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06 setembro 2021

Euclides da Cunha e sua Segunda Morte Por:Gabriela Potti


Dilermando, campeão de tiro, matou Euclides e atentou contra sua obra

É manhã de domingo. Dilermando de Assis está em casa, no bairro da Piedade, subúrbio do Rio, abotoando o casaco militar, quando recebe o primeiro tiro disparado por Euclides da Cunha. O jovem Dilermando, campeão de tiro, tenta desarmar o renomado escritor. Mas este está disposto a “matar ou morrer”, como teria dito, para vingar-se do amante de sua esposa, Anna da Cunha. Vem então o segundo disparo, que acerta o peito do militar. Dilermando recua para o quarto em busca de sua arma e volta a tempo de ver seu irmão, Dinorah, ser alvejado duas vezes pelas costas. Nesse momento, o cadete faz o primeiro disparo. O duelo entre amante e marido traído termina com a morte do autor da obra-prima “Os Sertões”.

O episódio acima, que passaria a ser conhecido como a ‘tragédia de Piedade’, aconteceu em 15 de agosto de 1909. Mas a história não terminou com a morte de Euclides. Em 4 de julho de 1916, ‘Quidinho’, como era chamado um dos filhos do escritor, então com 19 anos, procurando quem sabe restaurar a honra da família, também tenta matar Dilermando e até consegue alvejá-lo pelas costas. Entretanto, ele acaba morto pelo militar, que reage prontamente contra o agressor.

O Duelo

Absolvido pelo júri nos dois casos, Dilermando não escapou ao julgamento da imprensa da época e carregou até sua morte, em 1951, o rótulo de vilão. Não faltaram artigos recheados de adjetivos negativos – “asqueroso”, “desprezível”, “cínico” – cristalizando na opinião pública a alcunha de culpado. Essa campanha da elite cultural contra o militar é reproduzida na biografia “A vida dramática de Euclides da Cunha” (1938), de Elói Pontes. Para promover o livro, a editora José Olympio causou polêmica ao exibir na loja que mantinha à rua do Ouvidor a carteira trespassada por balas e uma foto do escritor no necrotério.

Em resposta à biografia de Elói Pontes, Dilermando, que também era escritor, publica “A tragédia de Piedade”, livro parcialmente baseado em documento que havia redigido 40 anos antes, originalmente para complementar sua defesa perante o júri, em 1911. Nessa obra, analisa detalhadamente as provas periciais dos autos da acusação nos dois homicídios pelos quais havia sido julgado. Tece ainda uma minuciosa crítica de “Os sertões”, obra em que Euclides da Cunha narra a guerra de Canudos, conflito que foi cobrir como correspondente do jornal O Estado de São Paulo.

Euclides, Anna e Dilermando

Narrativa carregada de significado épico e trágico, “Os sertões” é um autêntico casamento entre a ciência e a arte. Munido das teorias deterministas, positivistas e sociológicas da época, Euclides da Cunha contou o que presenciou no sertão da Bahia, que resultou no massacre da população do arraial liderado por Antônio Conselheiro. Questionando a versão oficial disseminada pela República, o escritor apresentou aos leitores o contexto que havia por trás dos fatos, numa obra marcada pela inovação em termos de linguagem, estrutura e temática.

Em “A tragédia de Piedade”, Dilermando contesta “Os sertões” apontando erros e chegando até a citar supostos exemplos de plágio no clássico de seu rival. Nesse sentido, dois questionamentos ficam no ar. Seria essa uma tentativa de Dilermando, ainda que tardiamente, de conquistar a absolvição da opinião pública? Ou estaria embutida nessa crítica a pretensão de matar aquilo que restou de Euclides da Cunha, ou seja, a legitimidade e o valor de sua obra?

A possibilidade de uma leitura mais profunda, porém ainda não decisiva sobre o caso, veio recentemente, pela historiadora Mary Del Priore. Em ‘Matar Para Não Morrer’, ela analisa o pano de fundo em que se deu o triângulo amoroso entre Euclides, Anna e Dilermando. Valendo-se de uma robusta pesquisa, Mary relata os meses que antecederam a tragédia, aponta como a imprensa ignorou os fatos e crucificou Dilermando. Revela ainda que Euclides não agiu como exceção quando achou que era a hora de ‘matar ou morrer’. Nesse duelo em que não há vencedores, apenas vítimas, o escritor foi mais um que recorreu a um ato extremo na tentativa de limpar seu nome. Dilermando, por sua vez, nos remete à figura trágica daquele que diante do inexorável não tem muito a fazer.

