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Resultados da pesquisa

20 fevereiro 2022

ANÁLIA FERREIRA, IRMÃ MAIS NOVA DOS FERREIRAS

 Por José Mendes Pereira

 

Anália Ferreira da Silva 

Não confundir Anália Ferreira da Silva com Amália Gomes de Oliveira. Anália Ferreira acima,era a irmã mais nova do capitão Lampião, isto é, dos Ferreira. E Amália Gomes de Oliveira, era irmã de Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita do capitão Lampião. Está explicado.

Amália Gomes de Oliveira - Acervo João de Sousa Lima.

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19 fevereiro 2022

" TENENTE ALFREDO E O CANGACEIRO MORENO ".

  Por Luís Bento

Tenente Alfredo Dias da Cruz

Alfredo Dias da Cruz, Tenente Alfredo. Tenaz perseguidor ao grupo de Antônio Inácio da Silva o cangaceiro " Moreno ".

Por ordem do chefe maior do cangaço lampião, o cangaceiro moreno encontrava-se no sul do cariri cearense, por volta do ano de 1937 a início de 1938. O cangaceiro Moreno e seu grupo, tinham com finalidade um acerto de conta com o fazendeiro Antônio Teixeira Leite seu Tonho da Piçarra. Uma dívida do passado, a morte do Cangaceiro Sabino Gomes, lugar tenente em 27 de março de 1928. Essa missão foi determinada por lampião a Moreno, por ele conhecer muito bem a região, antes mesmo de ingressar no cangaço, morou no município de Brejo Santo, bem próximo da Fazenda Piçarra. Essa missão imposta por lampião ao cangaceiro Moreno, era matar Antônio da Piçarra e levar a orelha como prova cabal do assassinato. Depois de várias tentativas,o cangaceiro Moreno terminou desistindo, e seu Tonho continuou vivo com sua invejável lucidez, memória e simpatia irradiante.

Em perseguição ao grupo de cangaceiros que assolavam a região, o tenente Alfredo Dias, montou pontos estratégicos para prender ou até mesmo eliminar o grupo. A primeira estratégia sugerida pelo tenente, segundo informações dos moradores do antigo Macapá atual Jati, foi: vigiar todos as fontes d'águas da região, proibiu a venda de feira grandes, que na época era suspeitas, feira pra cangaceiros. Segundo moradores da região, era oferecida posição de destaque perante a força do governo, a quem fornecerá informação privilegiada.

Na passagem do Cangaceiro Moreno pela região, houve um desentendimento entre os moradores: Manoel Gomes da Rocha, Nóia Gomes e Pedro Carolino de Sousa no sítio São Francisco em Macapá, Jati. Aconselhados pelo tenente Alfredo Dias, Nóia Gomes e Pedro Carolino, procuraram o Q.G. Quartel General da Cidade de Juazeiro do Norte, incorporaram a volante do tenente Alfredo Dias da Cruz e deram continuidade a campanha de combate aos cangaceiros em solo nordestino.

Por LUÍS BENTO.

Diretor de Cultura.

JATI/19/02/22/.

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18 fevereiro 2022

LIVRO DO ESCRITOR GUILHERME MACHADO

     Por José Mendes Pereira


Recentemente o escritor e pesquisador do cangaço Guilherme Machado lançou o seu trabalho sobre o mundo dos cangaceiros com o título "LAMPIÃO E SEUS PRINCIPAIS ALIADOS". 

O livro está recheado com mais de 50 biografias de cangaceiros que atuaram juntamente com o capitão Lampião. 

Eu já recebi o meu e não só recebi, como já o li. Além das biografias, tem fotos de cangaceiros que eu nem imaginava que existiam. São 150 páginas. Excelente narração. Conheça a boa narração que fez o autor. 

Pesquisador Geraldo Júnior

Prefaciado pelo pesquisador do cangaço Geraldo Antônio de Souza Júnior. Tem também a participação do pesquisador Robério Santos escritor e jornalista. Duas feras no que diz respeito aos estudos cangaceiros.

