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19 agosto 2022

A HISTÓRIA DE EZEQUIEL É SEMELHANTE À HISTÓRIA DO JARARACA...

  Por José Mendes Pereira

VAMOS AOS DETALHES QUE NÃO TÊM NENHUM VALOR PARA A LITERATURA CANGACEIRA, APENAS MINHAS INQUIETAÇÕES.

Jararacas no Cangaço

Francisco Pereira Lima (*)
Em 2005, o professor e pesquisador do cangaço Francisco Pereira Lima, esteve com uma senhora de nome Maria Pedro da Silva, que se dizia ser filha de José Leite de Santana, o cangaceiro Jararaca, que foi assassinado em Mossoró. Quem melhor conta para nós, é o próprio  professor.

A História do Cangaço está recheada de mistérios, segredos, injustiças, violências, equívocos e tantos outros adjetivos que representam esse fenômeno. Uma família, no município de Cajazeiras (PB), vivenciou um equívoco, que durou 66 anos, envolvendo o atroz cangaceiro Jararaca. Vamos aos fatos: Nas minhas andanças e entrevistas atrás de novidades sobre o Cangaço, fui informado que aqui em Cajazeiras (PB) existia uma família, parenta próxima do cangaceiro Jararaca. Procurei localizá-la e cheguei, em dezembro de 2005, à Dona Maria Pedro da Silva, 81 anos, viúva, residente no Bairro Vila Nova em Cajazeiras.
Depois dos cumprimentos de praxe, perguntei a mesma sobre o seu parentesco com Jararaca e ela me respondeu: “Sou neta de Jararaca, que ficou ferido e depois morreu em Mossoró, quando Lampião tentou invadir aquela cidade”. Em seguida, perguntei à Dona Maria, o que ela sabia sobre a pessoa e a história do seu avô Jararaca e a mesma, com uma lucidez impressionante, foi relatando:
- “O meu avô se chamava Patrício Pedro da Silva, era natural de São José de Lagoa Tapada (PB). A minha avó dizia que o mesmo era moreno, de cabelo bom e muito corajoso. Pai de cinco filhos: José, Hanorina que era a minha mãe, Antônia, Severino e Raimundo”.
Procurei saber de Dona Maria o motivo do seu avô ter entrado no cangaço e ela me respondeu:
- “Meu avô largou minha avó e se juntou com outra mulher chamada Maria José, no ano de 1921. Com essa teve um filho e como moravam todos próximos na Beira do Rio, no município de Cajazeiras, a minha avó aproveitou que Maria José foi tomar banho frio, do final do resguardo, e lavar os panos do neném recém-nascido no rio e lhe aplicou uma grande surra. O meu avô ficou muito revoltado com a esposa e mandou lhe dizer que vinha acertar as contas com ela. Um irmão dele, chamado Manuel Pedro da Silva, tomou as dores da cunhada e mandou avisar ao irmão Patrício, que se fizesse algum mal a minha avó, morreria na hora. A família da mulher, vítima da surra, queria uma providência, então o meu avô ficou sem saída. Foi na casa da minha avó e disse a ela que ia para o Cangaço de Lampião, ia se chamar Jararaca e não voltaria nunca mais. Foi embora e até hoje”.
Quis saber quando e como a família ficou sabendo da morte de Jararaca, em junho de 1927, na cidade de Mossoró, ela respondeu:
- “Os meus pais moravam no distrito de Boqueirão município de Cajazeiras em 1939, eu tinha 13 anos. Vizinho da gente morava seu Nezim Guarda, o qual tinha um irmão chamado Quinco que morava em Mossoró. O mesmo vindo passear em Boqueirão falou para minha mãe Hanorina, filha de Jararaca, que o mesmo tinha morrido em Mossoró, quando Lampião tentou invadir aquela cidade. Daí em diante, nós todos da família, passamos a acreditar na história contada por seu Quinco, como sendo a verdade sobre o fim de Patrício Pedro da Silva, o Jararaca”.
Ouvi tudo atentamente e no final da conversa disse a Dona Maria que, com absoluta certeza, o Jararaca de Mossoró não era o seu avô Patrício Pedro da Silva e que se tratava de um equívoco, pois o cangaceiro com esse nome que morreu em Mossoró, foi José Leite de Santana, nascido em 1901, natural de Buíque (PE) e que entrou no Bando de Lampião em 1926. Dona Maria me agradeceu as informações, mas lamentou ter ficado tanto tempo acreditando numa história que não representava a verdade sobre seu avô.
Em 2006, Kydelmir Dantas e Paulo Gastão, Diretores da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço), fizeram uma visita a Dona Maria, aqui em Cajazeiras e ouviram essa história. A pergunta que fazemos e não temos a resposta exata, é a seguinte: seria Patrício Pedro da Silva, o Jararaca I, que foi morto em combate, entre abril e maio de 1922, na localidade Açude velho, Vila Bela, hoje Serra Talhada, pelas volantes comandadas pelos tenentes Manuel Benício, paraibano e Optado Gueiros, pernambucano?
Érico de Almeida, no seu livro “Lampião, sua história” (1998, p.27), faz referência a esse fato afirmando que foram mortos, nesse combate, os cangaceiros “... Coruja, Jararaca e Vereda...”.
O pesquisador e escritor paraibano Bismarck Martins de Oliveira, no seu livro “O Cangaceirismo no Nordeste” (2002, p. 232-233), menciona a existência de três cangaceiros do Bando de Lampião com o nome Jararaca, em épocas diferentes. Sobre o Jararaca I, o autor não tem dados biográficos, apenas que foi morto em 1922, em Vila Bela; sobre o segundo, José Leite de Santana, o Jararaca de Mossoró, a sua história é contada em verso e prosa. Sobre o terceiro, era baiano e entrou no bando de Lampião, quando o mesmo passou a agir naquele Estado a partir de 1928. Com essas, linhas fica registrada mais uma das milhares de “Histórias do Cangaço”.