Nesse duelo que parece continuar após quase 110 anos completos da morte do autor de “Os sertões” (a efeméride será em agosto de 2019), as especulações seguem. Em artigo publicado ano passado no jornal “O Globo”, o poeta e membro da Academia Brasileira de Letras Antonio Carlos Secchin comenta as anotações que encontrou em uma terceira edição, de 1905, de “Os sertões”. Não haveria novidade alguma não fosse o antigo proprietário, Dilermando de Assis, e o teor das muitas anotações feitas ao longo da edição.


O homem que, em legítima defesa, matou Euclides da Cunha em 15 de agosto de 1909, segundo Secchin, demonstra segurança e grande familiaridade ao criticar a obra de Euclides em várias frentes: além de contestar informações históricas e procedimentos militares, aponta contradições e supostos erros gramaticais – deslizes de pontuação, regência, colocação pronominal, e até redundâncias e um cacófato. O artigo de Secchin deixa claro que determinadas anotações de Dilermando no livro – como “mentira” ou “barbaridade” – explicitam a opinião contundente do militar sobre algumas das afirmações e ideias de Euclides em “Os sertões”.

O conflito entre os dois homens espelha, quem sabe, um embate que se projeta para além de suas biografias. Dilermando era militar; Euclides, escritor. Dilermando cumpria ordens. Euclides, por sua natureza intelectual e artística, ao chegar a Canudos não hesitou em despir-se das convicções prontas para escrever sua obra-prima. Faz sentido que um militar por excelência contestasse um livro que é justamente uma crítica à ação do exército. Simbolicamente, a oposição pode ser também entendida entre o intelectual que enxerga as nuances, as áreas cinzas, de uma situação como Canudos, e o militar para quem tudo é preto ou branco.

Dilermando foi fatalmente eficaz ao executar Euclides da Cunha. Até foi absolvido pela morte, considerada autodefesa. Não foi tão eficiente ao tentar desqualificar a obra máxima do escritor, “Os sertões”, hoje considerada um clássico obrigatório para aqueles que desejam entender o país, suas raízes. Mais uma prova da perenidade e relevância de Euclides é que o escritor será o grande homenageado este ano na Flip – Festa Literária Internacional de Paraty -, que acontece de 10 a 14 de julho.

Gabriela Potti -Fonte:http://balaiopop.com.br/euclides-da-cunha-e-sua-segunda-morte/

https://cariricangaco.blogspot.com/2021/09/euclides-da-cunha-e-sua-segunda-morte.html

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05 setembro 2021

LAMPIÃO VINGA O FIM DO SEU AMIGO

 Por Histórias da Vida Real 

https://www.youtube.com/watch?v=VE_Yp-IeQA0&ab_channel=Hist%C3%B3riasdaVidareal

Veja a História, LAMPIÃO VINGA O FIM DO SEU AMIGO, um sargento deu fim a um amigo coiteiro de lampião, e aí Lampião foi na captura... pois o ato foi uma covardia sem tamanho... 

Quer saber o que aconteceu? Então venha comigo assistir ao vídeo. #historiasdavidareal #lampiãovingaoamigo 

Contato: artehoraciomoura@gmail.com

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29 agosto 2021

UMA DAS FOTOS MAIS EMOCIONANTES DA HISTÓRIA

"Espere por mim, papai!"

Em 1º. de outubro de 1940.

A foto retrata um menino (Warren Bernard) na Eighth Street, New Westminster, Canadá estendendo a mão para seu pai, enquanto ele marcha para servir na Segunda Guerra Mundial.

Felizmente, o soldado sobreviveu a guerra e o reencontro com o filho também foi registrado.

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Ciro Gonçalves Sá.

O retorno do pai em abril de 1945.

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27 agosto 2021

MEMÓRIAS DO CANGAÇO

  Por Valdir Nogueira

Sinho Pereira e Luiz Padre


HÁ 100 ANOS, ÀS 4 HORAS DA TARDE DO DIA 24 DE AGOSTO DE 1921, NAS PROXIMIDADES DA POVOAÇÃO DE BOM NOME, SEBASTIÃO PEREIRA ASSASSINOU BARBARAMENTE O SR. JOÃO BEZERRA DO NASCIMENTO

Após uma peleja com a volante de Zé Caetano, em que perdeu a vida Luiz Macário, considerado um dos melhores cabras de Sebastião Pereira, evadiu-se este com seu grupo em direção a Bom Nome, porém, no caminho, bem próximo à vila, encontraram com o Sr. João Bezerra do Nascimento, no entanto, na ira em que estava possuído, em decorrência da morte de seu cangaceiro, desfechou Sebastião Pereira um tiro naquele inocente homem e o matou.

