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19 abril 2016

“CORREIO BRASILIENSE” – 12/04/1970

Por Paulo Dantas

LOUVAÇÃO

... Certa vez viajando de jipe pelas estradas de Sergipe, na estrada de Carira, vi uma tosca cruz, coberta de flores – UM CRUZEIRO DE ACONTECIDO – à beira do caminho.

Era do cangaceiro Gitirana, um cantor do bando de Lampião, um barítono caboclo, de cabelos cacheados, que conheci quando ele esteve na chefatura da Polícia Baiana em 1938, logo depois do massacre da Gruta dos Angicos. Os sobreviventes do bando sem o seu amado chefe, estavam se entregando.

Gitirana será o último cangaceiro chegado do sertão. Estava preso com a companheira, uma morena grávida, mãe de um menino novo que chorava no xadrez ao lado.

Gitirana subiu comigo no elevador e foi para seu aposento. Era noite. Guardei o moço moreno cor de jenipapo, sorriso franco, cabelos anelados, uma inesquecível imagem de simpatia. Não sabia que ele era o cantor, o poeta tirador de rimas do bando, o predileto de Lampião.

Densa era a noite naquele presídio.

Já ao romper da aurora, entre ruídos de grades que se fechavam, abafadas ouvi ao lado, uma doce voz que cantava:

“OU MUIÉ RENDERA 
OU MUIÉ RENDÁ 
CHORO LEVO COMIGO 
SOLUÇO VAI NO EMBORNÁ.
MINHA MÃE ME DÊ DINHEIRO 
PRA COMPRÁ UM CINTURÃO 
PRA FAZER UMA CARTUCHEIRA 
PRA BRIGÁ COM LAMPIÃO. 
OU MUIÉ RENDERA.”

A voz, bem modulada possuía uns acentos como jamais ouvi.

Gitirana, como ninguém nos ermos das caatingas se impunha como o barítono melhor da “MULHER RENDEIRA”.

Gitirana meu gitano cancioneiro caboclo, meu cantor cangaceiro morreu, anônimo e está enterrado nos matos. E virando no ciclo sertanejo da minha ficção além oeste personagem de uma novela: “GIRA, GIRA GITIRANA”.

Fonte: facebook
Grupo: Lampião, Cangaço e Nordeste

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18 abril 2016

O TERCEIRO OLHO DE LAMPIÃO

Por Raul Meneleu Mascarenhas

Temos vários relatos de "repentes" que Lampião tinha, inclusive criar uma mística qualidade de prever algo ou receber avisos de forças estranhas.

Cristina Matta Machado em seu livro "As Táticas de Guerra dos Cangaceiros" segunda edição, à página 37 nos fala do início dele no cangaço, aos 21 anos, no bando de "Sinhô Pereira" que se tornaria chefe dois anos depois, teve uma dessas intuições que deixou a todos pasmos.

"Pouco tempo depois de ter entrado no cangaço, Sebastião Pereira estava acordado com seu grupo, na casa de um fazendeiro em Pernambuco. Querendo agradar aos cangaceiros, o proprietário ordena ao feitor:

- Vá estourar umas pipocas pros meninos...

Lampião, que estava passivo, olhar fixo numa só direção, como se estivesse meditando, retrucou:

- Estourar vão ser as balas, num demora mais que cinco minutos.

Houve risos e o fazendeiro confirmou a certeza de todos, de que na região não havia o menor sinal de volante.

Não demorou nem os cinco minutos, o cerco já estava formado e as balas cruzando o ar.

De outra feita, aconteceu lá para os idos de 1920. O grupo cansado da perseguição sofrida, chegaram em uma fazenda de um amigo e esfomeados pediram para matar um bode para comerem.

Os cangaceiros mataram o bode e quando estavam preparando-o foram surpreendidos pelas palavras de Lampião:

- Vamo saí daqui, porque a volante num leva 15 minuto pra chegá.

