Por:Aurélio Buarque de Holanda
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06 junho 2021
A FEIRA DAS CABEÇAS
04 junho 2021
1937 – O DIA EM QUE UM VIOLINISTA RUSSO E UM FORD V8 ESTIVERAM NO PALCO DO PRINCIPAL TEATRO DE NATAL

Dizem que Natal é uma cidade onde seu povo tem uma adoração intensa pelos veículos motorizados. Se observarmos nos dias atuais o número de carros de passeio bastante novos circulando pelas nossas atravancadas ruas, provavelmente deve ser verdade. Fala-se que por mês mais de 2.000 veículos novos, 0 km, são desovados nas congestionadas vias de circulação da capital potiguar.

Ainda se comenta que este gosto surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, com a presença de tropas estadunidenses em nossas terras.
Existe a ideia que após o conflito, as tropas de Tio Sam despejaram nas nossas ruas potentes e reluzentes Lincons e Studebakers que não quiseram levar de volta para casa e isso ficou nas mentes dos natalenses. Até já tratei disso em nosso TOK DE HISTÓRIA (Ver em – https://tokdehistoria.com.br/2013/11/30/o-prazer-nosso-pelo-carro-novo-sao-os-militares-americanos-os-responsaveis-por-isso/ ).

Provavelmente a intensa adoração dos natalenses por veículos movidos a gasolina surgiu bem antes da Segunda Guerra e tudo aponta que se deveu muito mais a bem planejadas ações de propaganda desenvolvidas pelos fabricantes de veículos, do que uma pretensa ação das tropas americanas por aqui.
Nova Forma de Propagandas
Na segunda metade da década de 1930 os dois principais agentes que vendiam veículos em Natal eram a M. Martins & Cia., pela Ford, cujo um dos seus sócios era José Alves dos Santos e pela Chevrolet a empresa de Severino Alves Bila.

Como a Natal daquele tempo tinha pouco mais de 50.000 habitantes, onde praticamente toda elite se conhecia, é provável que os proprietários destas firmas tivessem amizade (ou quem sabe até parentesco pelo sobrenome comum). Mas nas páginas amareladas dos velhos periódicos temos uma verdadeira “guerra” de propagandas destes fabricantes de veículos sendo apresentada ao público natalense.

Não é incomum encontrarmos anúncios de página inteira, que eram publicadas por semanas, com maravilhosos desenhos de novos e potentes veículos. E vale ressaltar que a propaganda de carros nos jornais era bem diferente das atuais. Enquanto hoje não faltam produções suntuosas para gerar fotos fantásticas, muita imagem trabalhada no computador, participação de modelos fenomenais e pouca informação prática (normalmente só umas letrinhas miudinhas no final da propaganda), naquelas priscas eras a coisa era muito mais informativa.
Mas em 1937 houve uma mudança nesta estratégia de propaganda que chamou muita atenção em Natal.

The Cherniavsky Trio
Em fins de 1936 o experiente violinista Leo Cherniavsky estava realizando concertos em Nova York, no prestigiado Carnegie Hall, quando foi contratado pela Ford Motors Company para se apresentar no início de abril de 1937 em Fortaleza, Natal, Recife e Salvador. A ideia destes recitais era comemorar 25 milhões de veículos da marca Ford manufaturados.
Leo Cherniavsky teria durante suas apresentações na região a companhia do pianista pernambucano Alberto Figueiredo, do Conservatório de Recife. Já quem comandava o grupo era Harry Brounstein, da Associação Comercial do Rio de Janeiro, membro do Touring Club do Brasil e gerente da Ford no Rio.
Leo Cherniavsky nasceu em 1890, na grande comunidade judaica da cidade de Odessa, na época parte do Império Russo (atualmente pertencente à Ucrânia). Sua família possuía uma grande tradição musical e junto com seus irmãos Jan (piano) e Mischel (violoncelo) formaram um trio de jovens músicos e realizaram sua primeira apresentação em 1901, quando o mais jovem do grupo tinha apenas dez anos de idade.

