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11 fevereiro 2016

DONA MARIA GRANDE FALA SOBRE PASSAGEM DE LAMPIÃO EM FLORES



Enviado em 16 de mar de 2011
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VISITA AO MUSEU DO SERTÃO DE MOSSORÓ


A Próxima visita ao Museu do Sertão será no próximo dia 26 de março de 2016 (sábado), de 7 às 12 h. Não esqueça de levar 1 kg de alimento não perecível para o Lar da Criança Pobre (Irmã Ellen). Será um prazer lhe receber no Museu do Sertão.


Benedito Vasconcelos Mendes - Presidente do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP).

Enviado pelo poeta e escritor José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo

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CANGAÇO - Cangaceirismo LAMPIÃO E OUTROS CANGACEIROS EM MANAÍRA - TIRO NO PÉ - PARTE V


31 de julho a 3 de agosto de 1924

Existe um detalhe curioso na literatura do cangaço, em que autores narram esses dias com duas versões distintas. Vários deles escreveram que, fugindo do cerco da polícia, Lampião desceu pelo Boqueirão e seguiu em direção ao Pelo Sinal. Após os tiroteios no Boqueirão e Impueira, o mais famoso de todos é conhecido como o Fogo de Areias de Pelo Sinal. Esse confronto deu-se na casa de Manoel Cazuza. O último cidadão vivo, que esteve naquele momento, é um afilhado de Cícero Cazuza (irmão de Manaoel), de nome Cícero Nunes de Amorim (Nego). Ele afirma: “eu tava lá, mas tava na barriga de mãe. Mãe tava grávida, eu não vi, mas ela e pai e meu padrinho (Manoel) me contaram muitas vezes, desde que eu era menino. Eu sei de tudo”.

Quando lhe perguntei como tinha sido o combate e como era Lampião, ele disse com toda segurança: “Lampião num tava não, quem tava era Livino, o irmão dele”. Por mais que eu insistisse, ele e seus familiares garantiram que era somente Livino e os cangaceiros, sem Lampião. Manoel Cazuza conhecia muito bem os irmãos Ferreira e podia assegurar quem realmente esteve em sua casa. “Quem também entrô no cangaço foi Belo Cazuza (Benedito), filho de meu padim Mané Cazuza.”

Em seu livro, O Canto do Acauã, de Marilourdes Ferraz, pág. 230, encontra-se o seguinte: “A casa estava ocupada por Livino Ferreira, que ofereceu pesada resistência.” Também outros escritores descrevem como sendo Livino o comandante dos bandoleiros naqueles momentos. Luís Pedro não é citado como um dos cangaceiros presentes ao ataque. Isso ratifica a tese de que Lampião não estava nesse combate. Mas onde ele estaria, se estava no Pau Ferrado e, de lá, os cangaceiros seguiram em direção ao Pelo Sinal, sem ele?

Lampião ainda não estava curado do ferimento do pé e andava mancando. Não daria para enfrentar uma fuga desenfreada com várias volantes em sua perseguição. Estrategista experiente que era, teria disfarçado seu distanciamento do bando, espalhando cangaceiros em várias direções. Essa tática, já utilizada em outras situações, funcionou perfeitamente. Tiroteios na região de Cachoeira de Minas, no Pau Ferrado, no Boqueirão, na Impueira...

Hipótese levantada pelo autor: Lampião estaria se dirigindo para Triunfo (PE), em companhia do cangaceiro Luís Pedro Cordeiro, que era triunfense e parente do Dr. José Cordeiro. Esse médico, juntamente com o Dr. Severiano Diniz, estava cuidando do ferimento da perna de Lampião, no Saco dos Caçulas, em Patos. Lampião subiu o Pau Ferrado, separou-se dos companheiros que se dirigiram à Alagoa Nova e foi à Triunfo, continuar o tratamento, pois não podia mais fazê-lo na Paraíba.
Em Triunfo foi produzido um pequeno filme intitulado “Tiro no Pé” (disponível no YouTube), que conta a saga de uma semana na qual Lampião ficou oculto em Triunfo, cuidando da saúde do pé, com o Dr. Cordeiro e Luís Pedro. Sabendo desse ocorrido, fomos a Triunfo e procuramos nos inteirar das fontes para a história da filmagem. Nossa surpresa foi grande quando soubemos que aquele período coincidia com a saída de Lampião da região do Pau Ferrado.