Não houve dúvidas e, num instante, todos entranharam na caatinga e foram embora, ouvindo a volante chegar em sua pista.

Daí então começou a crescer o respeito de todos por aquele jovem, não somente pelo seu grande poder de percepção, coragem, boa pontaria e disposição, mas principalmente pela capacidade de estratégia que já se manifestava desde cedo.

Quando o chefe de bando Sebastião Pereira deixou o grupo por achar-se velho e querer acabar seus dias mais sossegado, não foi por acaso que Virgulino Ferreira tornou-se chefe em seu lugar. Era um líder natural.


O terceiro olho, também conhecido como Ajna, o sexto chakra, situa-se no ponto entre as sobrancelhas. Conhecido como "terceiro olho" na tradição hinduísta, está ligado à capacidade intuitiva e à percepção sutil. Quando bem desenvolvido, pode indicar um sensitivo de alto grau. Acredita-se que a glândula pineal, localizada no centro do cérebro e no meio da testa, tenha relação com tais capacidades indutivas e percepção sutil. Essa glândula possui semelhanças com o globo ocular, ambos possuem membrana cristalina e receptores de cor. Segundo lendas, seres supra-humanos possuíam o terceiro olho como um órgão que era capaz de exercer faculdades de telepatia e clarividência. Até hoje, muitas pessoas trabalham, através da meditação e outras técnicas, psicologicamente essa glândula para recuperar tais poderes divinos que teriam sido perdidos ao longo da regressão da espécie. (Fonte: O Terceiro Olho)


Bem, voltemos então à Lampião e vejamos como podemos enxergar pelos exemplos de sua vida, a questão de sua enorme capacidade intuitiva.

Em seu livro, "Lampião: o homem que amava as mulheres: o imaginário do cangaço" Daniel Soares Lins diz que "ao pesquisador do imaginário enveredar tanto no campo dos discursos quanto na estrutura das práticas históricas, buscando encontrar nos "fatos históricos" os "resíduos" colados aos personagens. O sonho, a quimera, a mística, a paixão, o "tempo mágico" e os rituais deveriam ser compreendidos como práticas racionais, respondendo, contudo, a uma outra ordem simbólica, a uma outra organização dos signos e dos imaginários."

Fico a imaginar Lampião sentindo seu terceiro olho, enxergar o que seus comandados não viam. Era no canto de uma ave, era no rastejar de uma cobra. No piar do caboré e da coruja. Na borra do café. No voo rasante do urubu. No sonho que tivera. No cantar do galo em hora que não era dele. A correria de uma raposa. Uma aranha que visse. Um mocó cavando o chão. O cão uivando sem motivo. Tudo isso ensejava a Lampião enxergar algo, com esse olho extra que tinha e que lhe valeu muito quando perdeu um dos olhos, literalmente.

No livro "Lampião, senhor do sertão: vidas e mortes de um cangaceiro" de Elise Grunspan-Jasmin, nos traz o poema de Francisco das Chagas Batista intitulado "História do Capitão Lampeão, desde o seu Primeiro Crime até a sua Ida a Juazeiro'', que faz referência à cerimônia de fechamento do seu corpo. Segundo esse poema, Lampião permaneceria invencível enquanto o feiticeiro que o protegia estivesse vivo:

Foi a casa de Macumba
E ele fez o serviço, 
Fechou o corpo do rapaz
P'ra bala, faca e feitiço, 
Então disse a Lampeão: 
Não havera valentão 
Que pise no teu toitiço 

Primeiro ele sujeitou-se 
A um processo arriscado 
Em um caixão de defunto 
Passou uma noite trancado 
O feiticeiro lhe ungiu 
E quando ele de lá saiu 
Estava de corpo fechado. 

Disse-lhe o velho Macumba: 
Agora podes brigar, 
Bala não te fura o couro, 
Faca só faz arranhar 
Feitiço não te ofende 
E a polícia só te prende 
Depois que eu acabar. 