Jornalista Robério Santos

Não deixa de adquiri-lo. Faça o seu pedido com urgência, porque, você sabe muito bem, livros escritos sobre cangaços, são arrebatados pelos leitores e pelos colecionadores. Então cuida logo de adquirir o seu! 

Pesquisador Guilherme Machado

Adquira-o através deste e-mail: 

guilhermemachado60@hotmail.com

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17 fevereiro 2022

O CINEASTA DO CANGAÇO ADERBAL NOGUEIRA E O ANIVERSARIANTE DO DIA

 Por Volta Seca

Foto: fonte Google

Hoje (15/02) é o dia do aniversário de Aderbal Nogueira... Uma pessoa muito querida e estimada por todos.

Além de ser uma grande figura humana e, um excelente profissional, tendo singrado com sua equipe, todos os sertões nordestinos, registrando em suas lentes, a várias décadas, a história e a cultura do nosso povo.

Ao ADERBAL, em nome do administração do Grupo LCN ( Volta Seca Seca e Narciso Dias), a nossa sincera homenagem e, que Deus o ilumine, juntamente com toda a sua família.

Adendo - http://blogdomenesemendes.blogspot.com

O blog do Mendes e Mendes e os blogs filiados a este, juntamente com a sua página no facebook, e em nome dos nossos leitores, dedicamos-lhe muita paz, saúde, prosperidade, compreensão e tudo de bom no decorrer de toda a sua vida. 

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
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16 fevereiro 2022

A REPERCUSSÃO DOS ATAQUES DO CANGACEIRO SINHÔ PEREIRA À PARAÍBA E A INFORMAÇÃO SE LAMPIÃO ESTEVE EM TERRAS POTIGUARES EM 1922


Jornal carioca A Noite, pág. 4, de 6 de março de 1922 | Fatos de história, História do brasil, Fatos e fotos

“NOTÍCIA RUIM CHEGA LIGEIRO!” No dia 25 de dezembro de 1921, na pequena vila de Luís Gomes, o cabo Francisco Rodrigues Martins e o soldado Luis Antonio de Oliveira, foram assassinados …

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15 fevereiro 2022

DOIS RANCOROSOS PATENTEADOS SE ENCONTRAM PARA AMENIZAREM RIXAS PASSADAS.

  Por José Mendes Pereira 

Coronel Joaquim Resende e Melchiades da Rocha

Conta o escritor Alcindo Alves Costa em seu livro: “Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico” que o rio São Francisco foi um grande agasalhador do povo sertanejo. E lá, o povoamento foi se formando nos alarmados declives de sua margem.

Já no ano de 1611, um minúsculo povoado nascera lá, onde os sofridos sertanejos construíram as suas barracas, na intenção de sobreviveram através da pesca, uma vez que as dificuldades alimentares eram presentes. Como o rio era favorável à pesca, mesmo faltando-lhes outros alimentos necessários à sobrevivência, todos preferiam viver ali mesmo, no intuito de não morrerem de fome em outras regiões. E nessa época, o lugarejo pertencia ao município de Mata Grande, conhecido em todas as regiões adjacentes por Jaciobá. Os tempos foram se passando, e a cada ano eram construídas mais casinholas, fazendo com que o lugarejo fosse se expandindo gradativamente. E no ano de 1881, no dia 18 de junho, através da lei nº. 756, finalmente o lugarejo foi emancipado, tomando posse como primeiro intendente, ou seja, prefeito, um senhor chamado Serafim Soares Pinto. E assim que passou a ser cidade, começou a se desenvolver mais ainda, tornando-se um importante município nas terras alagoanas. Mas posteriormente, este valoroso município passou a ser chamado definitivamente de Pão de Açúcar. 

