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02 fevereiro 2016

O CABO "MILITÃO*


Foi uma tarde pressaga aquela em que na fazenda “Corituba”, de Sergipe, Ezequiel, irmão de Virgolino, com este se desaveio e o desafiou para uma luta, a punhal, injuriando-o com os epítetos de cego frouxo, fazedor de mal a moças donzelas, ladrão de beira-de-estrada, dador de surra em homem desarmado e cabra covarde que só tem fama por via dos companheiros… Devido à oportuna intervenção de Corisco e de Pai Velho, um duelo fratricida se não verificou. Mas, desde esse dia, Lampião passou a se mostrar taciturno e se tornou ainda mais irascível e cruel. O olho direito, que ele tem cego e esbranquiçado, estava sempre lacrimoso e isso neurastenizava e enfurecia o celerado.

Por outro lado, Virgolino sentia que a maioria do bando não recebera bem a sua decisão contra Corisco, no incidente deste com Volta Seca. Fôra o caso que, dias antes, estando Volta Seca a torturar uma pobre velha, cujo rosto já arranhara com o punhal, Corisco o repreendeu e, como o perverso insistente na sua maldade, Corisco despegou-lhe uma bofetada que o atirou, desacordado, ao chão. Virgolino metera-se entre os dois, mas desgostara Corisco, em lhe não reconhecendo razão. Só por estarem atropelados mui de perto pela polícia, os cangaceiros não se separaram, fragmentando o grupo. Tais ocorrências obrigavam Virgolino a procurar escaramuças que dissipassem o mal-estar que ensombrava os ânimos da malta. Fazia-se mister que a luta novamente os solidarizasse.

A 29 de junho do ano passado, quando todo o sertão baiano guardava, tranquilo e feliz, o dia onomástico de São Pedro, Virgolino, a três léguas do arraial Várzea da Ema, do município de Curaçá, assaltou a fazenda “Formosa”, de propriedade do Cel. Petronilo Reis. Aí incendiou duas casas e, afora outras depredações, matou, a faca, três vacas de leite e cento e sessenta e oito (168) ovelhas que encontrou presas num curral. Em seguida, fez juntar grande ruma de esterco, empilhou sobre ela as reses e lanígeros abatidos e ateou fogo ao sinistro montão de animais sacrificados. Por muitos dias um cheiro nauseabundo de carnes podres e queimadas empestou as redondezas da fazenda reduzida a ruínas.

Após a selvajaria desses desatinos, Lampião partiu com o seu séquito, declarando na fazenda “Curundundu” que ia desgraçar a vila de Uauá. Então, perseguia-o mais de perto a volante comandada pelo Tenente Arsênio Alves de Sousa. Verdadeira marcha batida, em a qual, sem descanso, os cangaceiros venceram trinta e uma léguas e a polícia vinte e quatro.

Foi assim que Lampião logrou escapar aos que se lhe haviam escanchado no rastro: perto da fazenda “Lagoa Escondida”, numa bifurcação da estrada, rumou para a direita, indo pernoitar a 30 de junho, em Poço de Fora, iludindo, pois, o contingente policial que prosseguiu pela esquerda, a fim de entrar pelo lado sul de Uauá.

Auxiliado por sequazes incorporados à sua alcateia em território baiano e perfeitos conhecedores da região, Virgolino novamente deu às de vila-diogo na madrugada de 1° de julho, empreendendo um raid ainda mais exaustivo e ousado. Egresso das caatingas e grotões, o bandoleiro-fantasma teve a audácia de voar sobre Itumirim, onde chegou ao lusco-fusco do dia 2, depois, em trinta e seis horas, haver vencido quarenta e cinco léguas! Aí reduziu a cinzas a estação ferroviária, cortou as comunicações telegráficas com a localidade, bebeu à farta e tentou formar um samba na casa da… Escola Pública. Mas, medroso de uma surpresa dos seus perseguidores, arribou logo mais e foi refugiar-se, durante o resto da noite, na Serra dos Morgados. O dia 3 assinalou o seu assalto à fazenda “Piabas” e o seu pernoite no lugar “Buraco d’Água”.

