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15 outubro 2019

CURA DA CLAU - VAMOS AJUDÁ-LA!


Pessoal, minha historinha, Por favor, leiam tudo tá? Rs. Alguns já sabem, outros não, e vou tentar resumir:


"A solidariedade de todos, movidos pela fé na luta contra o câncer . long Life Claudia segue tbm um link das contribuições e arrecadações https://www.vakinha.com.br/vaquinha/cura-da-clau".

No final de Maio/2019, após realizar exames de rotina, fui diagnosticada com Tumor (câncer) Neuroendócrino no Intestino com metástase no fígado e mesentério (região abdominal, abaixo do umbigo).

Em 11/06/2019 passei por uma cirurgia aqui em Bauru para retirara do tumor primário (retirei uns 15cm do intestino delgado) e era para tirar o do mesentério tb, mas não foi possível.

Em julho Iniciei um tratamento, com injeções mensais, para tratar dos tumores/nódulos que ficaram, uma terapia para “controle” desses tumores/nódulos.

Sempre confiante e com esperança de encontrar a CURA total, e graças os anjos que surgiram a todo momento na minha vida (e olha que apareceu tanto anjo nessa fase!), em 11/10/19 fui a um médico cirurgião oncológico em São Paulo, especialista em fígado e tumores neuroendócrinos.

Ele examinou com muito detalhamento meus exames e deu a notícia que eu esperava: que os nódulos podem ser ELIMINADOS através de cirurgia.

Isso significa ser CURADA. Significa tirar a sombra do aumento dos nódulos, de metástases. Tirar a sombra do sofrimento (meu e das pessoas que me querem bem), da dor e de uma morte precoce.

É uma cirurgia CURATIVA. 

O porém que acontece agora é a questão financeira. O médico atende particular em São Paulo, no Hospital 9 de Julho, e minha Unimed não cobre.

Investimento: R$ 80.000,00 - (equipe médica e hospital).

Vou procurar meios legais da Unimed pagar ao menos o hospital? Sim – mas, além de não ter garantias, nós conhecemos a morosidade do processo, e não tenho tempo a perder.

O tempo é importante, pq o nódulo da região do mesentério está bem próximo a um grande vaso sanguíneo do abdômen, e precisa ser retirado logo.

Então, após muito pensar e conversar, estou iniciando uma campanha para arrecadar esse valor. 

Peço sua ajuda, doando e divulgando aos conhecidos. Qualquer valor será muito, muito abençoado. 

Conto com a compreensão, conto com o carinho, conto com vcs para investir na compra de uma “cota” da minha vida longa e saudável...

CLAUDIA GOMES DE ARAGÃO - CPF 079044008-39
SANTANDER 03

Qualquer quantia que você enviar chegará na hora certa.


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13 outubro 2019

CIRCO DO INTERIOR!

Por José Mendes Pereira

O rei do baião Luiz Gonzaga do Nascimento era um homem positivo e gostava de fazer alguma coisa por aqueles que necessitavam de ajuda financeira, e segundo Roberto Amaral um dos que gostava de contar histórias sobre ele, e que certa vez quando retornava de um show em uma cidade do interior da Paraíba, lá do carro seu Luiz Gonzaga avistou um circo bastante humilde, isto é pano rodado, sem cobertura. E após observar enquanto o carro corria ele pediu para que o motorista se aproximasse mais um pouco para observá-lo bem de perto. E por um tempinho ficou lá de olhos arregalados observando a vida daquelas pessoas humildes que por intermédio do circo, faziam as outras sorrirem, tentando adquirir a sobrevivência.

Sem muita demora um senhor do circo o viu, veio até o carro e disse:

- O senhor é o rei do baião  Luiz Gonzaga?

E ele disse:

- Sim, sou eu mesmo!.

- E o que faz por aqui, seu Luiz? Perguntou o dono do circo, espantado!

Seu Luiz Gonzaga falou:

- Vim pedir pra você anunciar que, hoje à noite, Luiz Gonzaga, vai tocar neste circo!.

