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15 janeiro 2024

A NOVIÇA REBELDE. - CD COMPLETO DE 2008.

 Hoje à noite fica com A Noviça Rebelde.

https://www.youtube.com/watch?v=AdT9z8KsMm4&ab_channel=Jaffer%21

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14 janeiro 2024

ODILON FLOR

 Acervo Jaozin Jaaozinn

Fotografia da força volante de Odilon Flor na região de Pernambuco, possivelmente no final da década de 1920.

Odilon Nogueira de Souza, famoso Odilon Flor, nasceu no povoado de Nazaré do Pico/PE, no dia 12/01/1903, filho de João de Souza Nogueira e Teodora Souza Ferraz, pertencendo a respeitada família Flor e seguindo uma grande linhagem de parentes que se aventuraram na campanha contra o cangaço.

Ingressou na Polícia Militar de Pernambuco, em 1923, como contratado para depois ser efetivado, chegando ao posto de cabo. Porém, antes disso, já no ano de 1919, participou de um tiroteio junto com seus parentes e conterrâneos contra os irmãos Ferreira, deixando Livino Ferreira ferido, que foi conduzido para a Delegacia de Floresta/PE.

Participou de muitos combates, sendo os principais:

• 𝐀𝐠𝐨𝐬𝐭𝐨 𝐝𝐞 1923

Enfrentou o grupo de Lampião na Fazenda Barriguda, próximo à Serra do Pico/PE, onde foram mortos os cangaceiros Firmo, Sátil e Batista, tendo o bandoleiro Tubiba como ferido.

• 𝐃𝐞𝐳𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨 𝐝𝐞 1923

Reforçando uma pequena volante comandada pelo Aspirante Galdino, trava combate com o grupo de Lampião no Enforcado, no município de Floresta/PE, morrendo o cangaceiro Piloto.

• 𝐉𝐚𝐧𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐝𝐞 1925

Integrando a volante do Sargento José Leal, de Betânia/PE, trava combate com Virgulino na fazenda Melancia, do município de Betânia/PE, morrendo os soldados José Mariano e Manoel Luiz.

• 𝐌𝐚𝐫𝐜̧𝐨 𝐝𝐞 1932

Já contratado pelo Governo do Estado da Bahia para comandar forças volantes na região, integra-se na força do Tenente José Sampaio e em conjunto com a do Sargento Luiz Mariano, travando feroz combate com Lampião no Raso da Catarina, culminando com Luiz e Sampaio feridos no confronto.

•𝐍𝐨𝐯𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨 𝐝𝐞 1932

Segundo algumas informações, comandou uma parte da volante do Tenente Santinho junto com o mesmo, travando um combate com o Sub-grupo do cangaceiro Moderno, na fazenda Bordão/BA, morrendo o cangaceiro Açúcar.

•𝐉𝐮𝐥𝐡𝐨 𝐝𝐞 1934

Comandando uma força baiana, trava combate com Lampião na mata de Folguedo do Menino, em Poço Redondo/SE, morrendo o cangaceiro Mangueira II.

•𝐉𝐮𝐧𝐡𝐨 𝐝𝐞 1937

Comandando uma força volante, e tendo já a participação de seu pequeno filho, Luís Nogueira de Souza, acabam confrontando e liquidando o Sub-grupo do cangaceiro Mané Moreno, na Fazenda Palestina, perto de Garuaru/SE, morrendo Mané Moreno, Cravo Roxo e Áurea, companheira do chefe.

•𝐀𝐛𝐫𝐢𝐥 𝐝𝐞 1939

Comandando uma força de 15 homens, acaba confrontando o Sub-grupo do cangaceiro Labareda, na região do Serrote/BA, morrendo os cangaceiros Pé de Peba e Xofreu, além de Mariquinha, companheira de Labareda.

•𝐌𝐚𝐫𝐜̧𝐨 𝐝𝐞 1940

Na região de Bebedouro/BA, Odilon trava um combate com o Sub-grupo do cangaceiro Labareda, resultando com que o bandoleiro “Deus te Guie" fosse capturado e preso pelo contrato por nome Laert. Uma semana depois, em 30 de março de 1940, Ângelo Roque se entrega para as forças de Paripiranga-BA, especificamente para o Capitão Felipe Borges de Castro, acabando de vez com o último bando de cangaceiros em ativa no sertão nordestino.

