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15 setembro 2016

JARARACA MERECE UM TÍTULO DE CIDADÃO MOSSOROENSE

Por O Jabá

Um título de cidadão mossoroense seria bem merecido, haja visto os milagres feitos pelo cangaceiro ao povo de nossa cidade. Vivo, cometeu maldades, hoje é o santo milagroso de Mossoró.

Vendo sua cova visitada por milhares de pessoas que choram e afirmam terem sido curadas pelo o cangaceiro Jararaca, O JABÁ conclui que o cangaceiro agora é santo!


Quando vivo só fez o mal, matou, estuprou, saqueou ao lado de Lampião. Foi preso em Mossoró e, morto cruelmente, agora só faz o bem. 


Ele não é o Twitter, mas tem inúmeros seguidores, e é admirado e cultuado em Mossoró. Dessa formam O JABÁ sai na frente e lança a ideia aos nossos bravos vereadores para que homenageiem esse Santo Cangaceiro com um justíssimo título póstumo de cidadão mossoroense.


Seria uma grande homenagem com direito a monumento em "Praça Pública" com seu nome, para homenagear esse santo do cangaço que tanto faz (religiosamente) pela nossa população. Fica a ideia do O JABÁ para a Câmara Municipal. 

O material acima (recorte de jornal) foi doado a mim pelo pesquisador e ex-membro (mas continua sendo sócio) da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Francisco das Chagas Nascimento. 

Fonte: 
Jornal: O JABÁ
Ano: VII
Número: 90 
Mês: Novembro de 2010
Mossoró-Rn

O CANGACEIRO JARARACA E SUAS GARGALHADAS NA CADEIA PÚBLICA DE MOSSORÓ

Não se sabe se isto aconteceu mesmo, ou se foi apenas uma maneira do cangaceiro Jararaca tentar amenizar os seus sofrimentos diante da polícia militar de Mossoró. http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Leia o que disse o escritor "Xico Sá" sobre o que escreveu o jornalista Lauro da Escóssia, na entrevista que fez com José Leite de Santana, o cangaceiro Jararaca, lá de Buíque, no Estado de Pernambuco, quando estava preso na Cadeia Pública de Mossoró. 

"Mesmo com um rombo de bala no peito (na foto você, leitor, ver claramente o estrago feito por uma bala no peito) conseguiu gargalhar durante uma entrevista na cadeia. 
         
O cabra de Lampião dizia que era por causa das lembranças divertidas do cangaço. Entre as memórias que ouviu do preso, Lauro da Escóssia descreve o dia em que Lampião teria invadido a festa de casamento de um inimigo e, com seu próprio punhal, sangrado o noivo. Já a noiva teria sido estuprada na caatinga pelos cabras do bando.

Segundo o relato de Jararaca Virgulino também ordenou que os convidados de um baile tirassem as roupas e dançassem um xaxado completamente nus".

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VOCÊS ACREDITAM NA EXISTÊNCIA DE BOTIJAS? NÃO? LEIAM O ARTIGO A SEGUIR E CONHEÇAM UM ENTRE OS INÚMEROS CASOS DE LOCALIZAÇÕES DE BOTIJAS. CONFIRAM A HISTÓRIA.

Por Geraldo Júnior

Homem revela que encontrou alma três vezes, arrancou botija e ajudou espírito a sair do purgatório.

O agricultor Osvaldo Brasiliano, natural da cidade de Cajazeiras revelou nesta sexta-feira (22), que há uns seis anos atrás viu uma ‘alma’ por três vezes. De acordo com o idoso, a visita foi para lhe dar uma botija (tesouro enterrado), que estava enterrada no sítio Serrote Branco dos Cartaxos
Segundo o agricultor a alma pediu que ele arrancasse a botija, pois estava sofrendo muito. Osvaldo contou que resistiu por duas vezes, mas na terceira resolveu criar coragem e ir em busca do ‘prêmio’ do além.

Ele revelou que num dia de sexta-feira, após às 06:00 horas da noite se preparou e foi ao local indicado.

“Quase não arranco por que apareceu marmota de todo jeito, urubu, cachorro, gente atirando pedra. Foi difícil”.

Osvaldo Brasiliano informou que a botija, que estava dentro de um pote era dinheiro, mas as cédulas já estavam estragadas. “Tinha umas pratas, mas não era de ouro”.

