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01 janeiro 2016

O cantor João Mossoró fará show AMANHÃ, 02 de janeiro de 2016, no Rio de Janeiro


O cantor João Mossoró fará show amanhã, 02 de janeiro no Rio de Janeiro, no bairro Benfica, no"Mercadão Cadeg".
Uma festa portuguesa,  no "Cantinho das Concertinas".

 

Será uma festa bastante animada, quando o artista cantará as mais lindas canções.

Você que mora no Rio de Janeiro prestigie o artista, participando do seu show.

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TRIO MOSSORÓ E O SERESTEIRO COCOTA: PERSONALIDADES MARCANTES NA HISTÓRIA DA MÚSICA MOSSOROENSE


Por ADÉLIA AZEVÊDO 
Da Redação
ANNA JAILMA Da Redação

A família do comerciante Messias Lopes de Macedo e senhora Joana Almeida Lopes, formada por 16 irmãos, deu origem ao Trio Mossoró, que marcou época nos anos 60 cantando e encantando Mossoró e todo o País.

Entre os 16 filhos, destacaram-se Ozéas Lopes, Hermelinda e João Batista, que, juntos, formaram o Trio Mossoró, e Francisco Almeida Lopes, conhecido como Cocota, significativa presença nas noites mossoroenses como seresteiro.

O primeiro a tornar-se conhecido entre os filhos do comerciante Messias foi o Ozéas Lopes, que trabalhava na rádio Tapuyo, destacando-se como sanfoneiro.

Em 1959 surgiu a oportunidade de Ozéas criar um trio de forró. Apoiado financeiramente pelo próprio pai, partiu Ozéas para o Rio de Janeiro.

Em 1960, já trabalhando nas rádios Mayrink Veiga e Nacional, no Rio de Janeiro, Ozéas Lopes convidou os irmãos João Batista e Hermelinda para ingressarem na carreira artística, efetivando o trio forrozeiro que teria o nome de Trio Mossoró, numa referência à cidade e ao rio Mossoró.

A partir disso, os irmãos Hermelinda e João Batista viajaram ao Rio de Janeiro, dando início à formação do Trio Mossoró, com Ozéas na sanfona, Hermelinda no triângulo e João Batista no zabumba.

Em 1962, houve a gravação do primeiro disco, intitulado “Rua do Namoro”, desencadeando o sucesso do grupo.

Com a gravação do segundo disco, “Quem foi vaqueiro”, em 1965, o trio foi vencedor do troféu Elterpe, que, naquela época, era o prêmio de maior importância da Música Popular Brasileira (MPB).

A premiação ocorreu no Palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, tendo como sucesso premiado a música “Carcará”. O grupo gravou 9 discos e conseguiu marcar época levando a música nordestina e o nome de Mossoró por todo o Brasil.

Em visita à terra de Santa Luzia, o Trio Mossoró foi recebido com manifestações calorosas

Em 1963, o Trio Mossoró voltou pela primeira vez à terra de Santa Luzia, tendo se apresentado no adro da Catedral, no pátio do antigo Clube Ipiranga e no Colégio dos Padres, onde funciona o Banco do Brasil.

O retorno a Mossoró ocorreu mais uma vez em 1972, quando o trio visitou a cidade na ocasião do bi-centenário de sua fundação.

Os artistas foram recepcionados com calorosas manifestações populares, incluindo faixas de saudações, expostas nas principais ruas mossoroenses.

Era a gratidão e admiração de Mossoró explícitas nas ruas.

Na ocasião, houve missa festiva em Ação de Graças pelo sucesso alcançado, celebrada na Catedral de Santa Luzia pelo bispo diocesano Dom Gentil Diniz Barreto e o Trio Mossoró recebeu troféu de reconhecimento pelo nome de Mossoró ter sido divulgado em todo o País no âmbito musical.

Mas justamente em 1972 houve a separação do grupo, quando cada um dos irmãos buscou carreira solo.

Recentemente, as cantoras Marines e Margarete Menezes regravaram músicas do Trio Mossoró, comprovando o valor artístico-cultural desse grupo para a história da música no País.

HOJE, 29 ANOS DEPOIS - A partir da separação do trio, em 1972, Ozéas Lopes assumiu o nome artístico de “Carlos André” e atingiu o ápice do sucesso nacional em 1974, vendendo 1 milhão de discos.