Coincidiram tais fatos com a fuga de cinco soldados criminosos, recolhidos à cadeia de Bonfim. Esses fugitivos, em bilhete irônico e malcriado que deixaram ao Capitão José Galdino, avisavam que se iam reunir a Lampião.

Em atividade, no encalço dos detentos foragidos, a manhã de 4 de julho veio encontrar os destacamentos da zona.

Procedentes de Campo Formoso, o Cabo Antônio Militão da Silva e os Soldados Pedro Santana, Cecílio Benedito, Manoel Luís de França e Leocádio Francisco da Silva pararam em Brejão de Dentro e ali aguardaram a chegada de outros companheiros, por ser aquele o ponto combinado de junção das forças.

Como devessem dali ingressar na região de Gruna, penetrando em lugares insidiosos e de penoso acesso, “lugares esquisitos”, como eufemicamente por lá se diz, os soldados abandonaram as armas e aproveitavam o tempo de espera, escrevendo bilhetes para suas famílias em Campo Formoso, dando-lhes conhecimento da direção que iam tomar. Estavam todos no interior da residência de Alfredo Monteiro e, fora, o Cabo Militão consertava os loros de uma montaria. Seriam onze horas da manhã.

Em dado momento, Militão avistou longe, na estrada, diversos homens armados e avisou: – Lá vêm nossos camaradas! E continuou, despreocupadamente, no reparo dos arreios. Também as praças não tiveram a curiosidade de ver quem era que se aproximava. A estrada faz uma curva fechada e vem desembocar abruptamente junto à casa, motivo por que Militão logo perdeu de vista os indivíduos que julgou serem soldados.

De súbito, o troço aparece. Num ápice, saltam das selas Lampião, Volta Seca, Ezequiel, Pai Velho, Corisco, Arvoredo, Moderno, Esperança, Moirão, Gato, Pernambuco e Labareda. Virgolino já está intimando o Cabo Militão:

- Se prepare, cabra, se prepare pra apanhar!

- PRA APANHAR, NÃO, QUE EM HOMEM NÃO SE DÁ: – HOMEM SE MATA!
- Apois, então, tire a cartucheira, que é pra não melar de sangue!

Mas não findara o curto diálogo entre Virgolino e Militão e já Volta Seca desfechava neste um tiro de Parabellum no ouvido.

Com o estampido, acorrem os soldados, atordoados e sem os fuzis, e são recebidos por uma saraivada de balas, quase a queima-roupa. Um deles tomba, tendo como arma nas mãos a caneta com que inconscientemente estava a mandar o derradeiro adeus à família. Outro, o único que logo não caiu, baleado que fôra ligeiramente num braço, retrocede à casa e procura refugiar-se numa alcova. Cerrada descarga atravessa a porta, prostrando-o morto pelas costas. Muitos outros disparos alvejam ainda os moribundos, um dos quais escabuja e é sangrado. Esse infeliz chegou a receber no corpo nove balas. Tudo isso não durara mais que instantes.

A horda penetra na casa e Lampião, não saciado, indaga se não resta escondido por ali mais algum macaco do gunvêrno. Alfredo Monteiro responde negativamente e implora compaixão para si e para os seus. Lampião grita-lhe que nunca mais dê rancho a macaco e volta ao terreiro. Dá um pontapé no cadáver de Militão e arranca-lhe do braço as divisas de cabo, presenteando uma das fitas a Moderno e outra a Arvoredo. Este lastima que nenhum dos mortos usasse bigode comprido: é que ele queria torar e amarrar na fita, mode enfeitar o rabo do cavalo em que vinha montado… Ezequiel vasculha os bolsos dos soldados. Tal busca de dinheiro resulta infrutífera e o miserável desanda na torpeza duns insultos pornográficos.

Estarrecido, o dono da casa pergunta que deve fazer com os cinco cadáveres. Virgolino sacode os ombros:

- Querendo, enterre; não querendo, deixe os urubus comer!

