Para a criação de uma cidade tem que ter de tudo. Em primeiro indispensável, um mercado público, uma capela para os fiéis ajoelharem-se diante da estátua e fazerem os seus pedidos; bares, mercearias, escolas, um posto de saúde, um posto policial, mesmo que não resolva nada, mas é necessário. Mas uma das coisas que não precisa ninguém construir ou fabricar são os tipos populares, alguns com problemas mentais, outros se declaram que são incapazes para o trabalho, e assim vão levando a vida como Deus consente, os quais aparecem de montão, e cada um tem o seu estilo de vida. Alguns são agressivos, exigindo o respeito sobre a sua loucura, enquanto outros servem de graça para a população.
Foto do blog: http://www.azougue.org/conteudo/desabonitado13.html
Manoel Camelo era um desse tipo que vivia perambulando pelas ruas do centro da cidade de Mossoró. Era baixo, moreno, com uma escoliose ao lado esquerdo do ombro, e conversava muito pouco. Mas mesmo tendo um parafuso a menos, quando decidia falar, dizia tudo direitinho, na sequência, com sentido e tudo mais. Era um torcedor do time Baraúna, e não admitia que ninguém tentasse denegrir a imagem do seu time.
cacellain.com.br
Dois rivais do Manoel Camelo, um deles era Altivo, também deficiente físico (andava quase nu), era torcedor do Potiguar, e o outro que tinha o apelido Papão, apaixonado pelo o Potiguar, também era deficiente físico. Se acontecessem encontros deles três, em qualquer avenida da cidade, a confusão começava, e geralmente, ela partia de alguém que os incentivava para uma guerra verbalmente, e muitas das vezes, chegando às agressões físicas.
http://futguar-futebolpotiguar.blogspot.com
Não tenho certeza se o Manoel Camelo, Altivo e o Papão já faleceram. Mas é provável que sim, porque faz mais de 20 anos que eu nunca mais os vi perambulando pelas ruas de Mossoró. Os três eram pessoas que não agrediam ninguém, e geralmente, as confusões criadas, eram entre si.
Estes são mais três tipos populares de Mossoró do século XX, e não podemos dizer que eles não eram pessoas boas, apenas se desentendiam quando se encontravam, cada um tentando manter a paixão pelo seu time.
Minhas simples histórias
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Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no primeiro link abaixo:
Chegou na cidadezinha pela manhã numa caminhonete novinha em folha, vestido com uniforme do Instituto Nacional de Pesos e Medidas. Foi direto ao Mercado Público Central. Entrou, e em uma banca de carne, bateu o martelo sobre um balcão, identificando-se:
- Sou Pedro Carrasco, fiscal do Instituto Nacional de Pesos e Medidas. Qualquer comprovação de irregularidade em balanças neste mercado – dizia o fiscal irritadíssimo - além da multa aplicada correspondente a dois salários mínimos, irá preso.
www.jairsampaio.com
Os marchantes estavam diante de uma autoridade federal, e que Deus os acudisse. Alguns deles não valiam um tiquinho da consciência dos honestos. E havia até boatos que ali existiam marchantes de confiança mesmo, mas uma boa parte alterava a sua balança, colocando pesos de duzentos gramas sob o prato que colocavam as mercadorias para pesar.
www.geocities.ws
Os fregueses que no momento viam de perto um fiscal de consumo estavam felissíssimos. Finalmente chegara um filho de Deus para fiscalizar a roubalheira de comerciantes safados, malandros, oportunistas, que além de enganarem os seus fregueses, não tinham o mínimo respeito por eles.
O seu Thomaz nem batia a passarinha. Se falassem em homens honestos ele estava naquele rol. Sua balança era aferida de seis em seis meses no próprio Instituto Nacional de Pesos e Medidas, lá na capital do Estado.
O fiscal além de nervoso cuidadosamente examinava todas as Balanças.
