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28 dezembro 2015

O LEGADO DAS MENTIRAS E MISTÉRIOS ...

Por Manoel Severo

"Lampião, você é realmente um bravo, um herói invulgar. O homem brasileiro tem a obrigação de se curvar perante a sua sabedoria e aceitar que você, lá do Além, não se canse de gargalhar desdenhosamente da quase nenhuma inteligência de todos nós, pobres pecadores que não temos forças para enfrentarmos um mito de sua grandeza. Como se fosse um bruxo – e bruxo ele era – Lampião fez com que todos os que viveram a agonia de Angico ficassem envoltos em intermináveis contradições. Cada um, seguindo ditames diferentes e misteriosos, querendo contar os fatos conforme as suas próprias vontades, e assim, deixando aqueles que precisavam registrar o grandioso épico na mais completa desilusão." Trecho de um dos mais espetaculares artigos de Alcino Alves Costa para o Cariri Cangaço...
  
Alcino Alves Costa, Patrono do Conselho Cariri Cangaço

"A complexidade da operação de Angico, que mesmo os comandantes da missão desconheciam certos pormenores, teve em Alcino Alves Costa um dos mais apurados investigadores. Seus livros são referências temáticas." Comenta Luiz Serra de Brasília, DF...

"A história do cangaço, quase toda ela, é baseada em conjecturas. Desconheço algum trabalho científico, feito no local da chacina. Portanto continuaremos com estas eternas dúvidas. Eu da minha parte, até hoje, não entendi o que se passou naquela madrugada fria de 28.07.1938; para ser sincero, as vezes tenho minhas dúvidas sobre os depoimentos dos cangaceiros sobreviventes. Primeiro: porque a maioria foram personagens coadjuvantes na história do cangaço. Segundo: Lampião falava sempre a estes homens e mulheres, só o que era conveniente para ele. Acho muito difícil, um homem com a personalidade que ele tinha, está desabafando ou comentando o que se passava no íntimo da sua alma." Revela Chagas Nascimento, pesquisador de Mossoró, RN.


Jose Bezerra Lima Irmão nos fala: "Alcino Alves Costa, caros amigos do Cariri Cangaço, foi o maior crítico da versão dos fatos relacionados ao episódio da Grota do Angico. Ele dizia que a Grota do Angico devia se chamar Grota da Mentira. Ao contrário de muitos "pesquisadores" que se comportam como papagaios, repetindo o que ouvem ou leem sem fazer uma análise interpretativa, Alcino agia como um analista criterioso das várias versões dos autores e depoentes, cotejando uma com outra, em busca da verdade. Alcino, por intuição, era dotado de um senso de investigação típico de quem cursou e se especializou na ciência da Hermenêutica. Claro que ele não fez curso de Hermenêutica. Mas na investigação e interpretação dos fatos relacionados à morte de Lampião ninguém chegou perto dele. 

Alcino comparou os relatos dos policiais com os relatos dos coiteiros e com os relatos dos canoeiros que levaram a tropa de Piranhas até o Remanso e dali até a Forquilha. Os policiais se contradizem. Os canoeiros desmentem os policiais. O coiteiro Durval Rosa contava as coisas de modo diverso. Aquela história da tempestade, dos trovões e relâmpagos - tudo invenção, para criar clima de suspense. Quem já viu trovão em julho? Trovões ocorrem é entre novembro e março, época das "trovoadas". Parabéns, querido Manoel Severo Barbosa, por reproduzir este trecho do grande e inesquecível Alcino, o Vaqueiro da História."

O Legado de Alcino...
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O CANGACEIRO SALAMANTA


Esse, foto abaixo, é um dos mais antigos e célebres personagens que durante muitos anos foi o motivo de muito medo na população da cidade de Paulo Afonso-BA. Eternizado com o vulgo de SALAMANTA ele era um cangaceiro de quase 2,0 metros, carrancudo, autoritário, temido e ao mesmo tempo respeitado. Seu jeito sério despertava atenção de quem o via. O Sr° Francisco quando em seu papel de cangaceiro SALAMANTA, incorporava completamente o espírito cangaceiro que o fez ficar conhecido em toda cidade. Ele foi juntamente com o Sr° Guilherme Luís dos Santos um dos fundadores do grupo em 1956.

(Quem tiver mais informações acerca do saudoso SALAMANTA ou histórias para contar sinta-se a vontade a partilhá-las conosco).

