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26 agosto 2022

"Caminhos da Resistência - Pelas Ruas de Piranhas" é Lançado no Cariri Cangaço Piranhas 2022

Cariri Cangaço lança "Caminhos da Resistência" em Piranhas 2022

A manhã de 29 de julho de 2022; segundo dia do Cariri Cangaço Piranhas 2022; marcou o lançamento oficial da rota turística "Caminhos da Resistência - Pelas Ruas de Piranhas" que promete apresentar ao público de pesquisadores, estudantes e admiradores da temática, de forma detalhada, um dos episódios mais marcantes do ciclo do cangaço em terras Piranhenses, quando traz os principais cenários que antecederam, como os fatos se desenrolaram e as repercussões da invasão dos grupos de Gato e Corisco a Piranhas em 1936.

Inacinha e Gato

Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço afirma: "para o Cariri Cangaço é uma grande alegria e uma enorme honra chancelar e assinar a Rota "Caminhos da Resistencia", uma ideia que veio sendo amadurecida pelos amigos Miguel Alencar e Celsinho Rodrigues, que inclusive é resultado de muitas conversas nossas e que hoje concretizamos com muita propriedade, trazendo quase três centenas de pesquisadores e admiradores da temática para a partir das ruas de Piranhas, conhecer um pouco mais sua história e prestar um respeitoso tributo àquelas vítimas de 1936."

Celsinho Rodrigues no lançamento dos "Caminhos da Resistência-pelas ruas de Piranhas"
Miguel Alencar, Manoel Severo, Eduardo Clemente, Celsinho Rodrigues, Paulo Britto e Jacqueline Rodrigues
Manoel Severo, Jacqueline Rodrigues, João Dantas e João de Sousa Lima
Paulo Britto

A Rota "Caminhos da Resistência - Pelas Ruas de Piranhas" inicia no Portal de Entrada da cidade histórica quando é apresentado aos convidados o episódio do cerco e combate da fazenda Picos, a poucos quilômetros de Piranhas Velha, quando o bando de Gato é surpreendido pela volante de João Bezerra, episódio que culminou com a prisão de Inacinha, companheira de Gato, e desencadeou a invasão pelos dois grupos cangaceiros do próprio Gato e de Corisco. "É importante e vital aqui no inicio da Rota, esclarecer o episódio que veio a motivar a invasão de Gato e Corisco em setembro de 1936 a partir da fazenda Picos, justamente em função desse combate e da prisão de Inacinha é que os cangaceiros invadiram Piranhas" lembra a Conselheira Cariri Cangaço, Jacqueline Rodrigues. 

As boas vindas ao participantes do primeiro "Caminhos da Resistência - Pelas Ruas de Piranhas" foi feita em conjunto pelo curador do Cariri Cangaço Manoel Severo, pelos Conselheiros Celsinho e Jacqueline Rodrigues e ainda por Miguel Alencar, contando ainda com participações valorosas de João de Sousa Lima e Paulo Britto.

No Cariri Cangaço Piranhas 2015 uma das visitas técnicas foi a Fazenda Picos; local da prisão de Inacinha e depois da saga sangrenta do cangaceiro Gato rumo a Piranhas

Junior Almeida, João Costa, Julierme Wanderley e Emmanuel Arruda
Joseane, João de Sousa, Manoel Severo, Jacielma Silva e Adriano, Celsinho e Louro Teles
Manoel Severo e o lançamento dos "Caminhos da Resistencia" no Cariri Cangaço Piranhas 
Celsinho Rodrigues, Miguel Alencar, Dantas Suassuna, Manoel Severo e casal João Costa
Ivanildo Silveira, Jacqueline Rodrigues e Calixto Junior

Gato encontrou a morte depois desse ataque a Piranhas, depois da prisão de sua amada Inacinha, pelo tenente João Bezerra. Inacinha estava grávida e neste combate saiu ferida. O tiro entrando nas nádegas e saindo no abdômen. Por muita sorte a criança não foi ferida. Gato pede ajuda a Corisco e este organiza esse ataque . No trajeto, Gato sai disseminando a morte. A data se tornaria, para algumas famílias, uma lembrança dolorosa, por isso a importância do lançamento dessa rota pelas ruas de Piranhas, para justamente resgatar essa historia, principalmente em respeito as vítimas desse episódio" ressalta o Conselheiro Cariri Cangaço, João de Sousa Lima.

