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07 outubro 2019

CONHEÇA A TRISTE SINA DE LUIZ PEDRO DO RETIRO

Por José Mendes Pereira

Se você quiser saber sobre o cangaceiro Luiz Pedro do Retiro adquira com urgência este maravilhoso trabalho do escritor José Bezerra Lima Irmão. Foram onze anos de pesquisa. Nele você irá saber tudo sobre os Ferreira e outros assuntos. 736 Páginas.

Solicite-o através do e-mail abaixo com o professor Pereira vendedor de livros do cangaço em Cajazeiras no Estado da Paraíba: 

franpelima@bol.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

04 outubro 2019

NENÉM, UMA RECORDAÇÃO

*Rangel Alves da Costa

Eu ainda era meninote quando avistei Neném pela primeira vez. Avistei e achei estranho, pois uma moça pequenina e com aspecto já de mais idade do que realmente tinha, com rugas pela face e voz um tanto grossa e arrastada. Havia nascido assim, com problema genético que lhe fazia parecer já envelhecida ainda jovem. Como ela não saia muito, sempre recolhida em algum canto da casa, então resolvi me aproximar um pouco mais, conhecê-la melhor. E desde então firmei uma amizade que se mostrou duradoura até sua despedida terrena.
Neném nasceu em prole distinta na cidade sergipana e sertaneja de Poço Redondo. Sua mãe Clotilde vinda da raiz dos Feitosa, uma das famílias fundadoras da povoação. Igualmente seu pai, do tronco dos Lucas, originária do Poço de Cima, primeiro arruado que deu origem à atual cidade. Contudo, casal humilde, sobrevivendo dos esforços cotidianos, num tempo onde os sertões eram somente da planta, do bicho e da terra. Quando seu esposo faleceu ainda moço, então Clotilde tomou as rédeas da família e criou sua prole no sacrifício e na luta.
Tempos após, Dona Clotilde deixou a residência na região central da cidade e se mudou para uma casinha um pouco mais distante, num canto de rua. Pela sua condição física e de saúde, Neném seguiu a mãe como uma criança que de um braço não pode desapartar. Assim, sempre sentadinha na sala da frente, num sofá rente à janela lateral, acompanhava a maestria de sua genitora na renda de bilros. Sim, Dona Clotilde até hoje (embora não se entregue mias ao ofício) é conhecida como uma das maiores rendeiras do sertão sergipano. Foi com a renda que, muitas vezes, conseguiu fazer a feira para o sustento familiar.


Neném continuava sempre ao lado da mãe. Ora, não podia sair de seu lado de jeito nenhum, pois somente ali o conforto e o amor que tanto necessitava. Com o calendário avançando, sua feição envelhecida foi deixando ainda mais marcas. E também o corpo se fragilizando ainda mais, pois degenerando pela própria disfunção genética. Fraquejava, mas continuava insistindo em existir. A família e os amigos, contudo, temiam que não suportasse muito tempo aquela fragilidade. E foi definhando, esmorecendo, até não mais suportar. Recebi a notícia de seu falecimento enquanto estava na capital, e muito lamentei não poder estar presente na sua despedida.
O tempo passou. E ela já deu adeus e partiu. Lembro-me ainda do chocolate, que ela primeiro fez cara feia e depois gostou. Recordo-me ainda de sua voz grossa, compassada, e de seu sorriso que despontava ante qualquer palavra. Lembro-me desse cantinho de sofá que é também cantinho da casa, bem juntinho à janela de Dona Clotilde, sua mãe. Neném sempre estava aí. Certa feita, quando levei esse mesmo retrato num quadro de parede, então senti seus olhos brilhando. Estava emocionada, tomada de comoção, quase sem acreditar no que via. O retrato está lá, continua na parede.
O retrato continua na parede, mas Neném apenas na memória e na recordação, no amor deixado e no amor sentido. O tempo passou e ela já deu adeus e partiu.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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01 outubro 2019

COITO DA PIA DAS PANELAS

Por Rangel Alves da Costa

Pia das Panelas, o nome pode ser entendido pela foto abaixo. O musgo verde está por cima da água num buraco formado na pedra pela própria natureza. No rochedo avistado há pelo menos cinco formações como esta. Cada formação aberta na pedra é conhecida como panela, precisamente por seu formato em bojo e o poder de acumular muita água. E pia significando o contexto de todas as panelas existentes neste rochedo. Daí o nome Pia das Panelas. E Coito da Pia das Panelas pelo fato de que este local, neste rochedo e arredores, o bando de Lampião muito buscou repouso e refúgio nas suas andanças pelos sertões de Poço Redondo. Não somente se acoitou como deixou marcas profundas de mortes e sofrimentos. Nada menos que cinco pessoas foram mortas e enterradas nestes arredores, entre cangaceiros e pessoas comuns. Onde fica? Na região da Comunidade Areias. E será um dos destinos do 1º Caminhos do Cangaço, que será realizado em Poço Redondo nos dias 15 e 16 de novembro de 2019.


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30 setembro 2019

NOVA DIRETORIA DO IHGP-INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PAJEÚ


Nova diretoria do Instituto Histórico e Geográfico do Pajeú - IHGP 
para o triênio 2019 a 2022.

 Presidente Augusto Martins ; 
Vice Presidente Louro Teles, 
Primeira Secretária Cecília Sousa, 
segunda secretária Zenóbia tesoureiro Danilo.

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28 setembro 2019

ELEGANTE, BONITA, BEM PRODUZIDA, PASTA EM UMA DAS MÃOS, MAS TÃO DESVALORIZADA!