Pai Velho saúda com uma risada o dito de sarcasmo do chefe feroz.

Lampião pede cachaça, cachaça muita que dê pra ele e a “rapaziada” festejarem a caçada do dia.

Alfredo Monteiro, receoso de ter de testemunhar nova chacina, adverte que outra força de polícia está a chegar. Virgolino exalta-se e deixa a esses policiais um recado obsceno. Depois, olha raivosa e tigrinamente as suas cinco vítimas e ordena a Alfredo Monteiro que enterre os peste todos numa cova só, sob pena dum ajuste de contas em regra, noutra visita inesperada. Alfredo Monteiro promete que assim fará e pede licença para ir buscar a aguardente. Lampião diz que não quer mais…

Todo o grupo torna a montar.

Nisso, o soldado Cecílio Benedito, nos últimos estertores, bole ligeiramente com um pé. Lampião observa o movimento e saca, de novo, a pistola:

- O diabo deste “macaco” inda está se mexendo? Macaco mexeu, quer chumbo…

E, mesmo montado, desfecha-lhe um tiro na cabeça, que lhe arranca parte do frontal.

E esporeando as alimárias, a cantar alegremente o “É lampa… é lampa…”, os Cavaleiros do Crime galopam, fugindo pusilânimemente a um encontro com os policiais esperados.

Quando o tropel da cavalhada e a toada do hino de guerra de Lampião não se faziam mais ouvir, foram se reabrindo as casas do Brejão e das portas e janelas umas cabeças assustadas perscrutavam se o vilarejo já encontra restituído à sua quietude e pacatez.

Alfredo Monteiro, de olhos marejados, estava a espantar uns cães famintos que lambiam o chão inda rubro, aqui e ali, do sangue dos cinco mártires do banditismo nefando.

O sol pompeava, na sua escalada para o zênite.

O Cabo Militão tinha os olhos esbugalhados para o céu, como a indicar que aquele cuja firmeza de olhar não se curvara ante a crueldade vilã do Rei do Cangaço também era capaz de fitar o sol, o grande sol flamejante dos sertões!

* pg 54 "NO TEMPO DE LAMPIAO" - Leonardo Mota

Fonte: facebook
Página: Raul Meneleu Mascarenhas
Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste

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01 fevereiro 2016

LIVRO... AS CRUZES DO CANGAÇO - OS FATOS E PERSONAGENS DE FLORESTA (UM POUCO DA CRITICA DE LEONARDO FERRAZ GOMINHO, ESCRITOR FLORESTANO RENOMADO, AUTOR DE FLORESTA, UMA TERRA - UM POVO E OUTROS).

Leonardo Ferra Gominho

"Passados 78 anos da morte de Lampião e 76 da de Corisco - quando o cangaço foi extinto -, muito já foi escrito sobre o fenômeno e seus personagens. Pesquisadores, historiadores e diversos outros profissionais debruçaram-se sobre o tema e produziram incontáveis trabalhos, transmitindo-nos a impressão de que nada mais há a acrescentar.

Ledo engano.

Eis que, no ano em que a chacina da Tapera completa 90 anos, Marcos e Cristiano nos brindam com "As cruzes do cangaço - os fatos e personagens de Floresta ".

E finaliza:

Enfim, um livro que deve ser lido por todos, não apenas por aqueles que, como nós, amamos as histórias do cangaço" .

LEONARDO FERRAZ GOMINHO

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
Grupo: Lampião, cangaço e nordeste

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FREI DAMIÃO EM TAPEROÁ-PB NO ANO DE 1969 (INCRÍVEL)

https://www.youtube.com/watch?v=Fro6J-n_NpY

Publicado em 2 de set de 2013
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BIOGRAFIA DO FREI DAMIÃO BOZZANO

Frei Damião de Bozzano, nascido Pio Giannotti, OFMCap (Bozzano5 de novembro de 1898 — Recife31 de maio de1997) foi um frade italiano radicado no Brasil. Era filho dos camponeses Félix Giannotti e Maria Giannotti.


