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08 maio 2020

LUA TRISTE

*Rangel Alves da Costa

Há uma lua que é diferente das demais luas. Todas parecem iguais, mas uma possui um brilho diferente, mais nostálgico e entristecido. Mas a história da tristeza dessa lua precisa ser contada com vagar e calma, de modo a não deturpar esse brilho que desejaria apenas ser feliz.
Então vamos aos detalhes. Dizem que a lua – esse mesmo corpo celeste que é satélite da terra e que vai girando elipticamente ao seu redor – é uma bela senhora que vive contente e majestosamente iluminada ao lado de suas filhas.
A lua em si, aquela que cada um avista lá em cima, douradamente iluminando a noite, não é, contudo, a mãe-lua ou a senhora lua, mas sim uma de suas filhas que é enviada pela genitora para cumprir seu alumiado percurso após o escurecer.
Como são muitas as filhas da lua e a matriarca apenas ordena o trabalho a ser realizado pela sua filiação, logo ao amanhecer é indicado a cada uma onde deverá surgir brilhando no céu daquela noite. Lua mais velha vá por ali, lua mais nova vá acolá...
Assim, enquanto a mãe continua recolhida na sua moradia astral, cada filha vai brilhar na noite do continente europeu, do asiático, do africano, do americano, e assim por diante. E é por isso que a lua não brilha igual e não se apresenta da mesma forma em todo lugar.
Imaginam que a lua seja uma só onde quer que apareça, mas não acontece assim não. A lua do Japão não é a mesma lua das cordilheiras andinas, a lua das estepes russas não é a mesma que ilumina as tradições noturnas dos aborígenes australianos.
A lua do sertão é muito diferente daquela avistada na cidade grande. Do mesmo modo, a lua que se derrama na escuridão de uma região não é vista de modo igual por todos que ali habitam. Até mesmo porque a lua que ilumina cada lugar está sempre acompanhada de outra lua, sua irmã.
E esta, de tão triste e recolhida, quase sempre é ofuscada pela luz principal. Mas não para todos, pois ela vem exclusivamente destinada a ser vista apenas por certas pessoas, que por seu estado espiritual ou sentimental, não conseguem reconhecer a lua principal. Apenas a lua triste.


Esta lua triste possui uma história tão triste quanto a tristeza de uma lua entristecida. Tida como filha problemática da família, principalmente por gostar de viver solitariamente recolhida, escrevendo versos no breu das galáxias, dizendo que preferia ter nascido estrela cadente a ser lua no seu mesmo percurso.
Enquanto suas irmãs brincavam e cantavam, a lua triste recolhia-se à janela para lançar os olhos lacrimejantes aos desvãos dos astros perdidos; enquanto suas irmãs se enchiam de joias douradas, perfumes etéreos e vestimentas bordadas nas nuvens, ela preferia a singeleza de uma lua vestida apenas com a cor dos olhos de quem a avistava.
Por ser assim e nunca aceitar ser forçosamente diferente, é que era rejeitada pelas irmãs e castigada pela mãe. Para diminuí-la, para que se sentisse como insignificante, é que jamais lhe foi permitido iluminar, sozinha, qualquer continente ou país, ou mesmo pequenina região.
E para aumentar seu castigo teria que trabalhar muito mais que as outras. Enquanto cada uma seguia para seu lugar na noite, ela tinha de dividir-se em muitas e acompanhar cada irmã aonde elas fossem. A irmã se apresentava imponente, cheia, bonita, enquanto ela ficava entristecida esperando uma chance de lançar qualquer raio de luz.
Assim, a aparição na noite da lua triste era e continua diferente daquela de suas irmãs. Acompanha, ao mesmo tempo, cada uma delas, mas não pode ser avistada por todos como acontece com aquela de luz indistinta, de luz principal.
Contudo, tal fato acabou se revelando de importância fundamental para muitas pessoas, ainda que a própria lua triste talvez nem tenha conhecimento disso. Como dito, pessoas existem que só conseguem avistar a lua triste, o astro entristecido que derrama sua luz em gotas de melancolia, em pétalas de saudade, como orvalhos poéticos e solitários.
Por mais que a outra lua resplandeça cheia, alegre, festiva, os olhos apaixonados só conseguem avistar a luz do outro luar, da lua triste. Assim, nas janelas solitárias da noite e nas montanhas dos corações amargurados, a lua triste passeia em sua plenitude.
E que luz encantadora, ainda que esteja ofuscada pela lágrima que cai.

Escritor
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04 maio 2020

LIVROS SOBRE CANGAÇO...







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FATO ÚNICO UMA CRIANÇA AO RELENTO EM PLENO SERTÃO


Uma das maiores dificuldades da mulher cangaceira ao parir, era sem dúvida decidir, como e com quem ficaria o 'rebento'.

Não era permitido que o recém-nascido ficasse com o grupo de cangaceiros e, ao ser exposta às intempéries da natureza (sol, chuva, falta de abrigo, alimentação, água etc..), falecia. Para evitar isso, logo que o bebê nascia com poucos dias era doado, a um vaqueiro, padre, coronel ou alguma pessoa de confiança.

Às vezes, acontecia de uma cangaceira parir e, sem tempo, ainda, de doar a criança a uma pessoa com as referências supracitadas, Acontecia um tiroteio e, o recém nascido ficava no meio da caatinga, entregue a sua própria sorte e a Deus.

Acima, temos uma foto rara mostrando uma situação dessa do filho do cangaceiro Ângelo Roque, em que a criança foi recolhida da caatinga através do Tenente Noblat e, posteriormente, foi criada pela família do sargento Edgar.