De acordo com o agricultor, a alma já havia lhe avisado que não tinha dinheiro, mas precisava que alguém arrancasse o pote para que ela se salvasse. “Ela disse: ‘Jesus me deu permissão para você me ajudar’”.

O cajazeirense informou que levou duas velas bentas, fez um sinal da cruz e retirou o pote do local, e somente depois as coisas se acalmaram. 
“A alma também estava lá, mas depois sumiu”.

De acordo com o sertanejo, a mesma alma lhe disse que havia outra botija no local, onde estava cheia de ouro, mas não retornou para autorizá-lo a arrancar.

“Ela vem aí corre uma frieza na gente porque temos muito medo de alma. Quem ver uma alma de noite tem medo”. Disse Osvaldo.

O agricultor contou também, que a alma estava no purgatório e a botija enterrada lhe impedia de evoluir. “Quem enterra dinheiro fica penando. 

Procurei um padre e ele que me ensinou a levar as velas bentas”.

Fonte: Diário do Sertão.
Obs: A fotografia é meramente ilustrativa.
Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

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13 setembro 2016

“INTÉ MAIS. MATEI A SEDE, COMI DO PÃO, FIQUE COM DEUS...”

*Rangel Alves da Costa

“Oi da casa. Abra sem medo. Apenas um velho e cansado viajante que bate à porta. Oi de casa. Abra sem medo. Venho com Deus e na sua bondade é que bato à porta...”.

Casebre de fim de mundo. Distante de tudo, com apenas uma estradinha de passagem e caminho pra todo lugar. O cavalo passava a galope, o burro levando peso no lombo, o carro-de-boi gemendo, assim a vida passando adiante. Mas muito difícil de um daqueles viajantes bater na madeira da porta para qualquer coisa, uma caneca d’água ou informação.

Alguém bate à porta. Lá de dentro não há como duvidar. E diz que é de bem, que é apenas um velho e cansado viajante. Mesmo sozinha, nada demais em ir saber o que o forasteiro deseja. Mas com muito cuidado.

“Oi de fora, oi de fora. Já ouço o seu bem dizer. Se vem com Deus chega em paz, e não há o que temer quem vem por ele guiado. E com sede não fica não. Olhando pro umbuzeiro logo adiante vai avistar uma quartinha d’água. E mais em riba uma caneca. Pode beber de matar a sede...”.

A porta, contudo, continua fechada. A experiência matuta faz da preocupação o melhor remédio para surpresas desagradáveis. A voz do outro lado, se dizendo cansada, parecia mesmo ser de pessoa de bem. Mas nunca é demais o cuidado, principalmente quando se está sozinha. No passo seguinte, a voz do viajante:

“Por Deus Nosso Senhor seja louvada tão bondosa criatura. Não há com o que pague a quem mata a sede de quem vai passando cansado e sedento. Já avisto o umbuzeiro e é pra lá o meu passo. E que o bom anjo do Senhor continue guardando a senhora e sua moradia. Inté...”.

O viajante se afastou no passo seguinte. Dentro do casebre, rente ao outro lado da porta, a mulher ouvia o caminhar por riba do mato rasteiro e seco. Não demorou muito e começou a olhar por uma fresta. E divisou o homem com a caneca à mão e se benzendo antes de despejar água da moringa.


Um homem temente a Deus, agradecido pela caneca d’água que mata a sede. Deve ser uma bondosa alma que segue um destino desconhecido. Pensou a mulher enquanto se mantinha com o olho na abertura da madeira. E depois avistou quando ele arriou o embornal num canto e se deitou naquele sombreado de paz e sossego.

A visão do envelhecido homem ali deitado logo após matar a sede, foi despertando entristecimento na mulher. Uma tristeza diferente, piedosa, como se a alma estivesse lendo além da visão. E logo imaginou a fome naquele velho, e talvez uma fome grande, de muitas léguas caminhadas sem um pedaço de nada pra mastigar.

Mas ela era pobre e nada tinha a oferecer para alimentar aquele senhor que talvez estivesse faminto. Baixou a cabeça, pensou e pensou. Os olhos molhados agora turvavam a visão do mundo lá fora. Então se encaminhou até a cozinha e se pôs a revirar em busca de alimento.