E já no século XX, o município passou a ser comandado pelo coronel Joaquim Resende, um senhor de grande força política que chegou a ser odiado por alguns e admirado por outros. Era um homem rancoroso ao extremo, uma vez que não temia a ninguém. Mas apesar de ter seus adversários, mesmo assim, era um homem muito respeitado por todos que moravam lá, e pelos povoados adjacentes. O coronel Joaquim Rezende tinha as suas intrigas, tendo como inimiga, a família Maia, uma das mais tradicionais que também não se rendia ao patenteado.
           
No ano de 1935, dois rancorosos e poderosos pela primeira vez se encontraram, ambos patenteados. Por um lado, o poderoso e zeloso da sua patente militar, o coronel Joaquim Resende. E pelo outro, o afamado e considerado o governador dos sertões, o amante das armas, o perverso e sanguinário capitão Lampião. No encontro marcado para os afamados a única finalidade era discutirem os desejos de ambos, como donos da lei.

Como Lampião queria na força e na raça ser governador do sertão e o coronel Joaquim Resende achando que o rei não podia lhe dar ordem, o assecla se sentindo desprestigiado, organizou uma maneira de atormentar a administração de Joaquim Resende. E sempre que colocava os pés naquela região sertaneja fazia invasões com depredações e ainda praticava mortes. 

Sendo disposto e exigente com a sua soberania o coronel Joaquim Resende dizia abertamente, que os arrufos de qualquer ser humano não lhe metiam medo. E nem tão pouco de cangaceiro, assim como Lampião.
                                                            
Como o rei ficou chateado com o que dissera o oficial contra a sua pessoa o capitão Lampião resolveu fazer uma perseguição a alguns dos seus amigos. E assim que principiou o ataque aos amigos do coronel, este não querendo deixá-los sozinhos, isto é, entregue às vontades do perigoso Lampião, passou a apoiar as decisões que os seus aliados tomavam contra o assecla.
                                               
Com a decisão tomada por Joaquim Resende tanto os amigos do patenteado como os do outro o  rei Lampião, ficaram bastante preocupados, afirmando que, se o oficial não medisse as palavras que soltava ferindo o rei do cangaço, a vingança não tardaria acontecer. E a partir dessa desavença entre os poderosos, os protetores das duas autoridades deram início a uma forma de a quieta, a quieta, na finalidade de acabarem com a briga entre as suçuaranas humanas. O medo que eles tinham era se Joaquim Resende continuasse usando certos termos desrespeitando a majestade, uma vez que este não o perdoaria, e com certeza, a sua vingança seria devastadora. 

Na verdade, quem não quisesse ser desmoralizado ou derrotado não adiantava criar problemas com Lampião, pois além de ser destemido, era altamente perigoso e vingativo. E quando não conseguia dominar os seus inimigos e perseguidores iniciava uma destruição em massa, sem reservar ninguém e nem a quem, tentando vencê-los na força, com combates e na coragem. Mas era do conhecimento de todos que o rei Lampião sempre dizia: 

“-Tenho respeito por juízes e coronéis. E só brigo com estes patenteados quando eles querem, pois se depender de mim, eu não brigo”.

Mas como em todas as brigas tem sempre uma pessoa que faz o papel de sossega leão, um senhor chamado Zuza Tavares, foi um dos incumbidos pelos amigos para resolver a questão entre os dois indomáveis leões. 

Os amigos de ambas as partes marcaram uma reunião, e decidiram que o importante para os dois se entenderem, seria organizar um encontro entre as duas feras humanas. 

- E quando seria este encontro? 

- Logo no início do ano de 1936. 

- E o local do encontro?  

- Seria na Fazenda Floresta, lá nas terras sergipanas, no Maitá, já que o rei e sua respeitada saga estavam de redes armadas e cachimbos acesos naquele lugar. 

- E quem ficaria encarregado de providenciar o transporte até à fazenda? 

- O grande honrado para adquirir o transporte foi um senhor chamado Messias de Caduda. 

- E qual seria a locomoção que o famoso rei iria até a casa do coronel Joaquim Resende? 

- Lógico que seria em uma bela e zelada canoa, já que no lugar não tinha iates, barcos ou outra coisa parecida. 

