Por Cangaço Eterno
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Hoje à noite fica com A Noviça Rebelde.
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Acervo Jaozin Jaaozinn
Fotografia da força volante de Odilon Flor na região de Pernambuco, possivelmente no final da década de 1920.
Odilon Nogueira de Souza, famoso Odilon Flor, nasceu no povoado de Nazaré do Pico/PE, no dia 12/01/1903, filho de João de Souza Nogueira e Teodora Souza Ferraz, pertencendo a respeitada família Flor e seguindo uma grande linhagem de parentes que se aventuraram na campanha contra o cangaço.
Ingressou na Polícia Militar de Pernambuco, em 1923, como contratado para depois ser efetivado, chegando ao posto de cabo. Porém, antes disso, já no ano de 1919, participou de um tiroteio junto com seus parentes e conterrâneos contra os irmãos Ferreira, deixando Livino Ferreira ferido, que foi conduzido para a Delegacia de Floresta/PE.
Participou de muitos combates, sendo os principais:
• 𝐀𝐠𝐨𝐬𝐭𝐨 𝐝𝐞 1923
Enfrentou o grupo de Lampião na Fazenda Barriguda, próximo à Serra do Pico/PE, onde foram mortos os cangaceiros Firmo, Sátil e Batista, tendo o bandoleiro Tubiba como ferido.
• 𝐃𝐞𝐳𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨 𝐝𝐞 1923
Reforçando uma pequena volante comandada pelo Aspirante Galdino, trava combate com o grupo de Lampião no Enforcado, no município de Floresta/PE, morrendo o cangaceiro Piloto.
• 𝐉𝐚𝐧𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐝𝐞 1925
Integrando a volante do Sargento José Leal, de Betânia/PE, trava combate com Virgulino na fazenda Melancia, do município de Betânia/PE, morrendo os soldados José Mariano e Manoel Luiz.
• 𝐌𝐚𝐫𝐜̧𝐨 𝐝𝐞 1932
Já contratado pelo Governo do Estado da Bahia para comandar forças volantes na região, integra-se na força do Tenente José Sampaio e em conjunto com a do Sargento Luiz Mariano, travando feroz combate com Lampião no Raso da Catarina, culminando com Luiz e Sampaio feridos no confronto.
•𝐍𝐨𝐯𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨 𝐝𝐞 1932
Segundo algumas informações, comandou uma parte da volante do Tenente Santinho junto com o mesmo, travando um combate com o Sub-grupo do cangaceiro Moderno, na fazenda Bordão/BA, morrendo o cangaceiro Açúcar.
•𝐉𝐮𝐥𝐡𝐨 𝐝𝐞 1934
Comandando uma força baiana, trava combate com Lampião na mata de Folguedo do Menino, em Poço Redondo/SE, morrendo o cangaceiro Mangueira II.
•𝐉𝐮𝐧𝐡𝐨 𝐝𝐞 1937
Comandando uma força volante, e tendo já a participação de seu pequeno filho, Luís Nogueira de Souza, acabam confrontando e liquidando o Sub-grupo do cangaceiro Mané Moreno, na Fazenda Palestina, perto de Garuaru/SE, morrendo Mané Moreno, Cravo Roxo e Áurea, companheira do chefe.
•𝐀𝐛𝐫𝐢𝐥 𝐝𝐞 1939
Comandando uma força de 15 homens, acaba confrontando o Sub-grupo do cangaceiro Labareda, na região do Serrote/BA, morrendo os cangaceiros Pé de Peba e Xofreu, além de Mariquinha, companheira de Labareda.
•𝐌𝐚𝐫𝐜̧𝐨 𝐝𝐞 1940
Na região de Bebedouro/BA, Odilon trava um combate com o Sub-grupo do cangaceiro Labareda, resultando com que o bandoleiro “Deus te Guie" fosse capturado e preso pelo contrato por nome Laert. Uma semana depois, em 30 de março de 1940, Ângelo Roque se entrega para as forças de Paripiranga-BA, especificamente para o Capitão Felipe Borges de Castro, acabando de vez com o último bando de cangaceiros em ativa no sertão nordestino.