O primeiro show fora da Rússia foi realizado três anos depois em Berlim, Alemanha, onde os garotos receberam críticas mistas. Ainda naquele ano, sob o patrocínio das abastardas famílias judaicas Rothchild e Sassoon, o trio fez sua estreia britânica no Aeolian Hall, em Londres, onde as opiniões dos críticos foram mais animadoras. Chegaram a realizar uma turnê por outros países da Europa com relativo sucesso e tiveram proveitosos encontros com personalidades musicais famosas e respeitadas da época (além de serem pessoas bem mais velhas que os três garotos) – incluindo o russo Misha Elman, o francês Eugène Ysaÿe, o tcheco David Popper e o húngaro Joseph Joachim.
Em 1905, diante das tensões contra os judeus em Odessa, que levou a realização de uma perseguição que resultou na morte de 400 pessoas, a família Cherniavsky se mudou para a Áustria e de lá os jovens seguiram para o Canadá, onde conseguiram a cidadania neste país. Depois começaram a atuar nos Estados Unidos, onde o grupo ficou conhecido como “The Cherniavsky Trio”.
Os jovens músicos ganharam experiência, desenvolveram um conjunto musical de primeira classe e se apresentaram em cinco continentes. Continuaram realizando apresentações e produzindo discos até 1934, quando cada um seguiu seu rumo. Assim Leo Cherniavsky chegou a Natal em abril de 1937.
Um Gringo Tocar Rabeca
O paquete “Pará” veio de Fortaleza trazendo a Caravana Ford para a Natal. Na capital cearense o músico estrangeiro e o pianista pernambucano se apresentaram no Teatro José de Alencar. Cherniavsky foi recebido no desembarque no cais da Tavares de Lira pelo maestro Valdemar de Almeida, diretor do Instituto de Música, Edgar Barbosa, então diretor da Imprensa Oficial, José Alves dos Santos, da M. Martins e Cia., Moyses Wanistain, representando a comunidade judaica que então existia em Natal, Carlos Lamas, Cônsul do Chile na cidade, além de Luís da Câmara Cascudo, Sérgio Severo e outros membros da comunidade natalense.

Como era comum na época, apesar de existirem hotéis, algumas pessoas ilustres que visitavam Natal, principalmente estrangeiros, normalmente ficavam hospedados no palacete da rica comerciante Amélia Duarte Machado, a conhecida Viúva Machado. Com Leo Cherniavsky não foi diferente e ele estava ali acomodado junto com os outros membros da Caravana Ford.
O palco escolhido foi o melhor que Natal poderia oferecer – o Teatro Carlos Gomes, no bairro da Ribeira e atual Teatro Alberto Maranhão. Os jornais da época informam que desde o momento do anúncio do recital do violinista de Odessa, a elite local buscou avidamente a agência M. Martins e Cia. atrás dos 300 ingressos postos a disposição dos futuros compradores de carros novos.

Certamente deve ter chamado atenção dos trabalhadores braçais do cais do porto, dos comerciários da Ribeira, dos que trabalhavam nos depósitos de algodão da Rua Chile, dos pescadores das Rocas e outras pessoas do povo, a intensa movimentação na Rua Frei Miguelinho, nº 133, sede da M. Martins e Cia. Eram muitas “pessoas gradas”, da mais fina flor da sociedade potiguar, com sobrenomes consagrados, agitados atrás de conseguirem um ingresso para ver “um gringo tocar rabeca”.
Quem Não foi ao Recital Não Era Gente em Natal!
E o tradicional teatro ficou lotado na noite de 2 de abril de 1937, uma sexta-feira. Natal, por não possuir uma rádio ativa na época, foi a única das capitais nordestinas que não transmitiu o recital pelas ondas do éter.

Uma situação interessante e peculiar ocorreu nesta apresentação – eu não sei como foi feito, mas as fotos aqui apresentadas (apesar da baixa qualidade) provam que, de alguma forma, os organizadores colocaram no palco do tradicional Carlos Gomes um veículo Ford V 8, modelo Tudor sedam de luxo, de quatro portas. Os músicos teriam de tocar ao lado da possante máquina e não foram registrados problemas no teatro. Mas eu duvido que hoje isso acontecesse novamente!
Quando foi exatamente as 21:00, quem subiu ao palco foi Harry Brounstein, seguido de várias personalidades locais com seus longos discursos, situação essa que nunca deixava de acontecer nestes eventos. Depois o violinista nascido em Odessa e o pianista pernambucano subiram no palco do Teatro Carlos Gomes e iniciaram a sessão musical.

Infelizmente os jornais da época aos quais tive acesso, tanto o A República de Natal, quanto o Diário de Pernambuco de Recife, nada informaram do que foi apresentado nos recitais apresentados no Teatro Alberto Maranhão e nem no principal teatro da capital pernambucana, o Santa Izabel.
Mas é inegável o evento foi um grande sucesso. Vamos encontrar varias referências sobre o recital de Leo Cherniavsky e de Alberto Figueiredo no jornal A República durante vários dias. Causou enorme impressão a versatilidade dos músicos, da participação da sociedade no evento e, evidentemente, da beleza do novo Ford V 8 no palco.

