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27 setembro 2020

CASARÃO ONDE FUCIONOU HÁ 83 ANOS ATRÁS O QUARTEL DE POLICIA DA CIDADE DE QUEIMADAS, BAHIA.

 Do acervo do pesquisador do cangaço Guilherme Machado

 

Especial vista do Casarão onde fucionou a 83 anos atrás o quartel de policia da cidade de Queimadas Bahia. Aqui em 1929 Lampião prendeu e depois matou os 7 soldados do destacamento da cidade, só poupando a vida do sub delegado Evaristo Carlos Costa.

Na tarde do dia 22 de dezembro de 1929 a cidade de Queimadas, no interior da Bahia, foi palco de uma tragédia de grandes proporções. Seguindo sua trajetória errante nos sertões, o bandido Lampião, à frente de um numeroso grupo de cangaceiros, invadiu a sede do município para perpetrar uma das maiores barbaridades de sua história recheada de crimes sanguinários.

Utilizando-se dos mesmos métodos empregados em centenas de cidades do interior dos sete estados que atormentou durante quase três décadas, Lampião cortou as linhas de transmissão do telégrafo da cidade, único meio de comunicação com o mundo externo à época. A seguir, dirigiu-se à sede do destacamento da Força Pública, atual Polícia Militar da Bahia, situado na Praça da Bandeira, no Centro da cidade.

Lá, surpreendeu o efetivo de serviço, libertando os presos e trancafiando os policiais militares. O sargento Evaristo Carlos da Costa, comandante do destacamento, atraído pelo silvo de um apito, expediente utilizado para convocar os policiais militares ao quartel, também foi preso pela quadrilha.

Com a aterrorizada cidade sob seu domínio, Lampião passou a saquear aqueles que possuíam algum recurso financeiro, exigindo quantias pré-estipuladas de acordo com suas próprias impressões. O sargento Evaristo foi colocado entre o bando e obrigado a percorrer as ruas da cidade durante o saque, desarmado, sem chance de esboçar qualquer reação.

Terminada a operação criminosa, Lampião e seu bando passaram a se dedicar a mais odiosa das ações encetadas naquele fatídico domingo: retornaram ao destacamento, posicionaram-se em frente à sede e retiraram, um a um, os soldados presos. Ao saírem, foram baleados e, com requintes de crueldades, friamente abatidos a golpes de punhal.

Mesmo diante de tão trágicos destinos, registraram-se cenas da mais enraizada coragem, a exemplo do soldado Aristides Gabriel de Souza que desafiou o chefe dos criminosos a encará-lo sem a cobertura dos demais cangaceiros. Por esse ato de bravura, sofreu uma morte mais dolorosa que os outros, sendo executado com redobrada intensidade.

Poupado em razão de um pedido feito a Lampião por uma moradora da cidade, D. Santinha, esposa do coletor federal, Sr. Anfilófio Teixeira, o sargento Evaristo não conseguiu assistir à chacina pedindo para morrer primeiro ou se retirar do local, tendo o líder da súcia lhe ordenado a retirada imediata.

O pedido de Dona Santinha ao famigerado bandido ocorreu em função da admiração que esta nutria pelo policial, haja vista a identificação positiva que este construiu junto a comunidade.

Encerrado o trucidamento dos policiais militares Lampião, como prova do seu completo desprezo à vida, ainda permaneceu na cidade até a madrugada, promovendo, inclusive, um baile para o qual forçou o comparecimento de inúmeras famílias, em que pese o estado de choque que tomou conta dos moradores de Queimadas diante dos acontecimentos.

Por fim, abandonou a cidade deixando para trás uma população traumatizada pelas barbaridades presenciadas, profundamente enlutada pelo infeliz destino daqueles que a protegiam. Acima vista aérea do município de Queimadas. A cidade fica a 308 quilometros de Salvador e a 200 de Feira de Santana.

Fonte: Notícias de Santa Luz

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26 setembro 2020

LIVRO: VINGANÇA, NÃO...! (A VIDA DO CANGACEIRO CHICO PEREIRA)

  Por Francisco Frassales.


Em crônica anterior, falei do padre Francisco Pereira Nóbrega e hoje escrevo sobre o livro “Vingança, não - Depoimento sobre Chico Pereira e cangaceiros do Nordeste”. Não se trata de livro de história nem de memória. Tampouco é romance ou novela, embora o autor tenha lançado mão de recursos ficcionais, a exemplo de recriação de monólogos para imprimir lógica ao fluxo narrativo e torná-lo verossímil.
O foco do livro é conhecido. Chico Pereira entra no crime para vingar a morte do pai, João Pereira, comerciante, proprietário rural e político em Sousa, com atuação no distrito de Nazaré e em São Gonçalo. O filho prendeu e entregou à polícia o executor da morte do pai, mas com pouco tempo o viu impune, andando livre pelas ruas, em feiras e festas. Um acinte. Depois de muita tocaia, “Zé Dias foi achado morto no meio da estrada. Estendido no chão. Só ele e a morte. E ninguém mais por testemunha”, escreve padre Pereira.