Depois de seus compromissos a serviço da polícia pernambucana e baiana das décadas de 1920 a 1940 contra o cangaço, Odilon acaba virando Delegado de diversas cidades baianas, dentre elas, Itabuna. Acabou falecendo em decorrência de um câncer na garganta, no dia 07/11/1950, como 2° Sargento da Polícia da Bahia, e deixando cinco filhos, Luís Nogueira, Aldenora Nogueira, Carlos Nogueira, Normando Nogueira e Raimundo Nogueira.

𝑭𝑶𝑵𝑻𝑬𝑺: 𝑳𝒊𝒗𝒓𝒐 𝑭𝒐𝒓𝒄̧𝒂𝒔 𝑽𝒐𝒍𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝑨 𝒂 𝒁; 𝑩𝒍𝒐𝒈 𝒅𝒐 𝑴𝒆𝒏𝒅𝒆𝒔, 𝑮𝒆𝒏𝒆𝒂𝒍𝒐𝒈𝒊𝒂 𝑷𝒆𝒓𝒏𝒂𝒎𝒃𝒖𝒄𝒂𝒏𝒂 𝒆 𝑮𝒖𝒊𝒍𝒉𝒆𝒓𝒎𝒆 𝑽𝒆𝒍𝒂𝒎𝒆.

.𝑪𝑨𝑵𝑮𝑨𝑪̧𝑶 𝑩𝑹𝑨𝑺𝑰𝑳𝑬𝑰𝑹𝑶.

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste

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13 janeiro 2024

LAMPIÃO E CORISCO: UMA DURA PERSEGUIÇÃO A FAMÍLIA JUREMEIRA NO OLHO D’ÁGUA DOS COELHOS. “SANTO ANTONIO DA GLÓRIA DO CURRAL DOS BOIS NO TEMPO DO CANGAÇO”.

 Por João de Sousa Lima

Curral dos Bois foi uma das primeiras povoações a acolher Lampião depois que ele atravessou de Pernambuco pra Bahia.

O Chefe Político de Glória, o coronel Petronilio de Alcântara Reis, acabou tendo seu nome ligado com o cangaço e Lampião em várias histórias, foi coiteiro famoso e também inimigo depois que traiu Lampião, traição que Lampião pagou incendiando várias fazendas do coronel dentro do Raso da Catarina.

Uma das mais importantes famílias de Glória, família de sobrenome Juremeira, que vivia no povoado Olho D’água dos Coelhos, sofreu grande perseguição de Lampião e Corisco.

Para entender um pouco da história dessa família e a ligação com o cangaço devemos tomar conhecimento que Pedro Juremeira foi delegado na fazenda Caibos (Caibros) e por isso ficou marcado pelo cangaço. Era também quem fazia a segurança do coronel Petro e era proprietário de um barco que fazia a travessia do Rio São Francisco entre Bahia e Pernambuco, entre Rodelas e Petrolândia. A fazenda Caibos hoje esta inundada e as pessoas estão residindo nas agrovilas II e III.

Lampião mandou um recado para Pedro para que em um dia marcado ele fizesse a travessia dos cangaceiros do lado pernambucano para o lado baiano e Pedro não atendendo a solicitação, convocou alguns policiais e quando da aproximação dos cangaceiros acabaram trocando tiros com o grupo de Lampião, começando ai uma grande “Rixa” entre os dois.

Manuel Juremeira e Hemernegilda de Araújo.

Em uma das perseguições dos cangaceiros a Pedro Juremeira, Corisco, a mando de Lampião, pegou um primo de Pedro, chamado Leonídio (Lió), no povoado Olho D’água dos Coelhos, pra ele informar onde poderia encontrar Manuel Juremeira, pois não conseguiam encontrar Pedro e quem iria pagar a vingança dos cangaceiros era Mané Juremeira. Lió levou os cangaceiros até a roça “Pé da Serra” e chegando lá prenderam Manuel na roça e o trouxeram para sua residência, onde estava a esposa Hermenegilda “Miné” com os quatro filhos: Otacílio, Ananias, Lídia e Joana.

Na casa de Leonídio ficaram três cangaceiros vasculhando baús e armários em busca de jóias e dinheiro enquanto Corisco seguia com mais dois cangaceiros e o refém para a roça.