Numa lata, com a comida preparada para quando o marido fosse caçar, encontrou um pedaço de preá assado misturado a farinha seca. Era a comida mais usual por ali, a farinha seca com pedaço de qualquer coisa, de preá, rapadura, de nambu ou codorna. Esquentou um café e lá se foi rumo à porta. E, já do lado de fora, gritou:

“Meu sinhô, ô meu sinhô. Se dorme se alevante, se puder chegue até aqui. Tenho um pouco de comida e um tantinho de café. É pouca coisa, mas tudo que na fartura é riqueza. Pensei que além da sede também estivesse com fome. Entonce aceite esse arremediação”.

O velho senhor comia de fazer os olhos brilharem. Com a mão mesmo, jogava um punhado de farinha na boca e depois tomava um gole do café. Talvez fome de mais de dia, certeza. Ali o melhor prato do mundo, a melhor comida do mundo. Aquela fome não era exigente de nada, apenas de qualquer comida. E se fez novo, pronto para seguir adiante, na sua caminhada de destino desconhecido.

“Não sei nem como agradecer, minha boa senhora. Há um céu nesse lugar e a senhora é anjo de bondade. Mas gora tenho de ir. Inté mais. Matei a sede, comi do pão, fique com Deus...”.

Escritor

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12 setembro 2016

QUEM PERGUNTA QUER SABER

Valberto Barbosa de Sena 


Fale sobre o precursor
Dos passos do cristo pleno.
Como preparou terreno
Pra vinda do sucessor.
Fale do imperador
Que acabou o prendendo,
E findou oferecendo
Sua cabeça ao poder.
Quem pergunta quer saber
Mas eu perguntei sabendo.

Esse homem foi João
Pregando o reino do cristo.
No oriente foi visto
O pregador em ação.
Herodes grande vilão,
Prendeu João sem perceber,
Que iria cometer
O seu crime mais horrendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.

Quem foi a mãe de Jesus
O homem de Nazaré?
A esposa de José,
Grande carpinteiro dos
Que fazem desde uma cruz,
A uma casa. Estou vendo
Você já se derretendo
Por não saber responder.
Quem pergunta quer saber
Mas eu perguntei sabendo

Foi Maria a grande santa.
Jesus o Deus que viria.
A esposa foi Maria
Que ao carpinteiro encanta.
Esse casal se suplanta
Vendo o filho florescer.
Eu vou lhe contradizer,
Em tudo, lhe respondendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.

O que Jesus cristo estava
Fazendo naquela festa?
E o que é que lhe resta
Fazer por que lá faltava?
Quem era que conversava
Com ele ali, lhe dizendo:
A festa está decorrendo
Sem ter vinho pode crer.
Quem pergunta quer saber
Mas eu perguntei sabendo.

Jesus foi prestigiar,
Ali um casal querido.
E o vinho sendo bebido,
Acabou por se acabar.
Maria foi lhe falar,
Confiando em seu poder.
Ele mesmo sem querer,
Acabou se convencendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.

Quem foi que disse o que isso
Tem haver comigo agora?
Se não chegou minha hora
Eu não tenho compromisso.
Quem foi que disse ao serviço:
Ta tudo se resolvendo?
Quem foi que mandou correndo
Aquelas talhas encher?
Quem pergunta quer saber
Mas eu perguntei sabendo.

Jesus lhe disse em reprôvo
Minha hora não é esta.
E apesar do que protesta,
Faz água ser vinho novo.
Maria falou ao povo:
Aguarde um pouco pra ver.
Tudo vai se resolver,
Do melhor modo. Estou crendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.

De que é que eram feitos
Aqueles jarros enormes?
E quais foram os informes
Dos serviçais satisfeitos?
E quais foram os conceitos
Do mestre sala bebendo?
E o que ficaram dizendo
Do vinho bom de beber
Quem pergunta quer saber
Mas eu perguntei sabendo.

De pedra os jarros usados
Para o milagre do vinho,
Foram feitos com carinho
Por artesãos afamados.
Ditos bem conceituados
Foram feitos, e, a saber,
O mestre sala ao sorver
Ao vinho foi o elegendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.

Quando chegou lá no templo
O que foi que Jesus fez?
Dê um exemplo de três
Coisas feitas para exemplo.
Relate enquanto eu contemplo
O que estava ocorrendo.
Fale com calma e torcendo,
Pra que eu possa entender.
Quem pergunta quer saber
Mas eu perguntei sabendo.