É Jacqueline Rodrigues, Conselheira Cariri Cangaço, que completa: "foi uma verdadeira carnificina naquele setembro de 1936 na invasão de Gato e Corisco. Gato matou Messias, Manuel Lelinho e Antônio Tirana, sem falar em seu Abilio e João Seixas Brito, que foi sangrado tambem aqui no centro de Piranhas, local por onde vamos passar daqui a pouco." 

Do ponto de partida da rota pelas ruas de Piranhas a caravana parte para a segunda parada: o velho cemitério local...
Caravana Cariri Cangaço Piranhas 2022 na segunda parada dos Caminhos da Resistencia
Franklin Serra, Manoel Severo, Julierme Wanderley e João Costa
Paloma, Manoel Severo, Maria Luiza, Otília Cabral e Prof. Jorge
Conselheiros Cariri Cangaço, Kydelmir Dantas e João de Sousa Lima
Conselheiros Cariri Cangaço Ivanildo Silveira e Jacqueline Rodrigues
Odilon Nogueira e Gilmar Teixeira ao lado de Manoel Severo
Do ponto de partida dos "Caminhos da Resistência" que foi no portal tradicional de entrada da cidade o percurso seguiu para a segunda parada, no cemitério de Piranhas, do alto de uma colina de onde se tem uma vista panorama da bela cidade histórica que viveu momentos de agonia e dor naquele setembro de 1936, vitima do ataque dos bandos de Gato e Corisco, com o objetivo de resgatar a cangaceira Inacinha, companheira de Gato, capturada pela volante de João Bezerra. 

Quem esclarece é o Conselheiro Cariri Cangaço Ivanildo Silveira: "Na verdade Inacinha depois do fogo da fazenda Picos, quando foi capturada pelas forças de João Bezerra; não foi conduzida para Piranhas, sede da volante e local onde morava o próprio João Bezerra como imaginavam os cangaceiros; por isso Gato e Corisco invadiram Piranhas , mas Inacinha não se encontrava na cidade, estava na localidade de Olho d'Agua do Casado, e a cidade estava de alguma forma desguarnecida, uma vez que a volante de João Bezerra não estava, só chegando a Piranhas com a própria Inacinha, presa, a noite, quando o ataque já havia terminado."

Inacinha, cangaceira companheira de Gato, grávida de oito meses é baleada e capturada pela volante de João Bezerra. Depois desse episódio; de maneira curiosa, viria a se casar justamente com um soldado da volante de Piranhas de nome pé-na-tábua. 

Mesmo a contra gosto; por considerar arriscada a empreitada uma vez que Piranhas era sede de volante;  Corisco resolve acompanhar Gato na empreitada de resgate de Inacinha; no total eram em torno de 22 cangaceiros, mas não lograram êxito. João de Sousa Lima nos traz: “Assim que os cangaceiros entraram na cidade, o delegado Cipriano Pereira e mais oito soldados fugiram deixando os moradores desguarnecidos. Os populares tiveram que suprir a falta dos “Homens da Lei, dai os grupos de resistência foram os próprios moradores com destaques para Chiquinho Rodrigues e a própria dona Cyra Britto, homenageada neste Cariri Cangaço”. 

