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06 outubro 2018

NOVO LIVRO SOBRE O CANGAÇO NA PARAÍBA – SÉRGIO DANTAS LANÇA SEU QUINTO LIVRO SOBRE O TEMA


O livro ‘LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA’ não foi concebido com a intenção de se tornar uma obra revolucionária. O objetivo do autor foi apenas elaborar um registro perene e confiável sobre a atuação do célebre cangaceiro em terras paraibanas. Com 363 páginas e cerca de 90 fotografias de personagens envolvidas na trama – e lugares onde os episódios ocorreram -, o trabalho certamente será de grande utilidade aos estudiosos de hoje e de amanhã.
Dividido em 19 capítulos, com amplas referências e notas explicativas, tenta-se recontar, entre outros, os seguintes episódios:
“A invasão a Jericó; fazendas Dois Riachos e Curralinho; o fogo da fazenda Tabuleiro; os primeiros ferimentos sofridos por Lampião; as lutas com Clementino Furtado, o ‘Quelé’; combate em Lagoa do Vieira; Sousa: histórico do assalto e breve discussão sobre as possíveis razões políticas para a invasão da cidade; a expulsão dos cangaceiros do município de Princesa; combates em Pau Ferrado, Areias de Pelo Sinal, Cachoeira de Minas e Tataíra; o cangaceiro Meia Noite; Os ataques às fazendas do coronel José Pereira Lima; morte de Luiz Leão e seus comparsas em Piancó; confronto em Serrote Preto; Suassuna e Costa Rego; a criação do segundo batalhão de polícia; Tenório e a morte de Levino Ferreira; ataque a Santa Inês; combates nos sítios Gavião e São Bento; chacina nos sítios Caboré e Alagoa do Serrote; Lagoa do Cruz; assassinatos de João Cirino Nunes e Aristides Ramalho; Mortes no sítio Cipó; fuga de paraibanos da fronteira para o Ceará; confronto em Barreiros; invasão ao povoado Monte Horebe; combates em Conceição; sequestro do coronel Zuza Lacerda; o assalto de Sabino a Triunfo(PE) e Cajazeiras (PB); mortes dos soldados contratados Raimundo e Chiquito em Princesa; Luiz do Triângulo; ataques a Belém do Rio do Peixe e Barra do Juá; Pilões, Canto do Feijão e os assassinatos de Raimundo Luiz e Eliziário; sítios Vaquejador e Caiçara; Quelé e João Costa no Rio Grande do Norte; combates com a polícia da Paraíba em solo cearense; o caso Chico Pereira sob uma nova ótica; Virgínio Fortunato na Paraíba: São Sebastião do Umbuzeiro e sítios Balança, Angico e Riacho Fundo; sítio Rejeitado: as nuances sobre a morte do cangaceiro Virgínio”.
A obra certamente não abrangerá o relato de todas as façanhas protagonizadas pelo célebre cangaceiro no estado da Paraíba. Muito se perdeu com o passar dos anos. Os historiadores de ontem, em sua maioria, não tiveram grande interesse em dissecar os episódios por ele protagonizados no território do estado.
A presente obra busca resgatar o que não se dissipou totalmente na bruma do tempo.
Lançamento em Natal do livro de Sérgio Dantas “Antônio Silvino – O Cangaceiro, O Homem, O Mito (2006)”.
LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA, Polyprint, 2018, 363 pgs. Disponível em outubro de 2018.
Sobre o autor: Sérgio Augusto de Souza Dantas é magistrado em Natal. Publicou os livros Lampião e o Rio Grande do Norte – A História da Grande Jornada (2005), Antônio Silvino – O Cangaceiro, O Homem, O Mito (2006), Lampião Entre a Espada e a Lei (2008) e Corisco – A Sombra de Lampião (2015).
PARA ADQUIRIR LAMPIÃO NA PARAÍBA – NOTAS PARA A HISTÓRIA,  VENDAS A PARTIR DE OUTUBRO DE 2018, SENDO REALIZADAS EXCLUSIVAMENTE PELO PROFESSOR FRANCISCO PEREIRA, DE CAJAZEIRAS, PARAÍBA, QUE ENTREGA PARA TODO O BRASIL PELO CORREIO.
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SEMPRE AO LADO (ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE)