O homem, meio que sem jeito, disse:

- Seu Luiz Gonzaga, a gente não tem condições de pagar um artista do seu nível!

E Luiz Gonzaga o respondeu:

- Anuncie assim mesmo, homi, que Luiz Gonzaga vai tocar aqui esta noite! E mandou que o motorista tocasse o carro pra pista...

E assim fez o dono do circo anunciando a presença de seu Luiz Gonzaga em seu circo.

À noite, mesmo desestruturado o circo que nem cobertura tinha, estava lotado, só com a notícia de que Luiz Gonzaga iria ali se apresentar.

Ele procedeu como combinado e na hora acertada, apareceu, tocou e cantor por quase 1 hora!

No final, o dono do circo chegou para Luiz e falou, com toda honestidade de um sertanejo simples:

- Seu Luiz Gonzaga, divida o apurado como o Senhor achar justo!

Seu Luiz olhou para o bolão de dinheiro que ele segurava e lhe disse:

- Este dinheiro é teu, home! Agora, cria vergonha e compra uma lona nova por circo! Se eu passar por aqui de novo, não vou querer cantar ao relento! Esse dinheiro é pra você melhorar seu circo e também a tua vida!

Apertou a mão do novo amigo e partiu!

Esse era o velho Lua!

Fonte de pesquisa: http://www.luizluagonzaga.mus.br 
Roberto Amaral
http://www.luizluagonzaga.mus.br

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12 outubro 2019

LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima através deste e-mail:
franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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10 outubro 2019

LIVROS SOBRE CANGAÇO


Eu acredito que estes livros sobre cangaço você os encontrará com o professor Pereira lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba, através deste e-mail: 

 franpelima@bol.com.br

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09 outubro 2019

O FACÍNORA E SANGUINÁRIO CAPITÃO LAMPIÃO

Por José Mendes Pereira

Afirmam os escritores, pesquisadores e historiadores  do cangaço que Lampião foi um dos cangaceiros mais inteligente, e além disso: amado, odiado, perseguido, perseguidor, traído, respeitado e respeitador, adorado por muitos e rejeitado por outros, exigente, vingativo, cruel, corajoso, destemido aos arrufos de qualquer um, respeitava as opiniões dos seus comandados, mas não admitia covardia, Traições de qualquer um, mesmo que fosse feitas pelos seus melhores amigos, pagava imperdoavelmente com a morte, coisa que ele não aceitava ser colocada na sua mesa de bandoleiro.

Viveu quase vinte anos nas caatingas nordestinas. Perseguido pelas forças volantes dos governos, mas  mesmo assim, Lampião conseguiu manter o seu desastroso movimento por  sete Estados do nordeste brasileiro, os quais foram: Pernambuco, sua terra natal. Paraíba, Alagoas, neste, Lampião resolveu atacar fortemente, protestando contra o assassinato do seu patriarca  José Ferreira  da Silva. Rio Grande do Norte, que no dia 13 de Junho de 1927, foi escorraçado de Mossoró, uma das maiores decepções que o rei Lampião passou, além dos Estados Ceará e  Bahia. Este último  ele viveu a sua segunda fase de bandoleiro. Mas o seu último coito foi armado na Grota do Angico, no Estado de Sergipe, onde lá foi tocaiado e morto.

Nos anos trinta, do século XX, Lampião resolveu colocar em seu bando uma senhora, Maria Gomes de Oliveira, que no bando ficou conhecida como dona Maria quando falavam diretamente a ela, e ou dona Maria do capitão, esse último era quando falavam nela. Ela nasceu no dia  8 de Março de   1911 (existe uma outra data) em  uma minúscula fazenda em Santa Brígida, no Estado da Bahia. 