Conselheiros Cariri Cangaço, Jorge Figueiredo e Junior Almeida
João Andrade, casal Paulo Britto e Ane Ranzan
Odilon Nogueira, Kiko Monteiro, Manoel Severo, Ten Cel Marcelo Rocha e Junior Almeida
Cariri Cangaço, onde o Brasil de Alma Nordestina se Encontra: Piranhas 2022

No Cemitério; segunda parada da rota; tínhamos a resistência de Joãozinho Carão ao lado de outros homens da cidade ; mais para o centro vamos encontrar outro foco de resistência a partir da casa de João Bezerra com a ação da própria esposa do militar, dona Cyra Britto. Chiquinho Rodrigues e Joãozinho Marcelino, se encontravam nos sobrados mais abaixo, sustentando fogo contra os grupos dos cangaceiros Corisco e Gato.

Caravana Cariri Cangaço parte para a terceira parada dos "Caminhos da Resistência" em Piranhas 2022
Todos os caminhos levam ao Cariri Cangaço

Quem confere é o Conselheiro Cariri Cangaço Emmanuel Arruda; presidente da Academia de Letras de Princesa Isabel: "Essa rota dos Caminhos da Resistencia, lançada aqui em Piranhas e trazendo o episódio marcante da invasão de Gato e Corisco em 1936, marca uma forte presença do Cariri Cangaço em resgastes a partir de visitas similares em cenários importantes do cangaço. Andar pelas ruas de Piranhas Velha, vendo cada local, cada detalhe, é como se fossemos transportados no tempo e no espaço. O Cariri Cangaço fez isso em muitas outras oportunidades: Floresta , Pedro Alexandre, Poço Redondo, Lavras da Mangabeira, Nazaré do Pico, enfim, Piranhas e o Cariri Cangaço estão de parabéns por oportunizar a todos conhecer mais de perto esse episodio" 

Conselheiro Cariri Cangaço Marcus Vinícius
Conselheiro Cariri Cangaço Professor Pereira

A terceira parada da rota pelas ruas de Piranhas foi o Paço Municipal, local emblemático onde localiza-se a prefeitura municipal e suas famosas escadarias - onde foram expostas pela primeira vez - as cabeças dos cangaceiros tombados no Angico em 1938, local também onde se localizavam as casas da familia Britto conjugada com a casa de João Bezerra, onde estava sua esposa, dona Cyra Britto. 

Um dos depoimentos principais dessa manhã foi o de Paulo Britto; filho do tenente Bezerra e de dona Cyra Britto; uma das protagonistas desse marcante episodio: "Os cangaceiros chegaram aqui na parte da tarde, a casa de meus pais era aquela da ponta, que hoje é de cor amarela, a de meus avós era vizinha, conjugada. Minha mãe contava que vieram pelos dois lados e que Corisco chegou por esse lado direito, vindo como se seguindo essa atual entrada de Piranhas..." 

Dona Cyra Britto, esposa de João Bezerra: trocou tiros com os cangaceiros 
em setembro de 1936

Segue depoimento própria dona Cyra Britto em entrevista: "Eram duas da tarde quando eles chegaram a Piranhas. Eu pensei que fosse [o tenente] Bezerra de volta com a volante [proveniente de Delmiro Gouveia]. Então eu saí para a calçada, porém uma prima minha gritou: 'Cyra, entre são os cangaceiros'. Piranhas é uma cidade construída num vale cercado de serras. Quando eu olhei, vi que vinham descendo cangaceiros por todos os lados. Recuei e fui fechar a porta da casa, mas não consegui fechar a primeira janela e, um cangaceiro, escondido atrás de uma gameleira (uma árvore secular que havia em frente à casa) disse: 'Não feche que morre'. Eu me encostei na janela e olhei. Vi a um canto da parede um riflezinho. Peguei-o e atirei no cangaceiro. Fiquei trocando tiro. Ele tentava me alvejar pela janela e eu atirava nele. (...) Nós tínhamos armas em todos os cantos da casa."