Fonte da Foto: Lampeão, Ranulfo Prata.
Créditos: Ivanildo Silveira (Grupo Lampião Grande Rei do Cangaço - Facebook)


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01 maio 2020

O POETA LAMPIÃO E O DIA DA LITERATURA

Osvaldo Abreu ( Abreu) - Alto da Compadecida, 01 de maio de 2020

A vida do sertão não é só a seca,
Há poetas, escritores e artesãos.
João Batista Siqueira, homem de pouca letra,
Conhecido como Cancão,
Poeta de mão de maio cheia, verso oral sem caneta,
Poesia de alma e grandeza de coração.


Nascido em 1912, em São José do Egito,
Eta! Pernambuco de poesia,
Cantava o sertão triste em grito,
Versos chorosos da vida do dia a dia,
A chuva que não vinha, a saudade do ovo frito
Cancão é só poesia.


Da Paraíba, a gente não pode esquecer
Leandro Gomes de Barros de Pombal,
Poeta que em Recife foi morrer,
Poeta de Cordel universal,
Cancão de Fogo era conhecido, vê
Escrevia o riso e o fatal.


Lampião para uns bandidos,
Para outros um herói,
Também um herói-bandido,
Muita gente se corrói,
Lampião, poeta nunca será esquecido.
Nas noites de São João, escuta a voz.


“Olê, mulher rendeira, olê, mulher rendá
Tu me ‘sina fazer renda
E eu lhe ensino a namorar.”
Canta a moça da cidade e a da fazenda.
Lampião quem não há de lembrar?
Mulher Rendeira é boa encomenda.


Mulher Rendeira do poeta Lampião,
Primeiro de maio, dia da literatura,
Virgulino, poeta e artesão,
Lampião é história e cultura.
Poeta tal qual Cancão,
A poesia é alma e não fúria.


Osvaldo Abreu (Abreu)


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28 abril 2020

'TINHA PRAZER EM AJUDAR OS OUTROS', DIZ FILHO DE MULHER MORTA POR COVID-19 EM MOSSORÓ, RN


Maria Goreti tinha 67 anos de idade e foi primeira-dama do município de Severiano Melo por três vezes.

Por G1 RN
Goreti Melo acompanhada dos filhos e do marido — Foto: Arquivo da família


Maria Goreti Melo Freitas Martins tinha 67 anos de idade e morreu vítima da Covid-19 em Mossoró, no Oeste potiguar, na noite desta segunda-feira (27). Goreti foi primeira-dama da cidade de Severiano Melo, onde nasceu, por três vezes e era conhecida no município mossoroense. “Uma pessoa que tinha prazer em ajudar os outros. Uma pessoa de um coração que não vi outro igual”, resumiu um dos filhos, o médico Rodolfo Maciel.

Goreti era diabética, hipertensa e sofria com problemas renais. Segundo Rodolfo, no dia 17 de abril a mãe relatou problemas para urinar. No dia seguinte, teve febre e diarreia.

Na segunda-feira posterior, dia 20, fazia hemodiálise quando se sentiu mal. Não conseguiu concluir o procedimento que realizava periodicamente por causa das complicações nos rins. “Até ali não apresentou tosse e os sintomas conhecidos da Covid-19”, reforça o filho.

Rodolfo Maciel conta que ele e seus irmãos, a médica Bárbara Nicoly, o dentista Renato Lúcio e o bioquímico Luis Antônio, estavam de quarentena, porque todos trabalham na área da saúde. Então Goreti só teve contato com o pai deles, o ex-prefeito de Severiano Melo, Silvestre Monteiro Martins.

Ainda no dia 20, ela sentiu-se mal novamente, já em casa. Foi levada para o hospital e, lá, realizou uma tomografia. O exame indicou a suspeita de Covid-19. Goreti então foi internada em uma enfermaria. De acordo com Rodolfo, na quarta-feira, dia 22 de abril, a mãe teve outro mal estar enquanto realizava a hemodiálise. Na madrugada da quinta, dia 23, teve falta de ar pela primeira vez.

O filho relata que foi aí que ela foi internada na UTI, porém não precisou ser entubada e nem teve agravamento do quadro. Foi uma medida de precaução, segundo Rodolfo. A essa altura já havia se confirmado que Goreti estava com o novo coronavírus.

Goreti Melo com parte dos netos, filhos e o marido — Foto: Arquivo da família

“Ela evoluiu bem e estava consciente”, afirma Rodolfo Maciel. Nesta segunda-feira (27), Goreti Melo realizou hemodiálise novamente e mais uma vez passou mal. “Ela convulsionou e teve uma parada cardíaca. Os colegas tentaram reanimá-la, mas não conseguiram”, detalha o filho.

Maria Goreti Melo Freitas Martins era casada há 40 anos com Silvestre Monteiro Martins, que foi prefeito de Severiano Melo três vezes. Os dois tinham oito netos.


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26 abril 2020

CANGAÇO - VOLANTE ANTÔNIO VIEIRA E A DIFICULDADE NA CAATINGA



Cangaço - Volante Antônio Vieira e a dificuldade na caatinga Antônio Vieira fala sobre alimentação, vestimentas, locomoção a 'prensa' nos coiteiros e amizade entre volantes e cangaceiros.

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NEGROS EM SANTANA.

  Clerisvaldo B. Chagas, 12 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3329 Uma panela de alumínio, vertical e comprid...