No Engenho Triunpho, encontramos com o Dr. Haroldo Paiva Rodrigues, que nos contou muitos fatos de sua vida, mostrou reportagens e fotos em que se apresenta como Gandhi, por conta de sua semelhança física com o líder Indiano Maratma Gandhi. 

Liraucio Rodrigues da Silva

Exibiu também as fotos de seus pais, Liraucio Rodrigues da Silva e Adauta Paiva Rodrigues, dos quais nos permitiu copiar as fotografias.

Adauta Paiva Rodrigues

Conseguiu-nos cópia do filme “Tiro no Pé”, mas ressaltou os fatos reais - diferentes daqueles apresentados no filme -, ocorridos naqueles dias em que seus pais acolheram em casa, por oito dias, Lampião e Luís Pedro. O Dr. Cordeiro ia sempre à noite, para não chamar a atenção da população ou de qualquer curioso. Fazia os curativos e aplicava os medicamentos.

Após o período de repouso e convalescença, o hóspede partiu sem que ninguém se apercebesse de sua permanência ali. Lampião deixou como recordação um livro de História do Brasil e um estojo de barbear, que Dr. Haroldo guarda com bastante carinho.


Reencontrando-se com os demais bandoleiros, Lampião busca uma região mais calma para se reorganizar e recompor armamentos e munições que estavam bastante reduzidos.

CONTINUA...

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10 fevereiro 2016

60 ANOS DO GRUPO OS CANGACEIROS DE PAULO AFONSO É NOTÍCIA NO JORNAL FOLHA SERTANEJA EM TEXTO DE JOÃO DE SOUSA LIMA


O Espaço Cultural Raso da Catarina expõe material histórico sobre os 60 anos de história do grupo Os cangaceiros de Paulo Afonso.

Veja a matéria completa aqui:

A edição de Fevereiro, de Nº 144, marca os 12 anos de vida ininterrupta do jornal. Será uma edição especial, com retrospectiva histórica desses 12 anos de Paulo Afonso (com foco nos conteúdos do jornal). Artigos, textos, publicidades serão recebidos até o dia 25 de Fevereiro. A edição será concluída até 29 de Fevereiro e deverá circular nos primeiros dias de Março.

Lamento informar que, como estão os apoios (ou falta deles) não sei se teremos a edição 145 e seguintes...

Abs fraternal.

http://joaodesousalima.blogspot.com.br/2016/02/folha-sertaneja-o-espaco-cultural-raso.html

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LAMPIÃO É NOSSO SANGUE O DRAMA DE LAMPIÃO ANALISADO POR UM ÂNGULO DIFERENTE - PARTE FINAL


OS CORPOS de "Lampião", Maria Bonita e seus nove comparsas haviam ficado realmente no leito seco de um riacho. Uma ligeira camada de terra os cobria. Os urubus descobriram e deram em cima. Veio uma alma piedosa, enxotou-os, foi buscar veneno e o espalhou pelo local com o fito presumível de manter afastados os urubus. Sem poder adivinhar que aquilo fosse veneno, os urubus voltaram à carga. Três ou quatro tombaram ali mesmo. E o próximo visitante que chegou, encontrando os urubus mortos sobre os restos dos cangaceiros, pensou rápido e saiu com a boca no mundo a dizer que "Lampião" não havia sido morto a bala, não. Havia sido envenenado. 