Fonte: facebook

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27 dezembro 2015

O DECEPADOR DE CABEÇA HUMANA

Por: José Mendes Pereira

Chegou à cidadezinha  montado num velho e desnutrido jumentinho. E logo os curiosos rodearam o homem de barba grande, com botas alongadas, chapéu de palhas, e uma enorme sacola sobre a pequena sela de montaria. Todos estavam ali, rindo do infeliz mendigo, que ao ver tanta humilhação contra si, saiu em busca de um bar, e lá, pediu, por favor, uma urgente e caprichada pinga.

O dono do boteco nem sabia a quem estava atendendo. Mas resolveu colocar no copo uma caprichada pinga. Os curiosos acompanharam-no até a venda.  O mendigo bebeu a primeira, e em seguida, pediu bis.

O dono do bar fez gesto de que não estava gostando, imaginando que iria dançar na hora em que fosse cobrado o acerto de contas. E assim que o mendigo ingeriu a segunda dose, de imediato, pediu a terceira.

O sangue nas veias do velho comerciante esquentou de vez. E foi obrigado a  dizer ao mendigo, que só colocaria a terceira dose, se ele pagasse logo as duas primeiras.

Os curiosos estavam todos em risos, e até um deles ameaçou o barba grande, dizendo que se ele não pagasse as doses de cachaça ao comerciante, não iria sair dali com vida. 

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O mendigo concordou pagar logo as duas chamadas. Foi até ao seu jumentinho, retirou uma enorme sacola que estava sobre ele, e era nela que ele guardava o seu dinheiro. Em seguida, retornou para fazer o pagamento das chamadas ao comerciante. E pôs-se a procurar o dinheiro no meio de tantas bugigangas. Enfiou a mão na sacola, e ficou tirando algumas peças. Em seguida, retirou uma cabeça humana cheia de sangue, colocando-a em cima do balcão.

O comerciante ao ver a cabeça coberta com sangue e com os olhos fechados, admirou-se, dizendo em tom de susto e tremendo:

- Meu Deus!!! Que coisa triste, hein!!!

- Eu faço este trabalho muito bem e com perfeição. - Dizia o mendigo. - E adoro fazê-lo. Durante a semana são duas, três, até mais cabeças. Mas melhor do que eu, quem faz é um parceiro meu, o "Negrão das Cavernas". Ele desceu aqui em busca do mercado central, e me disse que iria procurar vítimas, para ver se negocia umas duas ou três cabeças.

O comerciante de tanto tremer, não resistiu mais em pé, saiu desmaiando por cima de uma porção de mercadorias que estava sobre o chão. Os curiosos desapareceram em disparada carreira, e aos gritos, pelas ruas, pedindo clemência. A partir daí, a fama do homem barbudo e do "Negrão das Cavernas" aumentou no lugarejo.

Um velho que no momento entrou no bar, ao ver aquela terrível cena, isto é, a cabeça de um corpo humano sobre o balcão, ajoelhou-se diante do mendigo, pedindo-lhe que pelo o amor de Deus não o matasse. E o mendigo ficou sem saber o porquê daquela imploração do velho, pedindo-lhe  que não o matasse.

Os moradores da cidade ao tomarem conhecimento do perigoso mendigo e do "Negrão das Cavernas" que haviam entrado na comunidade, entraram em choque, procurando por todos os lugares os seus filhos e parentes, temendo que eles fossem degolados pelos facínoras.

Logo que as mulheres ficaram sabendo da presença de dois delinquentes na cidade, corriam pelas as avenidas do lugarejo, em lastimosos choros, procurando por todas as entradas os seus filhos pequenos.

O prefeito quando recebeu a informação que na cidade tinha entrado dois perigosos marginais, recolheu-se à prefeitura, ligando para tudo que era de autoridade, que cuidasse de prender com urgência os assassinos.

Além do contingente da cidade o prefeito solicitou dos administradores das cidades vizinhas, que liberassem os seus policiais para tentarem prender os dois bandidos.