- E de quem seria esta canoa? 

- Seria a canoa  de um senhor de nome João de Barros porque apesar de ser pescador, era um homem de grande confiança. 

Este foi o confiado para levar o rei ao encontro do coronel. E sem muita demora, foi feito o contrato do aluguel da canoa para este fim.

João de Barros se sentindo importante, por ter sido escolhido para transportar a majestade, deu início a uma grande limpeza no honrado transporte, tirando o excesso de salmouras de peixes entre as tábuas. Afinal, nele iria entrar um dos homens mais importantes do nordeste. Depois o higienizou com um cheiroso detergente. E em seguida, partiu para o local combinado. Canoa pronta, sua majestade dentro dela. E sem mais tardar, João de Barros remou o belo transporte em direção a Pão de Açúcar, até a Fazenda Floresta.    

Mas, desconfiado, sagaz e cuidadoso com a sua vida e as dos seus comandados o rei Lampião achando que poderia existir alguma armadilha na fazenda Floresta, antes de chegarem ao local combinado, mandou que o João de Barros encostasse a canoa à beira do rio. Este obedeceu a sua ordem. O assecla incumbiu que o Messias descesse e fosse até à fazenda Floresta, e lá, fizesse uma rigorosa vistoria, olhando todos os cômodos da casa, revistasse tudo, tim-tim por tim-tim. Assim que terminasse a revista por dentro da mansão, fosse vistoriar as suas laterais, e não deixasse nada por revistar. E ainda o rei o advertiu que não queria nenhuma novidade inesperada, pois se isso acontecesse contra ele e os seus asseclas Messias já sabia muito bem que ganharia uma penalidade horrorosa. Ou o rei o mataria com um tiro, ou o enfiaria o seu longo punhal na sua clavícula.
                                                              
Messias ao entrar na casa deu início à revista.  E enquanto fazia a revista, olhou para um dos lados e viu um senhor que pelo seu jeito de se vestir, pareceu-lhe ser  uma autoridade. E era mesmo. Sem dúvida, o coronel Joaquim Resende, o grande e respeitado oficial. O Messias que ainda não o conhecia, depois de algumas conversas, pediu que o perdoasse por ter entrado ali sem a sua generosa autorização, e alegou que era ordem do capitão Lampião para revistar o ambiente.   

O coronel Joaquim Resende não tendo nada a opor disse-lhe que Lampião tinha razão, pois ele estava mais do que certo. É claro que o coronel não iria tirar a razão de Lampião em mandar alguém para uma averiguação, pois a majestade precisava de proteção, tanto para ele como para os seus comandados.  E sem querer usar os seus poderes, apesar de ser uma autoridade, disse ao coiteiro que naquele momento aquela mansão estava entregue a ele. Autorizando-lhe que percorresse todos os cômodos e dependências, inclusive revistasse as laterais da residência.  Terminada a revista o Messias retornou ao local onde estava a majestade e os seus valiosos asseclas.                            

Mas o capitão Lampião podia ficar tranquilo pois o coronel Joaquim Resende e os seus comandados não eram covardes para prepararem uma armadilha contra ele. O que ali iria acontecer era simplesmente um acordo entre os dois arrogantes, e jamais seria feita uma traição. O rei quando dava uma palavra, cumpria. E por que Joaquim Resende não poderia cumprir a sua? Assim que o coiteiro retornou à presença do rei, ainda meio preocupado com a segurança, e  não acreditando, Lampião exigiu que o coronel fosse até a beira do rio São Francisco onde ele se encontrava.                                             

Não temendo o chamado, mas o respeitando, o coronel Joaquim Resende dirigiu-se para o local sem se sentir inferiorizado e sem nenhum problema. Na hora do encontro, todos foram abraçados pelo assecla, principalmente o patenteado. Em seguida, tomaram rumo ao palacete do oficial. Lá, foi necessário que o Zuza Tavares se retirasse do local, pois Lampião precisava conversar com o famoso coronel Joaquim Resende  um assunto a dois.  A reunião muito se demorou e só terminou lá pela madrugada. E com certeza, foi de grande interesse entre os dois poderosos.