*Rangel Alves da Costa

Parecendo o cenário da pintura “A Menina Doente”, de Edvard Munch, onde uma mãe está sentada ao lado de sua filha enferma, zelando pelos seus últimos instantes de vida. Na pintura, as faces esmaecidas da menina, num tormento de fim de vida, enquanto sua mãe pranteia internamente a sua dor. Uma representação triste, comovente e demasiadamente realista.
Desta feita, também um parente zelando pelos últimos momentos de um ser amado. Uma filha e uma mãe. Uma filha sofrendo a mesma dor da mãe, e uma mãe já sem forças para esboçar qualquer reação, senão através de palavras:
“Não chore assim, minha filha. Não chore que vou melhorar...”.
“Mas não estou chorando, mãe, não estou chorando. Só estou um pouco entristecida por tanto sofrimento que a senhora está passando e nada dessa doença ir embora...”.
“Oh filha, suas lágrimas chegam a cair sobre minha face...”.
“Aqui está muito quente e estou suada. Deve ser apenas isso. Deve ser apenas o suor respingando sobre a senhora...”.
“Já não tenho a idade das ilusões, minha filha. Lágrimas são lágrimas, respingos são respingos...”.
“Tá bem, minha mãe, tá bem. Não vou mais chorar. É que sofro tanto ao ver a senhora assim. Dia após dia e a senhora sem ter diminuição nessa febre, nessas dores...”.
“Oh filha, os tempos também chegam. As folhas perdem o viço e se vão com a ventania...”.
“Não fale assim, minha mãe. Por favor não fale assim. A senhora vai logo ficar bem. E não demora muito e faremos uma viagem maravilhosa...”.
“Viagem, viagem, é o que eu farei minha filha. O vento sopra, tudo em açoite. E logo virá a ventania...”.
“Tome aqui esse remédio. Já está na hora. E por favor não fale mais nessas coisas de vento, de ventania. Tudo isso me entristece e sei que a senhora vai ficar logo boa...”.


“Lembra-se de quantos dias, semanas e meses, que eu venho tomando esses remédios sem parar. Qual foi a melhora que eu tive?...”.
“Mas eu sinto melhoras sim. Talvez a senhora nem perceba, mas suas faces ficam mais cheias de vida e sua disposição aumenta quando toma os remédios...”.
“Sei que tudo faz para me encorajar, para fazer com que eu penso que estou melhorando. Mas também sei que os remédios não fazem mais qualquer efeito...”.
“Oh minha mãe, não diga assim. O médico mesmo veio aqui, examinou a senhora, prescreveu os mesmos remédios e disse que a senhora logo vai ficar curada...”.
“Está ouvindo, minha filha, está ouvindo?...”.
“O que minha mãe, ouvindo o que? Ouço apenas o cortinado se balançando pelo vento que bate de vez em quando. Apenas isso. Agora tente dormir um pouquinho...”.
“Não. É a ventania. Ouça!...”.
“Não se preocupe. Vou fechar a janela e ajeitar as cortinas. Não haverá mais nenhum barulho e a senhora não ouvirá mais qualquer som...”.
“Deixe-me apertar sua mão. Dê-me a mão, minha filha. Aperte bem a minha mão...”.
“Por que?”.
“Sou apenas uma folha. O outono chegou. Já não tenho forças para mais nada. Sinto a ventania, sinto a ventania. Estou sendo levada, minha filha...”.
“Mãe, mãe?...”.
Nenhuma palavra mais. Nenhum suspiro. O outono havia chegado. A ventania havia levado.

Escritor
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05 outubro 2018

A GALEGA E O GALO

Clerisvaldo B. Chagas, 6 de outubro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.991

Já ouvimos falar bastante do perigo de um guará choco. Quando o lobo- guará parte para atacar o homem, afirmam todos, o cabra tem que está armado, ser muito macho e pode até morrer no duelo. O cachorro é outro bicho que também ataca o ser humano nas ruas. Duas ameaças ferozes conhecidas. No caso do guará choco, tem até gravação de forró dizendo que não deseja absolutamente nada de mal ao inimigo, apenas um encontro casual com um guará choco. Muito bem, estando em uma unidade de saúde, chega uma galega alta, forte, sexagenária e falante, mão inchada, braço na tipoia e dedos quebrados. “O que foi isso, mulé?”. E ela responda sorrindo; “Foi galo”. A admiração é a mesma entre todos. A galega conta em voz alta à aventura.
ILUSTRAÇÃO; GALO DA MADRUGADA.
Ao passar em uma das ruas de Santana do Ipanema, um galo a atacou. Um galo de, aproximadamente, três quilos, viciado, provavelmente de briga. A galega defendia-se com uma sombrinha. O galo afastava-se, preparava novo golpe e partia voando em direção ao rosto da senhora como querendo arrancar-lhes os olhos. A galega defendia-se desesperadamente sob o riso de algumas pessoas que assistiam o duelo. O galo fez nova carreira e pulou nos peitos da mulher que não resistiu ao impacto, caiu por cima do braço e quebrou os dedos. Não pode se levantar. O galo afastou-se e ficou ciscando com ares de vitória. Somente aí a galega foi socorrida pelo povaréu. Talvez precise operar os dedos.
Aguardando o médico, a galega narrava à aventura – digna de ser filmada – com animação. Ao sairmos, a mulher nos abençoou e pediu a Deus para não encontrarmos um galo doido por aí. Quem ia chegando queria saber a história dos dedos quebrados, mão inchada e tipoia. Logo imaginamos que o acontecido daria uma crônica, pelo fato cotidiano da presepada. Aproveitamos e dissemos a mulher bem humorada. “Aproveite e jogue no bicho, minha senhora. Aposte no galo... Quem sabe!”.
A galega dos dedos quebrados desatou uma gargalhada.