- Esta - dizia o nervoso fiscal ao seu ajudante – leva-a e ponha na caminhonete.
E voltando-se para o marchante disse:
- A multa é referente a dois salários mínimos.
- Mas seu fiscal, é isso tudo que tenho que pagar?
- Que seu fiscal que nada, seu covarde! Enganando à sua clientela, e ainda quer ter razão, não é, seu descarado?
E arrastando o talão, fez a multa, e em seguida entregou-a dizendo-lhe:
- Passa para cá o dinheiro da multa! Eu espero que na próxima vez que eu passar por aqui, sua balança esteja perfeita, aferida e com o selo do "INPM". Do contrário você irá ver o sol nascer pontudo.
E caminhou o fiscal em gritos, ordenando que ninguém escondesse a sua balança, e a colocasse sobre o balcão para facilitar o seu trabalho.
No café da Corina os seus fregueses assistiam de perto aquela humilhação feita pelo fiscal, e estavam de peitos lavados.
- Assim, sim! – Fazia o Josué, um dos ajudantes no café da Corina - Com esta pressão toda do fiscal do "INPM", nenhum comerciante terá coragem de fazer alterações em sua balança, roubando-nos.
Todos presentes, menos os marchantes, já se orgulhavam, dizendo que a cidade estava se desenvolvendo. Nunca havia chegado tal fiscal, agora aparecera um protetor para a população.
O fiscal caminhava mantendo a sua autoridade. E ao ver a balança do Demétrius suja, imunda, virando-a, viu um peso de duzentos gramas amarrado com cordão na parte inferior. E já saiu cobrindo o marchante com braceadas e pontapés.
alcoutimlivre.blogspot.com
Após o grande castigo obrigou-o a levar uma balança romana com pesos e tudo sobre a cabeça. O marchante reclamava, alegando que não tinha forças para pegar aquele peso. Mas tinha que levar, afinal estava diante de uma autoridade. E ele estava usando um grande desrespeito contra os seus fregueses.
Quando o fiscal terminou as aferições nas balanças dos marchantes, os seus bolsos vomitavam dinheiro. Também pudera! Eram muitas balanças, e apenas duas estavam de acordo com as suas exigências.
extra.globo.com
Mas o fiscal estava prestes a se atrapalhar. De imediato a polícia cercou o mercado, e com poucos minutos o suposto fiscal e seu ajudante estavam dentro do camburão da polícia. Ambos haviam tomado de assalto todos os equipamentos dos fiscais do "INPM", inclusive fardas e a caminhonete Ford.
Minhas Simples Histórias
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Inaugurada no
ano de 1923, contando com a presença de autoridades locais e o povo em geral,
ela foi suspensa sobre o Rio Mossoró com o objetivo de facilitar a passagem do
trem sobre as águas do citadino rio, quando de suas viagens e tráfegos entre as
cidades de Mossoró – Estado do Rio Grande do Norte / Souza - Estado da Paraíba
e vice-versa, passando por várias cidades do nosso Estado e da Paraíba, tais
como: São Sebastião, atual Governador Dix-sept Rosado; Caraúbas, Jordão, Patu,
Almino Afonso, Mumbaça, atual Frutuoso Gomes; Demétrius Lemos, Ulrich Graf,
Alexandria (Rio Grande do Norte); Santa Cruz, São Pedro e Souza (Paraíba);
depois, fazia o mesmo percurso voltando pelas mesmas cidades.
Atualmente esta ponte é muito visitada por turistas e curiosos, quando veem de
perto onde Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e o seu bando estiveram
acampados, antes de invadirem o centro deste município e cidade de Mossoró;
além de ser um dos pontos turísticos local, está tombada pelo patrimônio
público mossoroense.