Assim se formam certas lendas no Brasil. Aliás, ninguém pôde atestar se os despojos estavam envenenados ou não. Quando as chuvas chegaram, o riacho ganhou águas e as águas mesmas cuidaram de decompor e destruir o que restava do estado-maior de "Lampião". João Ferreira se esquivava de ouvir essas histórias. Seus anos de vida estavam cansados de ouvir histórias tristes sobre Virgulino. Em vez, ele andava pelo mato a procurar qualquer coisa. Até que voltou, trazendo um punhado de flores silvestres. Aproximou-se da cruz tosca. Que fixara entre as pedras, tirou o chapéu da cabeça e se ajoelhou. Após alguns momentos de reflexão, depositou as flores ao pé da cruz. Para João. a morte perdoara os crimes de Virgulino. Ali ele não era mais o rei dos cangaceiros. Era um finado. Quando João se levantou, alguém identificou entre os presentes o Sr. Oséias Cândido, irmão de Pedro Cândido. 


Pedro Cândido era um fazendeiro que negociava com "Lampião" e foi quem guiou a volante alagoana ao esconderijo de Angico. "Lampião" morreu por causa dessa traição. — Meu irmão — disse Oséias — foi posto num dilema: morrer, ou mostrar onde "Lampião" estava. E contou que o bando foi surpreendido às 5 horas da manhã, quando presumivelmente dormia. João Ferreira ficou ouvindo de longe, como a não querer misturar-se com o irmão de Pedro Cândido. Ficou mudo o tempo todo. Só abriu a bôca no momento em que Oséias contou que Pedro morrera assassinado, em 1942. Quando perguntei a Oséias: "Que é de Pedro?", e ele respondeu: "Mataram", João comentou lá de traz: — Bem feito. E então nos retiramos, deixando a cruz e as flores dentro da paisagem. Voltamos a Piranhas peio Rio São Francisco, à noite, debaixo duma lua cheia linda e comovente. Horas mais tarde, quando os quatro passageiros de nosso carro jogaram-se às camas de um hotel em Santana do Ipanema, Manuel Ferreira tirou um livro de sua pasta e pediu que ouvíssemos alguns versos. 

O livro era "Bandoleiros das caatingas", excelente reportagem de Melquiades da Rocha. Os versos, do cantador Zebelé. Versos que nos desviaram o pensamento da lua se derramando sobre o São Francisco, para recordar, mais adiante, aquela cruz e aquelas flores no matagal da Fazenda Angico. Diziam assim: 

Ninguém no mundo se livra
Do gorpe duma traição. 
Inté Jesus foi traído 
Por um judeu sem ação, 
E morreu crucificado 
Sexta-feira da Paixão.

Lá na grata dos Angico, 
No meio da escuridão, 
Cercado por todos lado, 
Ferido de supetão, 
Foi pegado, foi traído. 
O gigante do sertão. 

Era brabo, era marvado
Virgulino, o Lampião, 
Mais era, pra que negá, 
Nas fibra do coração 
O mais prefeito retrato 
Das catingas do sertão 

A viola tá chorando 
Tá chorando com razão 
Soluçando de sódade, 
Gemendo de compaixão. 
Degolaram Virgulino, 
Acabou-se Lampião.

Havíamos atingido Santana do Ipanema, em Alagoas, para investigar o boato de que o vigário local criara um filho de "Lampião". Padre Bulhões não vivia mais, porém sua família podia esclarecer. O saudoso vigário realmente educara o filho de um cangaceiro. Mas filho de "Corisco", não de "Lampião". Retomamos viagem, para descobrir 12 horas mais tarde em Aracaju, a filha de "Lampião" e Maria Bonita. 

Sim, o rei do cangaço deixara uma filha. Dizia-se que era um filho. Esta própria revista recentemente divulgou declarações que defendiam essa versão. Mas João Ferreira não dá fé. Ele sabe apenas que um dia Virgulino lhe mandou uma menininha, com um bilhete para que ele a educasse. "O nome é Expedita", dizia o bilhete. 