Porém depois que eu morrer 
Ficarás de corpo aberto, 
Tudo pode acontecer-te, 
Pelos maus serás vencido, 
Deves viver prevenido 
Que a morte terá por certo. 


Continuando com Daniel Soares Lins, que diz "...em síntese, ao contrário do historiador que não "ama os acontecimentos", o estudioso do imaginário reivindica, de certa maneira, sua vinculação ao campo das temporalidades e dos acontecimentos, da cultura e da subjetividade."

Isso é importante na criação do misticismo que envolveu Lampião, pois muitas estórias foram contadas e muitas foram também inventadas, por aqueles que o admiravam e reunidos em rodinhas de bodegas nas esquinas das cidadezinhas do agreste nordestino, falavam sobre suas peripécias, cujas aventuras e proezas admiravam.

A esse respeito, o tenente João Gomes de Lira, ex-oficial das Forças Volantes, contou que um colibri um dia se chocou com a aba do chapéu de Lampião que viu nisso um mau presságio e teria dito a seus companheiros que era preciso retroceder. No dia seguinte ele teve a confirmação de que uma Força Volante lhe tinha preparado uma cilada naquele local. Sabendo que se tratava de nazarenos, ele teria feito o seguinte comentário: "Se tivesse passado por lá, teriam acabado comigo" (Pedro Tinoco, "A Superstição Ronda o Cangaço", Jornal do Commercio, 8/7/1997, p. 2).

Por parêntesis quero registrar também, que não era só Lampião que tinha esses repentes e superstições. As Forças Volantes também atribuíam um grande valor aos sonhos e aos sinais premonitórios.

Numa entrevista que concedeu ao Diário de Pernambuco, João Bezerra evoca o recurso aos sonhos, ao sobrenatural e às premonições entre as Forças Volantes antes de iniciar um combate contra Lampião, tanto este lhes parecia ser dotado de uma dimensão sobrenatural: "Pela manhã, os policiais tinham cinco minutos para contar uns aos outros os sonhos da noite. Eram sempre histórias de mulher bonita, de caboclas cheirando como flor de manacá. Olhos beijando seus rostos queimados pelo sol, envolvendo-os de doçuras perigosas. Terminado o prazo, as bocas se fechavam a contragosto com vontade de de comunicar ainda os detalhes esquecidos, dos cabelos das moças evocadas, das donzelas encontradas na beira das estradas."

"Às vezes, noite alta, ouvia-se um rumor, o chefe da volante percorria os subordinados um a um, no escuro, passando a mão pelo rosto para conhecer seus cabras, temendo pela vida de todos, isolados na caatinga bravia, longe de homens mais humanos. Na perseguição de cangaceiros. rastejavam horas seguidas, arrastando a barriga contra a aspereza da terra, olho atento e ouvido apurado, esperando a qualquer momento o soar da fuzilaria, rezando com medo de ensopar a terra com seu sangue já que a chuva não a queria molhar..." - (Afranio Mello, "Como Correu Sertão a dentro a Notícia da Morte de Lampeão". Diário de Pernambuco 5/8/1938, p. 5).

Sim amigos, as estórias são muitas. A Saga Cangaço é muito rica e enseja inclusive a nós viajarmos nas ondas desse grande mar que se chama imaginação. A clarividência de Lampião, esse seu terceiro olho com sua capacidade de "ver" ou de "sentir" o perigo que o ameaçava, não era a única arma mágica de que dispunha para escapar aos seus inimigos. Lampião teria também o dom da invisibilidade, graças a proteções sobre-naturais, às orações fortes que trazia consigo e que podia invocar em situações extremas. Mas esse assunto, deixaremos para um próximo artigo.


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15 abril 2016

E VOCÊ ACHA QUE LAMPIÃO CONHECEU TODOS OS IRMÃOS E IRMÃS DE MARIA BONITA?