- Os homens são perigosíssimos, amigos! - Dizia ele pelo telefone aos prefeitos das cidades adjacentes. Andam com cabeças humanas degoladas dentro das suas sacolas! Uns homens desse tipo estão com o capeta nas costas, e poderão bagunçar a minha cidade, e depois invadirem as suas! Com a ajuda de vocês, prenderemos estes delinquentes"

O dono do açougue (o Ludugero), ao ser informado da entrada destes criminosos no lugarejo, foi curto e grosso. "-A culpa é do prefeito que não põe mais policiais nas ruas.  Ele só pensa em si. Aos domingos, se manda com a família para as praias, como se fosse o governador do Estado".

A cidade já imaginava a quantidade de defuntos que iria ficar estirada nas ruas, depois que o mendigo e o "Negrão das Cavernas" saíssem do lugar.


Os coveiros do cemitério já haviam recebido ordens para cavarem covas em quantidades. Os dois homens eram perigosíssimos, e com certeza, muitos moradores iriam perder as suas vidas sobre as miras das suas armas, ou nas pontas dos seus afiados facões. 

Chegaram praças de todos os lugares. E obedecendo a exigência do prefeito, de imediato, morrendo de medo, os policias ocuparam os fundos e a frente do bar.  E aos poucos, com muito cuidado, vendo a hora surgirem balas disparadas pelo barba grande, que naquele momento, ali, só se encontrava ele, todos foram fechando o cerco, e ao se aproximarem do infeliz, deram ordens de prisão. Assim que o algemaram, acusaram-no de decepador de cabeça humana.

O mendigo tentava explicar quem ele era, mas a polícia não quis conversa, obrigando-o colocar a cabeça dentro da sacola, e que ele iria ser conduzido até à delegacia para as devidas explicações ao delegado.

Ao entrar na delegacia, de imediato ele recebeu um pescoção, aplicado pelo delegado. E um tenente que nem estava de serviços, não demorou muito para bofeteá-lo diante do delegado.

Exigido a comprovação do crime, o mendigo retirou a cabeça humana de dentro da sacola. O delegado ficou rodeando-a, e observou que ela nem sangrava, apenas ainda permanecia como se tivesse sido decepada recentemente. E como inteligente e um pouco de psicologia, o delegado percebeu que não tinha nada a ver com cabeça humana.

Os dois homens não eram mendigos e nem marginais.  Devido viverem andando pelas ruas, as roupas eram como de mendigos. Eram apenas  dois escultores em madeiras que faziam as suas peças e saíam à procura de compradores. Ambos eram grandes talhadores com muita perfeição e enganava qualquer especialista. Até a pintura, tinha aparência de sangue vivo.

"Antes de julgarmos uma pessoa devemos esmiuçar a sua vida com cautela, para que ela não venha ser castigada injustamente  e  moralmente ofendida".

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SORVETERIA SUÍÇA EM MOSSORÓ

Por José Mendes Pereira

Nos anos 60, 70, 80 e se estendendo aos anos 90, estabelecida à Rua José de Alencar, esquina com a Rua Alfredo Fernandes, no prédio do CINE PAX, no centro da cidade de Mossoró, a “Sorveteria Suíça” prestou os seus serviços aos transeuntes, comerciantes e comerciários de Mossoró.

Mas ela não só dispunha de sorvetes, ainda vendia refrigerantes, bolos, pudins e outros mais. A “Sorveteria Suíça” era de propriedade da família “Pinto” (Jorge Pinto) que era e continua sendo proprietária do cine PAX.

Posteriormente a "Sorveteria Suíça" passou a ser administrada pelo Dr. Álber Nóbrega, que era casado com Rosa Pinto (in memoriam), uma das filhas do empresário Jorge Pinto, a qual eu tive a honra de trabalhar com ela na Escola Estadual José Martins de Vasconcelos, sendo supervisora, e posteriormente passou a ser diretora da instituição.

Durante os longos anos que a “Sorveteria Suíça” funcionou adquiriu uma boa freguesia, devido ao bom atendimento que ela mantinha aos seus fregueses, e me Lembro muito bem que eu fui um dos seus fregueses, e apesar de não ser um dos que gastava muito, mas o pouco que eu deixava de lucros na Sorveteria, com certeza, serviu para uma finalidade qualquer.

Francisco Luiz Araújo

Um dos empregados da “Sorveteria Suíça” era seu Chico, mas que seu nome verdadeiro era Francisco Luiz Araujo; tinha uma estatura baixa, magrinho, de cor clara, prestativo, educadíssimo, usava camisa passada, e sempre estava disposto a atender a clientela da família Pinto.