Este espaço expressa o cotidiano cultural de uma sociedade, numa época que era
de suma importância a presença dos representantes da Igreja Católica em eventos
diversos de inauguração, fossem estes de caráter público ou privado, a presença
do clero era imprescindível. Diferentes motivos poderiam ser a causa desta
presença -, superstição, respeito ou a necessidade da anuência de uma entidade
que detinha o grande poder deformar opinião. O último motivo dava o respaldo
social necessário ao objetivo do empreendimento, o que atualmente, este
respaldo foi substituído pelo poder midiático.
A imagem abaixo retrata os momentos da inauguração da Churrascaria O Sujeito,
em 08 de junho de 1958, na cidade Mossoró-RN. Presentes figuras importantes da
sociedade local, políticos, empresários e religiosos. Identificados: 1. João
Newton da Escóssia, (1926), ex-prefeito municipal, período de 1977-1982; 2.
Vingt Rosado, (13/01/1918-02/02/1995), ex-prefeito, deputado estadual e
federal, 3. Antonio Rodrigues de Carvalho, (13/06/1927-03/12/2009), ex-prefeito
municipal nos períodos de 1958-1963, e 1969-1973, 4. Monsenhor Raimundo Gurgel,
(1916-1974); 5. Boanerges Perdigão, (1909-1971), Paulo Gutemberg, (1906-1987),
um dos pioneiros da radiofonia mossoroense, Mota Neto, conhecido como Motinha,
(1914-1981), ex-prefeito e deputado estadual e federal, Mário Moraes e outros
não identificados.
A churrascaria localizava-se à margem esquerda do rio Mossoró, na Av. Cunha da
Mota. O proprietário do estabelecimento, Boanerges Perdigão, natural de
Fortaleza-CE e radicado em Mossoró desde 1948, era familiarmente chamado por
amigos e conhecidos de O Sujeito, daí, a o origem do nome da churrascaria.
Sobre este local, como era e o que representou para muitas gerações locais,
Ricardo Borges apresenta a seguinte descrição: "Um recanto aprazível
mossoroense localizado na margem do Rio Mossoró, precisamente na Rua Cunha da
Mota, Centro, que por muito tempo foi o “point” querido da minha geração nos
anos 60 e 70. Construído por Boanerges Perdigão, genitor dos meus amigos Marcos
e Ronaldo Perdigão, a Churrascaria “O Sujeito” embalou muitas festas de
sucessos na minha amada e querida Mossoró-RN. Atualmente funciona o Clube
Carcará. Bela época, bons tempos e muitas saudades."
EM 08 DE
JANEIRO DE 1924 - Nascia a artista Dalva Stella Nogueira Freire nasceu no dia
08 de janeiro de 1924, na cidade de Jaguaruana-CE; filha do maestro Joaquim
Ribeiro Freire e Adelaide Nogueira Freire. Quando estava com seus três anos de
idade veio para o município de Mossoró, acompanhada dos seus pais, em 1927, por
motivo que seu pai foi convidado pelo prefeito municipal para reger a Banda de
Música desta cidade, cinco meses depois trazia toda família, sendo oito filhos.
Seus estudos foram realizados em Mossoró, no Grupo Escolar 30 de Setembro, onde
cursou o primário, neste tempo teve como uma das professoras a inesquecível
Maria Sylvia de Vasconcelos; o ginásio foi cursado no Ginásio da Escola Normal
de Mossoró, também neste último estabelecimento realizou o curso pedagógico e
posteriormente cursou Pós-graduação em Música, no Instituto Villas Lobos do Rio
de Janeiro, entre 1960 a 1961; ainda para se aperfeiçoar mais em música,
estudou no Instituto Superior de Educação Musical, em João Pessoa, Estado da
Paraíba.
Ela foi uma grande professora em terras mossoroense, lecionou nos seguintes
estabelecimentos escolares: Escola Técnica de Comércio, onde lecionou português
e francês; Escola Normal de Mossoró, professora de música e no Colégio
Diocesano Santa Luzia, onde lecionou português, francês, espanhol e música.