Por José Mendes Pereira
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Eu acho que sim. Não posso afirmar, mas já que a família de Maria Gomes de Oliveira a Maria Bonita  era lá de Malhada da Caiçara, no Estado da Bahia, e Virgulino Ferreira da Silva o rei Lampião, gostava muito de fazer visitas àquela gente, é provável que ele conheceu todos os irmãos e irmãs da rainha do cangaço Maria Bonita, inclusive uma boa parte de sobrinhos e parentes mais distantes.


E acredito que as relações de amizades entre Lampião e irmãos, irmãs e parentes de Maria Bonita foram agradáveis, vez que Lampião nunca praticou nenhuma atrocidade naquele município de Malhada da Caiçaca, onde moravam os pais, irmãos e parentes da cangaceira Maria.

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14 abril 2016

UMA PERGUNTA QUE MUITOS GOSTARIAM DE FAZER

Por José Mendes Pereira

Assim como eu, acho que muitos gostariam de fazer esta pergunta: será que Maria Gomes de Oliveira a Maria Bonita de Virgulino Ferreira da Silva o capitão Lampião conheceu todos os irmãos de Lampião?

É bem provável que dona Maria Bonita não conheceu todos os irmãos e irmãs do capitão Lampião, porque os familiares do perverso e sanguinário Lampião uma parte residia em Juazeiro do Norte, sobre  o olhar do religioso padre Cícero Romão Batista.

 Virgolino Ferreira da Silva o Lampião, ao seu lado o irmão Antonio Ferreira da Silva. Atrás está o outro irmão Levino Ferreira da Silva, e Antonio Rosa.

O cangaceiro Livino Ferreira da Silva irmão do capitão Lampião, foi abatido no ano de 1925, aproximadamente 6 anos antes da entrada de Maria Bonita à Empresa de Cangaceiros Lampiônica Cia, empresa esta que pertencia ao seu velho e apaixonado companheiro Virgulino Ferreira da Silva.


Provavelmente, Maria Bonita também não conheceu o irmão mais velho de Lampião, o Antonio Ferreira da Silva, pois este foi acidentalmente morte em 1927, e Maria Bonita só entrou para o  cangaço mais tarde. 

No dia em que Antonio Ferreira da Silva foi morto alguns cangaceiros estavam acoitados pelo coronel Ângelo da Gia, na fazenda Poço do Ferro, e jogavam baralho. Luiz Pedro estava numa rede e Antônio em pé. Antônio estava perdendo muito no jogo, enquanto disse a Luiz:

- Luiz, você está sentado nesta rede há muito tempo! Agora deixe que eu me sente um pouco aí.

O rapaz segurando o cano do fuzil, ao apoiar-se para levantar, bateu com a coronha no chão. A arma, destravada, disparou a bala que atingiu Antônio em cheio. Este, antes de cair, só teve tempo de falar: - Matou-me, Luiz. - http://cariricangaco.blogspot.com.br/2009/12/morre-antonio-ferreira-porantonio.html


O caçula Ezequiel Ferreira da Silva (1908-1931) foi abatido no dia 23 de abril de 1931, no tiroteio da Fazenda Touro, povoado Baixa do Boi, no Estado da Bahia, ponto conhecido como Lagoa do Mel. Este sim é provável que Maria Bonita conviveu com ele em companhia de Virgulino Ferreira da Silva, pois neste período Maria Bonita já fazia parte do cangaço do seu companheiro. 


Eu acredito que Maria Bonita conheceu o João Ferreira da Silva irmão de Lampião, já que ele morou pelas terras de Propriá no Estado de Sergipe.

Finalmente o João escolheu o que era bom para ele dizendo:

“ - Viver com dignidade é o meu lema. E não envergonharei os meus pais José Ferreira da Silva e nem Maria Sulena da Purificação, a Maria Lopes, os quais sofreram muito para me criarem, e tenho que retribui-los fazendo o bem, e não o mal. Mesmo sendo pobre, eu tenho que ser um homem da paz. Os horrores não me satisfazem".

Nota: O que escrevi não tem nenhum valor histórico para a literatura cangaceira. É apenas na minha imaginação.