Chegando próximo de Mané Juremeira Corisco sentenciou o aflito rapaz de morte dizendo:

- Sabe com quem ta falando?

- Não!

- Corisco! Você vai morrer no lugar de seu irmão!

- Eu sou contra meu irmão! Morrerei inocente e sem culpa, mais maior que Deus, ninguém!

- Nada de Deus! Deus hoje aqui é a gente!

Os cangaceiros manobraram os fuzis e apontaram para os peitos e costelas de Manuel. Nesse momento dona Miné saiu de dentro da casa  e correu e se abraçou com o marido:

- Aqui você não mata não! Meu marido é inocente!

- Saia da frente que vim matar foi homem e não mulher!

Nesse momento foi chegando Filigeno Furtuoso, amigo de Manuel que era tropeiro e residia na Tapera da Boa Esperança, em Penedo, Alagoas. O amigo sempre que passava na região dormia na casa de Manuel pra no outro dia viajar até Jeremoabo, onde comprava uma carga de fumo para sair revendendo, em sua junta de cinco burros.

Diante dos olhares dos cangaceiros e da situação em que encontrou o amigo Manuel, o tropeiro falou:

- Taí esses cinco burros arreados e eu lhe dou em troca da vida desse homem!

- Negativo! O senhor tem dinheiro?

- Não tenho! O que eu tinha era 800 contos de réis mais os outros cangaceiros que estão na casa de Leonídio já pegaram.

- E daqui a 30 dias?

Nesse momento o próprio Manuel respondeu:

- Ai eu tenho!

- Então vou liberar você e se não pagar eu volto e mato todo mundo.

Manuel escapou nessa hora.

O sargento Zé Izídio ficou sabendo do acontecido e intimou Manuel a ir a delegacia. Quando Manuel chegou o sargento o acusou:

- É você que é Mané Juremeira protetor de bandido?

- Sou Mané Juremeira, mais protetor de bandido não! Eu prometi pagar uma quantia para não morrer!

- Então agora você vai ter que vir morar em Glória!

Manuel foi obrigado a vir residir em Glória e nunca pagou a quantia estipulada por Corisco. Tempos depois os cangaceiros acabaram encontrando o tão procurado Pedro Juremeira em uma fazenda chamada Papagaio, em Pernambuco. Pedro estava dentro de uma casa e os cangaceiros o cercaram, prenderam o rapaz, amarraram em um mourão, perfuraram o corpo do rapaz todo com pontas de punhais e foram almoçar na residência. Depois do almoço os cangaceiros retornaram onde estava o corpo e descarregaram as pistolas na cabeça do já falecido jovem.

Otacílio Juremeira.

Depois de três dias da morte de Pedro, o pai de do rapaz, Teodório Juremeira, mandou um recado para uns amigos descerem o corpo de Pedro em uma canoa até Santo Antônio da Glória onde foi enterrado. Quando a família encontrou o corpo já estava apodrecido e tiveram que derramar uma lata de creolina.

Trinta dias depois do sepultamento os cangaceiros mandaram o portador Martim Gabriel, primo de Manuel Juremeira, que residia nas Caraíbas, Brejo do Burgo, com uma carta, cobrando o dinheiro que Manuel prometeu.

- Diga a eles que não mando não! Eu já moro na cidade e se eles quiserem vim aqui incendiar minha casa pode vir!

Depois de três anos o governo armou toda a população de Santo Antônio da Glória. Mané. Otacílio e Ananias pegaram em armas para fazer essa defesa do local.

Quando mataram Lampião a família Juremeira retornou para suas roças no Olho D’água dos Coelhos, porém, na época de Lampião e Corisco, quando eles eram os senhores das caatingas do Raso da Catarina, “Os Juremeiras” sofreram perseguições e mortes.

Paulo Afonso, 16 de outubro de 2017.

João de Sousa Lima

Historiador e Escritor

Membro e Vice-Presidente da Academia de Letras de Paulo Afonso.

Membro da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço.