No templo Jesus chegou
Fez ali vários sermões.
Criticou os vendilhões,
Suas ações condenou.
Em seguida os expulsou,
Com um chicote a bater.
Ninguém quis se defender,
Desse valentão tremendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.

Quem foi um dos principais
Dos judeus, que estava ali?
A quem chamou de rabi,
Devido aos grandes sinais.
Responda-me ainda mais,
O que estava pretendendo?
E se findou entendendo,
As repostas sem querer.
Quem pergunta quer saber,
Mas eu perguntei sabendo.

Eu lembro quando uma vez
Nicodemos judeu fino,
Chamou Jesus de rabino
Por tudo quanto ele fez.
Seu semblante e sua tês,
Deixavam transparecer
A intenção de o prender,
Mas Jesus tava sabendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.

O que é que Cristo ia
Fazer lá na Galiléia?
Quando deixou a Judéia;
O que fez em Samaria?
Quem foi que deu água fria
Pra ele beber sorvendo?
E discriminada sendo,
Como ela pode atender?
Quem pergunta quer saber,
Mas eu perguntei sabendo.

Jesus cristo foi pregar
Seu reino e seu ministério.
Mas, uma estrada do império
Levou-o a este lugar.
Uma mulher tava lá,
No poço a se abastecer,
Viu Jesus aparecer
E a água foi lhe estendendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.

Que fez a samaritana
Após ouvir o pedido?
Que disse o cristo atendido,
Usando resposta sana?
Na dialogação plana
Que ficaram debatendo,
E sobre o que discorrendo
Fizeram-se entender?
Quem pergunta que saber,
Mas eu perguntei sabendo.

A samaritana boa,
Do pedinte teve dó.
Deu do poço de Jacó
Água pra aquela pessoa.
Quando sua voz ecoa,
Sobre um reino onde o prazer
Era a forma de viver,
Ela ficou entendendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.

Chegando a Jerusalém
O que fez ao paralítico?
E quem é o povo crítico,
Que acusá-lo lhe vem?
O que ele disse a quem
Estava-lhe acometendo?
O que estavam querendo
Esses judeus pra fazer?
Quem pergunta quer saber,
Mas eu perguntei sabendo.

Ao paralítico sem chama
De vida e de movimento
Fez andar em um momento
E carregar sua cama.
Com alegria que inflama,
Gritou para o enaltecer:
O que aqui estão a ver,
Nunca vi acontecendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.

Qual era a grande missão
Lá no 5,l9?
Quero que leia e comprove
No evangelho de João.
Preste bastante atenção,
Enquanto o estiver lendo.
E antes de estar fazendo
A leitura vou dizer:
Quem pergunta quer saber,
Mas eu perguntei sabendo.

A missão dada ao messias,
Foi a de glorificar
A Deus por o enviar,
Mediante as profecias.
Desde o princípio dos dias,
O preparou pra descer.
E Jesus o fez crescer
Glorificado e vencendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.

O que fez lá na montanha,
Aos seus seguidores vários,
Que até os adversários
Comentam sobre a façanha?
O que é que a gente ganha
Com esse ato estupendo?
E o que está sucedendo
Que falta a gente aprender?
Quem pergunta quer saber,
Mas eu perguntei sabendo.

Fez um bonito sermão
Pra quem o acompanhou.
Logo em seguida ofertou
Grande multiplicação.
Essa tão gigante ação,
Vai nos levar a entender
Que falta a gente fazer
Nosso próprio dividendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.

Diga-me meu caro amigo,
Pode até pedir ajudas.
Qual foi o crime de Judas,
E qual foi o seu castigo?
Diga se ele teve abrigo
E lá no céu ta vivendo?
Ou acabou se perdendo
No fogo do desprazer?
Quem pergunta quer saber,
Mas eu perguntei sabendo.

Judas trocou num bocado
De dinheiro sua fé.
Arrependeu-se e até,
Para o seu próprio forcado,
Deixou um campo comprado
Pra se enterrar ao morrer.
Quanto a ele se perder,
Não vou me arriscar dizendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.

Fale sobre o Cirineu
Que saia do roçado.
O que levou ao costado,
Aquele pobre judeu?
E me diga quem morreu
Com cristo se maldizendo.
E quem acabou morrendo,
Também sem se maldizer?
Quem pergunta quer saber,
Mas eu perguntei sabendo.