Dos irmãos de Lampião Ferreira da Silva o João Ferreira (1902-?) foi o único que não abraçou o Cangaço.

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13 abril 2016

LIVROS DO ESCRITOR ANTONIO VILELA DE SOUZA


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11 abril 2016

ARLINDO ROCHA... DE DELEGADO A TENENTE.

Sargento Arlindo Rocha

Naquele tempo, tempo hostil e perverso, fazendo os homens o serem também.

A maior causa de uma peste assolando uma comunidade, é puramente falta de interesse das autoridades públicas no que diz respeito a saneamento básico.

A falta de conceito e ações sociais dos vários e vários governantes que passaram agarrados as rédeas dos poderes dos Estados nordestinos, leva a pobre gente, ou parte dela a darem um grito de revolta.

Por outro lado, ao passaram dos limites, infringindo as “Leis’, determinadas, escritas pelos próprios poderes “arquitetadas”, fazem com que homens, no cumprimento de seus deveres, se debandam para dentro das matas da caatinga em busca de prenderem seus irmãos.

Capitão Arlindo Rocha

Um filho de Joaquim Pedro de Aquino Rocha e de Dona Isabel Matias Rocha, nascido nos idos de 1883, foi um desses homens. As consequências o levaram há uma mudança radical em seu modo de viver.

Havia um fora da lei chamado Antônio Padre, que estava preso sob determinadas acusações. 

... De repente, ele é absolvido dos crimes que cometera e pede ajuda ao Delegado da cidade de Salgueiro- PE. 

O Delegado o coloca como trabalhador e morador em sua Fazenda chamada Barrocas. Só que, em vez de cuidar dos afazeres da roça, o bandido se enrabicha por Generosa Leite da Rocha, filha mais velha do delegado e dono da fazenda. Ele atreve-se de até a convidar para viverem ‘amigados’...

Quando o homem sabe do ocorrido, sente-se desrespeitado pelo cabra, e o expulsa das suas terras.

Sem poder mais ficar na fazenda nem nas redondezas, Antônio Padre passa os limites de Estados e vai pedir proteção numa fazenda em terras cearenses, cujo proprietário é o conhecido Chico Chicote.

Aqui era a residência do fazendeiro Chico Chicote

Não conseguindo tirar da cachola a bela Generosa, ele, toda vez que pode, manda um recado dizendo que ainda iria ‘roubá-la’, e que ela apronta-se sua ‘trocha’, que a qualquer hora e em qualquer dia, ele passava e a levaria.

Antônio Padre é homem valente e astucioso. Consegue juntar um pequeno grupo de oito homens que, com seu comando, se junta ao bando do “Rei Vesgo”. Em pouco tempo seguem para um sítio chamado “Pilões”, já em terras pernambucanas e no município de Salgueiro.

Alguém dá o alarma para Arlindo Rocha, o Delegado, que vai atacar os bandoleiros. Resultando desse ataque a morte do cangaceiro Gavião e do próprio Antônio Padre. Devido ao acontecido, as mortes dos cabras, Arlindo dirige-se à Capital pernambucana e pede armamento e munição, ao chefe de polícia, já pensando na represália que sofreria.

O chefe de polícia, nesse momento faz um convite ao delegado Arlindo Rocha, para que ele passasse a comandar uma volante. Pedido feito, pedido aceito. Arlindo é contratado como sargento. Antes teria feito uma exigência, de que ele próprio formaria sua volante. Como foi concordado, ele coloca familiares, homens que conhecia, e forma um contingente mais ou menos sete Praças, soldados, contratados. Os homens que ele mandou contratar foram: “Vicente Pereira Matias e Masculino Matias Leite (cunhados de Arlindo), Antônio Matias de Santana (genro de Arlindo), Manoel Matias Rocha e João Matias Rocha, este conhecido como João Lica (primos), Acilon Faustino (amigo), e Pedro Aureliano (morador de sua fazenda, melancia)”.