Quando terminou o encontro os amigos de ambas as partes se sentiram realizados, uma vez que as queixas de Lampião contra o pessoal do coronel Joaquim Resende, principalmente uma que ele tinha com um fazendeiro de nome Juca Feitosa, as rixas, e as amizades foram vistas com carinho, bons olhos e reconquistadas.

O coronel Joaquim Resende que se tornou amigo de Lampião, prefeito de Pão de Açúcar e chefe político do partido UDN foi assassinado numa manhã do mês de setembro do ano de 1954 em São José da Tapera. Na época este era um pequeno povoado do município de Pão de Açúcar. Foi morto com tiros de parabelum. 

Seus assassinos foram Elísio Maia e seu irmão Luiz Maia que se diziam perseguidos pelo mesmo. Inclusive, conforme declarações do próprio Elísio Maia, feitas na fase do inquérito policial, a vítima vinha armando várias emboscadas para matá-lo, que era Prefeito na época do ocorrido. Após ter  assassinado o coronel Joaquim Resende Elísio Maia abandonou o  mandato de Prefeito e se mandou  para o Sul do Brasil.

Fonte de pesquisa: "Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico".

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14 fevereiro 2022

ZÉ RUFINO O MAIOR DOS COMANDANTES

   Por Raul Meneleu Mascarenhas

Alcino Alves Costa foi um dos grandes pesquisadores do cangaço e em seu livro "Mentiras e Mistérios de Angico" traz o seu reconhecimento desse bravo pernambucano que combateu o banditismo e através de raciocínios lógicos, nos faz ver que realmente esse grande soldado, combatente de cangaceiros, foi também um excelente estrategista, e exemplo de coragem e inteligência. 


Quando comecei a estudar e pesquisar sobre o cangaço, inicialmente via Zé Rufino com reservas, sua caçada ao cangaceiro Corisco, foi finalizada de uma forma que podemos enxergar como prepotente, pois Corisco estava rendido e sem condições de enfrentar a força da volante comandada por ele. Não me atenho aqui às acusações que fizeram contra ele, em estar em busca de uma pequena fortuna que achava, se encontrar com o cangaceiro. 

Mas sim, a forma em que abateu um homem sem forças, praticamente aleijado, e que não podia sustentar o peso de uma arma. Morreu Corisco por talvez não querer ser preso. Sua mulher, Dadá, mulher de coragem e guerreira, baleada veio a perder uma das pernas, mas que Zé Rufino em respeito não permitiu que seus homens fizessem com ela e com o marido morto, o que comumente faziam, cortar as cabeças.

Sei que alguns ainda odeiam a esse homem corajoso e guerreiro, por sua perseguição a Lampião. Mas devemos entender que os cangaceiros eram bandidos e tinham que ser caçados, presos ou mortos nos combates, pois a sociedade sertaneja já não suportava as investidas muitas vezes bárbaras de tais homens.

Aqui temos uma entrevista concedida pelo famosos Comandante de Volante Policial, Coronel Zé Rufino ao Jornalista Paulo Gil Soares em 1964.

Abaixo, temos então o comentário de Alcino Alves Costa, sobre o célebre José Osório de Farias, o lendário Zé Rufino, que pode ser considerado o maior do comandantes de volante, e perseguidor de cangaceiros.

Zé Rufino o maior dos comandantes 

Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas , Sergipe e Bahia foram os Estados brasileiros que guerrearam anos sem conta os grupos bandoleiros que infestaram todo o chão nordestino. Tropas e mais tropas vagaram pelos ermos das caatingas, na perseguição incessante, expostos e sujeitos a toda espécie de perigos que o rigor da campanha fatigante os fazia enfrentar. 