Cirineu um homem justo
Que do roçado saia,
Carregou naquele dia,
O madeiro a todo custo.
Havia um ladrão injusto
Que não queria morrer.
E outro a se bendizer
Contente mesmo sofrendo.
Você não tava querendo
Que eu soubesse responder.
(V. B. S. – 2012-10-10).

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

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09 setembro 2016

SOBRE SOMBRAS E SÓIS

*Rangel Alves da Costa

Desejar o amanhã é semear o melhor até antes do adormecer. Ainda assim esperar que na passagem do repouso nada desfaça os grãos semeados. Por que nada acontece pelo desejo de acontecer. Nada será porque assim se desejou.

Vive-se num entremeado de não acontecidos, de surpresas boas e ruins, de inesperados repentinamente surgidos. O visitante que chega nem sempre é o esperado, a notícia recebida nem sempre é aquela ansiosamente aguardada. Mas triste a vida que fosse apenas previsível, já tudo com sua escrita adiante dos olhos.

Há um inverso no verso, e assim por diante. O sol se esconde para a lua aparecer. Há um tempo de tudo, segundo assevera o Eclesiastes. Não há declaração pessimista de vida, mas tão somente o reconhecimento de que o ser humano é apenas a medida do que mereça ser, tendo o que mereça ter, dentro de um limite que não se transforme em orgulho e vaidade.


E assim porque as palavras são sábias: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou. Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar. Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar. Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar. Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora. Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar. Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz”.

Mesmo com acontecimentos supostamente inesperados, nada acontece ao acaso. Uma escrita de vida por meio de linhas tortas, um desacerto que evita um mal maior, o que não aconteceu porque não previsto para aquele momento. A tudo isso se chama vida. Ela, o próprio espelho que mostra e esconde.

Sim, chora-se pelo amor perdido, pelo amor partido, pelo amor desamado. Mas quando a lágrima cessa, então eis o coração novamente fortalecido. E aquele amor perdido poderá ser de vez esquecido porque outro maior já brotava em silêncio para acontecer. Nada é vão. O sentido da existência é não perder o que a vida oferece.

E assim porque a vida é uma história de sombras e sóis. Uma trama, um enredo, um percurso, onde a luz se envolve de escuridão, e sendo possível tudo acontecer. Caminha-se com tempo aberto e retorna encharcado de chuva, segue adiante com sorriso nos lábios e de repente os olhos já não conseguem esconder tanto sofrimento.

Nenhuma felicidade se prolonga além do instante necessário de ser feliz. Nenhum sofrimento se eterniza além do instante que se tem de sofrer. E erra quem procurar levar adiante o que já não há razão de existir. Tudo o que é forjado ou forçado no ser tende a encobrir a outra verdade que necessita existir.

Na morte, por exemplo, há a dor, o pranto, o luto, a saudade. Mas ninguém deve enlutecer a existência para o restante do próprio viver. Por maior que seja o sofrimento, a dor pela perda e a saudade pela ausência, não haverá necessidade de se prostrar junto ao túmulo como se aquela morte fosse a própria vida. E também porque o viver não se perfaz somente no sofrimento.

Há luz no viver, há sol no viver, há também alegria no viver. As sombras e as escuridões existentes apenas motivam a busca de claridade, de paz, de esperança. Instintivamente, as pessoas são impulsionadas a busca portas, janelas, caminhos, estradas, saídas. Nem tudo é conseguido, é verdade. Mas todo acontecido sem fundamenta em alguma razão.

Sobre sombras e sóis o ser cumpre sua existência. Seja rico ou pobre, carente de quase de tudo ou bilionário, ainda assim há a mesma moeda de vida com suas faces. Todos entristecem e todos se alegram, todos adormecem e todos acordam, todos vivem e um dia partirão, indistintamente. E o mais importante: nem a pobreza nem a riqueza diferenciam os prazeres e as dores.

Ledo engano se imaginar que a riqueza vive iluminada de sol e a pobreza se contenta nos escondidos das sombras. O sol está ao alcance do olhar que o valoriza, a sombra sempre encobre aquele que não sabe viver debaixo do sol. E tantas vezes o sono profundo naquele deitado na cama de vara, enquanto que a insônia e o pesadelo atormentam aquele de cama macia.