Material enviado poe e-mail pelo autor para o nosso blog em 16/10/2017. Estou apenas postando para aqueles que não tiveram a oportunidade de lê-lo;

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10 janeiro 2024

ACESSE ESTE MEU BLOG TAMBÉM

 Por José Mendes Pereira

Amigo leitor,  você que gosta de acessar este blog: José Mendes Pereira Potiguar, acesse também o http://blogdomendesemendes.blogspot.com , é um excelente site, e sou eu o seu administrador, igualmente ao José Mendes Pereira Potiguar.

Agradeço de coração a sua visita ao blogdomendesemendes.blogspot.com

09 janeiro 2024

CANGAÇO - LAMPIÃO BALEADO, POR PEDRO DE TERCILA

  Por Aderbal Nogueira

https://www.youtube.com/watch?v=z3aUddbicgo&t=5s&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

Cangaço - Lampião baleado, por Pedro de Tercila O coiteiro Pedro de Tercila narra a história que Lampião contou pra ele sobre o tiro no pé que quase o matou. Amigos, participe da Live no dia 21/abril/2021, às 20 horas, do qual vou participar no Dia Mundial da criatividade. Clique no link abaixo e faça sua inscrição GRATUITAMENTE. Link para incrição: https://www.worldcreativityday.com/app/ Link desse vídeo:    • Cangaço - Lampião baleado, por Pedro ... 

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08 janeiro 2024

PADRE CÍCERO E LAMPIÃO.

  Por: Alfredo Bonessi

 Alfredo Bonessi

Caro amigo Severo. Na oportunidade em que se fala sobre  o Padre Cícero  de Juazeiro do Norte e Lampião em seu BLOG, no relacionamento entre eles, depois de tudo que li sobre ambos e sobre a questão em foco, depois de  muitos estudos,  em várias obras,  resumo no seguinte:

1- O Padre Cícero era um padre católico em ligação com padres jesuítas. Isso contrariou a Igreja Católica porque já  na época do Império tanto  a Igreja Católica como a Maçonaria eram inimigas dos Jesuítas, instigação essa que se originou na corte Portuguesa Pombalina Maçônica com a destruição das Missões jesuíticas Espanhola na América e a ocupação por Portugal desses territórios. O Padre Cícero estava  no meio de uma fogueira, de uma guerra. Lembro que o movimento jesuítico era de libertação de Portugal  e  Republicano, portanto contra a Monarquia. Daí se beneficiou da Maçonaria que inicialmente era Monarquista e depois se tornou Republicana.

2- Porque Juazeiro não caiu?
- Porque ficou ao lado do Governo Federal  e o ajudou no combate a Coluna Prestes e também no posicionamento quando da intervenção no governo do Ceará, senão teria sucumbido como sucumbiu  Canudos, Sitio Caldeirão, Pau de Colher e tantos outros movimentos religiosos nordestinos.

3 - Quem mandava no Juazeiro?
Com a chegada a Juazeiro de Floro Bartolomeu, um medico Baiano fugitivo, esse aos poucos foi assumindo o controle político local, passando de Vereador a Prefeito, Deputado Estadual e depois Deputado Federal. Com idade avançada do Padre esse poder político local foi passado a Floro Bartolomeu, tendo o Padre Cícero se afastado de certas decisões, dizendo: “agora tudo é com o homem”.  O Padre Cícero foi denunciado na Câmara Federal e lá estava Floro Bartolomeu defendendo o Padre e a cidade de Juazeiro. Floro escreveu até um livro sobre esse fato, onde narra até como deu fim ao culto ao Boi Sagrado que acabou num churrasco, confirmando que o Padre e a cidade nada tinha a ver com esse culto religioso. Floro também afirmou que o Padre Cícero não era líder de fanáticos como havia sido denunciado na Câmara.  Foi Floro que convocou Lampião por carta, morrendo logo a seguir.


4 -  Com a chegada de Lampião a Juazeiro  o Padre Cícero não ficou nada satisfeito e reclamou da presença dele no Juazeiro e tratou logo de despachar Lampião pedindo que  fosse embora logo da cidade. O delegado quis prender os Cangaceiros, mas o Padre respondeu  que logo eles iriam embora  e com isso não haveria retaliação nenhuma contra a cidade por parte dos cangaceiros. O que foi feito. “ não quero esse tipo de gente aqui” teria dito o Padre Cícero.