Depois de seus compromissos a serviço da polícia pernambucana e baiana das décadas de 1920 a 1940 contra o cangaço, Odilon acaba virando Delegado de diversas cidades baianas, dentre elas, Itabuna. Acabou falecendo em decorrência de um câncer na garganta, no dia 07/11/1950, como 2° Sargento da Polícia da Bahia, e deixando cinco filhos, Luís Nogueira, Aldenora Nogueira, Carlos Nogueira, Normando Nogueira e Raimundo Nogueira.
𝑭𝑶𝑵𝑻𝑬𝑺: 𝑳𝒊𝒗𝒓𝒐 𝑭𝒐𝒓𝒄̧𝒂𝒔 𝑽𝒐𝒍𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝑨 𝒂 𝒁; 𝑩𝒍𝒐𝒈 𝒅𝒐 𝑴𝒆𝒏𝒅𝒆𝒔, 𝑮𝒆𝒏𝒆𝒂𝒍𝒐𝒈𝒊𝒂 𝑷𝒆𝒓𝒏𝒂𝒎𝒃𝒖𝒄𝒂𝒏𝒂 𝒆 𝑮𝒖𝒊𝒍𝒉𝒆𝒓𝒎𝒆 𝑽𝒆𝒍𝒂𝒎𝒆.
.𝑪𝑨𝑵𝑮𝑨𝑪̧𝑶 𝑩𝑹𝑨𝑺𝑰𝑳𝑬𝑰𝑹𝑶.
https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste
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Por João de Sousa Lima
Curral dos Bois foi uma das primeiras povoações a acolher Lampião depois que ele atravessou de Pernambuco pra Bahia.
O Chefe Político de Glória, o coronel Petronilio de Alcântara Reis, acabou tendo seu nome ligado com o cangaço e Lampião em várias histórias, foi coiteiro famoso e também inimigo depois que traiu Lampião, traição que Lampião pagou incendiando várias fazendas do coronel dentro do Raso da Catarina.
Uma das mais importantes famílias de Glória, família de sobrenome Juremeira, que vivia no povoado Olho D’água dos Coelhos, sofreu grande perseguição de Lampião e Corisco.
Para entender um pouco da história dessa família e a ligação com o cangaço devemos tomar conhecimento que Pedro Juremeira foi delegado na fazenda Caibos (Caibros) e por isso ficou marcado pelo cangaço. Era também quem fazia a segurança do coronel Petro e era proprietário de um barco que fazia a travessia do Rio São Francisco entre Bahia e Pernambuco, entre Rodelas e Petrolândia. A fazenda Caibos hoje esta inundada e as pessoas estão residindo nas agrovilas II e III.
Lampião mandou um recado para Pedro para que em um dia marcado ele fizesse a travessia dos cangaceiros do lado pernambucano para o lado baiano e Pedro não atendendo a solicitação, convocou alguns policiais e quando da aproximação dos cangaceiros acabaram trocando tiros com o grupo de Lampião, começando ai uma grande “Rixa” entre os dois.
Em uma das perseguições dos cangaceiros a Pedro Juremeira, Corisco, a mando de Lampião, pegou um primo de Pedro, chamado Leonídio (Lió), no povoado Olho D’água dos Coelhos, pra ele informar onde poderia encontrar Manuel Juremeira, pois não conseguiam encontrar Pedro e quem iria pagar a vingança dos cangaceiros era Mané Juremeira. Lió levou os cangaceiros até a roça “Pé da Serra” e chegando lá prenderam Manuel na roça e o trouxeram para sua residência, onde estava a esposa Hermenegilda “Miné” com os quatro filhos: Otacílio, Ananias, Lídia e Joana.
Na casa de Leonídio ficaram três cangaceiros vasculhando baús e armários em busca de jóias e dinheiro enquanto Corisco seguia com mais dois cangaceiros e o refém para a roça.