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04 outubro 2018

LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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03 outubro 2018

O VELHO

*Rangel Alves da Costa

A cama desforrada de dias. Não havia pressa nem qualquer prazer em dobrar os panos, ajeitar o travesseiro, deixar tudo arrumado para a noite seguinte. Mesmo forrada, assim que deitava tudo parecia em redemoinho. Virava-se de lado a outro, estendia o braço ao outro lado, mas desde muito que ali já não deitava ninguém. Por fim, levantava o olhar em direção ao telhado e começava a viajar por um mar sem fim. Somente nas ilusões de ilhas e cais conseguia adormecer. Uma saudade fingida.
Levantava-se quase na madrugada. Caminhava para a cozinha, colocava água na chaleira para fazer café, acendia o fogão e depois abria a porta de trás, tendo o quintal adiante. De xícara à mão, dava passos lentos pelos arredores, olhava para os espaços ainda de pouca luz e então iniciava um ofício que trazia como compromisso desde que se viu em viuvez. Ajeitava as plantas do canto do quintal, aguava, conversava com cada ramo, cada folha e cada flor. Sempre pressentia estar sendo carinhosamente vigiado por sua falecida esposa. E por isso mesmo repetia sempre o seu nome. Não raro que suas lágrimas também caíam sobre as plantinhas.
Não forrava a cama todo dia, mas jamais se esquecia de varrer a casa. Todo santo dia passava a vassoura de canto a outro. E depois, de espanador à mão, afastava o pó acumulado pela ventania do dia passado. Em dois instantes se demorava mais na sua limpeza. Ao chegar defronte ao retrato da falecida na parede, ali parava em profunda reflexão. Olhava e olhava, mirava e mirava, falava baixinho, para depois sacudir qualquer impureza que na moldura estivesse, mas não sem antes levar a mão e, em gesto amoroso e suave, tocar a face através do vidro. Era com se a sentisse afagando pela face a sua mão.
Noutro momento, já perante a velha mesa da sala, postava-se em frente ao antigo jarro com flores de plástico. Trazia o jarro para perto de si e chegava a acariciar cada flor já sem cor. Carícia de saudade, de dolorosa recordação, um devotamento tão singelo ao que um dia havia sido ali colocado por sua amada. Lembrava-se que ela cuidava daquele jarro como se fosse de um caqueiro florido, de flores vivas, colhidas em jardim. Tanto cuidado ela tinha que de vez em quanto ele ouvia as flores de plástico sendo chamadas por carinhosos nomes. Por fim, dizia: ela já não está, mas façam de conta que suas mãos ainda zelam por este jardim tão perfumado na memória.
A porta da frente só era aberta depois de a casa varrida. Mas tudo cedo demais ainda. O dia ainda amanhecia e o velho já havia completado seus pequenos afazeres de toda manhã. Então abria a porta e caminhava pelos arredores. E arredores tão solitários quanto a sua solidão. Nada além que um descampado, um canteiro sem flores entregue ao outono, um banco carcomido de madeira, amendoeiras que desciam folhas aos turbilhões, um tempo de silêncio, apenas. Caminhava pelo canteiro, tocava os roseirais magros pela estação, juntava gravetos e restos, reclamava da vida sem cor. Seguia depois para o banco e ali ficava aguardando a chegada de qualquer passarinho ou borboleta.
Aquele velho banco do amanhecer mais parecia sua pedra de meditação. Ali sentava, ali pensava, ali voltava ao passado, ali refletia sobre tudo. E por isso mesmo tanto entristecia. De repente seus olhos amiudavam de tal modo que mais pareciam querer fechar. Ficavam apertados demais, comovidos demais, entristecidos demais. Mas ao abri-los pressentia-se perante uma estrada ainda a ser caminhada, uma vida ainda a ser vivida, mesmo que o seu corpo e sua idade já estivessem na plenitude esmaecida dos outonos da vida. Então dizia uma palavra qualquer, talvez que esperasse um pouco mais. Sabia que sua amada estava sentada ao lado. Sua falecida esposa nunca saía de sua presença.
Então levantava para retornar. Nada mais que cinquenta metros entre o velho banco de jardim sem flores e a porta de casa, mas ia caminhando tão lentamente que parecia nunca querer chegar. Por que a pressa se dentro de casa apenas o silêncio e a solidão? Por que a pressa em ficar sozinho e na presença daquela que não podia abraçar, acarinhar, e dizer da saudade? Desejava mesmo dizer: Leva-me contigo, meu amor!
  