5 -  Lampião se armou e foi de encontro a Coluna Prestes. Avistou a coluna e viu o seu efetivo de mais de 3500 homens, armados, soldados experientes, e ouvindo o conselho dos demais cangaceiros abriu no oco do mundo. Nem 10 bandos de Lampião poderia fazer frente a tão poderosa coluna.

6 -  Com a chegada de cada vez mais romeiros a cidade o Padre Cícero começou a ter problemas de acomodação com aquela gente toda e daí se dispôs a comprar terras e mais terras para fazer as acomodações, de tal maneira que pudesse  deixar ocupadas aquela quantidade enorme de pessoas pobres e humildes. Daí ter a posse de várias fazendas. Nessas fazendas havia enorme quantidades de todos os tipos de pessoas: jagunços, capangas, pistoleiros, guarda-costas, foragidos da justiça, bandoleiros, e muita gente de oficio, honestas mesmo que se dedicavam a lavoura e ao gado – algumas  das fazendas se tornaram rentáveis.  O pessoal fugitivo de Canudos e alguns chefes de lá foram ter a Juazeiro e ficaram responsáveis pela defesa da cidade, cavando o fosso de proteção ao redor da mesma. Mas não se pode considerar que o Padre Cícero alimentava as suas fazendas com todo tipo de gente convocada por ele para se tornar um  poderoso homem de negócios, um chefe de bandidos como eram os demais coronéis da região. Toda vez que havia um questão na região o Padre sempre optava pelo lado pacifico de acalmar as coisas, aconselhando ambas partes litigantes a  resolver em paz as pendências. Daí escrevia carta para uns, respondia cartas para outros, fazia pedidos em nome desse e daquele de tal maneira que a região ficasse em harmonia social e política.  Ele mesmo não gostava de receber uma enorme quantidade de romeiros, porque esse pessoal largava suas terras e moradias e vinham para Juazeiro e por lá ficavam ociosas e sujeitas a toda sorte de vicissitudes. Daí que a chegada dos romeiros  a Juazeiro era vista como uma grande preocupação para o Padre Cícero e não como motivo de satisfação por parte dele.

Lampião com a família, em sua visita a Juazeiro em março de 1926

7 -  Os familiares de Lampião vão morar no Juazeiro. Não vimos em nenhum livro que foi a convite do Padre Cícero e muito menos que o Padre protegia esses familiares. Acontece que na terra do Padre Cícero ele mantinha a ordem e a justiça local e ninguém iria perseguir ninguém por lá, muito menos os familiares de Lampião que não tinha culpa nenhuma por ele ter entrado no Cangaço. Sabemos que um dos contatos de Lampião com os seus familiares em Juazeiro era feito via Antonio da Piçarra que alem de fazer as compras de armas e munições nesse local ainda levava dinheiro de Lampião aos  familiares desse.  Com a traição de Antonio da Piçarra, essa  via de contato se desfez e não vi escrito outra forma de contato para com esses familiares. 

8 -  Não temos registros que Lampião se confessou com o Padre Cícero – se isso ocorreu ficou em segredo. Não temos registros se Lampião deu contribuição a Igreja do Padre, se deu o Padre não aceitaria porque era dinheiro  roubado – comprometeria a reputação do Padre.

9 -  Tivemos acesso ao inventário deixado pelo Padre Cícero  - tudo natural e normal.

10 - Sabemos que o Padre, já  em avançada idade, teve uma morte     muito dolorosa, sofrendo muitas dores até a chegada da morte

11 - Sabemos também que o Padre Cícero  se espelhou na vida do Padre Ibiabina para cumprir o seu sacerdócio, mas isso já é outra História.

No mais a sua vida íntima e cotidiana  não sabemos  como era, ficou esse segredo  com quem o acompanhou de perto  por longos anos  em convivência diária, tendo a oportunidade de escutar seus planos, projetos, suas queixas e atribulações porque passou nesse lugar onde recebeu a sua cruz e que foi palco de seu calvário místico –religioso – social.  Padre Cícero  - Um mártir   de Juazeiro.

Atenciosamente

Alfredo Bonessi

O INFELIZ CANGACEIRO CHICO PEREIRA.

  Por José Mendes Pereira Colorizado pelo saudoso professor e pesquisador do cangaço Rubens Antônio. Diz o pesquisador e colecionador do can...