Os funcionários não passavam de 4 pessoas, mas, apesar da simplicidade do ambiente e dos que ali atendiam os fregueses, fazia gosto se sentar naquelas cadeiras altas, e ficar aguardando o sorvete solicitado, ou até mesmo um lanche bem reforçado ou um cafezinho.

A “Sorveteria Suíça” permaneceu por muitos anos naquele local, mas como o tempo muda, lógico que se ele muda, as coisas, as pessoas também vão mudando, e muitas vezes, mudam de lugar e de profissão. E assim a “Sorveteria Suíça” desapareceu do centro da cidade de Mossoró. Aliás, nunca mais funcionou em lugar nenhum.

Francisco Luiz Araújo faleceu no dia 23 de novembro de 1990, completou 25 anos de sua ida para o reino de Deus.

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O PRIMEIRO ASSALTO COM REFÉNS EM MOSSORÓ

Por José Mendes Pereira

A primeira tentativa de assalto com reféns em Mossoró aconteceu no dia 03 de maio de 1988, quando um jovem conhecido apenas por "Falconi", que há poucos dias havia chegado do Estado de São Paulo, e aqui, planejou o assalto ao antigo Banorte, localizado à Rua Idalino de Oliveira, no centro da cidade de Mossoró.

O jovem "Falconi" era mossoroense, mas há anos que vivia na região Sul, e que já tinha sido preso por lá, acusado de envolvimento com coisas ilícitas. Tendo ganhado a liberdade, "Falconi" resolveu voltar à sua terra natal, Mossoró, no Rio Grande do Norte, talvez nesse sentido de continuar as suas desordens, já que por onde andou, os assaltos não seriam tão fáceis como aqui no Nordeste.

Já com o plano feito e guardado em sua mente, isto é, de tentar arrancar uma boa quantia de dinheiro do Banorte, assim que o banco abriu as suas portas para atender os seus clientes, "Falconi" foi um dos primeiros que lá entrou, e com um revólver em uma das mãos, e na outra, uma seringa, segundo ele, era sangue contaminado com o vírus "HIV", o assaltante fez logo de refém um dos administradores do banco, o senhor Hamilton César Dantas, que ficou durante horas sobre a mira do revólver do delinquente, e a todo momento, ele dizia que, se os diretores do banco não atendessem as suas exigências, iria aplicar o sangue contaminado do vírus "HIV" nas veias do refém.

Os clientes que estavam dentro da agência bancária, no momento do anúncio feito pelo assaltante, todos passaram a ser reféns, além do revezamento que o delinquente fez, trocando o Hamilton César Dantas, por outro administrador, chamado de Francisco Canindé Morais. A cidade estava em pânico, muita gente ocupou toda a Rua Dionísio Filgueira.

A polícia já estava presente, mas nada podia fazer, e não iria arriscar o resgate do homem, antes que acontecessem as negociações com o jovem "Falconi".

As emissoras de rádio mossoroenses transmitiam o andamento das negociações feitas pelas autoridades e policiais com o assaltante. Ali, ninguém entrava e nem ninguém saía.

Um dos clientes que estava dentro do Banorte, reconheceu o delinquente, e ligou para o seu tio, (Tota), que reside na Romualdo Galvão, comunicando-lhe que o seu sobrinho, o "Falconi" enrascara-se com a polícia, fazendo de refém um dos administradores do Banorte. Foi solicitada a sua presença para tentar convencer o "Falconi" para uma possível entrega. Mas ao chegar, o marginal não obedeceu o que o seu tio lhe pedira, e continuava com as mãos ocupadas com o revólver e a seringa, com sangue contaminado com vírus "HIV". O Falconi estava nervoso, e de vez em quando, solicitava alimentos, e inclusive cerveja para ingerir e tentar acalmar os seus nervos.

Vendo que o "Falconi" não se entregaria à polícia, as autoridades resolveram resgatar o refém, e sem uma outra alternativa, infelizmente o "Falconi" estava marcado para morrer. E logo os atiradores de elite posicionaram-se. Um fez gesto para o refém que se abaixasse. Foi neste momento, que o tiro saiu pelo cano. "Falconi" foi atingido com um balaço no meio do peito, dando um assustador urro, como se fosse um touro, quando é morto no abatedor.