Começou sua formação religiosa aos doze anos, quando foi estudar em um colégio de padres. Aos dezenove anos foi convocado para o exército italiano e participou da Primeira Guerra Mundial. Aos 27 anos diplomou-se em teologia pela Universidade Gregoriana em Roma e foi docente do Convento de Vila Basílica e do Convento de Massa.

O frade capuchinho, ordenado sacerdote em 25 de agosto de 1923, veio do norte da Itália para o Brasil no início da década de 1930, estabelecendo-se no Convento de São Felix da Ordem dos Capuchinhos, sendo venerado por fiéis, principalmente nordestinos, pois foi nessa região que ele viveu a maior parte de sua vida, fazendo peregrinações pelas cidades, dando comunhão, confessando, realizando casamentos e batismos. Por muitos nordestinos considerado como santo, encontra-se atualmente em processo de beatificação desde 31 de maio de 2003.[1]

Por dia, muitas cartas chegam ao Convento de São Félix, contando fatos de cura, milagre, que a ciência não consegue entender.

Sua primeira missa foi nos arredores da cidade de Gravatá, em Pernambuco, na capela de São Miguel, no Riacho do Mel. Anualmente, no mês de maio, realiza-se naquela cidade as Festividades de Frei Damião: uma grande caminhada sai da Igreja Matriz Nossa Senhora de Santa'Ana (no centro de Gravatá) e vai até a Capela do Riacho do Mel.

Na cidade de Recife, mais precisamente no Convento de São Felix da Ordem dos Capuchinhos, onde se encontra seu corpo, acontece desde sua morte no final de maio Celebrações para Frei Damião.

Em 1975, recebeu a medalha cunhada em ouro de amigos da cidade de Sousa, no estado da Paraíba, quando permitiu que construísse a primeira estátua em sua homenagem, tendo o mesmo colocado a pedra fundamental naquele ano e em novembro de 1976, oficiou missa de inauguração, obra do renomado escultor pernambucano Abelardo da Hora. A estátua esta construída no serrote denominado Alto da Benção de Deus, e se constitui hoje num facho abençoado de luz, deixando todos que contemplam mais próximos de Deus e de Nossa Senhora. E hoje é visitada por milhares de fiéis.

Em 27 de setembro de 1977, recebeu o título de Cidadão de Pernambuco e, em 4 de maio de 1995, o título de Cidadão do Recife.

Frei Damião ocupou-se em disseminar “as santas missões” pelo interior do Nordeste. “As santas missões” eram um tipo de cruzadas missionárias, de alguns dias de duração, pelas cidades nordestinas. Nessas ocasiões, era armado um palanque ao ar-livre com vários alto-falantes onde o frade transmitia os seus sermões. Quando perguntado sobre os objetivos de suas “santas missões” aos sertanejos, o frei respondia que um dos objetivos era “livrá-los do Demônio, que queria afastá-los da Igreja e fazê-los abraçar outro credo [...]”.

É autor de um manual de conduta, conhecido como os "Dez mandamentos de Frei Damião",[2] que determina como os católicos devem lidar com os protestantes.

Nunca abandonou suas caminhadas e romarias pelas localidades, no qual acompanhava com ele sempre, um terço e um crucifixo, as quais fazia com seu amigo Frei Fernando. Só parou poucos meses antes de falecer, devido ao agravamento de seu problema na coluna vertebral, fruto da má postura de toda a vida.

Frei Damião de Bozzano faleceu no Hospital Português no Recife, e seu corpo está enterrado na capela de Nossa Senhora das Graças, de quem era devoto, no Convento São Félix, no bairro do Pina, no Recife. Sua vida é retratada no livro do escritor Luís Cristóvão dos SantosFrei Damião - O Missionário dos Sertões.

Na ocasião de sua morte, em 31 de maio de 1997, o governo de Pernambuco e a prefeitura de Recife decretaram luto oficial de três dias.