Luta sangrenta que via varar anos e mais anos, aumentando, cada vez mais, o sofrimento e agonia do homem do campo, assim como os responsáveis pela manutenção da ordem que padeciam sentindo o orgulho ferido, sem poderem nada realizar para impedir a crescente força, cada vez maior, das grandes estrelas do cangaço. Esses mantenedores da lei não possuíam condições e nem meios para exterminar o grande flagelo oriundo do banditismo. Lendários e famosos, respeitados e temidos, receberam de seus superiores a delicada incumbência de comandar forças militares que adentravam as caatingas com o nome temível e violento de "Volante do Governo". 

Homens que, como os maiores do cangaço, se tornaram lendas na odisseia cruenta da guerra cangaceira. Poderíamos citar nomes e mais nomes de bravos chefes de volantes, heróis de envergadura de Clementino José Furtado, alcunhado de "Quelé do Pajeú", que em outros tempos havia sido um famanado cangaceiro lá das bandas de Triunfo, para depois servir ao governo de Pernambuco, comandando uma volante famosa e extraordinária, apelidada de "Pente Fino". 

Ninguém esquece as façanhas dos dois nazarenos: Manoel de Sousa Neto, o falado Mané Neto e Odilon Flor. Ainda: Luís Mariano da Cruz, Teófanes Ferraz Torres, que se celebrizou por ter sido o autor da prisão do luminar Antônio Silvino, o grande Rifle de Ouro do Nordeste; João Bezerra da Silva, célebre matador de Lampião; o baiano Liberato de Carvalho, destemido comandante de forças daquele Estado; José Lucena de Albuquerque Maranhão, afamado chefe das torças alagoanas de repressão ao banditismo e cruel matador de José Ferreira da Silva, pai de Virgulino. 

Ainda David Jurubeba, Arsênio de Sousa, Optato Gueiros e tantos outros que pelejaram com os facinorosos dos sertões; uns realmente caçando bandidos e muitos outros se espalhando pela imensidão das caatingas, adentrando matas e cerrados, sem pensar em caçar cangaceiro, mas com o intento único de beneficiar-se da caótica situação reinante nos campos pisados pelos bandoleiros, em nome de uma lei que, indignamente, se arvoravam de representantes, espoliavam e maltratavam ao máximo o homem e a vida daquele inculto e desconhecido mundo. 


Pernambuco, meca dos volantes, paraíso das grandes vinditas, é o Estado natal daquele que pode ser considerado o maior do comandantes de volante, o célebre José Osório de Farias, o lendário Zé Rufino. Nascido a 20 de fevereiro de 1906, na cidade de São José de Belmonte, seus pais se chamavam Osório Gomes de Farias e Maria Rufino da Conceição, residentes na fazenda "Vai Querendo". Família egressa da terra bravia do Ceará, vitimada por velhas e perigosas pendengas com os Bezerras, gente forte que os obrigara a abandonar seu solo e procurar vida nova nas regiões sertanejas do grande Estado nordestino. 

Um misterioso "causo" dava conta que Zé Rufino e Lampião vinham do tronco de uma mesma árvore genealógica cearense, ambos, porém, nascidos no sertão pernambucano. Se verdade ou lenda, o que se sabe, com absoluta certeza, é que os dois notáveis caboclos possuíam elos dos mais íntimos. Como se sabe, suas famílias foram egressas do Ceará, sendo que Lampião tinha apenas o pai, filho daquele Estado, uma vez que sua mãe, dona Maria Vieira Lopes, era filha de Manoel Pedro Lopes e dona Maria Jacosa Vieira, todos filhos do Pajeú. 

Possuíam, também, uma aparência física verdadeiramente impressionante: eram iguais na cor, na estatura, no formato, nos modos, na valentia, além de uma inteligência fora dos padrões normais daquela gente. Ainda tocavam fole, faziam perneiras e gibão, sapatos e rolós; ambos extraordinariamente bons no coice do mosquetão. Segundo declarações do próprio Zé Rufino, a Paulo Gil Soares, em seu livro "Vida, Paixão e Morte de Corisco o Diabo Louro", 
página 52, depois de convidado por Lampião para engajar-se no cangaço, recusa. 

