. Nascer, crescer, sofrer, adoecer, sentir dores insuportáveis, passar por provas, ser feliz, ser infeliz, e sem tempo definido para morrer, e após a morte, caminhar até a casa do senhor.

Mas a bíblia diz que nós não morreremos, apenas passaremos da morte para a vida eterna. E se é assim, como diz o poeta, morrer não é o fim.


Hoje, todos  nós estamos sem a presença do Lulu, diante da vida material, amando os seus filhos, sua esposa, seus pais, seus tios, seus irmãos, seus vizinhos, parentes e amigos. Mas, quem sabe. Será que o Lulu está bem mais feliz do que nós, na presença de Deus?

Meu mano Nilton levanta a cabeça e siga o seu caminho costumeiro. O Lulu se foi, mas ainda haverá esperanças para quem ficou. Ainda ficaram 9 filhos, e te amam muito  e querem te ver sorrindo e vivendo em paz. 

Todos nós temos o tempo certo para permanecermos aqui, sofrendo ou não. Um dia iremos todos, mas o que mais vale, é a Casa do Senhor Deus Todo Poderoso.

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TENENTE CLODOALDO DE CASTRO MEIRA - UM DELEGADO DE MORAL

Por José Mendes Pereira

Tenente Clodoaldo nasceu em Parelhas no Estado do Rio Grande do Norte, no dia 14 de Agosto de 1918, e era filho de José Perventino de Castro e de Úrsula Florinda de Castro. Ingressou na Polícia Militar em 12 de novembro de 1937. Foi delegado de polícia de Mossoró, nas administrações estaduais nos governos de Dinarte Mariz, Aluízio Alves e o monsenhor Walfredo Gurgel.

O Tenente Clodoaldo foi um dos delegados de Mossoró que durante o seu período como xerife, Mossoró tinha respeito. Não admitia que sujeito nenhum desmoralizasse a sua administração, e para conservar a sua autoridade sobre Mossoró, mantinha grupos de policiais rondando nos bairros e nas periferias da cidade.

Ele foi odiado por alguns que tentavam de toda forma diminuir a sua autoridade, mas também foi elogiado por muitos que apoiavam a sua maneira de moralizar esta cidade.

Nos anos sessenta eu ainda era interno da Casa de Menores Mário Negócio, e no dia em que isto aconteceu, eu fui incumbido pela diretora desta dona Caboquinha para ir até à cadeia pública, onde hoje funciona o Museu Municipal de Mossoró, levando comigo uma espécie de telegrama, para que o delegado de Mossoró, o tenente Clodoaldo autorizasse o envio através do seu Rádio Amador para ser enviado ao Dr. Xavier, em Natal, sendo este secretário do SAM – Serviço de Assistência ao Menor, hoje, FEBEM.

Naquela época o uso telefônico era caríssimo, e muitas empresas e órgãos do governo usavam mais o sistema de “Rádio amador”, que o custo era apenas o pagamento anual dos direitos de funcionamento.

Ao chegar à cadeia, fui encaminhado até à sala do delegado, através de um policial que se encontrava como sentinela, dizendo-me que eu teria que pegar uma escada para chegar até à presença do xerife.

Eu nunca tinha entrado naquele prédio. E assim que me deparei com a dita escada, tomei rumo à sala administrativa. Como eu nunca tinha visto de perto portas de salas de xerifes, ao empurrá-las, soltei-as de vez. E nesse momento, o Tenente Clodoaldo vinha me acompanhando, recebendo uma forte pancada no peito, e atingindo também o seu nariz.
Recebi uma bronca do delegado, chamando-me de todos os nomes horríveis que um delegado possa dizer contra alguém. Tentei me defender de todas as formas, dizendo-lhe que eu não sabia que ele vinha seguindo os meus passos. Mas as minhas explicações não foram suficientes para convencerem o carrasco, famoso, delegado e Tenente Clodoaldo de Castro Meira.

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28 dezembro 2015

CASA DE MENORES MÁRIO NEGÓCIO, UMA INSTITUIÇÃO EXTINTA - PARTE II

Por: José Mendes Pereira

Meu amigo e irmão Raimundo Feliciano:

Os tempos se foram e nós continuamos aqui para contarmos o que se passou naquela Casa de Menores. Devemos agradecer de coração ao nosso grande Deus por ainda estarmos vivos.
Raimundo Feliciano e José Mendes Pereira

Alguns do nosso tempo já estão lá com Deus, como por exemplos: O Edivaldo, não me recordo bem, mas me parece que era de Areia Branca. 