No interior de Pernambuco, na cidade de São Joaquim do Monte, todos os anos milhares de romeiros chegam para prestar suas homenagens ao Frade. O Encontro de Romeiros, ou Romaria de Frei Damião como é mais conhecida, acontece todos os anos entre o fim de agosto e início do mês de setembro. Programação religiosa e cultural modificam totalmente o aspecto da cidade. O ponto central da peregrinação é a estátua erguida em homenagem a Frei Damião localizada no Cruzeiro.

Em 2004, foi inaugurado o Memorial Frei Damião em sua homenagem, na cidade de GuarabiraParaíba, uma das várias cidades em que o frade capuchinho percorreu em suas missões.[3]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Frei_Dami%C3%A3o
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MUSEU DO SERTÃO


O Museu do Sertão é de propriedade do
professor, escritor, pesquisador do cangaço e presidente da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço Benedito Vasconcelos Mendes

Enviado em 26 de out de 2015
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O DELEGADO QUE VIROU CANGACEIRO


Foi na Vila do Teixeira,
No alto sertão paraibano,
Era tem do Pedro
Segundo, se não me engano,
Tempo do Brasil império,
Só não sei precisar o ano.

Chamado de Liberato
Da Nóbrega, mas também
Conhecido pela Vila
E outras terras além
Como o “Cabra da Serra”,
O cangaceiro do bem.

Assim para os poderosos
Ele era um assassino,
O terrível cangaceiro
Que anunciava pelo sino
A morte de algum inimigo
Tal como fez com Cirilo.

“Blém, blém, blém…” , esse toque
Havia virado um sinal
Da justiça para o povo
Da vila e região local,
Que dizia: la vai o “Cabra
Da Serra” combater o mal.
Gil Holanda


PS: poema publicado neste site no dia 10 de março de 2008; republicado em 31 de janeiro de 2016

http://romulogondim.com.br/o-delegado-que-virou-cangaceiro/#comment-95501

Enviado pelo escritor e pesquisador do cangaço Dr. Epitácio Andrade

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"A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO CANGAÇO" DE ROSA BEZERRA

Por Susi Ribeiro

Amigo José Mendes Pereira

Boa Tarde,

Gostaria de deixar aqui minha Avaliação do livro: A Representação Social do Cangaço, de Rosa Bezerra, Um Livro Único, Esclarecedor, Humano, Uma Leitura que Recomendo a Todos!

"A Representação Social do Cangaço é um livro, fruto do trabalho, estudo e pesquisa da Psicóloga Social Rosa Bezerra, especializada em Psicologia Social e Comunitária da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).


O Livro nos mostra uma análise do Cangaço como Movimento Social, rompendo com todos os conceitos e padrões formais já pré-estabelecidos!

É um livro que nos faz pensar, compreender, analisar, é um livro único, que quebra regras, que, com certeza irá revolucionar nossos conceitos!!

No estudo do Cangaço, entre diversas questões, sempre nos deparamos com muitas perguntas, Quais foram os fatores históricos (do Nordeste e do Brasil), geográficos, climáticos, socioeconômicos que, realmente influenciaram e deram origem ao Cangaço?

Quais as verdadeiras Causas Sociais e Econômicas, até as paisagens físicas e culturais que se desenvolveram desde os fins do século XIX, por conta das grandes secas, da fome, da opressão, da luta pela sobrevivência no Nordeste Brasileiro?

Quem foi Lampião? Um assassino sanguinário? o que o levou realmente a ser Cangaceiro? Quem eram os Cangaceiros? facínoras? Bandidos?
Veja o que a mídia da época divulgava, entenda, analise, compreenda!

Este livro, é. sem dúvida, um estudo importantíssimo que não pode faltar a nenhum estudioso, pesquisador, historiador ou escritor, assim como a todos os descendentes do Cangaço,

Para que possam, de forma conclusiva e imparcial, compreender, o que realmente originou o Cangaço, suas Causas, Consequências e qual era sua finalidade.

Muito Obrigada pela oportunidade, José Mendes Pereira
Muito Obrigada Rosa Bezerra.

Atenciosamente

Susi Ribeiro, nora de Sila e Zé sereno, ex-cangaceiros de Lampião.