Celsinho Rodrigues, Manoel Severo, José Irari, Paulo Britto, Fabio Ator, 
 João de Sousa Lima, Jacqueline e Ivanildo Silveira
Celsinho Rodrigues, Manoel Severo e Paulo Britto

E continua dona Cyra: "Quando eu estava assim trocando tiros com esse homem, Corisco surgiu na esquina da avenida Tabira de Britto [próxima à Prefeitura Municipal], perseguindo meu tio João Correa de Britto, prefeito nessa época. Corisco estava quase pegando meu tio quando eu atirei nele, mas só consegui atingir os bornais. Ele rodopiou, entrincheirou-se na escada de uma casa e ficou atirando em mim. Eu deixei de atirar naquele que estava junto à gameleira e fiquei atirando para o outro. É quando surge na mesma esquina um grupo de cangaceiros trazendo uma rede com um corpo, uma rede toda ensanguentada. Era Gato, marido de Inacinha, que tinha morrido. Um tiro [dos muitos dados pelos defensores da cidade em duas horas de cerrado tiroteio] atingiu a cartucheira que ele trazia na cintura, atingiu o pente de onde explodiram cinco balas que esfacelaram seu intestino." (1985, p. 13) Os cangaceiros, diante do inesperado, bateram em retirada.”

Conselheiro Cariri Cangaço Celsinho Rodrigues
Luma Holanda, Manoel Severo, Eduardo Clemente, Celsinho, João Dantas, Paulo Britto, 
João de Sousa, Ivanildo Silveira
Manoel Severo, Eduardo Clemente, Celsinho, Irari, Paulo Britto, Fábio,
João de Sousa, Ivanildo Silveira e Kiko Monteiro
Conselheiros Cariri Cangaço, Jacqueline Rodrigues e Kydelmir Dantas

Um dos pontos altos da manhã diante do Palácio Pedro II, sede da prefeitura de Piranhas foi a fala de Eduardo Clemente, Secretário de Turismo e Cultura do Município que assegurou a decisão da municipalidade em restaurar a arquitetura das escadarias do prédio para a escadaria original dos anos trinta, quando ali foram expostas pela primeira vez as cabeças dos cangaceiros que tombaram no Angico em julho de 1938. "Essa informação do senhor secretário de turismo e cultura, Eduardo Clemente, nos deixa muito felizes, restaurar a arquitetura das escadarias aqui da prefeitura para a original da época da famosa e clássica foto das cabeças dos cangaceiros, dispostas aqui mesmo nesse prédio é um resgate histórico importante, mais uma vez estão de parabéns Piranhas e o Cariri Cangaço" confirma Narciso Dias, Conselheiro Cariri Cangaço e presidente do GPEC.

À esquerda a atual arquitetura das escadarias da prefeitura de Piranhas, à direita, a escadaria original na foto clássica das cabeças dos cangaceiros mortos no Angico em 1938. "É compromisso de nossa gestão, restaurarmos a arquitetura original das escadarias para a original da época de 1938" confirma Eduardo Clemente, secretário de turismo e cultura de Piranhas.

Eduardo Clemente, Secretário de Turismo e Cultura de Piranhas.
Cariri Cangaço, mais que um evento, um sentimento...
Cariri Cangaço, Território de Grandes Encontros...

"Foi a melhor oportunidade para se viver a história, pois estávamos diante dela, com a presença de, ainda, personagens participantes. Os locais, ainda estavam lá, de pé, fortes, e se podia ouvir o que eles contavam sobre o tempo passado" revela a pesquisadora cearense Arusha Kelly.

"Emoção enorme de hoje rever a história desta Piranhense sendo contada de forma saudosa, lembrando a amiga, comadre, prima, madrinha, parente, de alguns aqui presentes e de muitos que vivem nesta cidade. Mas não só isso, Piranhas tem o berço da história dos meus antepassados e a junção de encontrar muitos parentes e amigos nesse encontro, ficará nas páginas da minha vida como dias muito felizes, de fortes abraços, de momentos marcantes, que se pudesse pediria ao tempo para eternizar e perpetuar" confessa Paulo Britto, filho do Tenente Bezerra e Cyra Britto.