Atualmente, Carlos André reside em Recife. “Carlos André está residindo em Recife, no Estado de Pernambuco. Não abandonou a carreira artística, continua lançando CD’s e também atua como produtor musical”, informou Marcelo Lopes, sobrinho dos artistas do Trio Mossoró.

Segundo pesquisa recente da pesquisadora e promotora da Justiça, dra. Maria da Conceição Medeiros, Hermelinda chegou a gravar 13 discos e chegou a adotar o nome artístico de Ana Paula, cantando músicas românticas.

Em 1989, a cantora Ana Paula voltou a gravar com seu nome original de Hermelinda e gravou “Meu jeitinho de ser” (1989), “Buli com tu” (1990), “É mole ou quer mais?” (1991) e, finalmente, em 1999, uma valiosa coletânea com todos os sucessos da artista em carreira solo, intitulada “O melhor de Hermelinda”. Artistas nacionalmente conhecidos como Elba Ramalho, Dominguinhos, Trio Nordestino, Três do Nordeste e Eliane gravaram composições de Hermelinda, destacando-se “Toque do Fole”, gravado por Elba; “Moça do Recife”, gravado pelo grupo Três do Nordeste e as composições “Beijo Molhado” e “Meu Doce”, gravadas por Eliane.

Atualmente, Hermelinda encerrou a carreira artística e reside em João Pessoa, casada com o músico Bastinho Calixto.

João Batista, que tocava no zabumba do Trio Mossoró, continuou no Rio de Janeiro, dedicado a representações de equipamentos de som e à realização de shows fechados em restaurantes e hotéis cinco estrelas, sendo conhecido como “João Mossoró”. “João Batista permanece na carreira artística, inclusive, lançou 2 CD’s ultimamente no Rio de Janeiro e, segundo ele, não tem o sucesso de antes, mas dá para viver da arte”, disse Marcelo Lopes.

Cocota: seresteiro que dá saudade

Nas décadas de 50 e 60, as noites mossoroenses eram embaladas pela voz marcante do seresteiro Cocota, que pelas ruas de Mossoró interpretava músicas românticas, satisfazendo os boêmios da noite e pessoas que, mesmo em casa, ouviam com prazer seu canto.

Com talento nato para a música, Cocota era frequentador do Bar Pinguim, e com voz e violão abrilhantava as noites da Mossoró de outrora, por ser amante das músicas românticas, sobretudo das canções de Lupicínio Rodrigues como “Nervos de Aço” e “Esses Moços”, famosas na década de 40 e gravadas nos anos 50 por cantores como Emilinha Borba, Ângela Maria e Cauby Peixoto.

Segundo informações de José Messias Lopes, irmão de Cocota, fornecidas ao pesquisador Raimundo Soares de Brito, em 1979, Cocota é definido como “pessoa bastante relacionada nos meios boêmios como afamado seresteiro”. “Ele nunca gravou discos, era funcionário da Petrobras e cantava pelo prazer de cantar”, definiu o pesquisador Raimundo Soares de Brito, que tem preservada em acervo a história do povo desta terra de Santa Luzia.

Um fato marcante ocorrido na história de Cocota foi durante a visita do cantor Vicente Celestino, famoso nos anos 50.

Na ocasião o cantor refugiou-se no Grande Hotel, recusando o assédio dos fãs, mas não resistiu ao canto de Cocota e curvou-se na janela, contemplando a expressão do seresteiro mossoroense.

Em 12 de fevereiro de 1961, Cocota foi assassinado a tesouradas, aos 26 anos de idade, em Mossoró, por motivos até hoje mal definidos.

Como forma de preservar na memória do povo mossoroense a personalidade marcante do seresteiro, familiares de Cocota, unidos a amigos e populares, tiveram a iniciativa de homenageá-lo com a criação da Praça dos Seresteiros, às margens do Rio Mossoró.

O irmão Ozéas Lopes, do Trio Mossoró, homenageou Cocota na composição Praça dos Seresteiros, destacando “Mossoró ainda chora / Com saudade do seu cantador / Quantas noites de seresta, quantas festas ele animou /Sua voz, que beleza! / Era como bem-te-vi / cantava para todos nós / Dava gosto a gente ouvir...” Hoje, 40 anos depois, Cocota está eternizado na memória do povo de Mossoró, como seresteiro de timbre inesquecível, mas a Praça dos Seresteiros ainda deixa muito a desejar.