Era filha do sofrido casal José Gomes de Oliveira e Maria Joaquina Conceição Oliveira, tendo como irmãos:   

Benedita,  Antonia, Amália (não confundir com Anália que era irmã de Lampião, Joana, Olindina, Francisca, José, Arlindo, Ananias,  Isaías Ozéas todos sendo Gomes de Oliveira.

Aos 15 anos de idade, Maria Bonita resolveu se casar, tendo como marido, o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé de Nené, que não levando sorte, durante o tempo em que viveram juntos, a sua vida foi infernizada pelo desastroso casamento, quando o sapateiro não a valorizava, e com isso, as brigas eram constantes no lar.
              
Apesar de ser cangaceiro os pais de Maria Bonita tinham admiração por Virgulino Ferreira da Silva (existem registros que afirmam que quando Maria Bonita se juntou a Lampião o seu pai debandou-se por aí, porque não queria tal união. O que sentiu Lampião por Maria Bonita foi sem dúvida, o tipo físico de mulher brasileira,  olhos e cabelos castanhos que fazia com que muitos a desejassem, por ser  considerada uma mulher interessante. A atração foi recíproca entre os dois que posteriormente Lampião a convidou para fazer parte do seu respeitado bando.                  
               
Após a entrada de Maria Bonita na empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia muitos asseclas levaram as suas amadas para as caatingas, como o cangaceiro Corisco que raptou uma jovem de 13 anos (mas existem registros que afirmam que Dadá não foi raptda, foi por espontânea vontade), para acompanhá-lo na mais perigosa vida, que é a de viver em correria dentro das matas, quando eram perseguidos pelas volantes.

Mas mesmo usando o seu malabarismo finalmente na madrugada de 28 de Julho de 1938, Lampião e mais dez cangaceiros foram  executados pelas forças volantes comandadas pelo tenente João Bezerra da Silva, e entre eles, estava a sua rainha Maria Bonita.

Uns dizem que Lampião havia chegado a sua hora. Outros dizem que Lampião foi envenenado. Outros afirmam que a morte do rei e da rainha aconteceu devido um bom cerco policial que o seu matador havia preparado. O certo é que o compadre Lampião chegou ao fim. Ninguém se esconde por muito tempo de ninguém. Um dia chegará a sua vez.

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08 outubro 2019

FERREIRA DA GAZETA - SERESTEIRO

Por José Mendes Pereira
Ferreira da Gazeta

José Ferreira Filho nasceu em Mossoró no dia 15 de Agosto de 1946.  Quando criança fez de tudo para adquirir o sustento,  como por exemplos: levar feira, mala, dar recados, vender guloseimas, bombons e outros.

Começou a trabalhar em jornal muito jovem e no dia 10 de Junho de 2010, havia completado  cinquenta anos no ramo gráfico. Era uma das suas paixões e jamais deixou de fazer um bom trabalho; tinha interesse pelo jornalismo. Iniciou na tipografia   derretendo  o chumbo para alimentar as linotype.

Na continuidade dos seus trabalhos foi oferecido a oportunidade de aprender a operar uma linotype, máquinas que eram muito difícil para um principiante, mas sendo inteligente, logo passou a ser um dos operadores profissionais de uma delas no joranl O Mossoroense,  e foi um grande linotipista. Após sua saída do jornal "O Mossoroense" foi para a "GAZETA DO OESTE, a convite de seu fundador, Canindé Queiroz, em 1982.

E no dia  30 de Abril de 1982, foi nomeado chefe das oficinas da gráfica. Mas  como ainda tinha um acordo com o jornal "O Mossoroense", tomou posse somente no "Jornal Gazeta do Oeste", no dia 02 de Junho de 1982. Ele foi o autor da série "Nossos Valores". Devido ter trabalhado muitos anos na "Gazeta do Oeste, foi alcunhado por "Ferreira da Gazeta".
            