Cada ser humano, em si mesmo, é o seu sol e sua própria sombra. A feição nega o sentimento e a razão amedronta perante a verdade. Quer ser pedra e já é pó, quer ser tudo e já é nada. E distante se vai de tudo que seja humildade, afeto, amor, fraternidade. Quer somente o sol. E na ilusão, sequer se reconhece à sombra.

Escritor
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A IMPORTÂNCIA DA CAPRINO-OVINOCULTURA EM ASSENTAMENTOS RURAIS DE MOSSORÓ (1)

Por José Romero Araújo Cardoso (2)

A caprino-ovinocultura vem sendo explorada em quase todos as regiões do globo, estando presente em áreas de diferentes climas, solos e coberturas vegetais. Entretanto, essa atividade só apresenta expressão econômica em poucos lugares, sendo geralmente desenvolvida em sistema extensivo e com baixa tecnologia.
                         
Segundo a FAO, apud SEARA (1996), a Austrália, a China e a Nova Zelândia, concentram, respectivamente, 14%, 9% e 5% do efetivo mundial do rebanho ovino. Já os maiores criadores de caprinos são a Índia, a China e o Paquistão, que detém, respectivamente, 20%, 15% e 6,5% do rebanho mundial.
                         
Não obstante dispor de condições edafoclimáticas semelhantes ou até mesmo superiores às dos países maiores criadores dessas espécies, o Brasil detém apenas 3,3% do plantel mundial de ovinos e caprinos. Considerando a dimensão territorial e as condições favoráveis ao desenvolvimento da caprino-0vinocultura, Leite (s/d) afirma que nossos rebanhos são numericamente inexpressivos, principalmente quando comparados com a criação de bovinos, cujo efetivo nacional é da ordem de 150 milhões de cabeças.
                         
A introdução de caprinos e ovinos no Brasil, data de 1535, pelos colonizadores portugueses, que aportaram no Nordeste (Maia et al., 1997).
                         
Talvez em função disso, o Nordeste em 1999, concentre 93% do rebanho caprino nacional e 51% do rebanho ovino (IBGE,1999).
                         
Para Simplício (s/d), o Nordeste brasileiro semiárido tem sido assumido, durante séculos, como área de vocação pecuária, especialmente, para a exploração dos ruminantes domésticos. No entanto, ressalte-se os caprinos e ovinos face a característica de adaptação a ecossistemas adversos, o que é fortemente influenciado pelos seus hábitos alimentares.
                         
Ruminantes de pequeno porte, esses animais apresentam significativas vantagens em relação à bovinocultura, principalmente no que diz respeito à área ocupada e manejo. A rusticidade desses animais, bem como a facilidade de adaptação às condições ambientais são outros fatores que contribuem para tornar essa atividade relevante, nas pequenas e médias propriedades rurais do semiárido.
                         
Nunes (1987) destaca que os custos financeiros de uma vaca equivalem ao de 8 a 20 caprinos, aliado a isso a facilidade de manejo devido ao pequeno porte destes animais, vem despertando nos produtores grande interesse em ampliar a produção de seus rebanhos, objetivando tornar a atividade mais lucrativa.
                         
No Rio Grande do Norte, em 1999, o rebanho caprino era de 296 mil cabeças e o de ovinos de 361 mil cabeças (IBGE, 1999). Segundo o empresário Romildo Pessoa Júnior, presidente da Associação Norte-riograndense de Criadores de Ovinos e Caprinos - ANCOC, o Estado é hoje o maior produtor de leite de cabra do país, com uma produção diária de oito mil litros, totalmente absorvida pelo Programa do Leite do Governo do Estado (www.caprinet.com.br).
                         
Diante do potencial de mercado que se apresenta para os produtos derivados da caprino-ovinocultura no Estado, a atividade foi introduzida, nos últimos anos, em assentamentos rurais de Mossoró, que por situar-se no semiárido, apresenta poucas opções de geração de emprego e renda.
                         
Entretanto, não obstante a importância da caprino-ovinocultura na economia regional, dada a crescente demanda pela carne e pelo leite, pouco se conhece sobre as condições socioeconômicas e do criatório dos produtores assentados que se dedicam a essa atividade, dentro do contexto do desenvolvimento sustentável, reduzindo com isso a possibilidade que estes teriam de aproveitar as oportunidades sinalizadas pelas demandas do mercado em expansão.
                          