O Francisco de Sousa, vulgo Nove, que trabalhou algum tempo em uma farmácia de Maria Menezes, na Rua Mário Negócio, este infelizmente tive notícias que fora assassinado. 

Antonio Pereira da Silva, vulgo Toinho, meu primo e irmão de Galdino. Este, eu o coloquei na Editara Comercial S/A, mas resolveu ir para São Paulo. Lá trabalhou na fábrica de lâmpadas Silvana. Posteriormente retornou a Mossoró, mas era asmático e certo dia faleceu. 

O Francisco Gutemberg, vulgo Trinta, chegou a ser engenheiro agrônomo, depois tentou medicina, mas não tenho informação se ele chegou a terminar o curso. Também já está com Deus. 

O nosso monitor, o José Fonseca (Zé Fonseca), que negociava ali próximo à Escola Estadual Jerônimo Rosado, dias antes da sua morte, eu estive em seu comércio, e eu não tinha informação que ele andava doente. Infelizmente  faleceu no mês de outubro de 2012. 

As empregadas, já se foi uma porção, e há dois anos passados, também se foi dona Tanô, a mãe do comerciante Nilson, estabelecido na Alberto Maranhão, em frente ao Mercado do Alto da Conceição. 

Dona Cristina de Tibãozinho, aquela que era zeladora da Casa de Menores, também já está com Deus. 

Outro que já se foi, o  Zé Dieb, primo legítimo de dona Caboquinha, e fornecia carne à Casa de Menores Mário Negócio. Este, você sempre gostava de aperreá-lo. Ele ficava irritadíssimo. 

Zé Maia, que fornecia bananas à Casa de Menores, e era casado com dona Socorro, filha de Elísio Vermelho, e cunhado da vice-diretora, a dona Severina Rocha, acredito que já faz uns quatro anos que faleceu.

O nosso grande amigo Willame (é assim que é escrito o seu nome), vulgo Tigá, sempre tenho contato com ele aqui no grande Alto de São Manoel, mas infelizmente ele tem vagas lembranças da Casa de Menores, e em nenhum momento ele recorda o meu nome. 

Willame sempre foi responsável onde trabalhava, e esteve na Brahma, na fábrica de cimento, e até fora premiado várias vezes, por ser um dos funcionários que frequentava a fábrica durante todo ano, sem nenhuma falta. Mas ele se dedicou sem controle à bebedeira, deixando-o esquecido.

Hoje vamos nos lembrar das serestas que fazíamos pelos bairros de Mossoró, em companhia de Manoel Flor, Tigá, Galdino, meu primo, e o grande cantor Francisco José, o Quarenta, com aquele vozeirão quebrava o nosso galho. Nós apenas tocávamos para ele, porque ele estava iniciando apontar algumas notas musicais. Ele é primo legítimo da cantora Amanda Costa. Francisco José teve oportunidade de gravar, sendo Amanda Costa a sua madrinha, mas devido a sua timidez, não chegou a gravar nenhum LP.

serestaseresteiros.blogspot.com

Lembro-me que nesta noite, fomos fazer uma seresta lá no bairro Boa Vista, na casa de uma das suas namoradas. Acompanhados de violão, mais uma garrafa de pinga, cigarros..., chegamos ao local. 

Silenciosamente, abanquemo-nos na calçada. Quando o nosso cantor Francisco José abriu a boca e o vozeirão saiu, alguém abriu a porta. Era o pai da sua namorada, que nós pensávamos que ele iria nos mandar embora da sua calçada.

Mas não era isto que ele queria fazer. Veio, e na mesma calçada, sentou-se ao nosso lado. Francisco José, como era tímido, não quis continuar a canção. Mas o velho nos disse que estava ali para ouvir aquela bela voz do cantor, e não para nos mandar embora.

Ali, ficamos até altas horas da noite, acompanhados do pai da sua namorada, que mesmo sabendo que você estava perseguindo a filha dele, nos apoiou com muito respeito.

Na próxima história falarei dos nossos sofrimentos no Tiro de Guerra de Mossoró.

Continua...

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NEGROS EM SANTANA.

  Clerisvaldo B. Chagas, 12 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3329 Uma panela de alumínio, vertical e comprid...