Como não aceitou a proposta do seu tio Tota a rendição aos policiais, finalmente "Falconi" estava sem vida, e o sangue vivo e escarlate, banhava todo o ambiente em que ele antes se encontrava com o refém.
Assim que recolheram o corpo do marginal "Falconi", que se encontrava estirado dentro da agência bancária, rodeado por um lençol de sangue, tangeram-no para o ITEP de Mossoró, para as devidas providências, as quais seriam feitas por peritos capacitados do próprio órgão.

O revólver que o delinquente usava como arma, apesar da excelente perfeição, foi constatado que se tratava de uma arma de plástico (brinquedo).

E a seringa com o suposto sangue contaminado com o vírus do "HIV", que a todo o momento ele ameaçava o refém, afirmando-lhe que o líquido seria injetado nas suas veias, depois de visto e analisado pelos peritos, constataram que não se tratava de sangue, e sim, era suco de morango.

"Falconi" morreu de graça dentro da agência bancária. Se tivesse recebido o conselho do tio Tota, ainda estaria vivo, já que ainda era um homem de pouca idade.

Informação importante: O fotógrafo José Rodrigues da Costa (meu primo) que fez as fotos e filmagens deste acontecimento, antes de falecer, falou-me em sua residência que o Falconi tinha chegado da Paraíba, e não de São Paulo. A mãe também morava na Paraíba, e por ser muito trabalhoso, ela pediu que ele fosse embora para Fortaleza, e nunca mais voltasse lá. Só que em vez de ir para Fortaleza, veio para Mossoró. Esta foi informação cedida pela sua mãe ao fotógrafo José Rodrigues da Costa quando veio pra levar o corpo do Falconi.

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26 dezembro 2015

CASA DE MENORES MÁRIO NEGÓCIO, UMA INSTITUIÇÃO EXTINTA - PARTE I

Por José Mendes Pereira
Dona Chiquinha Duarte

Esta instituição foi criada pelo político Aluízio Alves quando ainda não era governador do Estado do Rio Grande do Norte. Durante décadas ela acolheu muitos filhos de pessoas pobres para estudarem.

Raimundo e eu  fomos adeptos dela, e eu agradeço de coração aos que me encaminharam para ela, como dona 
Chiquinha Duarte, que adquiriu uma vaga, e nela, vivi durante oito anos estudando, e posteriormente consegui emprego e até mesmo, cursar uma faculdade, que na época eram poucos que tinham este privilégio. E ainda consegui ser professor da educação estadual, durante 25 anos.

Raimundo Feliciano e José Mendes Pereira

Meu amigo e irmão Raimundo Feliciano, somente nós podemos falar  o que aconteceu de engraçado naquela escola. Tivemos todas as assistências necessárias, segundo os regulamentos que regiam àquela instituição.

Fomos assistidos desde a alimentação até mesmo roupas e calçados. Só não tínhamos direito a cigarros e bebidas, mas sempre nós dávamos o nosso jeito.

Não era necessário nenhum de nós dizer  que estava precisando de calças, camisas, sapatos ou outras coisas parecidas, nossas diretoras sabiam  e cuidavam da gente com especial carinho.

Você sabe muito bem que o interno mais peralta daquela escola, sem dúvida, era você, que mexia com todos, até mesmo com os funcionários que cuidavam de nós. Lembro bem das bagunças que fazíamos, mas geralmente tudo era pago com preços altos.

Certa vez o Zé Fernandes que era filho de Pedro e Telina chegou das suas férias, trazendo consigo uma enorme rapadura, e onde ela foi fabricada eu não sei, e Sebastião, o natalense, você e eu desejamos comê-la. A solução seria nós roubá-la. Feito o roubo, fomos lá para trás da escola. Com bolachas fizemos um bom lance, coisa que nós não sabíamos que iríamos pagar caro. 

O dia seguinte, assim que dona Severina Rocha, a vice-diretora chegou na escola, Zé Fernandes enredou-a do furto que haviam feito na sua mala.

Aquele maldito sino, para nós, sempre foi malvado. Sei que você ainda lembra que um toque era para nós, internos, dois toques eram para os funcionários. Quando o sino batia a primeira pancada, nós ficávamos esperando pela segunda, do contrário todos os internos estavam fritos. Alguém tinha feito algo errado.

Nesse dia, assim que o sino tocou uma batida, esperamos a segunda, mas não houve a segunda batida. Ali, nós três estávamos fritos. O roubo da rapadura tinha chegado à diretoria. 