Frei Tibério e Manoel Severo
Otávio Cardoso, Manoel Severo, Tiago Meneses e Tiaguinho
Joseane e Louro Teles e Gláucia Feitosa

Ainda dentro da visita ao paço municipal , o Monsenhor Luciano Rodrigues Brito fez uso da palavra para apresentar aos presentes a história daquela edificação: o palácio Pedro II; nome que é uma homenagem ao monarca Dom Pedro II, que visitou a cidade de Piranhas em outubro de 1859o palácio atualmente é a sede da Prefeitura Municipal de Piranhas.

Monsenhor Luciano Rodrigues Brito e a história do palácio Pedro II
Junior Almeida, Calixto Junior, Thiago Meneses e Fagner Lopes

Recorremos ao pesquisador João de Sousa Lima, Conselheiro Cariri Cangaço, para falar sobre o perfil do cangaceiro Gato: "Santílio Barros era o verdadeiro nome do cangaceiro Gato e não se tem na história do cangaço, outro homem que tenha sido tão sanguinário, perverso e frio como foi este cangaceiro. Era filho de Ana (Aninha Bola) e Fabiano, um dos sobreviventes da guerra de Canudos, seguidor do reverenciado beato Antonio Conselheiro. Era índio da tribo Pankararé.

Além de Gato, duas irmãs sua foram pro bando: Julinha, amante de Mané Revoltoso e Rosalina Maria da Conceição, companheira de Francisco do Nascimento, o cangaceiro Mourão. Mourão mesmo sendo cunhado e primo de Gato, acabou sendo morto por ele, depois que Mourão e Mormaço acabaram uma festa, acontecida no Brejo do Burgo, onde deram alguns tiros colocando a população em pavorosa fuga, Gato sendo cobrado por Lampião que pediu providências por ser o pessoal de sua família, perseguiu e matou os dois companheiros, enquanto eles pegavam água em um barreiro, em um dos coitos no Raso da Catarina. Mourão deixou Rosalina grávida e desta gravidez, nasceu Hercílio Ribeiro do Nascimento, ainda vivo e residindo no Brejo do Burgo."

Cangaceiro Gato, segundo da esquerda para direita

E continua João de Sousa Lima, "Gato por pouco não matou sua própria mãe por esta ter feito comentários sobre as constantes passagens dos cangaceiros por sua casa. Gato foi até a casa da mãe com a finalidade de corta sua língua, quando foi dissuadido por alguns familiares do macabro intento, mostrando pra mãe dois facões e dizendo: Este aqui é o cala boca corno e este é o bateu cagou!" A partir desse perfil traçada pela história do sanguinário Gato, é fácil compreender a sina macabra acontecida logo após a fazenda Picos.

A Quarta parada da caravana Cariri Cangaço se deu em frente a casa onde foram capturado e depois assassinados o jovem João Seixas Brito e seu Abílio, episódios narrados pelo Monsenhor Luciano Rodrigues Brito.


"A emoção é imensa em participar de um momento como esse. Testemunhar mais de duzentos pesquisadores e curiosos da história do sertão, percorrendo as ruas de Piranhas, conhecendo episódios marcantes da história, de forma responsável, é simplesmente extraordinário, mas essa é a marca do Cariri Cangaço, e avante, como diz o amigo Severo" revela o Conselheiro Cariri Cangaço Ângelo Osmiro, presidente do GECC- Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará.

José Irari, Paulo de Tarso e Manoel Severo
Eduardo Clemente, Manoel Severo, Dantas Suassuna, Jacqueline e Ivanildo Silveira

"Nessa vivência do Cariri Cangaço de Piranhas 2022, foram sopradas no solo fértil do conhecimento e da paixão pelo Cangaço, muitas sementes de amizades e afetos que brotaram ao longo do tempo e serão regadas com os abraços e novas histórias dos próximos encontros. Que venha Cariri Cangaço Serra Talhada! Novo Palco, novo espetáculo e novos encontros! Gratidão, abraços, aplausos, saudações a todos!" revela a pesquisadora Luci Araújo, de Recife - Pernambuco.