Até hoje, início do novo milênio, infelizmente não foi edificado estátua de Cocota, como forma de eternizar essa personalidade marcante da década de 50 em Mossoró.

Fica nesta reportagem a indignação pelo descaso à memória de Cocota e à Praça dos Seresteiros.

http://www2.uol.com.br/omossoroense/2101/cultura.htm

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O COMERCIANTE JOSÉ PEREIRA DE SOUZA - J. P. SOUZA

Por José Mendes Pereira
José Pereira de Souza

José Pereira de Souza nasceu em Pereiro, no estado do Ceará, a 26 de Setembro de 1911. Era filho de Manoel Lucas Sobrinho e de Maria José de Souza. Tinha vários irmãos, os que mais se destacaram foram: Damião Rodrigue pai do Manoel Enfermeiro, dona Chiquinha Rodrigues Duarte, esposa do fazendeiro Chico Duarte, dona Antonia Rodrigues (dona Toinha) esposa de Senhor, dona Santa esposa de Rosadinho.

Comércio de José Pereira de Souza

Conheci muito o José Pereira de Souza e era pai do empresário Paulinho da Honda. Foi casado com dona Júlia Paula e com o seu falecimento, casou-se pela segunda vez com dona Maria do Carmo Nogueira do Monte (Carminha), irmã do empresário Milton Nogueira do Monte.

Costumeiramente quando ele passava para visitar dona Chiquinha Duarte, sua irmã na Fazenda Duarte - Barrinha, sempre ele tomava café na casa do meu pai, Pedrinho, como chamava ele e os demais irmãos, pois nós morávamos na propriedade de Manoel Duarte, ao lado da estrada que leva até a antiga fazenda Barrinha.

Dr. Milton Marques e Rafael Negreiros

Segundo Rafael Negreiros teceu seu perfil dizendo o seguinte: "Conheci José Pereira de Souza há mais de 40 anos, quando era gerente de uma fábrica de sabão de Luiz Paula, seu sogro. Posteriormente estabeleceu-se por conta própria, teve um gravíssimo problema de coluna e estou a me lembrar que nos idos de 1950, quando ele desceu num avião da Panair (caiu na fazenda Barrinha de sua irmã 


Dona Chiquinha Duarte

dona Chiquinha Duarte), não tinha quem o levasse para um carro especialmente preparado para a tarefa e não tive dúvidas, subi, levei-o nos braços e ele nunca me esqueceu o favor que lhe prestei. (...) Entre as muitas boas qualidades de José Pereira de Souza ele tinha uma fora do ramo - não falava mal de ninguém, ria apenas, dizia que seu estabelecimento era sua maior diversão e dava tempo integral e eu gostava de dizer a ele que estava correndo atrás de uma sombra, que jamais alcançaria. De casa para o armazém ou para uma fazenda de gado e estamos conversado".

Mas o seu sorriso ninguém sabia se era com o que estava sendo criticado, ou se era contra a pessoa que atacava o outro naquele momento, e se o crítico criticava daquele, talvez ele temia que o crítico podeira também criticar dele.

José Pereira de Sousa colaborou muito com o desenvolvimento de Mossoró, gerando emprego para os mossoroenses. Era pai de Ney, Zezinho, Paulo Neto, José Paula, Javan e Nathan. O empresário Faleceu no dia 07 de Dezembro do ano de 1999, e fez muita falta para Mossoró.

Fonte de pesquisa:

Ruas e Patronos de Mossoró

Raimundo Soares de Brito

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LADRÃO DE CAPRINOS

Por: José Mendes Pereira

Manoel Cristiano da Silva nascera na região do agreste, no Estado do Rio Grande do Norte. Aos dez anos de idade em companhia dos pais veio morar em Mossoró, fazendo residência no sítio Barrinha, e lá, cresceu, pôs-se rapaz, casou-se, trabalhando sempre na Fazenda do velho Chico Duarte. Com as suas economias conseguiu ser proprietário de uma minúscula propriedade, onde criava meia dúzia de vacas, mais um rebanhinho de bodes.