Fomos todos para diretoria, todos ali amontoados,. Os outros não tinham feito nada de errado. Somente nós três éramos os responsáveis pelo furto da rapadura de Zé Fernandes. 

Um dizia que não tinha sido ele. outro também declarava que não sabia de tal rapadura. outro pedia que quem tivesse furtado a rapadura que se entregasse. Como os outros não eram responsáveis pelo furto, fomos obrigados a declararmos o nosso feito, que nós três éramos os malfeitores da rapadura de Zé Fernandes. 

Ficamos uma semana sem sairmos para lugar nenhum, apenas sentados ao redor de uma mesa. Lembro bem que nós só almoçávamos depois que todos os internos fizessem as suas refeições.

A Beatriz  que sempre fazia o papel de mãe, implorava a dona Severina que nós deveríamos almoçar juntos com os outros, e que isso era uma humilhação, e não alimentarmos separados como se fôssemos marginais.

Após as refeições dos outros internos fazíamos as nossas refeições. E quando as empregadas traziam os nossos almoços, geralmente você dizia: "- Lá vem o comer dos três ladrões".

Foram tantas estripulias feitas por nós, principalmente por você, as quais  contarei na próxima publicação. 

Continua...

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24 dezembro 2015

“O SUJEITO”

Churrascaria O Sujeito enchente 1961 -www.azougue.org

Lembrar de "O Sujeito" é reviver a nossa juventude de antes de ontem e ontem, aqueles tempos de ouro, ouro de melhor quilate, ouro misturado com doses românticas e olhares apaixonados, entre àquela multidão de pessoas que procurava acasalar-se, pelo menos naquela saudável noite, naquela temperatura fria, vindo do rio que ainda vivia alegremente sem nunca pensar em morrer; em meio da linda iluminação das luzes negras, afogada com as mais famosas músicas da época, como por exemplo: The Fevers com o seu “Mar de Rosa”. Esta música foi muito tocada naquela casa, e o controlista do som colocava uma outra e outra, mas logo estava com ela de volta. O motivo dela ter sido tão rodada, porque o som é excelente para quem sabe dançar, e até mesmo para quem não dança nada. Ela ajuda o dançarino a se mexer. - https://www.youtube.com/watch?v=tWOE0eYG5o4

"O Sujeito" amparava também as belas músicas do "Renato e seus Blue Caps" com a música Playboy, que fazia sucesso em todos os locais da cidade, e outros tantos cantores famosos da época.https://www.youtube.com/watch?v=COcFzV2S2uY

O sujeito não tinha férias, era de verão a verão, e todas as noites as suas dependências estavam lotadas de jovens que vinham de várias escolas de Mossoró.

Apesar do seu tamanho, o "Sujeito" foi um dos melhores clubes da cidade, com portas abertas, e pagar entradas, só quando eram contratados cantores.

O “Sujeito” deixou muitas recordações nos corações daqueles que nos anos 60 e 70 frequentavam diariamente aquela casa de diversão.

A nossa Mossoró tem história, o certo é que muitos guardam em suas lembranças, sem compartilharem com outras pessoas, que apenas, vez por outra, ouvem pequenos comentários dos fatos que se passaram nas décadas de 60 e 70, com a explosão musical.

O Brasil não teve como segurar a juventude, mas todos aqueles que faziam parte dela, era em prol de divertimentos, de boas causas. Era uma verdadeira tranquilidade. O sujeito saía à noite para se divertir em qualquer casa de shows em bairro de Mossoró, e tinha certeza que iria voltar em paz. Hoje é tudo diferente..., a certeza de voltar em paz para casa, é uma grande incerteza.

O grande amigo Expedito De Assis lembrou e me fala em comentário que eu esqueci, que todos daquela época, inclusive ele e eu, enfrentávamos as águas do rio Mossoró em período de muito inverno, quando elas em abundâncias transbordavam por todos os lugares, e invadiam o tablado de "O Sujeito". Não é que nós enfrentávamos o rio, e sim, sobre o tablado elas se espalhavam. Foi um tempo muito bom, inesquecível para todos nós que éramos jovens naquelas décadas.

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O INFELIZ CANGACEIRO CHICO PEREIRA.

  Por José Mendes Pereira Colorizado pelo saudoso professor e pesquisador do cangaço Rubens Antônio. Diz o pesquisador e colecionador do can...