Arlindo Rocha, o agora sargento Arlindo Rocha, possuía duas fazendas denominadas Barroca e Melancia, terras em que os homens que foram comandados pelo finado Antônio Padre, convencem Lampião a atacar. 

Daí por diante, aquelas terras são irrigadas por sangue humano.

O sargento Arlindo Rocha, a partir daquele instante, começa uma perseguição ferrenha ao Rei dos Cangaceiros. Aonde soube-se que estaria, ele ia a sua procura para matá-lo.

Na grande batalha da serra Grande, em 26 de novembro de 1926, o já promovido tenente Arlindo Rocha é ferido na mandíbula.

Quando o mesmo encontra-se ferido e socorrido pelos companheiros, o cangaceiro Esperança, Antônio Ferreira irmão de Lampião, saca do punhal e desce a aba da serra determinado a sangrar e acabar de matar aquele ferrenho inimigo, ato que não consegue concluir... na encosta da Serra Grande, nas quebradas do Sertão.


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CASA DA FAZENDA PATOS


Local onde Corisco cometeu uma das maiores chacinas ocorridas durante todo o período do cangaço. Foram mortas seis pessoas inocentes de uma mesma família. 

No texto de João de Sousa Lima (Abaixo) vocês conhecerão maiores detalhes sobre essa selvageria cometida por Corisco no dia 02 de agosto de 1938.

“Corisco chegou a fazenda (Patos) no dia 02 de agosto de 1938, Guilhermina, esposa de Domingos, foi fazer café para os cangaceiros. Dadá conversava com Maria da Glória quando entrou um cangaceiro que falou:
– O capitão mandou buscar essas duas!

Dadá perguntou:

– Buscar pra quê?

– Pra matar elas!

– Cadê Guilhermina e Valdomira?

– Já morreram!

Dadá levantou-se e foi aos fundos da residência. No curral de pedras deparou-se com uma dantesca cena. Ela viu os cangaceiros matarem os inocentes.
No momento foi chegando o Vaqueiro Domingos Ventura e mais três filhos que estavam todos encourados campeando animais. 

Corisco deu voz de prisão e sem resistência os cangaceiros prenderam pai e filhos. O cangaceiro acusou Domingos de traição e por mais que o velho dissesse que não sabia de nenhuma traição e mesmo assim foram degolados. 

Os cangaceiros trouxeram Odon e José Ventura e mataram os dois também. 

Mataram as mulheres Guilhermina e Valdomira.

Corisco mandou pegar Maria da Glória e Carmelita, Dadá ficou estarrecida com a matança e ordenou:

– Quem morreu, morreu, quem não morreu não morre mais. Essas ninguém mata!

Corisco aceitou a ordem da esposa.

Os cangaceiros armaram uma festa e durante toda noite dançaram ao sabor da velha cachaça, diante de seis corpos inertes, sem cabeças, rios de sangue correndo sob as pedras de um velho curral.

Dia seguinte Corisco mandou por João Crispim, as cabeças endereçadas ao tenente João Bezerra. O prefeito João Correia Brito recebeu o macabro presente e providenciou um enterro cristão para os inocentes.

Maria da Glória, sobrevivente da chacina, pegou seu bebê Elias e junto com Carmelita deixaram aquele palco macabro e foi residir em Água branca, no povoado Boqueirão”.

Assim foi o fim de seis pessoas de uma mesma família que sem nada dever pagaram com suas vidas uma dívida que não lhes cabia. 

Texto: João de Sousa Lima 

Foto: Rosalvo Sampaio (Tabira/PE)
Fonte: facebook

Página: Geraldo Júnior – 
Grupo: O Cangaço – 

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LUIZ PEDRO FICOU DOIDO COM A MORTE DE NENÉM.

   Por Aderbal Nogueira https://www.youtube.com/watch?v=wVyLuS8rE8E Luiz Pedro e Zé Sereno vão a Alagadiço saber o que aconteceu com Zé baia...