(*) O autor é Professor de Historia, Pesquisador do Cangaço, membro da União Nacional de Estudos Históricos e Sociais (UNEHS) e sócio da SBEC.
https://blogdomendesemendes.blogspot.com/2022/08/caso-ezequiel-irmao-de-lampiao-viveu-no.html

Se você leitor, bem analisar (ver site do Kiko Monteiro, mas lembre que nada contra a quem escreveu, e nem tão pouco ao Kiko Monteiro, apenas contra o depoente), ver que as informações do suposto Ezequiel, são simplesmente farsas. E comparando as fotos que possivelmente foram feitas no mesmo período que ele esteve em Serra Talhada, não tem semelhança uma com a outra. 

Ezequiel Ferreira, suposto irmão de Lampião

"Em 16 de janeiro de 1985, segundo o site, o Ezequiel de Valença deu uma entrevista ao jornalista Antônio de Pádua, do “Jornal da Manhã”, de Teresina, deixando-se fotografar ao lado do vereador valenciano Luís Rosa. Suponho que o alegado irmão de Lampião temia alguma repercussão jurídica negativa de sua entrevista, pois estava presente na mesma o afamado advogado piauiense Dr. Alfredo Cadena Neto, segundo a reportagem".  

Na minha opinião, o que ele temia, era que a sua farsa fosse desmascarada diante das pessoas presentes. O motivo mais para isso, não existia, vez que já havia se passado tantas décadas depois do ocorrido no cangaço, Isto era o seu medo. Nada judicial. Ele já tinha conhecimento que aqui no Nordeste, ninguém mais falava em cangaceiros, muito menos em Lampião, porque, o Getúlio Vargas já havia perdoado todos os delinquentes da empresa do seu irmão.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

17 agosto 2022

16 agosto 2022

UMA MARCANTE EXPERIÊNCIA CHAMADA CARIRI CANGAÇO

  Por Franklin Serra

Franklin Serra, Manoel Severo, Julierme do Nascimento e João Costa

Intenso, vibrante, cheio de entusiasmo — assim me pareceu o Cariri Cangaço sob as batutas de Manoel Severo e de  Celsinho Rodrigues.  O evento aconteceu em Piranhas - AL nos dias 28 a 31 de julho do corrente ano. Tive meu interesse despertado para o tema Cangaço ainda na adolescência,  quando li meu primeiro livro sobre o assunto: Lampeão  - Memórias de um Oficial Ex-Comandante de Forças Volantes, do tenente Optato Gueiros.  Meu pai adquiriu o livro em  Teresina - PI ainda no ano de 1952, quando por lá passou o próprio tenente, anunciando e vendendo, previamente,  o livro que ainda estava no prelo. Fui fisgado pelo sentimento contraditório, como disse  certa vez o imortal Ariano Suassuna,  “de admiração e repulsa pelos cangaceiros.” Com essa leitura, estava lavrada a terra em que brotaria um interesse vivo e contínuo pelo homem nordestino, suas lutas, seus desesperos,  suas glórias.  

Não parei mais. Como um famanaz rastejador, fui  garimpando e escarafunchando a terra fértil,  onde  vicejam autores das estirpes de Luitgard Barros, Antônio Amaury, Marilurdes Ferraz, João Gomes de Lira, Oleone Fontes, Frederico Pernambucano, João Bezerra, Rodrigues de Carvalho  e de tantos outros.  No entanto,   faltava-me  um encontro presencial com os autores e pesquisadores da saga cangaceira. Essa  oportunidade veio com o Cariri Cangaço Piranhas. 