Agravados pelas sazonais crises apresentadas pelas oscilações climáticas, os frágeis indicadores socioeconômicos e a ecologia do bioma caatingueiro são prejudicados pela falta de orientação quanto a um melhor aproveitamento das aptidões regionais, o que certamente proporcionaria a melhoria da qualidade de vida da população do semiárido nordestino com menos agressão à natureza.
                         
Dessa forma, este trabalho pretende analisar as características apresentadas pelos assentados e pela caprino-ovinocultura praticada nos assentamentos de Hipólito (Vilas I e II), Lorena, Mulunguzinho, Cabelo de Nêgo e Cordão de Sombra (Vilas I e II) em Mossoró (Estado do Rio Grande do Norte), embora sem se deter de maneira profunda no âmbito zootécnico, mas na importância socioeconômica intercalada com a provável adequação desta prática às exigências de conservação ecológica do bioma, entendido aqui  como  a maior unidade de comunidade terrestre com flora, fauna e clima próprios (Grisi, 1997, p. 2).
                         
A problematização, ou seja, a dificuldade com a qual nos defrontamos e que investigamos (cf. Rudio, 2001, p. 94) foi se a caprino-ovinocultura se apresenta ou não como geradora de emprego e renda, analisando se ela está ou não adequada ao semiárido e como se caracteriza o potencial de mercado para carne, pele e leite nesta atividade em assentamentos rurais do município de Mossoró. Numa perspectiva de impactar a realidade, avançamos nas indagações, emitindo sugestões que se implantadas irão contribuir para a melhoria de sua produção a fim de atender as exigências de demanda, proporcionando, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida do pequeno produtor rural em assentamentos.
                         
Por se tratar de uma experiência recente de fixação do homem no campo, os assentamentos rurais precisam ser investigados quanto às potencialidades que podem ser trabalhadas, motivo pelo qual a caprino-ovinocultura pode aparecer como atividade a acenar viabilidade,  justificando-se a pertinência deste trabalho em razão de não existir análises sobre o assunto enfocado neste objeto de estudo em unidades da reforma agrária, dificultando a adoção de políticas públicas que possam incentivar a fortificação da atividade.
                         
Enfatizamos na introdução explicações dos critérios gerais que embasaram a pesquisa,  definindo objetivos e hipóteses, para em seguida destacar-se a revisão de literatura abordando a caprino-ovinocultura e a busca do desenvolvimento sustentável, cujo enfoque centra-se, sobretudo, nas prerrogativas gerais da prática pecuária correlacionada com as principais premissas das propostas teóricas sobre o desenvolvimento sustentável;  assentamentos rurais e a importância regional da caprino-ovinocultura,  quando analisa-se o potencial do efetivo dos rebanhos caprino e ovino para o Brasil, Nordeste, Rio Grande do Norte e Mossoró, abrangendo no segundo item o estágio atual e as perspectivas futuras da atividade na região, abordando os principais problemas e apontando prováveis soluções para melhorar o nível tecnológico que fomenta a produção e a comercialização destas pelos assentados.
                         
Quanto ao material e métodos, fomentam-se cinco tópicos, frisando a caracterização da área de estudo, população e amostra, os instrumentos de coleta de dados, o procedimento no tratamento desses e por fim definição de estudos sobre os assentamentos pesquisados, dando ênfase aos aspectos territoriais e geográficos.
                         
Com relação aos resultados e discussão da investigação determinam-se de início os perfis social e econômico dos caprino-ovinocultores.
                         
Quanto aos aspectos técnicos do rebanho, destacam-se as características da atividade pecuária, os aspectos sanitários do criatório e as perspectivas de qualificação dos produtores, conforme dados colhidos entre os entrevistados.
                         
O último item contempla análise dos indicadores da comercialização da produção, para em seguida emitirmos opiniões sobre o desempenho da caprino-ovinocultura em assentamentos rurais do município de Mossoró e sugestões de como melhorá-la.
                         
O manejo sustentável, permitindo que a natureza ofereça condições de vida ao homem e à regeneração dos recursos naturais, é uma preocupação constante. Não se pode criar qualquer espécie animal de maneira inadequada. Especificamente, deve-se criar um número de caprinos e ovinos de acordo com a capacidade de suporte dos lotes nos assentamentos, pois a superlotação provoca um pisoteamento excessivo que vai compactar o solo, frisando ainda que o superpastejo irá levar as espécies forrageiras mais palatáveis à extinção ao longo dos anos, decretando a inviabilidade de qualquer criação doméstica.
                         