Na cidade de Santa Luzia esta grande mulher participou da formação da Orquestra
Feminina de Mossoró, juntamente com Alcina Miranda, Silveirinha e Mércia, sendo
organizada em 1957; foi fundadora da Sociedade Lítero-Musical, junto à
Juventude Independente Católica – JIC, com atuação de Palmira Aires, Terezinha
Duarte, Maria Gomes de Oliveira, Elza Fernandes e outras; uma das fundadoras do
Instituto Cultural do Oeste Potiguar – ICOP; é uma das integrantes da Academia
Mossoroense de Letras, onde ocupa a cadeira N° 15, que tem como patrono seu
genitor; foi agraciada com o título de Cidadã Mossoroense, outorgado pela
Câmara Municipal de Mossoró, em 20 de fevereiro de 1981. Dona Dalva Stella foi
embora de Mossoró em 1960, quando estava com seus 36 anos de idade. Ela possui
um trabalho publicado “A História da Arte Musical em Mossoró”, uma rara obra
editada em 1957. Há alguns anos, quando a música clássica, em Mossoró, ainda
era utopia, já Dalva Stella despertava a cidade para os seus primeiros
rudimentos dos recitais, entre nós. Ela participava de festas organizadas por
clubes e por damas da sociedade, atravessava barreiras, tocava piano e cantava
suas primeiras óperas. Ela fez parte do elenco da Rádio Difusora de Mossoró em
duas modalidades: como cantora solista e fazia parte do Trio Três Garotas, que
era composta por Daisy Melo, Maria Laura e ela. Atualmente mora em
Fortaleza-CE.
EM 06 DE
JANEIRO DE 1959 - Falecia o segundo bispo de Mossoró João Batista Portocarrero
Costa, na cidade de Recife-PE, pelo seu falecimento o saudoso jornalista Jaime
Hipólito Dantas registrou numa crônica que diariamente sai na Rádio Tapuyo de
Mossoró, com o tema de “O Prato do Dia”, dizendo as seguintes palavras: “Dom
Costa foi um dos eleitos de Deus e as luzes da sua alma não se apagarão jamais
dos céus que cobrem Mossoró. As ovelhas do pastor aqui continuarão, reverenciarão,
pelos tempos e fora, a memória daquele que mesmo na terra, parecia não pisar no
chão.”
O seu nome ficou registrado na história de Mossoró, sendo patrono de um
Instituto, uma das escolas que é ligada à nossa Diocese, inaugurada no dia 06
de junho de 1956. Também uma Praça recebeu o seu nome, uma justa homenagem a
este grande pastor. Durante o seu governo episcopal, aconteceu na cidade de
Mossoró, o primeiro Congresso Eucarístico, realizado durante 28 de setembro a
03 de outubro de 1946, foi uma iniciativa de Dom Jaime Câmara, antes de sua ida
para a cidade de Belém-PA, esse congresso foi realizado para comemorar os dez
anos da Diocese, dom Jaime Câmara veio participar chegando na cidade de avião,
ás 21 horas do dia 30 de setembro de 1946, uma multidão lhe esperava e quando
desceu do avião, disse: “...aqui estou. Vim para matar as saudades mútuas”.
Ele nasceu no dia 07 de junho de 1904, na cidade de Vitória de Santo Antão-PE,
filho de João Batista Costa e de dona Maria Augusta da Silva Costa.
Dom João Costa foi eleito bispo, no dia 31 de julho de 1943, depois recebeu a
ordenação episcopal, no dia 07 de novembro do mesmo ano, na Catedral de Olinda,
pelo então bispo Dom Miguel Valverde. Sua posse na Diocese de Mossoró ocorreu
em 08 de dezembro de 1943, em substituição do então bispo, Dom Jaime de Barros
Câmara.