Nos anos setenta ele e eu trabalhamos juntos na "Editora Comercial S/A., nos dias de hoje extinta. Era uma empresa que dominava duas emissora, "Rádio Difusora de Mossoró" e "Rádio Difusora de Areia Branca", sendo que esta última foi desativada, não sei, talvez por não estar com a documentação legal. E uma rede de cinemas, "Cine Caiçara de Mossoró", "Cine Jandaia de Mossoró" e "Cine Miramar de Areia Branca".
            
No período em que nós trabalhávamos juntos José Ferreira já era linotipista, e eu fazia as confecções manuais das chapas, isto é, juntando letras por letras para fazer as composições. Posteriormente José Ferreira saiu da "Editora Comercial S/A.", e eu que já havia aprendido operar a linotype, passei a ser o linotipista da empresa, quando fazia as composições de orçamentos de diversas prefeituras do Alto Oeste potiguar.
           
Além dessas eu fazia linotipicamente a composição dos livros da "Coleção Mossoroense", uma Fundação criada pelo Dr. Vingt Rosado Maia, sendo que esta dava (quase extinta) oportunidade a diversos autores de livros, tanto a profissionais como  principiantes.

FERREIRA - ARTISTA

José Ferreira Filho não só foi jornalista como também foi um dos melhores seresteiros de Mossoró e da região. Gostava de divertir o seu cativo público em diversas casas de Shows. Tanto era amante do jornalismo como também da música.
          
Em anos remotos, na década de setenta, eu residia na "Casa de Menores Mário Negócio", uma instituição que dava assistência a menores, e era sob o domínio do "SAM" -  Serviço de Assistência ao Menor", que foi substituído pela "FEBEM", e José Ferreira Filho era casado com uma senhora irmã da Vice-diretora desta instituição. Como eu ainda aos dezesseis anos tocava pouco e ruim e não podia comprar um, tomei emprestado o seu, mas por má sorte quebrei o seu amado e zeloso violão.
            
Os dias foram se passando e eu com vergonha de falar para ele o que tinha acontecido com o seu instrumento, fiquei na moita. Mas como não havia outro jeito, contei o que tinha acontecido. Mas ele foi compreensivo e me pediu que eu mandasse consertá-lo, isso acontecia com qualquer um.
           
Procurei um marceneiro de primeira categoria e mandei consertá-lo. Dias depois eu fui entregá-lo. Não sei se foi apenas para me agradar, mas o serviço feito pelo carpinteiro foi elogiado por ele.
            
Os tempos se passaram e perdemos por completo o contato. Anos depois eu soube que ele estava fazendo serestas por essa Mossoró e região. E posteriormente o encontrei e lhe fiz a seguinte pergunta:
            
- Ferreira, quando você descobriu que é cantor?
            
Ele me respondeu o seguinte:
            
- Para te falar a verdade nem eu mesmo sei. Comecei a me apresentar por aí, o público tem gostado e eu continuo fazendo as minhas serestas.
            
José Ferreira foi sem dúvida um dos melhores seresteiros de Mossoró.
           
José Ferreira Filho ou Ferreira da Gazeta faleceu no dia 17 de Agosto de 2010, vítima de problemas pulmonares.

PALAVRAS DO POETA ANTONIO FRANCISCO

"Em um momento que quase cheguei a falecer, Ferreira fez um poema pedindo a Deus para não me levar. Hoje tenho certeza que o céu levou meu amigo por que estava precisando de pessoas boas por lá”.

Antônio Francisco Teixeira de Melo (Mossoró, 21 de outubro de 1949) é um cordelista potiguar. É filho de Francisco Petronilo de Melo e Pêdra Teixeira de Melo. Graduado em História pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Poeta popular, cordelista, xilógrafo e compositor, ainda confecciona placas.
          
Aos 46 anos, muito tardiamente, começou sua carreira literária, já que era dedicado ao esporte, fazia muitas viagens de bicicleta pelo Nordeste e não tinha tempo para outras atividades. Muitos de seus poemas já são alvo de estudo de vários compositores do Rio Grande do Norte e de outros Estados brasileiros, interessados na grande musicalidade que possuem.
           