Expedita, hoje, é ainda uma criança. Mas já mãe. Tem 21 anos de idade, um marido da mesma idade, um filhinho de 9 meses, Dejair. É uma cabocla forte e bonita, que não apresenta qualquer Sinal de degenerescência, nenhuma tara. Em julho de 1938, quando as cabeças de seus pais estiveram no Serviço Médico Legal de Maceió, o exame não denunciara estigmas que caracterizassem "Lampião" ou Maria Bonita como criminoso nato. Não surpreendia, que a filha fosse também normal. — O que tem é gênio forte. Herdou do pai — disse João. Nós a avistamos quando cuidava do filho. Dava-lhe leite em mamadeira, ai pelas 6 horas da tarde. Tinha um semblante tranquilo, os gestos delicados. Parecia feliz. A casinha modesta estava que era um mimo. Havia poltrona na sala, berço no quarto, jogo de panelas na cozinha. Tudo arrumado, tudo limpo que fazia gosto. Expedita dava leite ao nenê enquanto esperava o marido, Manuel Messias Nunes, para jantar, Manuel chegou loga. Tão criança quanto a mulher. Vê-los caducando com Dejair era ver dois meninotes que brincassem de papai e mamãe com um bebê. Educada por João, Expedita sabe porém de quem é filha. Na mesa da sala descobri O CRUZEIRO com a reportagem de João Martins sobre o livro "Lampião" de Optato Guelros. Sinal de que ela não era indiferente ao assunto. Mas que gosta de falar nele, não gosta. Tive de sondar pessoas de sua intimidade para conhecer-lhe as reações ante o tema "Lampião". Ela jamais falaria a um estranho sobre esse caso. Sempre tem medo de que sua condição de filha de "Lampião" atraia vexames para o marido, mais tarde para o filho. Pude colher que, embora evitando conversar sobre cangaceiros, ela devora toda leitura que se refira ao pal. Algo mais: foi ver o filme "O Cangaceiro", de Lima Barreto. Voltou de lá aborrecidíssima" com a deformação do caráter do pai". Pois identificou "Lampião" no personagem central do filme. Expedita, como de resto todo o Nordeste, ligava pouco para o fato de Lima Barreto fazer arte. Queria apenas história. Interpretação honesta dos fatos. E ficou revoltada em ver os cangaceiros só viajando a cavalo, feito "cowboys" americanos, eles que só atravessavam e caatinga andando com os próprios pés. E revoltada em ver que não davam descanso a seu pai nem depois de morto.

Achei bonito que os Ferreira não se envergonhassem do parentesco com "Lampião". Lembro uma reportagem que fiz no Oriente sobre um australiano que amava uma japona. Proibido de casar, pois a Austrália àquele tempo não queria australiano casado com japonesa, o soldado Frank Loyal Weaver achou que o coração tinha razões mais fortes, e se casou. Foi deportado sete vezes para a Austrália; clandestinamente voltou sete vazes ao Japão. Pois bem: os pais de Weaver, envergonhados, repudiaram o filho, nunca mais quiseram saber dele. 

Quando é que um sertanejo nosso abandonaria o filho por ter casado com quem queria? É como me diziam os primos de João no meio da viagem: "Lampião" é nosso sangue. E sangue é sangue". Achei bonito que os Ferreira reverenciassem o parente morto. Terem a coragem de não negar. A bravura de defender. Lá em Serra Talhada uma senhora me disse: — Meu pai é Antônio Matilde. Ouviu falar nele? Era do bando de "Lampião". Pois olhe: tenho orgulho de ser filha de Antônio Matilde. Então vou renegar o homem que me deu a vida só porque o mundo o condena? E com um ar de desprezo pelo juízo dos homens ela rematou: — Ora, moço, só Deus é o dono do mundo.


NO CURSO de uma das várias palestras mantidas durante a viagem, na própria fazenda "Serro Vermelha'', onde ele nascera, João Ferreira ouviu expressões incômodas sobre "Lampião" e seus feitos. Ficou firme. Ninguém sabia quem era ele. Os novos senhores da terra o trataram bem, sem saber a quem tratavam. Tudo bem. 