O burburinho foi tanto que parece até que quem não foi ao recital não era gente em Natal!
Pessoalmente nunca acreditei que esta dita “adoração por carros” seja uma exclusividade dos natalenses. Como o texto e as fotos apontam, certamente foram as ações de propaganda como as apresentadas em 2 de abril de 1937 que ajudaram a criar na mente da maioria dos brasileiros o gosto pelo carro.
E é um gosto bem estranho e um prazer bem esquisito. Já que até hoje a maioria dos brasileiros não se importa de pagar financiamentos exorbitantes e nem reclamam de impostos gigantescos que são cobrados por um bem que se desvaloriza em até 30% após sair da loja.
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros.
https://tokdehistoria.com.br/2021/05/30/1937-o-dia-em-que-um-violinista-russo-e-um-ford-v8-estiveram-no-palco-do-principal-teatro-de-natal/
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UOL FALA SOBRE OS BONS TRABALHOS DO PROFESSOR RUBENS ANTONIO
Clique nestes links para você ler o que "UOL" escreveu sobre os trabalhos do professor, escritor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio.
https://www.facebook.com/profile.php?sk=approve&highlight=1627047560828455&log_filter=review&queue_type=friends¬if_id=1622762557989881¬if_t=mention&ref=notif#1627047560828455
https://www.uol.com.br/nossa/reportagens-especiais/cabra-macho-com-bordado-seda-e-ouro-a-moda-exuberante-do-cangaco/?fbclid=IwAR3tJhSXeLjajA4Wo0KF7csTyhjrcwomiAG859_1FrAYwNMzDJOIdMoBCjQ#page3
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03 junho 2021
SANTO ANTÕNIO ALÉM DO CARMO
Por Conrado Matos
Foto: Santo Antônio Além do Carmo, Salvador (BA). Casarios coloniais coloridos abrigam ateliês, bares, restaurantes, cafés e moradores vanguardistas. FONTE: INFONET
O Bairro do Santo Antônio Além do Carmo em Salvador é constituído de uma arquitetura muito antiga, do século XVII. Formado por casarões e igrejas, ambas de construções antigas. Fica no bairro Santo Antônio a mais antiga Detenção de Salvador. Existe também o Oratório Cruz do Pascoal, situado em uma área entre três ruas. A Rua do Carmo, Rua Direita do Santo Antônio e a Rua dos Marchantes. Na Rua Direita do Santo Antônio se encontra a antiga Igreja do Boqueirão.
Eu já mencionei em uma das minhas crônicas que quando cheguei para morar em Salvador, no início de 1982, eu fui residir na localidade do Bairro Macaúbas, uma região pertencente ao Barbalho que se liga ao Santo Antônio. Para ir ao Pelourinho a pé, eu teria que passar pelo Barbalho, pela frente do Colégio ICEIA, Rua Direita do Santo Antônio. No período do Carnaval de Salvador, fazia este mesmo trajeto andando.
Havia no Santo Antônio, por volta de 1982, um grande silêncio a alta hora da noite, parecia meio nostálgico. O seu único bar mais famoso ficava na Cruz do Pascoal, oratório erguido em 1873 por Pascoal Marques de Almeida, um morador do local, natural de Lisboa. O Santo Antônio era um bairro tão silencioso que fazia medo de andar. Um bairro calmo, existindo apenas algumas brigas pela noite entre jovens beberrões, sem crimes graves De vez em quando um bate boca qualquer entre um morador e outro.
À noite eu não venho passando atualmente pelo Santo Antônio. Já andei pelo dia para ir ao Pelourinho e o comércio. O movimento das ruas está um pouco maior, por motivo do aumento de veículos. Mas, o bairro ainda parece o mesmo de antes, pela noite, exceto, no horário do funcionamento dos bares, nos finais de semana e no final do ano com a chegada dos turistas. Além do mais, maior parte dos moradores conserva as suas casas no estilo de arquitetura antiga, mantendo a tradição.
Acho o Santo Antônio um bairro lindo. Você sai andando a partir dali da Cruz do Pascoal, seguindo pela Rua Direita até o Largo do Santo Antônio e só ver arquiteturas de bonitos casarões.
A famosa Cruz do Pascoal fora construído ao seu redor um gradil para lhe proteger. A Cruz é considerada patrimônio histórico. Foi tombada em 17 de junho de 1938 pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Acho que a maior parte dos baianos sabe onde fica esta cruz, no bairro do Santo Antônio. Fica bem próximo ao Plano Inclinado do Pilar.