Dom João Costa chegou de avião no Aeroporto Dix-sept Rosado, pelas 16 horas e
30 minutos e foi primeiramente para a Igreja de São Vicente, na Avenida Alberto
Maranhão, onde haveria uma procissão até a Catedral de Santa Luzia, junto com
os fiéis. No patamar da igreja foi saudado pelo Dr. Abel Freire Coelho, em nome
da cidade, em seguida foi lida a bula pelo Cônego Jorge O’Grady de Paiva,
recebendo das mãos do monsenhor Júlio Alves Bezerra, a ata de posse que foi
lida pelo padre Miguel Nunes. Em seguida foi feita uma oração pelo padre
Huberto Bruening, dando as boas-vindas ao novo bispo. O novo bispo Dom João
Costa trouxe do clero de Pernambuco o então padre Gentil Diniz Barreto, que foi
nomeado secretário do bispado e também diretor do Colégio Diocesano Santa
Luzia, vindo a assumir logo os cargos. Quando chegou a noite houve um grande
jantar onde o novo bispo participou, no Seminário Santa Terezinha. Seu lema
era: “É preciso que ele cresça e que eu diminua”.
João Teotônio da Silva era cearense, mas viveu em Mossoró, até os seus últimos dias de vida. Chegara aqui ainda garoto, quando o seu pai, o velho Marcinho veio trabalhar na firma algodoeira “Alfredo Fernandes”.
João Teotônio cresceu no bairro da Lagoa do Mato, trabalhando como zelador de cavalos de corrida. Apesar da profissão que exercia, nunca participou de vaquejadas, e nem de derruba de gado nos tabuleiros. Era obcecado por cavalos, principalmente cavalo preto, Star Black, como chamava ele. Os tempos foram se passando, e nunca tirou da mente, de um dia ser proprietário de um bom e lustroso cavalo. Mas só queria se fosse preto, tinto.
Já casado, morando à beira da estrada que leva até à cidade Governador Dix-sept Rosado, vivendo de uma pequena criação de gado miúdo: suíno, caprino e ovino, João Teotônio fez economia, e dois anos depois, era dono do mais famoso cavalo da região. Assim que o comprou, ensinou-lhe a deitar-se, a levantar as patas dianteiras, a cumprimentar as pessoas que o assistiam, correr rodopiando, relinchar agradecendo aos que presenciavam ao espetáculo.
sobrecavalos.blogspot.com
Tinha um cuidado exagerado ao seu cavalo, e até a água que o animal bebia, era guardada em cisterna, e antes de lhe dar de beber, era passada em melhores filtros.
Só para ilustração - https://www.youtube.com/watch?v=UYXFU2T4nN4
João Teotônio orgulhava-se quando passeava pelas ruas de Mossoró, montado no seu belo animal, recebendo os olhares dos curiosos e invejosos, que
ouviam o toc, toc no calçamento, causado pelas ferraduras aparafusadas nas patas do seu cavalo. Teotônio todo enfiado num uniforme de cor preta, até aparentando o cavaleiro Star Black. Ali se sentia um dos mais admirados homens de Mossoró. Nem o prefeito da cidade era tão importante quanto ele.
Certo dia, ao clarear, dirigiu-se até ao estábulo onde o cavalo dormia.
Ao chegar, encontrou a porteira aberta, e o Star Black não estava lá. Desesperado com o desaparecimento do cavalo, danou-se pelos campos da pequena propriedade, mas não o encontrou. Saiu pelas fazendas vizinhas, em busca de informações sobre o paradeiro do animal, mas ninguém o viu.
Os dias foram se passando, e João Teotônio continuava sua luta pelos campos e fazendas, para ver se recuperava o seu famoso cavalo, mas não recebera nenhuma informação. Desconfiado que se tratava de furto, e sabendo que se não fizesse algo diferente não seria tão fácil recuperá-lo, inteligente, organizou um aviso:
"Atenção moradores de Mossoró e das cidades adjacentes! Sou um fazendeiro que reside na cidade de Pau dos Ferros-RN, e querendo comprar um cavalo de cor preta, totalmente preto, gordo, bonito, famoso, que já seja acostumado a usar ferraduras, sem marcas de ferros no corpo, sem orelhas assinadas, favor comunicar a Rádio Difusora de Mossoró, localizada à Rua Alfredo Fernandes, nº 271, fone: (****), que a mesma entrará em contato comigo. Mas lembrando que só me serve com estas características.