OSÉIAS CÂNDIDO contava por que seu irmão Pedro guiara os matadores de "Lampião" ao esconderijo na grota de Angico. Fora forçado por ameaça de morte. João Ferreira ficou espiando, desconfiado, como o não querer misturar-se com o irmão de quem traíra Virgulino e o empurrara para a morte.
Antônio, o irmão mais velho. Nem os outros irmãos mais velhos, Livino, Virgulino e Virtuosa. Ele, João, era o quinto filho do velho José Ferreira e da "cumadre" Maria José. Abaixo vinham Angélica, Maria, Ezequiel e Anália. A família era grande e próspera. Pai e mãe vivos, nove filhos, gado no campo, terra trabalhada, dinheiro nos baús. Agora, tudo diferente. Por que? — Por que não nos deixaram viver em paz? —perguntou ao ar. 


MOCINHA é a única irmã que restou a João Ferreira. Ela aparece aqui tomando café, sentada, em sua casa de Delmiro, cidade alagoana próximo à Cachoeira de Paulo Afonso. De costas, o marido de Mocinha. 

Deixando a fazenda, João foi abraçar a única irmã que lhe restava, Maria. "Chamo-a de Mocinha", explica. Ela mora em Delmiro, Alagoas, é bem casada e mãe de duas moças e um rapaz. João passou uma noite inteira contando-lhe os detalhes da sua viagem. 

Depois ele atingiu as margens do Rio S. Francisco, tomou um barco e foi à Fazenda Angico. Ver o local onde mataram o mano. Manuel e Antonio Ferreira, os dois primos que o acompanhavam na viagem, alguns tripulantes do barco e gente da vizinhança, seguiram João até a grota famosa onde a volante do capitão Bezerra liquidou "Lampião" em 1938. João olhou em volta sem dizer uma palavra. Então tinha sido aquele o palco da cena final... Botou a mão na mesma pedra onde o pescoço de Virgulino recebeu o golpe do facão. Depois mandou cortar um galho de árvore, fazer uma cruz. E fixou a cruz entre pedras, no local onde jazera o corpo decapitado do irmão.

— Enterraram o corpo? — perguntei ao guia.

— Não, a água levou. 

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CANGAÇO - Cangaceirismo LAMPIÃO E OUTROS CANGACEIROS EM MANAÍRA - O CRUZEIRO DA LAGOA - PARTE IV


Em Alagoa Nova havia um Cruzeiro, pequeno monumento com uma cruz e uma janelinha. Em seu interior eram colocadas velas acesas, protegendo-as do vento, e também, “objetos de promessas” - próteses, réplicas de mão, braço, pé e cabeça –, tudo aquilo que simbolizasse uma cura naquela parte do corpo. Ele situava-se junto à Lagoa Velha, entre esta e a Lagoa Nova.

Lampião havia passado algumas vezes ao lado Cruzeiro, quando viajava utilizando esse caminho que incluía o Pau Ferro, passando pela lagoa, em direção ao Constantino, para chegar a outras localidades. O mesmo se dava no retorno. Em uma dessas passagens, fez uma promessa diante do Cruzeiro.

Em 1924, no final do mês de julho, Lampião envia seus cangaceiros, comandados por seu irmão Livino e por Chico Pereira, que também tinha um bando. Com eles foram alguns da região dos Patos de Princesa.

Sousa era uma cidade grande, e os roubos, maltratos à população e a suas autoridades, tiveram uma grande repercussão na Paraíba, motivando severas críticas a José Pereira, de Princesa, porque se comentava que ele protegia os cangaceiros. Revoltado com as críticas e com o propósito de provar que não estava de acordo com isso, José Pereira organiza as tropas policiais da região e um grupo de seus comandados para expulsar Lampião, que estava em terras de seu município.