Escritor
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02 outubro 2018

LIVRO VOLTA SECA


A nova edição do livro Volta Seca está vendendo muito desde ontem, quando acabar não venha comprar kkkkk reserve o seu pro WhatsApp 79 98147-2961

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01 outubro 2018

QUANDO MATEI UM BICHO

*Rangel Alves da Costa

Primeiro matei uma muriçoca chata e azucrinante. Eu tinha de matá-la, e por isso confesso minha atitude extremada.
Depois eu matei uma barata repulsiva e irritadora demais. Eu tinha de matá-la, pois ou ela ou a minha paz.
Depois eu matei uma formiga impossível de ser suportada. Eu tinha de matá-la, vez que corria risco de perder meu quintal inteiro.
Depois eu matei um bicho rastejante de muitos pés e que de repente apareceu já subindo à minha rede. Eu tinha de matá-lo, e matei.
Depois matei um grilo e calei de vez o seu cricricri abominável e insuportável. Matei sim, e não me arrependo não. Eu não suportava mais aquele canto abominável.
Depois eu matei até a manhã. Acreditem, mas eu matei a manhã. Estava deitado, a janela abriu e a luz do alvorecer veio toda em meu rosto. Bati a janela e a manhã morreu.
Depois eu quis matar uma borboleta que entrou pela janela e acordou o meu sono, mas achei melhor espantá-la apenas, e para depois me arrepender.
Depois eu quis matar minha sogra. Mas eu não tinha sogra, ainda bem. Mas também sogra não é bicho. Acho que não.
Depois eu quis matar o padre que havia me casado. Mas eu nunca casei, ainda bem. Ia sobrar para o vigário acaso ele tivesse mentido com aquela história de juras de amor.


Depois eu quis matar o dono do mercadinho, da padaria, da farmácia, do açougue. Pensei que eles tinham culpa por querer matar todo mundo pelos preços cobrados.
Sim, eu quis matar todo comerciante pelos abusos cometidos a cada dia e a cada instante. Mas achei melhor não matar, e simplesmente mais nada comprar.
Depois pensei também em matar todo político. Ainda penso, mas Deus me livre ir para o caldeirão das trevas por causa de político.
Depois pensei em matar todo dono de jornal, todo jornalista mentiroso, toda prensa e todo computador. Um assassino da notícia falsa. Mas deixei pra lá, pois acredite quem quiser.
Depois pensei em matar tanta gente e tanta coisa no mundo que você nem imagina. Só nunca pensei em me matar, pois não sou besta.
Mas um dia, pela porta de trás entrou um bichão que eu ou matava ou era devorado na hora. Mas não matei. Por isso me sinto devorado a todo instante: a solidão.
Mas penso seriamente em matar a solidão. É uma questão de sobrevivência: ou eu ela. Por isso que vivo procurando a arma mais letal para dar fim a esse bicho traiçoeiro.
Vou matar a solidão sim, já decidi. E vai ser ainda hoje. Quando a noite chegar, quando ela aparecer, ao invés de sofrer eu vou acertar minhas contas com essa desgraçada.
Já tenho uma armadilha pronta. Assim que ela der sinais, no mesmo colocarei um cd de Pablo Vittar na maior altura. Duvido que ela não morra de raiva no mesmo instante!


Escritor
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NEGROS EM SANTANA.

  Clerisvaldo B. Chagas, 12 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3329 Uma panela de alumínio, vertical e comprid...