Monsenhor Luciano Rodrigues Brito

 "Seguir os passos pelos "Caminhos da Resistência", refazendo a trajetória do ataque e defesa de Piranhas nos anos idos do Cangaço, imaginando a invasão pelos cangaceiros e a defesa da cidade pelos moradores, como muitos sentiram, foi arrepiante" fala o pesquisador Sérgio Luiz de Itabuna - Bahia


Cariri Cangaço Piranhas 2022 - Caminhos da Resistência- Pelas Ruas de Piranhas, Mais que um Evento, um Sentimento, sempre...
 
Zé Bezerra Lima Irmão, Dona Zélia e Esposo, João Dantas, Monsenhor Luciano, Celsinho Rodrigues, Manoel Severo, João de Sousa Lima, Miguel Alencar e Jadilson Ferraz

A quinta parada da Caravana Cariri Cangaço aconteceu no largo onde tombou baleado o cangaceiro Gato, até hoje permanece a dúvida de quem realmente foi autor do disparo "de ponto" que atingiu o mais cruel de todos os cangaceiros. Seu Chiquinho Rodrigues, bisavô do Conselheiro Cariri Cangaço e organizador em Piranhas 2022, Celsinho Rodrigues; ao lado de Joãozinho Marcelino, são os possíveis responsáveis pelo fim da trajetória de um dos mais emblemáticos cangaceiros do ciclo lampiônico.

Monsenhor Luciano Rodrigues Brito e... Ricardo Beliel; diante do prédio onde estava sediado o quartel das forças volantes em 1936 e que no final do século XIX hospedou Dom Pedro II. Aqui foi até onde os cangaceiros puderam chegar...
Luiz Antônio, Miguel Alencar, Jadilson Ferraz, Monsenhor Luciano e Zé Bezerra Lima Irmão
Aqui, neste largo, em frente ao quartel da forças volantes;  tombou baleado o cangaceiro Gato e foram assassinados os reféns Abílio e João Brito.

Chiquinho Rodrigues e dona Sônia

Chiquinho Rodrigues, tinha 26 anos quando os grupos de Gato e Corisco invadiram Piranhas para o resgate de Inacinha. Do sobrado da família, na rua da igreja, seu Chiquinho ao lado de Joaozinho Marcelino resistiu aos cangaceiros, que cravejaram sua casa com "110 tiros". Em entrevista, Chiquinho Rodrigues confirma: "Minha mulher estava de resguardo da primeira filha, Tereza, que tinha 18 dias de nascida e estava numa cadeirinha no canto da parede. Tanto que acabou ficando com os olhos vexados, segundo o médico, por causa da zoada dos tiros".

Todos os caminhos levam ao Cariri Cangaço: partimos para a sexta e última parada dos Caminhos da Resistência, o Sobrado de Chiquinho Rodrigues na rua da igreja
Padre Agostinho por Ricardo Beliel
Padre Agostinho, Capelão do Cariri Cangaço em Piranhas 2022

Quem nos fala é João de Sousa Lima: ”Chiquinho Rodrigues portava um rifle cruzeta de 10 tiros e tinha um estoque de 260 cartuchos, dos quais deflagrou 170. Existe uma polêmica em razão do tiro que atingiu o cangaceiro Gato. Uns dizem que o autor do foi Chiquinho Rodrigues, outros creditam o certeiro disparo, a Joãozinho Marcelino. A verdade é que Gato saiu baleado e morreu três dias depois do confronto, acabando-se assim um dos mais cruéis homens que engrossaram as fileiras do cangaço.”

Placa Comemorativa fixada no Sobrado de Chiquinho Rodrigues, 
por ocasião do Cariri Cangaço Piranhas 2022

Novamente, agora diante do sobrado de seu Chiquinho; atualmente mantido pela família; nossa sexta parada. Local de onde o destacado comerciante Piranhense defendeu sua casa e sua família e que hipoteticamente partiu o tiro que mataria o cangaceiro Gato; a apresentação do episódio ficou por conta de seus netos,  Monsenhor Luciano Rodrigues Brito e Miguel Alencar, além de participações de Ivanildo Silveira, João de Sousa Lima e da neta Jacqueline Rodrigues, além de Jadilson Ferraz.