Tempos depois recebe uma mensagem do coronel João Novais, que o induz a seguir para o Estado da Bahia, justamente para perseguir e combater o famoso conterrâneo que se bandeara para os sertões sergipano e baiano. E lá se vai o rapaz de São João do Belmonte com mais três parentes para o Estado da Bahia, mais precisamente para a cidade de Jeremoabo, sede, naquele Estado, da campanha de repressão ao banditismo. Vem daí o começo da guerra particular e feroz travada entre os dois pernambucanos, numa medição de forças que durou longos anos, espetacular disputa onde caçado e caçador mostravam toda grandeza de suas proezas e bravuras. 

Em pouco tempo vemos Zé Rufino comandando uma volante, já então iniciado nos caminhos da fama. Usando sua rara inteligência, escolhe vinte homens para com ele trabalhar. Os escolhidos eram destemidos e valentes, portadores mesmo de uma coragem muito acima dos limites da normalidade e da imaginação humana, todos experientes mateiros que, sob o comando seguro e capaz do filho de seu Osório, escreveram páginas repletas de heroísmo e glórias, escritas pelo fogo ardente e mortal expelido pela boca negra de suas temidas armas.
Homens Que Atuaram Nesta Famosa Volante 

Levando-se em conta que nem todos começaram e terminam juntos toda a campanha, de uma forma geral, a maioria sempre esteve junta, formando no mesmo grupo, com apenas uma ou outra mudança que o passar dos anos exigia. Os grandes nomes da volante foram os seguintes: Além do notável comandante, haviam: dois cabos; Artur Figueiredo e Miguel Bezerra, também conhecido como Miguel de Contânça; Gervásio, que era o rastejador, aliás, um dos melhores; os soldados Leonídio, Besouro, Capão, João Doutor, Joao Severiano, Zé Serra Negra, Paulino de Belo (Paulo de Tavinha), Bentivi, Alípio, Zé Monteiro, Jovino Juazeiro, Ercílio Novais, João Fuisso, João Venâncio, Zé Firmino de Matos, Valdemar e João Redondo. 

Nessa volante trabalhou também Badu Feitosa que poderia ter sido um dos mais famosos, mas foi expulso da volante (ver capítulo sobre o mesmo) 

Zé Rufino e seus comandados eram aquartelados no então povoado Serra Negra, no Estado da Bahia, nas divisas com o Estado de Sergipe, berço do clã dos Carvalhos, descendência familiar completamente diversa dos lendários Carvalhos de Pernambuco, que sustentaram a tenebrosa guerra com os Pereiras comandados pelos famosos Padre Pereira, Luís Padre, Sinhô Pereira, Né Dadu e tantos outros bravos. 

Os Carvalhos de Serra Negra eram senhores de cutelo e baraço, e o tenente João Maria era o grande chefe do clã, do povoado e das redondezas. Nesse povoado, Zé Rufino fez o seu ponto de partida para as ferozes batalhas contra os grupos de bandoleiros que infestavam os sertões da Bahia e de Sergipe. 

Zé Rufino e seus homens foram um dos grandes pontos de referência que ajudavam a alimentar as rezas, as crendices e o misticismo da gente sertaneja. Toda a sertanejada achava e ainda acha que os componentes dessa volante viviam protegidos pelas mandingas e rezas fortes da negra velha da serra, famosa pelas suas orações e patuás, razão pela qual os dessa volante jamais saíam feridos dos combates. 

Contam-se verdadeiros milagres acontecidos durante perigosos tiroteios, quando somente uma proteção superior ajudava os valentes de Zé Rufino a se livrarem das mortíferas balas dos medonhos inimigos. O massacre dessa volante era o grande sonho, não só de Lampião, mas de toda cangaceirada. 