O coronel envia uma mensagem, por Manoel Lopes, para o chefe dos bandoleiros, dando-lhe o prazo de 24 horas para desocupar o Saco dos Caçulas. Isso causou grande revolta no cangaceiro, contra o coronel.

Lampião lembrou-se do compromisso religioso feito no Cruzeiro de Alagoa Nova e não queria partir antes de pagar a promessa. Ele também tinha seus momentos de religiosidade e combinou a ida com o irmão, possivelmente o Antônio e o cangaceiro Tocha. Seguiu para São José, onde comunicou a Doca: “Tenho uma promessa pra pagá no cuzero de Lagoa Nova”. Dali seguiram com Doca. Os quatro passaram pelo arruado no final da tarde e foram até o Cruzeiro fazer suas orações. Após pagar a promessa, Lampião disse: “Vamo simbora”. Ele teria deixado dinheiro com alguém para pintar o cruzeiro. Voltaram à “boca da noite”, sem serem reconhecidos, deixaram Doca em São José e se transferiram do Saco dos Caçulas para o Alto do Pau Ferrado, onde tinham o apoio do fazendeiro Antônio Né, da família Marcelino.

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SOMOS TODOS UMA SÓ FAMÍLIA: FLORESTA.

Cariri Cangaço em Floresta, agora somos uma só família...

“Estamos prestes a testemunhar um dos maiores eventos sobre história de Floresta de todos os tempos”; foi com esse entusiasmo que o pesquisador e escritor Leonardo Ferraz Gominho iniciou a reunião de trabalho da Curadoria do Cariri Cangaço no Espaço Cultural João Boiadeiro de Floresta na tarde do último dia 08 de fevereiro, segunda-feira de carnaval.

Com a presença do Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo; dos pesquisadores Cristiano Ferraz, Manoel Serafim, Marcos de Carmelita, Leonardo Gominho, Betinho Numeriano, Denis Carvalho, e ainda Maria Amélia, Silvana Nascimento, da professora Ana Gleide Leal Sá; representante do CESVASF, Instituição de Ensino Superior responsável pela formação da maioria dos professores de História na região; de Adália Barros, do bloqueiro Elvis de Lima e da representante da municipalidade Fátima Rocha, aconteceu a reunião que marcaria o inicio dos preparativos finais para um dos mais aguardados eventos com a marca Cariri Cangaço.

Denis Carvalho, Leonardo Gominho, Marcos de Carmelita, João de Sousa Lima, Cristiano Ferraz e Manoel Severo; começa o Cariri Cangaço Floresta 2016...

Manoel Severo inicialmente apresentou aos presentes o sentimento que norteou a criação do Cariri Cangaço ainda em 2009 e mostrou os números significativos dos 6 anos de existência do empreendimento, ao mesmo tempo em que testemunhou em nome de todo o Conselho Alcino Alves Costa a satisfação do Cariri Cangaço chegar pela primeira vez ao estado de Pernambuco e em especial ao tradicional município de Floresta. “Chegar oficialmente a Floresta, um dos mais espetaculares cenários desta saga sertaneja que é o cangaço, é motivo de muita satisfação e alegria ao mesmo tempo em que aumenta nossa responsabilidade em promover um grande e inesquecível evento com a marca Cariri Cangaço, tanto para quem virá de todo o Brasil como e principalmente, para a família florestana. Hoje realmente, com essa reunião de trabalho, temos um dia histórico para o Cariri Cangaço: Somos uma só Família; Floresta”.

Leonardo Ferraz Gominho entregando suas obras a Manoel Severo 

Além da definição da data; o Cariri Cangaço Floresta 2016 acontece entre os dias 26 a 28 de maio, tendo Floresta e Nazaré do Pico como anfitriões; a reunião definiu a infraestrutura do evento, a programação que envolverá; conferências, debates, lançamento de livro, visitas técnicas e ainda apresentações artísticas e folclóricas, tanto em Floresta como em Nazaré e ainda os conferencistas e as respectivas mesas de debates. Manoel Serafim, um dos organizadores do Cariri Cangaço Floresta acentua: “certamente estaremos todos comprometidos com o que temos de melhor para receber todo o Brasil que virá ao Cariri Cangaço Floresta”.