Franklin Serra e Roseli Serra e Dantas Suassuna
Roseli e Franklin Serra, Paulo Britto e Ane Ranzan

O encontro não me decepcionou. Como esperado, fiz novas amizades, adquiri  boa literatura, conheci pessoas admiráveis,  a exemplo da Sra. Terezinha Rodrigues, minha colega de profissão e filha do lendário Chiquinho Rodrigues, que, praticamente sozinho, botou pra correr os bandos de Corisco e Gato naquela longínqua manhã de 29 de setembro de 1936. 

O momento  mais emocionante do encontro foi quando  toda a comunidade do Cariri Cangaço se colocou de pé, às margens do Velho Chico, para homenagear o  escritor Antônio Amaury Correia de Araújo, falecido recentemente e que teve as suas cinzas depositadas no majestoso rio.   Amaury é um exemplo para todos nós. Como um incansável rastejador, percorreu ele todos os cantos e recantos deste imenso nordeste em sua inescapável vocação de caçador de minúcias cangaceiras. Gastou sapato, e tempo, e vida, e paciência, deixando-nos um acervo excepcional, fruto de uma vida inteira de incansável trabalho. A ele nossa homenagem.  

Sinto-me, portanto, feliz por ter participado desse importante encontro do “Brasil de alma nordestina.” Parabéns aos organizadores.

Franklin Serra; Graças, Recife, 16 de agosto de 2022

O Cariri Cangaço Piranhas aconteceu entre os dias 28 e 30 de julho de 2022 na cidade ribeirinha de Piranhas, baixo São Francisco, no estado de Alagoas, nordeste do Brasil.

https://cariricangaco.blogspot.com/2022/08/uma-marcante-experiencia-chamada-cariri.html

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15 agosto 2022

BREJÃO DA CAATINGA- MASSACRE DO LAMPIÃO

 Por Cris Santos

https://www.youtube.com/watch?v=TGbAHj6T-Gg&ab_channel=CrisSantos

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14 agosto 2022

SOBRE ARMAS E LIVROS - DOIS MOMENTOS

  Por Sérgio França

Carlos Elydio, Junior Almeida, Valdir Nogueira, Odilon Nogueira, Kydelmir Dantas e Sérgio França, no Cariri Cangaço Piranhas 2022

Em julho do ano de 1938, a cidade de Piranhas, estado de Alagoas, foi palco de um dos acontecimentos mais marcantes da História do Brasil. De lá partiram os homens que dariam cabo da vida do maior líder de cangaceiros, o Capitão Virgulino Ferreira, o Lampião. Nesse contexto, destacam-se como personagens dessa história com cheiro de chumbo e sangue os nomes dos próprios cangaceiros, tais como Lampião e sua Maria Bonita, Corisco e Dadá, Gato e Zé Sereno, apenas para citar alguns; chefes políticos locais ou coronéis, por exemplo, Zé Rodrigues, Delmiro Gouveia e Lucena; coiteiros de cangaceiros, como Joca Bernardes; e, por fim, mas não menos importantes, os representantes das chamadas volantes, que cumpriam o papel de perseguir e prender ou exterminar os cangaceiros, a quem pode ser citado para ilustrar o capitão João Bezerra, comandante das tropas do combate em Angicos.

Luci e Sérgio França e Manoel Severo em noite de Cariri Cangaço Piranhas 2022

Oitenta e quatro anos depois, sobre o mesmo palco da cidade de Piranhas, pôde-se vivenciar um evento cultural de grande magnitude, que reuniu em três inesquecíveis dias diversos historiadores, jornalistas, pesquisadores e demais apaixonados pelo tema: o Cariri Cangaço – Piranhas 2022. Nessa história, com cheiro de ciência e cultura, os protagonistas são aqueles que se dedicam a revelar os mistérios do passado, que não se conformam com os pontos de interrogação e vão em busca de desvendar os “porquês” do que já se viveu. Pessoas com grande conhecimento sobre a matéria do cangaço e com um desprendimento ainda maior em compartilhá-lo com os principiantes e menos experientes (nos quais me incluo). Assim, foi enriquecedor peregrinar pelos “caminhos da resistência” pela bela arquitetura oitocentista de Piranhas, navegar sobre as águas do “Velho Chico”, vencer a trilha para a Grota do Angico e beber na fonte do conhecimento de pessoas como Ivanildo Silveira, Leandro Cardoso Fernandes, João de Sousa Lima, Gilmar Teixeira, Valdir Nogueira, Ângelo Osmiro, Manoel Severo, Kydelmir Dantas, Maria Otília Cabral de Souza, Júnior Almeida, Ricardo Beliel, Luciana Nabuco e tantos outros ali presentes.