O que se sabe, dentro do critério da mais pura verdade, se pelas rezas e crendices, ou ainda por qualquer outro mistério, é que os membros daquela lendária volante, homens que destemidamente enfrentavam, na guerra medonha dos sertões, os valentões do cangaço, vivendo quase sempre expostos aos enormes perigos dos mortais recontros, milagrosamente, nenhum deles foi morto ou sequer baleado. 

Portanto, não se compreende qual a força ou o poder dessa volante que tanto brigou, tanto guerreou, tantos bandidos matou ou feriu, sem sofrer qualquer baixa. Que estranho poder envolvia e amparava Zé Rufino e os seus? Por que as balas inimigas não atingiam o comandante e nem os seus comandados? 

Este foi caso único em toda história da guerra cangaceira. Para o povo tudo não passava das rezas daquela negra protetora da volante ou, talvez, a mão divina auxiliando e guiando Os bravos componentes da volante. Mas é claro, se deve reconhecer, dentro de toda essa sorte ou proteção maior, via-se a apurada técnica e maestria do genial comandante, que sabia, como poucos, enfrentar os mais duros combates, usando perfeitas táticas e magistrais manobras. 

Zé Rufino quase sempre conduzia a sorte para o lado de sua volante. Ao contrário de tantos outros comandantes, Zé Rufino procurava sempre se esmerar e se fazer respeitar não só pelos bandoleiros, mas por todos que nos sertões viviam e, mais ainda, pelos seus subordinados e superiores. 

Zé Rufino é um daqueles que fazem parte da gloriosa dinastia dos bravos guerreiros da história sangrenta, daqueles que de um lado ou de outro se enfrentaram na guerra sertaneja. É um dos lendários titãs cujos bacamartes faziam todo o sertão apequenar debaixo de suas duras ameaças. 

As grandes estrelas da valentia nordestina foram: Alexandre da Silva Mourão, o famanado dos Mourões; José de Barros Melo, apelidado de Cascavel, uma das feras dos irmãos Meios; o inimigo capital dos Mourões, parente muito próximo do famoso André Vidal de Negreiros, que foi um dos baluartes da luta contra os holandeses, o famoso bailarino e tocador de viola, Vicente Lopes Vidal de Negreiros, lendariamente conhecido como Vicente da Caminhadeira. 

Bravos como ele foram: Simplício Pereira da Silva, um dos ferozes homens dos Pereiras, apelidado de "Peinha de Mão"; Né Dadu, que formou com seu irmão Sinhô Pereira, as maiores bandeiras dos Pereiras; Os destemidos e heroicos defensores dos Carvalhos, inimigos mortais dos Pereiras, João Lucas das Piranhas, Jacinto Alves de Carvalho, o Celebrado Cindário; José e Antônio, das Umburanas; Cirilo do Lagamar, Luís Nunes de Souza, o famanado Luís do Triângulo; João e Manoel Marcelino, que eram, respectivamente, os cangaceiros Vinte e Dois e Bom de Vera; José Bernardo, que é o José Piutá ou ainda Casa Velha; Jesuíno Brilhante, que na vida comum se chamava Jesuíno Alves de Melo Calado, um dos maiores e mais afamados cangaceiros de Afogados da Ingazeira; o grande Rifle de Ouro dos Sertões, António Silvino, sem se falar na maior e mais luminosa estrela, o grande rei, Virgulino Ferreira da Silva. 

Portanto, não seria exagero juntar-se a essa plêiade de titãs, homens como o próprio Zé Rufino, Miguel e Artur, os dois cabos de sua perigosa volante; Mané Véio ou Antônio Jacó — a fera de Santa Brígida, Os nazarenos Mané Neto e Odilon Flor, os baianos Besouro e Leonídio e tantos outros que formaram nesta constelação que iluminou o universo cruento das terríveis lutas, pendengas e batalhas, que estão escritas no livro rubro da história sertaneja. 

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NEGROS EM SANTANA.

  Clerisvaldo B. Chagas, 12 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3329 Uma panela de alumínio, vertical e comprid...