Quero realizar um desejo da minha esposa, que no momento, está querendo sair pelas ruas de Pau dos Ferros, em uma carruagem puxada por uma dupla de cavalos preto, imitando a rainha Elizabeth I. Já tenho um cavalo com estas mesmas características, por essa razão, não adianta ninguém me apresentar cavalos diferentes. Compro-o com preço além do oferecido no mercado. Assinado: Paulo Galvão Filho)".
Dias depois, o suposto fazendeiro recebeu informações da rádio, que um senhor de nome Bertoldo, no Sítio Piquiri, tinha um cavalo com essas mesmas características. De imediato, João Teotônio abalou-se para o sítio indicado, na intenção de saber se era o seu cavalo. Ao chegar, ao longe, avistou o animal, e sem dúvida, aquele cavalo era o seu. E entre uma árvore e outra, foi chegando mais perto.
Virando-se para o homem que o acompanhava, e que naquele momento, era o dono do cavalo, disse-lhe:
tudocavalos.blogspot.com
- Senhor, aquele cavalo é o meu.
- Não senhor! Aquele cavalo eu o comprei na semana passada - disse-lhe o comerciante de cavalos.
- Justamente. Ele foi roubado na semana passada. E vou provar ao senhor, que é o meu cavalo. Eu o chamo de Star Black. Vou me esconder atrás desta aroeira, e vou o chamar. O senhor vai ver que ele vai ficar me procurando. Mas se esconda também - dizia o suposto fazendeiro.
Ali, esconderam-se entre as árvores, e João Teotônio fez:
- Star Black!
Ouvindo a voz do seu dono, o cavalo virou-se em direção a eles, e lá ficou impaciente o procurando, e talvez se perguntando: "Quem me chamou? Terá sido o meu dono? Ou eu estou sonhando?
http://genuardis.net
Voltando-se para o comprador de cavalos, João Teotônio disse-lhe:
- Eu não sou fazendeiro, apenas me apresentei no aviso, pois eu queria recuperar o meu cavalo que já o considerava perdido. Este é a minha vida. Eu vou me aparecer, e o senhor vai ver que ele vai correr em minha direção.
Quando o João Teotônio saiu detrás da árvore, o cavalo fez carreira em sua direção.
perissodactilos-mamiferos.blogspot.com
Ao chegar, relinchou, deitou-se, em seguida, levantou-se, e pôs as patas para o ar, e pôs-se a fuçá-lo com o nariz, como se estivesse dizendo: "leva-me para casa, estou com uma saudade imensa dos meus amigos, das ovelhas, dos porcos..., preciso revê-los, aqui já apanhei, mudaram meu nome para "Pelé", aqui não conheço ninguém, sou tratado como cavalo, e em tão poucos dias nesta fazenda, me sinto socado dentro de um verdadeiro inferno. Eu já imaginava que poderia ser vendido para o abate. Nunca mais tomei um banho, e tenho me alimentado muito mal. Leva-me! Leva-me para nossa residência! Lá é o meu lugar".
Satisfeito por ter achado o seu amado cavalho, Teotônio olhou com um sorriso bem aberto, perguntando ao comprador de cavalos
- O senhor ainda tem dúvidas que este cavalo não é meu?
- Não. O que o cavalo fez, ficou mais do que provado que é seu! Ponha sela e tudo de direito e o leve em sua companhia. Não tenho mais dúvida.
- Eu não quero saber a quem o senhor o comprou, dizia João Teotônio, quero apenas levá-lo de volta para minha casa. Ele é tratado como um filho, coisa que na minha casa, nunca nasceu.
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