Penso que fazer carnaval no bairro do Santo Antônio com passagem de Trios Elétricos é uma afronta descabida ao patrimônio histórico. Gosto muito do carnaval, porém, acho que deve deixar o bairro histórico fora do circuito. O máximo que pode ter neste bairro durante o carnaval seria a passagem de fanfarras e bloquinhos. Isso com pouca intensidade para não incomodar todos os dias os moradores. Primeiro que, o Santo Antônio, é um bairro de moradores idosos e deve preservar estes habitantes antigos.
Eu não sou morador do bairro, porém quando se trata de conservação de arquiteturas antigas, eu costumo defender. Peço desculpas aos que se incomodam com a minha postura da extensão do carnaval, envolvendo os Trios Elétricos para essa área. Inclusive, as ruas são estreitas e caminhões terão dificuldade de manobrar nesta localidade.
Conrado Matos – Psicanalista, Filósofo, Poeta e Escritor sergipano, radica em Salvador. Autor dos livros A RECEITA da Felicidade vem de VOCÊ e de O SERtão em Versos.
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02 junho 2021
LAMPIÃO, THE KING OF CANGAÇO | EDUARDO BUENO
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01 junho 2021
A EXTRAORDINÁRIA SAGA DO CANGAÇO EM PIRANHAS , NOS GRANDES ENCONTROS CARIRI CANGAÇO DESTA QUARTA-FEIRA.
Por Manoel Severo
Piranhas, sua memória e sua história, ligadas ao cangaço será o tema dos Grandes Encontros Cariri Cangaço, ao vivo, desta próxima quarta-feira, dia 02 de junho de 2021, as 19h30, no cabal do Cariri Cangaço no You Tube. Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço recebe para essa conversa, os pesquisadores; Inácio Loiola e Celsinho Rodrigues; em programa que promete.
"Particularmente para mim é uma grande alegria realizarmos um Programa dos Grandes Encontros Cariri Cangaço com o tema Piranhas, primeiro por trazermos recortes de alguns do mais espetaculares episódios da historiografia do cangaço, segundo por ter o privilégio de receber o titulo de cidadão de Piranhas, por proposição do querido amigo vereador Cacau, o que muito me honra; terceiro por Piranhas ser uma das casas do Cariri Cangaço, para nosso grande orgulho e por ultimo, por reunir meus queridos amigos; deputado Inácio Loiola e o Cariri Cangaço, Celsinho Rodrigues; numa conversa que promete muita emoção e muitas revelações." Confirma Manoel Severo.
Recorremos ao pesquisador João de Sousa Lima, Conselheiro Cariri Cangaço para nos trazer um pouco de um desses episodios marcantes do Cangaço em Piranhas: A invasão e Morte de Gato: “Gato encontrou a morte depois desse ataque a Piranhas, depois da prisão de sua amada Inacinha, pelo tenente João Bezerra. Inacinha estava grávida e neste combate saiu ferida. O tiro entrando nas nádegas e saindo no abdômen. Por muita sorte a criança não foi ferida. Gato pede ajuda a Corisco e este organiza esse ataque . No trajeto, Gato sai disseminando a morte. A data se tornaria, para algumas famílias, uma lembrança dolorosa.
31 maio 2021
O MAIOR ESTRATEGISTA DO CANGAÇO NORDESTINO
Por José Mendes Pereira
Lógico que eu não tenho nenhum tiquinho de conhecimento sobre economia, e nem tão pouco como caminha o Brasil em relação a valores, porque isso é assunto para economistas e pessoas instruídas em moedas, mas tentando satisfazer aos meus id, ego e superego, percebo que Virgolino Ferreira da Silva, o famoso e sanguinário capitão Lampião, foi um dos cangaceiros que mais prejudicou a economia do nordeste brasileiro.
O afamado cangaceiro conhecido como "rifle de ouro" Antonio Silvino foi o primeiro antes de Lampião, mas não fez tantas estripulias sangrentas quanto fez o vesgo, e nem invasões que ultrapassassem os seus limites como desordeiro do sertão do Brasil. Antonio Silvino usou o seu limite como bandido.
No tempo de Lampião os sertões e as cidades nordestinas viviam preocupados, porque temiam uma possível visita do facínora, e principalmente, quando se tinha notícia que ele e seus comandados estavam em determinada região de um dos sete Estados do nordeste, e aí, sofriam todas as classes sociais, sendo elas: camponeses, fazendeiros, indústrias, comércios, vilas, vilarejos, pequenas cidades, porque eram obrigados a fecharem as suas portas, temendo a visita do marginal e seu grupo a qualquer hora, e com os fechamentos das portas das atividades, a economia despencava de vez, só porque não se fabricava e nem se vendia nada. E assim, o dinheiro deixava de circular no meio da população, tanto sertaneja como das pequenas cidades.