O pesquisador e escritor Marcos de Carmelita revela a satisfação de receber o Brasil de Alma Nordestina em Floresta nesse marcante Cariri Cangaço, e revela: “Nunca tivemos algo parecido aqui em Floresta, é realmente uma iniciativa ousada e vitoriosa do Cariri Cangaço e que sem dúvidas reunirá para nossa alegria toda a família florestana, além de pesquisadores de todo o Brasil.” Já o pesquisador e escritor Cristiano Ferraz “será uma grande festa da história e da memória de nossa cidade, o Cariri Cangaço Floresta 2016 entrará para a história e temos o grande prazer de lançar nosso livro, eu e Marcos de Carmelita: As Cruzes do Cangaço - na noite de abertura”.

Curador do Cariri Cangaço Manoel Severo e os organizadores do evento em Floresta: Leonardo Gominho, Marcos de Carmelita, Manoel Serafim e João de Sousa Lima.
A reunião deixou claro o forte compromisso da equipe de organização no município, em realizar um evento que irá primar pela qualidade e responsabilidade, marcas indeléveis do Cariri Cangaço. Para Manoel Severo “hoje, estamos finalizando a programação, que estaremos divulgando dentro de uma semana; em função de uma ou outra confirmação; mas o que podemos adiantar é que a equipe local está comprometida com o que Floresta e Nazaré possuem de melhor!"

 Reunião marca o lançamento do Cariri Cangaço Floresta 2016...
 Presidente da ABCDE , Ana Gleide do CESVASF e Manoel Severo

A noite foi a vez do encontro com Raul Goiana Novaes Meneses, um dos fortes colaboradores da gestão municipal florestana que recebeu do curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo e dos organizadores locais; Marcos de Carmelita, Maria Amélia e Manoel Serafim, detalhes do formato e da programação do Cariri Cangaço Floresta. "Dentro do Cariri Cangaço é necessário lançarmos um Manisfesto pela Restauração do prédio histórico do Batalhão das Forças Volantes, uma luta antiga de todos nós, uma iniciativa que une toda família florestana, sem dúvidas vamos apoiar o Cariri Cangaço Floresta no que for possível." conclui Raul Goiana Novaes.

Manoel Serafim, Marcos de Carmelita, Manoel Severo, Raul Goiana Novaes, Leonardo Gominho e Cristiano Ferraz em noite de preparativos para o Cariri Cangaço Floresta

Na verdade, o trabalho de mais de um ano começa a mostrar seu formato final no grande empreendimento que será o Cariri Cangaço Floresta 2016 em maio, quando reuniremos os maiores pesquisadores do Brasil, sobre a temática para um debate qualificado e responsável, tendo como cenário dois dos mais significativos palcos dos acontecimentos; Floresta do Navio e Nazaré do Pico.

Manoel Severo conclui: "Ainda hoje e amanhã estaremos concluindo em mais três reuniões de trabalho, em Nazaré; os detalhes finais da programação, dessa forma, até o começo da próxima semana teremos condições de divulgar a Programação Completa e final de nosso esperado Cariri Cangaço Floresta 2016, nos aguardem, teremos sem dúvidas mais um Cariri Cangaço inesquecível."

Cariri Cangaço Floresta 2016
26 a 28 de Maio
Floresta do Navio e Nazaré do Pico
Programação em breve...

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O CANGACEIRO VOLTA SECA PERDEU-SE QUANDO DISSE QUE TERIA VISTO MARIA BONITA VIVA, E 33 ANOS DEPOIS AFIRMOU QUE ELA MORREU JUNTA COM LAMPIÃO.

   Por José Mendes Pereira Em 7 de abril do ano de 1948, Antônio dos Santos, conhecido no mundo do crime como sendo o cangaceiro "Volta...