A partir daí, desencadeia-se o processo de formação de bando de cangaceiros. Chico Pereira planeja assaltar Sousa, ajudado por Lampião, que manda dois irmãos, Antonio e Livino Ferreira, dividir o comando das operações. Em 27 de julho de 1924, à frente de 84 homens, o grupo invade Sousa. Houve saques, cenas de humilhação do juiz de direito e outros fatos narrados com sutileza para não reabrir feridas, penso. O livro repassa, também, episódios que envolvem padre Cícero Romão Batista, políticos paraibanos e o advogado Café Filho; fugas, esconderijos, a morte vestida de cobra venenosa; o descumprimento de acordos com autoridades, a prisão sem resistência em Cajazeiras, em plena Festa da Padroeira, e levado para a cadeia de Pombal. A viagem para a morte na estrada de Currais Novos, nas mãos da polícia, na madrugada de 28 de outubro de 1928. Tudo isso Francisco Pereira Nóbrega narra em 20 capítulos, afora nota explicativa, uma foto e um croquis das andanças do pai em terras da Paraíba, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Quarenta e cinco anos depois de publicada, a obra virou peça de teatro e já poderia ter-se tornado filme. É livro perene, um depoimento original, nascido de dentro para fora. Explico. Centenas de livros versam acerca do cangaço, escritos por sociólogos, memorialistas, historiadores, jornalistas, enfim, estudiosos, mas poucos existem como “Vingança, não”. O autor não vivenciou a maioria dos fatos narrados. Ouviu-os da boca de parentes e amigos. Cresceu a escutar as versões familiares. Não se contentou com isso, porém, e durante dois anos checou datas, nomes, lugares e episódios em consultas a processos judiciais, testemunhas e jornais da época.

O livro encerra aspectos relevantes para as pesquisas históricas, sociológicas e políticas da fase final da República Velha, auge do coronelismo, o intricado sistema de relações de poder que nascia no interior dos municípios, propagava-se pelas capitais dos estados e chegava ao centro das decisões políticas e administrativas do País. Essa teia de relações de poder aparece despida no livro, envolta em simplicidade narrativa de fazer inveja. Como se forma um bando de facínoras? Lá está, passo a passo, sob o influxo das injunções políticas interferindo nas atividades comerciais, envolvendo o judiciário, o aparelho policial, as autoridades do executivo estadual, numa promiscuidade que era a própria essência do poder na Primeira República.

Nem a religião escapava dessa urdidura. O autor descreve a esperança que era ir a Juazeiro em busca das bençãos do padre Cícero. Pereira Nóbrega produz uma síntese quase perfeita do messianismo e a exploração política que o cerca, ao referir-se ao mandachuva, deputado Floro Bartolomeu: “Sem ser beato nem cangaceiro, será o ângulo onde se encontram ambos. Sobre essa dupla força se firmará para atingir alturas que jamais suspeitou.” Para quem nada era e nada tinha, isso foi tudo. Enfeite de ficcionista? Que nada, realidade pura.

Tudo isso está escrito com singeleza, sem rebuscadas técnicas literárias, de permeio com o desenrolar de laço amoroso nascido entre “manso e pacato contratante de cal” e uma menina-moça de 12 anos, órfã de pai, assassinado, que casa por procuração aos 14, e enviúva aos 17 anos, com a herança de três filhos e o estigma de mulher de cangaceiro. “Vingança, não” transpira amor em meio à tragédia sertaneja.

Esta crônica, publicada no jornal Gazeta do Alto Piranhas, Cajazeiras, nº 325, de 04 a 10/03/2005,.

P S – Francisco Pereira Nóbrega deixou a batina, casou-se, teve filhos. Fez-se professor, escritor, cronista. Afastou-se do ministério, mas continuou a obra de evangelização. Sua última missão foi dedicar-se ao Catecumenato. Morreu em João Pessoa, em 22 de janeiro de 2007.

Francisco Frassales.
Compartilhado de Cangaceiros Cariri

Fonte: facebook
Página: Voltaseca Volta
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Veja se o professor Pereira o tem através deste e-mail: 
franpelima@bol.com.br

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21 setembro 2020

ZÉ DE JULIÃO, RICARDO BELIEL E O GATO.