Manoel Cristiano era tido como homem de grande confiança. Nada desabonava o seu caráter de homem honesto, até o dia em que foi pego com roubos nas mãos. Mas o nosso conterrâneo não era tão honesto como se pensava.

Logo que terminava as suas obrigações de chiqueiro e curral se mandava para o campo, e com ele, duas latas vazias de querosene enfiadas num pau, conduzida sobre os ombros, um afiado facão, uma faca peixeira, machado, mas alimentos, afirmando ele que iria tirar capuxu.


Mas o homem honesto, como tinha fama, matava as cabras da vizinhança nos tabuleiros, enchia as latas de carne de cabra, e sobre elas, arrumava as capas de capuxu. Geralmente, ao retornar, passava pelas casas dos próprios proprietários das cabras que ele matava, e lá, mandava que todos comessem capuxu à vontade, pelo menos enquanto não chegasse à carne que estava embaixo das capas de mel.

Certo dia, Manoel Cristiano foi flagrado esfolando uma cabra nos tabuleiros. Denunciado à polícia foi convocado pelo então tenente Clodoaldo, este, na época era o delegado de polícia de Mossoró.

Tenente Clodoaldo - http://jotamaria-primeiradp.blogspot.com.br/2012/12/tenente-clodoaldo-de-castro-19571969.html

Assim que o tenente Clodoaldo levou o assunto sobre o seu feito, que ele estava comendo os bodes da vizinhança, ele se defendeu perguntando-lhe o seguinte:

- Tenente Clodoaldo, o que me diz a autoridade? Tenho plena certeza que esta é uma grande calúnia contra mim. Digo ao senhor, que eu nunca comi um bode de quem quer que seja. Agora cabras, eu comi muitas por esses tabuleiros da Barrinha.
  

Manoel Cristiano recebeu pelo seu feito três anos de cadeia. Cumprido o seu castigo, foi solto. E a partir daí, deu início ao furto de bodes, onde deixou vários proprietários em condições de fecharem os seus chiqueiros de caprinos. Dizia ele a todos que era vingança, já que nunca havia comido um bode de ninguém. Mas cabras havia comido muitas.  

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Fonte:
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COMO LAMPIÃO BOTOU O RABUDO PRA CORRER E RUMOU EM DIREÇÃO AO CÉU (UM PROSEADO MATUTO)

Por Rangel Alves da Costa

Lampião não era brincadeira não, assim começava um dos causos acerca do capitão cangaceiro entre tantos que já ouvi nas tardes de proseados sertanejos. Debaixo do pé de pau secular, amendoeira que derramava suas folhas largas pelo chão de Nossa Senhora da Conceição de Poço Redondo, velhos amigos se reuniam para falar da estiagem medonha, da coivara que quase incendeia todo o sertão, do coronel que acabou sendo chibatado pelo humilde escravizado. Mas quando o assunto era o Capitão Lampião o proseado chegava a entrar na boca da noite.

Zé Titonho era o mais sabichão, ou o mais loroteiro, como dizia o outro. E de sua matutação sempre surgia algum causo de amansar burro brabo. E foi dele que ouvi a história de como Lampião botou o rabudo pra correr e depois rumou em direção ao céu. Noutras palavras, quando Lampião renegou o caldeirão fervente e preferiu se acoitar prazerosamente às sombras do paraíso celestial. E uma história pra lá da gota serena de boa.

Segundo Zé Titonho, antes mesmo de morrer o Capitão Lampião já estava com destino certo. Por mais que se mostrasse devoto fervoroso de santos e anjos, por mais que sua fé fosse demonstrada a cada pausa na luta, por mais que vivesse levando patuás, rosários e rezas escritas em papel, ainda assim sua destinação já estava decidida: ia para os quintos. As ações violentas e as brutalidades praticadas pelos seus comandados, e até por mão própria, suplantavam em muito os limites do perdão na hora de bater as botas e procurar avistar uma fresta de luz lá em riba.

O Capitão Virgulino, temeroso como era das coisas sagradas, se afligia todo ao imaginar acerca de seu destino após se despedir dessa vida. Ora, sair de um fogo eterno e entrar em outro não era boa coisa não. Sair de um suplício a cada passo e amargar a aflição eterna não era coisa pra ninguém desejar. Por isso mesmo que se aperreava todo ao se imaginar sendo jogado no coito do sofrimento ao invés do repouso dos justos. Mesmo de fé abnegada, sabia que seus pecados já haviam chegado ao conhecimento do rabudo. E certamente este o esperava para o devido trato.