Entende-se como exploração sustentável de um ecossistema se sua explotação está dentro dos limites de sua capacidade de renovação, levando-se em conta principalmente a fragilidade do semiárido neste aspecto.
                         
Analisar as formas assumidas pelo manejo do criatório de caprinos e ovinos nos assentamentos rurais do município de Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte, que fazem o nosso objeto de pesquisa, bem como as condições oferecidas por esta prática pecuária na geração de emprego e renda e sua relação com a natureza, referendam a justificativa ao diagnóstico proposto para esta atividade.

BIBLIOGRAFIA:

Caprinovinocultura mostra toda sua força no Rio Grande do Norte. Disponível em :< http:www.caprinet.com.br >. Acesso em 26 de novembro de 2001.

GRISI, Breno Machado. Glossário de ecologia e ciências ambientais. João Pessoa/PB: Editora Universitária da UFPB, 1997.

IBGE Censo demográfico. Rio de Janeiro/RJ, 2000. Disponível em :< http://www.ibge.gov.br >. Acesso em 09 de novembro de 2001.

______. Pesquisa pecuária municipal. Rio de Janeiro/RJ, 1995. Disponível em :< http://www.ibge.gov.br >. Acesso em 09 de novembro de 2001.

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______. Pesquisa pecuária municipal. Rio de Janeiro/RJ, 1999. Disponível em :< http://www.ibge.gov.br >. Acesso em 09 de novembro de 2001.

MAIA, M. S.; MACIEL, F. C.; LIMA, G. F. Produção de caprinos e ovinos: recomendações básicas de manejo. Natal/RN: EMPARN/SEBRAE, dez., 1997.

NUNES, José Ferreira. Cabras podem render muito mais leite no Nordeste. Dirigente Rural [s.l.] v. 26, n. 10, p. 37-40, out. 1987.

RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis/RJ:      Vozes, 2001.                         



(1)   Fragmentos de dissertação de mestrado defendida em julho de 2002 junto ao PRODEMA/UERN, orientada pelo Prof. Dr. Benedito Vasconcelos Mendes.

(2)   José Romero Araújo Cardoso:

Geógrafo (UFPB). Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB-1996) e em Organização de Arquivos (UFPB - 1997). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2002). Atualmente é professor adjunto IV do Departamento de Geografia/DGE da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais/FAFIC da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN. Tem experiência na área de Geografia Humana, com ênfase à Geografia Agrária, atuando principalmente nos seguintes temas: ambientalismo, nordeste, temas regionais. Espeleologia é tema presente em pesquisas. Escritor e articulista cultural. Escreve para diversos jornais, sites e blogs. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do oeste Potiguar (ICOP). Membro da Associação de Escritores Mossoroenses (ASCRIM).

Endereço residencial:

Rua Raimundo Guilherme, 117 – Quadra 34 – Lote 32 – Conjunto Vingt Rosado – Mossoró – RN – CEP: 59.626-630 – Fones: (84) 9-8738-0646 – (84) 9-9702-3596 – E-mail: romero.cardoso@gmail.com

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

ANIVERSÁRIO DE 36 ANOS DA ADUERN - CONVITE E SENHAS


Informamos a todos os associados e associadas que as senhas para o aniversário de 36 anos da ADUERN já estão disponíveis e podem ser retiradas na secretaria do sindicato até às 17h da sexta-feira (9, hoje). Lembramos que cada associado ou associada tem direito a duas senhas para o evento.  A festa será realizada no sábado (10) a partir das 20h, no salão de festas da ADUERN.

Jornalista

Cláudio Palheta Jr.

Telefones Pessoais :
(84) 88703982 (preferencial)

Telefones da ADUERN:


ADUERN
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Fone: (84) 3312 2324 / Fax: (84) 3312 2324
E-mail: aduern@uol.com.br / aduern@gmail.com
Site: http://www.aduern.org.br
Cep: 59.625-620
Mossoró / RN
Seção Sindical do Andes-SN
Presidente da ADUERN
Lemuel Rodrigues

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

NEGROS EM SANTANA.

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