Mas muitas autoridades policiais, judiciárias e municipais tiveram culpas, porque, além de apoiarem o velho guerreiro, algumas delas davam apoio total a grupos de cangaceiros que pertenciam ao próprio Lampião, fazendo com que o poder moral do comandante fosse respeitado nos lugares por onde ele passava. E assim, o capitão fez vítimas causadas por pessoas que o apoiavam, quando deveriam ter evitado tantas mortes praticadas por ele.
Lampião não era um bandido qualquer, e sim, um bandido de fama nacional, e até mesmo internacional; um bandido que causava medo por onde passava. Um bandido dono de uma coleção de astúcias e crimes, e tudo que ele fazia de ruim, era bem calculado para não errar, contrário, seria vítima de si mesmo; e cada crime e astúcia praticados por ele, alguém estaria pronto para ser punido, com boas lapadas de chicotes, morte ou coisas semelhantes, iria ser assassinado com tiros a queima roupa, ou sangrado por punhal. Lampião era uma fera humana que metia medo a quem ficava à sua frente, e incomodava bastante a população sertaneja. Louco aquele que não desejava obedecê-lo, mas sabia que poderia pagar muito caro a sua desobediência na presença de Lampião.
Mas segundo os remanescentes de Lampião, e um deles, o ex-cangaceiro Balão, afirmou que o facínora não castigava ninguém sem motivo. Toda conta que ele cobrava de alguém, de qualquer jeito, tinha sempre a procedência, e uma delas era a covardia. O capitão não sabia de jeito nenhum perdoar a falcidade. E ele estava certo.
Era nele que os seus comandados depositavam confiança. Sem o capitão Lampião à frente no comando de um combate, mesmo sendo um grande grupo de desordeiros, eles se consideravam como formigas sem formigueiro, ou uma colméia sem a sua abelha rainha. Para eles, Lampião era um protetor das suas vidas, muito embora, um Deus do mal, mas era, porque ele tinha as suas amizades com grandes pessoas que eram autoridades, e assim, ele conseguia bem o que queria, e o seu grupo se sentia mais ainda protegido.
Até os homens da lei que o procuravam nas caatingas para eliminá-lo, temiam que o capitão Lampião fizesse uso das suas astúcias e os matassem nas tocaias covardes. Mas a covardia entre perseguidos e perseguidores faz parte de qualquer combatente, seja ele qual for. O desejo de cada um, tanto cangaceiro como volante, é matar, mas não deve esquecer que, o risco que corre o pau, corre o machado. Ninguém está no meio de um combate pensando que é uma guerrilha de brincadeira. E para se salvar dos estilhaços de balas, é ter o cuidado de não se descuidar, porque se facilitar, será uma presa fácil para os inimigos, do contrário, cairá sem vida entre aquela caatinga desprotegida de proteções. Então, é cada um por si e Deus por todos.
Será que o velho cangaceiro nasceu mesmo para ser bandido, ou o destino o fez? Cada um de nós veio ao mundo para cumprir uma missão, e a dele foi mesmo ser bandido, Mas acho que Lampião e seus irmãos nasceram mesmo para fazerem vítimas por onde passavam.
Informação: Estes parágrafos que escrevi são apenas pensamentos meus, e de forma alguma, prejudicará a literatura lampiônica e nem tão pouco os pesquisadores, escritores e cineastas.
Ninguém é obrigado a concordar comigo, porque discordar faz parte de cada um estudioso do cangaço. E se acha que estou conversando coisa com coisa, tranquilo fico se entrar em oposição, me explicando a razão das minhas falhas sobre o que escrevi, só assim irei aprender mais sobre o cangaço. O estudo cangaceiro é livre para se opinar. Não para informar fatos que não aconteceram.
Jamais ficarei chateado se você leitor, ficar contra as minhas opiniões. Não podemos mentir sobre este tema tão importante, mas cada um de nós é dono do seu raciocínio e opinião que traga a verdade. Opine, caso queira, mesmo discordando da minha.
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