A não ser a Maria Bonita, a ninguém mais confessava suas preocupações. E também nunca espalhou o que planejava acaso não tivesse mesmo jeito. Ou seja, o que imaginava fazer quando fosse jogado perante os portais do fogo e do contínuo sofrimento. Mas tinha uma estratégia pronta para quando se deparasse com tal situação. Jurava a si mesmo se o rabudo não iria se arrepender em querer jogar no tacho ardente um homem como ele, católico, religioso fiel, honrado e filho de um pai maior.

E não deu outra. Quando o Capitão bateu as botas lá pelas bandas do Angico, todo o mundo da escuridão e do suplício entrou em festa. O coisa-ruim mandou abrir uma cachaça para comemorar, as fogueiras foram atiçadas, os caldeirões ficaram mais ferventes e as veredas do sofrimento devidamente renovadas. Tudo para receber o Capitão Lampião. E não demorou muito para que Caronte anunciasse a chegada do homem.

Matreiro como era, estrategista sem igual, Lampião fez toda a travessia do rio dos condenados sem demonstrar qualquer preocupação. Pelo contrário, quase fazia o feioso barqueiro perder as estribeiras e desistir de levá-lo depois de tanto fazer perguntas. Perguntava como era o chifrudo, se ele era fedorento mesmo, se por lá havia buchada, carne de bode, feijão de corda e farinha seca com rapadura. 

Assim que foi ordenado a descer, o Capitão logo avistou o coisa-feia à sua espera. Soltava tanto fogo pelas ventas que mais parecia um vulcão irrompendo. Acenou, cumprimentou sorrindo e até perguntou como o amigo suportava viver num lugar tão quente como aquele. Antes de entrar pediu licença para rezar e depois se ajoelhou. Lançou mão de um rosário, tirou uma reza do embornal, depois entoou em voz alta, quase gritando: Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome... Não pôde prosseguir ante o estrondo que ouviu: Pare com isso seu desgraçado, aqui é mundo da escuridão e não o que está pensando. Era o coisa-ruim em tempo de endoidar.

Mas o pior veio depois. Lampião puxou um punhal e saiu riscando cruzes por todo lugar. Tirou uma arma da cintura e mirou no meio do rio. Caronte desabou na água fervente pra não mais subir. E ao mirar nas ventas do coisa-feia, este logo bradou: tanto faz um foguinho a mais ou a menos. Mas não esperava a saraivada de balas que recebeu. Espantado com a valentia do homem, recuou para chamar ajuda do cachorro de quatro cabeças. Mas quando retornou o canto estava mais limpo.

Vendo a coragem de Lampião, lá do alto foi-lhe concedido perdão imediato. E anjos cuidaram de levá-lo à presença do Senhor. Salvo estava, mas não sem antes ouvir umas poucas e boas. E foi assim que Zé Titonho terminou seu proseado.


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31 dezembro 2015

NO TEMPO DO TINTEIRO E DA PENA

Por José Mendes Pereira

Até a década de 60, do século XX, a criação de canetas modernas ainda não havia chegado no Brasil, isto é, uma maneira mais simples para estudantes, principalmente aqueles que residiam nas pequenas cidade, vilarejos e campos. Até as carteiras escolares dessa época, tinham nelas, orifícios onde se colocavam os tinteiros que eram cilíndricos, espécie de um pequenino jarro, fabricado de vidro, porcelana, prata, latão ou outro material semelhante, e que servia como recipiente de tinta para a pessoa que estava escrevendo. O usuário mergulhava o bico da pena no tinteiro, quando sentia que a tinta estivesse acabando na ponta da pena. Esta invenção foi criada no ano de 1884.
  
www.geralforum.com

Se algum dos alunos sentisse que a tinta do seu tinteiro havia se acabado, solicitava que a professora fizesse o abastecimento de mais tintas, para que ele continuasse a sua obrigação escolar. Existiam vários modelos de carteiras, mas a que era mais usada nas escolas era carteira individual, isto é, apenas para acomodar um aluno.

  www.patriamineira.com.br

Atualmente a pena é mais utilizada por artistas, devido ao seu formato especial, que permite usufruírem facilmente do chamado "efeito fino-grosso" do traço. Esse efeito costuma ser usado para dar volume aos desenhos, mas poderá ser feito também com simples pincéis.