Chegando próximo de Mané Juremeira Corisco sentenciou o aflito rapaz de morte dizendo:
- Sabe com quem ta falando?
- Não!
- Corisco! Você vai morrer no lugar de seu irmão!
- Eu sou contra meu irmão! Morrerei inocente e sem culpa, mais maior que Deus, ninguém!
- Nada de Deus! Deus hoje aqui é a gente!
Os cangaceiros manobraram os fuzis e apontaram para os peitos e costelas de Manuel. Nesse momento dona Miné saiu de dentro da casa e correu e se abraçou com o marido:
- Aqui você não mata não! Meu marido é inocente!
- Saia da frente que vim matar foi homem e não mulher!
Nesse momento foi chegando Filigeno Furtuoso, amigo de Manuel que era tropeiro e residia na Tapera da Boa Esperança, em Penedo, Alagoas. O amigo sempre que passava na região dormia na casa de Manuel pra no outro dia viajar até Jeremoabo, onde comprava uma carga de fumo para sair revendendo, em sua junta de cinco burros.
Diante dos olhares dos cangaceiros e da situação em que encontrou o amigo Manuel, o tropeiro falou:
- Taí esses cinco burros arreados e eu lhe dou em troca da vida desse homem!
- Negativo! O senhor tem dinheiro?
- Não tenho! O que eu tinha era 800 contos de réis mais os outros cangaceiros que estão na casa de Leonídio já pegaram.
- E daqui a 30 dias?
Nesse momento o próprio Manuel respondeu:
- Ai eu tenho!
- Então vou liberar você e se não pagar eu volto e mato todo mundo.
Manuel escapou nessa hora.
O sargento Zé Izídio ficou sabendo do acontecido e intimou Manuel a ir a delegacia. Quando Manuel chegou o sargento o acusou:
- É você que é Mané Juremeira protetor de bandido?
- Sou Mané Juremeira, mais protetor de bandido não! Eu prometi pagar uma quantia para não morrer!
- Então agora você vai ter que vir morar em Glória!
Manuel foi obrigado a vir residir em Glória e nunca pagou a quantia estipulada por Corisco. Tempos depois os cangaceiros acabaram encontrando o tão procurado Pedro Juremeira em uma fazenda chamada Papagaio, em Pernambuco. Pedro estava dentro de uma casa e os cangaceiros o cercaram, prenderam o rapaz, amarraram em um mourão, perfuraram o corpo do rapaz todo com pontas de punhais e foram almoçar na residência. Depois do almoço os cangaceiros retornaram onde estava o corpo e descarregaram as pistolas na cabeça do já falecido jovem.
Depois de três dias da morte de Pedro, o pai de do rapaz, Teodório Juremeira, mandou um recado para uns amigos descerem o corpo de Pedro em uma canoa até Santo Antônio da Glória onde foi enterrado. Quando a família encontrou o corpo já estava apodrecido e tiveram que derramar uma lata de creolina.
Trinta dias depois do sepultamento os cangaceiros mandaram o portador Martim Gabriel, primo de Manuel Juremeira, que residia nas Caraíbas, Brejo do Burgo, com uma carta, cobrando o dinheiro que Manuel prometeu.
- Diga a eles que não mando não! Eu já moro na cidade e se eles quiserem vim aqui incendiar minha casa pode vir!
Depois de três anos o governo armou toda a população de Santo Antônio da Glória. Mané. Otacílio e Ananias pegaram em armas para fazer essa defesa do local.
Quando mataram Lampião a família Juremeira retornou para suas roças no Olho D’água dos Coelhos, porém, na época de Lampião e Corisco, quando eles eram os senhores das caatingas do Raso da Catarina, “Os Juremeiras” sofreram perseguições e mortes.
Paulo Afonso, 16 de outubro de 2017.
João de Sousa Lima
Historiador e Escritor
Membro e Vice-Presidente da Academia de Letras de Paulo Afonso.
Membro da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.
Material enviado poe e-mail pelo autor para o nosso blog em 16/10/2017. Estou apenas postando para aqueles que não tiveram a oportunidade de lê-lo;
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