Por José Mendes Pereira

Do alto de um sótão observei o seu jeito que vinha caminhando pela rua despreocupada, de salto alto sempre procurando um jeito para colocá-lo sobre as pedras, talvez, temendo enganchá-lo entre uma pedra e outra. Elegante, bonita, bem produzida, pasta em uma das mãos, morena, os seus cabelos longos e lisos voavam através do vento que nascia no Norte e se dirigia para o Sul. Uma elegância perfeita, lustrosa, bem produzida, sem defeito. Que pena que é tão desvalorizada!

Não senti o cheiro do seu perfume devido à distância, mas sei que com aquela elegância toda, ela estava muito bem perfumada, muito cheirosa, e só podia ser uma secretária executiva de uma autoridade qualquer, quem sabe, de um prefeito municipal, de um esculápio que não era empregado do "SUS", de um advogado de fama, de um delegado, de um promotor de justiça ou de um homem que bate o martelo na mesa e sentencia um réu qualquer para pagar por detrás das grades o seu erro. Toda sua sabedoria estava enfiada em uma bolsa luxuosa segurada por uma das suas belas mãos.

Mesmo um pouco distante do sótão vi que o seu olhar era brilhoso, cheio de esperança, confiante no hoje que começa e no amanhã que há de vir. Sorriso nos lábios diante de todo o seu rosto. A alma fazia crer que aquele dia seria mais um belo espetáculo que iria apresentar para os seus assistentes apreciarem e julgarem o seu trabalho. Não é em um trapézio que ela apresenta o seu espetáculo, porque ela não é trapezista, nem tão pouco bailarina ou moça de circo, aquela que faz os espectadores admirarem o seu vai e vem nos instrumentos de espetáculos; nem pensar em ser uma assistente de autoridade qualquer, mas apresenta o seu espetáculo que instrue, informa e forma a todos aqueles que sentados a esperá-la entre quatro paredes.

Aos poucos ela foi sumindo, sumindo e não a vi mais. Nem de perto e nem ao longe. Ela caminhou para ocupar o seu ofício em qualquer lugar.
Fiquei pensando um bom tempo sobre aquela mulher que elegantemente passeava entre as ruas do meu bairro. Desci do sótão e perguntei a uma senhora que varria a sua calçada se a conhecia. E sem demora a resposta chegou:

- Eu a conheço muito! Ela é minha prima.

- Ela trabalha aqui por perto?

- Ela é professora de uma escola que funciona do outro lado deste quarteirão...

- Sabe me informar quanto ela ganha?

- Um pouco mais de 1.200,00 Reais.

Não suportei. A minha mente desmoronou os meus neurônios como se o meu célebre tivesse sido banhado por uma porção de sangue vencido.

Tão elegante, tão bonita, bem produzida, pasta em uma das mãos, e dentro da pasta carregava o seu material de trabalho, mas tão desvalorizada!

O que faz o Congresso Nacional que deixa um professor ganhar um pouco mais de 1.200,00 Reais?

Tanta elegância, tanto carinho pela educação, tanto esforço, tanto amor pelos seus discípulos, tanta esperança que um dia isso poderá mudar..., entra ano e sai ano, e a educação continua de mal a pior, triste, doente, quase na UTI das irresponsabilidades de quem governa um país tão rico e tão lindo...

Somente os professores continuam sonhando todos os dias que Deus dá, e insiste dizendo que vale a pena sonhar, mesmo sendo desvalorizados. A esperança na verdade é a última que morre, e não adianta abandoná-la.

Sou professor aposentado e vejo que todos aqueles que continuam no ofício, sonham que um dia virá o melhor, mas é muito impossível que isto venha acontecer.

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26 setembro 2019

CANGACEIRO JOÃO BALAIO FOI MORTO

"O NORDESTE - Nº. 46 - 06 de Março de 1918 - Anno - II

Era bastante conhecido nos sertões limítrophes do Rio Grande do Norte e Parayba o célebre bandido João Balaio, auctor do assassinato de Clodomir Chaves, Presidente da Intendência do Patu.

João Balaio, cujo verdadeiro nome era Luiz Martins, perseguido pelas autoridades do Rio Grande do Norte, estava há mezes homisiado em Lagoa de Remígio comarca de Areia Branca, onde era noivo.

Em fins do mez passado Balaio veio ao município de Assú, onde consta que tinha parentes e amigos. Tendo cansado a burra em que montava, Balaio deixou-a em casa de um amigo e regressou a pé.

Chegnado em Lagoa de Remígio mandou um próprio para conduzir a burra, o qual trazia uma carta para um tal Snr. Benedicto dizendo que entregasse a burra ao portador. 

Passando o dito portador em S. Miguel de Jurucutu, a zelosa autoridade dali, o Sr. Vicente Lacava Filho, teve suspeita e prendeu-o. Interrogado, o portador contou tudo e entregou a carta que trazia.

Vindo o portador para aqui, as autoridades telegrafaram imediatamente ao chefe chefe de polícia, que requisitou a prisão das autoridades parahybanas.

Segundo telegramas recebidos esta semana, sabemos que Balaio resistiu à prisão, recebendo ferimentos, dos quaes veiu a fallecer depois. 

(D' "O Seridoense" de fevereiro p. findo).

Fonte: O Cangaço na Imprensa Mossoroense
Tomo II
Antônio Filemon Rodrigues Pimenta 
(Pesquisa e Organização)
Fundação Vingt-un Rosado
Coleção Mossoroense
Série "C!, número 1104, 
Outubro 1999

Digitado por José Mendes Pereira

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NEGROS EM SANTANA.

  Clerisvaldo B. Chagas, 12 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3329 Uma panela de alumínio, vertical e comprid...