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31 janeiro 2016

CHEGOU O CARNAVAL - 31 DE JANEIRO DE 2016

Por Geraldo Maia do Nascimento

Fevereiro chegando e o povo começa a se programar para o carnaval, mesmo numa cidade onde não há carnaval. Praias, serras e outras cidades onde haverá “festa de Momo” estão na programação dos mossoroenses: uns em busca de carnaval; outros, fugindo do mesmo. 


Podemos dizer que o carnaval é uma das festas mais antigas da humanidade. Dez mil anos antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita. As origens do carnaval têm sido buscadas nas mais antigas celebrações da humanidade, tais como as Festas Egípcias que homenageavam a deusa Isis e ao Touro Apis. Os gregos festejavam com grandiosidade nas Festas Lupercais e Saturnais a celebração da volta da primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza.
               
O carnaval, tal como conhecemos no Brasil, tem sua origem no entrudo português, onde, no passado as pessoas jogavam umas nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior à quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.
               
O entrudo foi trazido para o Brasil por volta do século XVII, por influência dos portugueses das Ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde. Era uma brincadeira de loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, colorau, etc. Em meios mais nobres, esses produtos eram substituídos por confetes e serpentinas. Esse formato primitivo do entrudo permanece até hoje em algumas regiões do Brasil, principalmente no Nordeste. Damos como exemplo a vizinha cidade de Aracati, no Ceará, onde essa prática ainda é usada. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem europeia.
               
E dessa forma foi sendo formado o carnaval brasileiro. Uma mistura do entrudo português, com os mascarados da Itália e França, apimentado com o ritmo alucinante dos tambores africanos e o requebrado de nossas mulatas. Vieram depois as marchinhas que deram um novo ritmo ao carnaval brasileiro, tornando-o mais animado e com características únicas.
               
No final do século XIX, começaram a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos \"corsos\". Estes últimos, tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está aí a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais. A folia continuou crescendo até tornar-se a maior festa popular brasileira.
               
Em nosso país é festejado tradicionalmente no sábado, domingo, segunda e terça-feira anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa. Na Bahia é comemorado também na quinta-feira da terceira semana da Quaresma, mudando de nome para Micareta. Esta festa deu origem a várias outras em estados do Nordeste, todas com características baiana, e com a presença indispensável dos Trios Elétricos. Com esse formato são realizadas no decorrer do ano; em Fortaleza realiza-se o Fortal; em Natal, o Carnatal; em João Pessoa, a Micaroa; em Campina Grande, a Micarande; em Maceió, o Carnaval Fest; em Caruaru, o Micarú; em Recife, o Recifolia, etc.
               
As primeiras notícias que temos da festa de momo em Mossoró é de 1913, quando “um pequeno grupo de cavalheiros e pouco maior número de crianças” saíram fantasiados pelas ruas da cidade no domingo de carnaval. Naquele mesmo dia houve uma festa no Cinema Almeida Castro, onde “a fina flor mossoroense” travou uma verdadeira batalha de confete, serpentina e lança-perfumes. Na segunda-feira outros bailes se realizaram. O jornal “O Mossoroense” registrava “uma soirée (festa) familiar na casa do diretor desta folha e, outro ainda no Polytheama (cinema que existia em Mossoró, naquela época) como remate à festa anual tão cheia de atrativos. ”
               
No ano seguinte, 1914, apareceu um grupo de senhoras, “virtuosas esposas e mães dos proprietários do Polytheama”, promovendo festivo assalto de confetes, em intervalos de danças, durante a soirré. A assim, ano após ano, foram surgindo os blocos carnavalescos, os clubes, os grupos folclóricos e até os tradicionais ursos compondo nossa festa de Momo.
               
Hoje já não há carnaval em Mossoró. Algumas iniciativas individuais tentam, sem sucesso, reergue o evento na cidade. Mas o certo mesmo é que nessa época a cidade se esvazia, com grande prejuízo para a economia local. 

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Autor:
Geraldo Maia do Nascimento

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NEGROS EM SANTANA.

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