Em 15 de Maio de 2006, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, na cadeira de número 15, cujo patrono é o saudoso poeta cearense Patativa do Assaré. A partir daí, já vem sendo chamado de o “novo Patativa do Assaré”, devido à cadeira que ocupa e à qualidade de seus versos.

POESIA DO GRANDE POETA ANTÔNIO FRANCISCO

A Casa que a Fome Mora
Eu de tanto ouvir falar
Dos danos que a fome faz,
Um dia eu sai atrás
Da casa que ela mora.
Passei mais de uma hora
Rodando numa favela
Por gueto, beco e viela,
Mas voltei desanimado,
Aborrecido e cansado.
Sem ter visto o rosto dela.

Vi a cara da miséria
Zombando da humildade,
Vi a mão da caridade
Num gesto de um mendigo
Que dividiu o abrigo,
A cama e o travesseiro,
Com um velho companheiro
Que estava desempregado,
Vi da fome o resultado,
Mas dela nem o roteiro.

Vi o orgulho ferido
Nos braços da ilusão
Vi pedaços de perdão
Pelos iníquos quebrados,
Vi sonhos despedaçados
Partidos antes da hora,
Vi o amor indo embora,
Vi o tridente da dor,
Mas nem de longe via a cor
Da casa que a fome mora.

Vi num barraco de lona
Um fio de esperança,
Nos olhos de uma criança,
De um pai abandonado,
Primo carnal do pecado,
Irmão dos raios da lua,
Com as costas seminuas
Tatuadas de caliça,
Pedindo um pão de justiça
Do outro lado da rua.

Vi a gula pendurada
No peito da precisão,
Vi a preguiça no chão
Sem ter força de vontade,
Vi o caldo da verdade
Fervendo numa panela
Dizendo: aqui ninguém come!
Ouvi os gritos da fome,
Mas não vi a boca dela.

Passei a noite acordado
Sem saber o que fazer,
Louco, louco pra saber
Onde a fome residia
E por que naquele dia
Ela não foi na favela
E qual o segredo dela,
Quando queria pisava,
Amolecia e Matava
E ninguém matava ela?

No outro dia eu saio
De novo a procura dela,
Mas não naquela favela,
Fui procurar num sobrado
Que tinha do outro lado
Onde morava um sultão.
Quando eu pulei o portão
Eu vi a fome deitada
Em uma rede estirada
No alpendre da mansão.

Eu pensava que a fome
Fosse magricela e feia,
Mas era uma sereia
De corpo espetacular
E quem iria culpar
Aquela linda princesa
De tirar o pão da mesa
Dos subúrbios da cidade
Ou pisar sem piedade
Numa criança indefesa?

Engoli três vezes nada
E perguntei o seu nome
Respondeu-me: sou a fome
Que assola a humanidade,
Ataco vila e cidade,
Deixo o campo moribundo,
Eu não descanso um segundo
Atrofiando e matando,
Me escondendo e zombando
Dos governantes do mundo.

Me alimento das obras
Que são superfaturadas,
Das verbas que são guiadas
Pro bolsos dos marajás
E me escondo por trás
Da fumaça do canhão,
Dos supérfluos da mansão,
Da soma dos desperdícios,
Da queima dos artifícios
Que cega a população

Tenho pavor da justiça
E medo da igualdade,
Me banho na vaidade
Da modelo desnutrida
Da renda mal dividida
Na mão do cheque sem fundo,
Sou pesadelo profundo
Do sonho do bóia fria
E almoço todo dia
Nos cinco estrelas do mundo.

Se vocês continuarem
Me caçando nas favelas,
Nos lamaçais das vielas,
Nunca vão me encontrar,
Eu vou continuar
Usando o terno Xadrez,
Metendo a bola da vez,
Atrofiando e matando,
Me escondendo e zombando
Da Burrice de vocês.

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NEGROS EM SANTANA.

  Clerisvaldo B. Chagas, 12 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3329 Uma panela de alumínio, vertical e comprid...