Se você deseja adquirir picos de pena para colecionar, ou até mesmo para relembrar o seu tempo de escola, quando ainda era pena e tinteiro, entre na Internet que você encontrará vários modelos de penas.
  
tutorialhouse.deviantart.com

Lembro-me bem do tempo da pena e do tinteiro, porque nessa década, eu era aluno da professora Ediesse Rodrigues, na "Escola Isolada de Barrinha", na Fazenda Barrinha, de propriedade da viúva Francisca Rodrigues Duarte, conhecida em toda região por dona Chiquinha Duarte. 
  
worldpel.com

Mas lembrando ao leitor que a caneta esferográfica foi criada em 27 de Dezembro de 1950, pelo inventor húngaro e naturalizado argentino Lárszio Biró. Achando que tinha criado uma excelente invenção, chamou o seu invento de “BIC”. Mas para muitos brasileiros, só conheceram a caneta Bic já no final dos anos 50, e olha lá, muitos conheceram esta invenção, somente nos anos 60. A invenção foi tão admirada, que as vendas ultrapassaram as expectativas do inventor.

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ROUBAM TUDO QUANTO DESEJAM

Por José Mendes Pereira
antigolandia.com.br

Ser honesto é uma das virtudes mais importante para o ser humano, não querer nada de ninguém, não desejar o que é dos outros, não misturar dinheiro alheio e depois não saber separar o do outro do seu dinheiro. Mas nem todo mundo quer ser honesto, alguns dizem que são, mas na verdade, é apenas uma forma de exigir do outro sobre si, respeito. E ainda bate forte no peito dizendo: "- Eu me orgulho em ser honesto. Ninguém um dia há de pegar em minha mão".


A honestidade depende muito da convivência. Quem vive no meio dos desonestos, não todos, mas quase todos serão desonestos, porque começam desviando o "pouco" e posteriormente perdem o medo, e roubam o "muito". Quem desvia o "pouco" geralmente diz que não rouba. Mas se engana! É através do furto "pouco" que o sujeito se torna ladrão fino, porque tudo que se tira escondido de alguém é "roubo".

Fazem poucos meses que eu fui enganado por um sujeito que eu nunca antes tinha o visto. Chegou e me ludibriou de olhos arregalados, como se estivesse me dizendo que não me roubaria, eu iria entregar com as minhas próprias mãos, o que ele desejava me roubar.

Eu me encontrava sobre uma laje que nela eu iria concluir um banheiro. O certo é que eu havia comprado para o serviço: um carro de mão, uma enxada, uma pá, arame..., e enquanto eu permanecia sobre a placa, o sujeito a tempo que observava os equipamentos que estavam lá embaixo, sobre a calçada da minha casa. E creio que ele não se apossara antes porque a rua estava movimentada com pessoas do lugar. 


O esperto sujeito encostado a um muro, colocou apenas a sua cara lisa em minha direção, e perguntou-me:

- O senhor vai precisar deste carro de mão agora?

- Agora mesmo não. Mas já, já irei usá-lo.

- Dá para o senhor emprestar-me para eu levar três carradas desta areia lá para dentro daquela casa?  - Perguntou-me ele apontando com o dedo indicador arruma de areia que existia sobre a calçada de outra casa.

- Se o senhor não demorar muito...

- Não. É rápido. Só são três carradas de areia.

O certo é que esqueci-me, e quando me lembrei do carro, desci e não vi mais o sujeito. Fui até à casa do meu vizinho, sendo esta que supostamente seria colocada a areia, segundo o esperto me dissera.

- Souza, cadê o rapaz que está carregando a areia para dentro?

- Aqui não tem ninguém carregando areia não. - Respondeu-me o meu vizinho.

Sem os equipamentos, peguei o carro (automóvel) e fui ver se localizava o suposto ladrão em algumas ruas. Apenas fui informado por alguns conhecidos que passara um sujeito tentando vender um carro de mão e algumas ferramentas. Perdi tudo que comprei para um malandro que não trabalha para sustentar a si mesmo.

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NEGROS EM SANTANA.

  Clerisvaldo B. Chagas, 12 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3329 Uma panela de alumínio, vertical e comprid...