  Por Rangel Alves da Costa


Orgulho e satisfação para os escritores Rangel e Manoel Belarmino, filhos de Poço Redondo, terem seu livro ZÉ DE JULIÃO: A SAGA DE UM EX-CANGACEIRO DE LAMPIÃO, com imensa acolhida por todo o país. 

E o retrato abaixo (diretamente do Rio de Janeiro), enviado pelo escritor, pesquisador e renomado fotógrafo Ricardo Beliel, demonstra bem essa acolhida pela nossa obra. Beliel, que já esteve pesquisando e fotografando em Poço Redondo e pelos demais sertões nordestinos, conhece bem essa teia antiga onde ainda vagueiam as sombras das aranhas cangaceiras, volantistas, coiteiras, coronelistas, sedentas e vorazes, pelos cantos e recantos empoeirados das paredes das memórias de sangue e luta. 

Beliel vai dialogando com o que conhece, com o que já se debruçou para unir enredos e tramas, e por isso vai, página a página, reencontrando os sertões que tanto ama e gosta de percorrer seus caminhos. E uma leitura a dois, pois ao lado está seu gato, que também tudo sabe. Qualquer dúvida, Beliel a ele pergunta. 

Basta um “miau” e tudo já estará respondido.

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20 setembro 2020

17 setembro 2020

O LIVRO O FOGO DA JUREMA ESTÁ SENDO VENDIDO PELO O PROFESSOR PEREIRA

 


Se você está interessado no livro "O FOGO DA JUREMA" é só entrar em contato com o professor Pereira lá da cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba,  que ele tem e está disponível aos amigos. 

São 318 páginas.
Pedidos: franpelima@bol.com.br e fplima156@gmail.com

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16 setembro 2020

OS TABUS LAMPIÔNICOS

 Por Verluce Ferraz

O espaço me permite tratar dos tabus que permeavam a vida dos cangaceiros, em especial de Lampião e da Maria Bonita. Relatos existem em livros que, os mesmos se abstinham de fazer sexo nos dias de sextas-feiras, e quando partiam para uma relação sexual, retiravam as orações e patuás de cima do corpo; deixando-os a certa distância. Que depois de praticarem sexo, se limpavam para afastar desgraça de cima de suas vidas. Pelas descrições de manias não pode-se esses associar esses rituais à religiosidade, tampouco a dignidade, visto que cangaceiro não observava tais preceitos, além de matarem pessoas para apropriarem-se de bens materiais. Não havia remorso pelas vidas cerceadas, pelas famílias viúvas e órfãos. Todos os cangaceiros viviam infringindo às leis Naturais e leis Estatais. Matar gente ou animais era tão mais comum que se possam avaliar. Era costume a pratica de saques, assaltos, e estupros, entre outros crimes. Vamos então aqui registrar o papel desempenhado pelos tabus e seus efeitos conservadores de velhos usos no trato que tais pessoas supersticiosas, desde a antiguidade, acreditavam em um grande número de tabus:

- O flamen dialis, o sumo sacerdote de Júpiter, tinha que observar um número enorme de tabus. Ele

“não podia montar ou mesmo tocar um cavalo, nem ver um exército em armas, nem usar um anel que não fosse partido, nem vestir uma roupa que tivesse algum nó; [...] não podia tocar farinha de trigo nem pão fermentado; não podia tocar ou mencionar um cão, uma cabra, carne crua,, feijão e hera [...] seu cabelo podia ser cortado apenas por um homem livre, com uma faca de bronze, e, quando cortados, o cabelo e as unhas tinham de ser enterrados sob uma árvore auspiciosa; [...]; ele não podia tocar num cadáver [...];não podia ficar descoberto ao ar livre”.

E tudo tinha significado de consequências que conduziam aos perigos. Lampião, nas suas superstições escolhia o dia da sexta-feira para não ter conjunção carnal. Aconselhava também os seus bandos a seguir seus pensamentos, usando orações e símbolos que, exerciam poderes mais para fetiches; isso é confundido por alguns, como obediência espiritual, para livramento do mal. Pelos modos vividos, as contradições serão expressas porque o homem após ser civilizado e religioso, jamais praticaria atos de crueldade quanto praticaram os grupos cangaceiros.

Perdi a fonte, mas foi escrito pela pesquisadora Verluce Ferraz.

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LUIZ PEDRO FICOU DOIDO COM A MORTE DE NENÉM.

   Por Aderbal Nogueira https://www.youtube.com/watch?v=wVyLuS8rE8E Luiz Pedro e Zé Sereno vão a Alagadiço saber o que aconteceu com Zé baia...