As forças do capitão José Caetano se transportaram para o local, não encontrando mais o grupo de criminosos. Sobre a morte de João Bezerra, quando da única visita ao seu torrão natal, em 1971, 49 anos depois após a sua despedida do cangaço e partida para Goiás, declarou Sebastião Pereira numa entrevista concedida ao Sr. Luiz Lorena:

Lorena - Depois de tanta refrega por que se retirou para o Planalto Central do país?
Sinhô – A família Pereira (minha família) vivia atormentada em face de minhas ações. Era imperativo mudar a face da história.
Lorena – Quais os fatos que mais perturbaram você?
Sinhô – Vários. No começo tudo o que eu fazia errado dava certo. Com o passar do tempo tudo o que eu fazia certo dava errado.
Lorena – Entre estes, você pode destacar um?
Sinhô – Sim. A morte de João Bezerra em Bom Nome. Na forma como eu procedi, acelerou minha decisão. O meu estado de espírito estava de tal forma desajustado que eu já não tinha condição de conduzir as ações do grupo que comandava.

Vista panorâmica do distrito de Bom Nome, São José do Belmonte, a partir do Monte de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
João Bezerra do Nascimento, residia na fazenda Carnaubinha, zona rural de Bom Nome, sendo filho de José Bezerra dos Anjos e Joana Batista do Nascimento, tendo matrimoniado-se com Vitoriana Josefina do Nascimento, sua prima legítima, no dia 20/4/1907, em cerimônia oficiada pelo monsenhor Afonso Antero Pequeno, na fazenda Boa Esperança, sendo ela filha de Manoel Desidério do Nascimento (ex-prefeito de Belmonte) e Josefa Maria do Nascimento.

A fatalidade fez com que João Bezerra perdesse a sua vida, inocentemente, quando foi brutalmente assassinado por Sebastião Pereira, crime ocorrido às 4 horas da tarde do dia 24/8/1921. No entanto, nessa região do sertão do Pajeú, onde quase todo mundo é parente, a mãe e o sogro de João Bezerra, eram parentes em segundo grau de Manoel Pereira da Silva e Sá, pai de Sebastião Pereira. Portanto naquela fatídica tarde, Sebastião Pereira, havia assassinado um suposto primo.


Valdir José Nogueira de Moura, pesquisador e escritor
Conselheiro Cariri Cangaço, São José de Belmonte-PE

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26 agosto 2021

NOSSO LINDO ESTADUAL

 


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25 agosto 2021

DESAPARECIDO


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24 agosto 2021

HOJE NA HISTÓRIA - EM 24 DE AGOSTO DE 1954 COMETE SUICÍDIO O EX-PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS.

 Por Jair Som

No dia 24 de agosto de 1954 o Brasil ficou chocado com o suícidio do então presidente Getúlio Vargas. Ele morreu em seu quarto, após disparar um tiro no próprio coração, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. Nascido no dia 19 de abril de 1882, em São Borja (RS), ele foi presidente do Brasil em duas ocasiões, líder da Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha. Getúlio ficou conhecido pelos seus simpatizantes como "o pai dos pobres" por ter criado muitas leis sociais e trabalhistas. Considerado um dos políticos mais controversos da história do Brasil, Getúlio foi presidente do país em dois períodos. No primeiro, ficou 15 anos no poder, de 1930 a 1945. Este governo foi dividido em três fases: de 1930 a 1934, como chefe do "Governo Provisório"; entre 1934 e 1937 foi presidente da república do Governo Constitucional, eleito presidente pela Assembleia Nacional Constituinte de 1934; e de 1937 a 1945, enquanto durou o Estado Novo, após um golpe de estado. Em seu segundo mandato, Getúlio foi eleito por voto direto e governou o Brasil por três anos e meio até o dia de sua morte.

Fonte History

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O INFELIZ CANGACEIRO CHICO PEREIRA.

  Por José Mendes Pereira Colorizado pelo saudoso professor e pesquisador do cangaço Rubens Antônio. Diz o pesquisador e colecionador do can...