Luci e Sérgio França no Cariri Cangaço Piranhas 2022
Sérgio França e Mestre Folheteiro Jurivaldo

Demais disso, não deixemos de mencionar a interação, a integração e a emoção desse seleto grupo de estudiosos, emoção levada ao seu grau máximo no momento da justa homenagem ao grande escritor Antônio Amaury Corrêa de Araújo. Por meio dos debates, discursos e obras presentes, foi possível ainda aproximar-se do legado deixado por Antônio Amaury, mas também por Alcino Alves da Costa, Paulo Medeiros Gastão, Maria Cristina Russi da Matta Machado e tantos outros que abraçaram o cangaço como objeto de estudo por toda a vida.

Em suma, de 28 a 30 de julho de 2022, o Cariri Cangaço Piranhas 2022, sob a irretocável curadoria de Manoel Severo, concretizou em sua mais alta intensidade seu conhecido lema, realizando efetivamente o grande encontro da Alma Nordestina! Obrigado, Cariri Cangaço.

Sérgio França – Recife, Pernambuco BR  15 de agosto de 2022

O Cariri Cangaço Piranhas aconteceu entre os dias 28 e 30 de julho de 2022 na cidade ribeirinha de Piranhas, baixo São Francisco, no estado de Alagoas, nordeste do Brasil.

https://cariricangaco.blogspot.com/2022/08/sobre-armas-e-livros-dois-momentos-por.html

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13 agosto 2022

12 agosto 2022

UMA TERRÍVEL VISITA AO PANTANAL

 Por Mendes Pereira

Em uma das muitas viagens que fizemos às terras encharcadas do Pantanal localizadas na América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai, onde guardam a mais linda fauna e flora do planeta, fomos atacados por gigantes jacarés, que sem menos esperarmos, ficamos encurralados por mais de 10 devoradores de carne humana.

A equipe de visitantes ao Pantanal era formada por: Gregório Santos, um engenheiro agrônomo, formado pela “ESAM”, Mossoró, nos dias de hoje, “UFERSA”, Marcos Vital, recém formado em Matemática pela “UERN”, antiga “FURRN”, também Mossoró, Paulo Gameleira, um capacitado professor de Química e Física; as irmãs gêmeas, Letícia e Lair Prado, cearenses, e eu, um simples professor de Português.

Foi um dos acontecimentos mais tristes que passamos em todas nossas vidas; quando caminhávamos pelos verdejantes e alagados solos Mato-grossenses, fomos surpreendidos por uma porção de jacarés, talvez faminta, alguns já velhos e desnutridos, faltando-lhes alguns devoradores dentes; outros ainda muito jovens, e dois ou três estavam se preparando para a juventude.

As chances de sairmos de lá vivos, eram restritas, talvez um ou dois por cento, se bem que tivéssemos oportunidades para sobrevivermos.

Nenhum de nós estava livre dos ataques daquelas fortes mandíbulas. Os jacarés nos vigiavam como se fôssemos o último almoço de todos os tempos. Cada passo que nós dávamos para frente ou para traz, os jacarés, todos nos acompanhavam

O primeiro a estrear nos amolados e pontiagudos dentes de um jacaré, foi o Gregório Santos; com uma só fechada de mandíbulas, o velho jacaré o partiu ao meio, e nem precisou sair do lugar para capturá-lo. Nós que assistíamos de perto tamanha malvadeza, já esperávamos a nossa vez.

Em seguida, foi a vez do Marcos Vital, que tentou correr por cima de alguns jacarés enfileirados, mas foi pego por um esfomeado, arremessando-o  ao longe, já caindo pronto para os jacarés o saborearem.

Aos poucos os esfomeados foram fechando o cerco, e um jacaré dos mais jovens, resolveu abocanhar um dos braços do Gameleira, arrancando-o de uma só vez, e ao cair, foi devorado por um, que quase provocou uma confusão danada com outro que disputava o corpo do Gameleira.

Como todos nós ali estávamos condenados a passarmos pelas mandíbulas  de tantos jacarés, finalmente, chegou a minha terrível vez. Quando um jacaré partiu para me devorar, eu desesperado gritei: “- Valha-me Jesus Cristo!” E com esse grito assustador, acordei. Eu estava sonhando.

Que felicidade! Os jacarés existiram apenas no meu sonho.

Minhas simples histórias 

Se você não gostou da minha historinha, não diga a ninguém, deixa-me pegar outro.

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O INFELIZ CANGACEIRO CHICO PEREIRA.

  Por José Mendes Pereira Colorizado pelo saudoso professor e pesquisador do cangaço Rubens Antônio. Diz o pesquisador e colecionador do can...