Miguel Alencar, filho de dona Tereza; testemunha viva do ataque de Gato a Piranhas. 
Dona Tereza Rodrigues, filha de Chiquinho Rodrigues, com 18 dias de nascida testemunha do fatídico setembro de 1936. Primeira Piranhense a alcançar nível superior, formou-se em medicina. 
Ivanildo Silveira e Jacqueline Rodrigues diante do Sobrado de Chiquinho Rodrigues
João de Sousa Lima, Monsenhor Luciano e Jadilson Ferraz
Ivanildo Silveira e João Dantas: "dessas janelas partiu o tiro que matou o cangaceiro Gato em setembro de 1936"

É a neta Jacqueline Rodrigues, Conselheira do Cariri Cangaço, que conta: "Lembro muito bem quando vovô Chiquinho contava que estava na bodega e sua mãe, bivó Nanoca, chegou e perguntou o que estava acontecendo, daí ele disse que eram os cangaceiros que estavam chegando. Minha bisavó Nanoca então disse: se é para lutar, vamos lutar, não esmoreça. Daí entraram para o sobrado, meu avô ficou na resistência e minha bisavó e minha vó ficaram rezando um "rosário apressado"..."

João Costa, Monsenhor Luciano, Kiko Monteiro e as emblemáticas janelas do Sobrado de Chiquinho Rodrigues, da rua da igreja
Luiza, Paloma, Jorge, Maria Otília e Manoel Severo
Joaquim Pereira

"Para todos nós da família Piranhense e da família Cariri Cangaço a manhã deste dia 29 de julho de 2022 torna-se histórico. Resgatar de forma solene e respeitosa esse episódio marcante e doloroso da invasão de Gato e Corisco a Piranhas em 1936; através do lançamento dos "Caminhos da Resistência-Pelas Ruas de Piranhas" dentro desse Cariri Cangaço 2022; é sobretudo um tributo às vítimas inocentes dessa tragédia. Que a partir de hoje através desse roteiro se perpetuem nossas homenagens a todos eles" revela um emocionado Celsinho Rodrigues.

Lançamento dos "Caminhos da Resistência - Pelas Ruas de Piranhas" Cariri Cangaço Piranhas 2022, 29 de julho de 2022 - Piranhas - Alagoas - Nordeste do Brasil

25 agosto 2022

DOS FEITOS EM AQUIDABÃ, SE ZÉ DO PAPEL E LAMPIÃO

  Por Archimedes Marques*

Em meados de outubro de 1930 quando o bando de Lampião entrou na cidade de Aquidabã, em Sergipe, o ínfimo contingente policial fugiu às pressas deixando as pessoas totalmente desprotegidas e nas garras dos cangaceiros. Aquele era o retrato da força policial sergipana do governador Eronides de Carvalho, filho de Antônio Caixeiro, sem dúvidas, dos maiores coiteiros que o famigerado Lampião teve na sua vida bandida por cerca de 20 anos no nordeste brasileiro.

Aquidabã na década de 40
Fonte Governo Municipal

José Custódio de Oliveira, o Zé do Papel, em virtude de ser uma pessoa aparentemente de classe privilegiada, de classe média para rica, um pecuarista e proprietário da Fazenda Pai Joaquim, fora abordado por Lampião e dentro da sua residência na cidade de Aquidabã, além de certa quantidade de dinheiro, fora encontrado dez balas de fuzil em uma cômoda, sendo daí interpelado para contar onde estava a arma, pois pela lógica, havendo munição haveria a consequente arma, oportunidade em que o trêmulo cidadão afirmou ter emprestado o mosquetão para o juiz de direito daquela comarca, Dr. Juarez Figueiredo.
Tal fato, provavelmente incutiu na mente de Lampião que a arma fora passada ao juiz, justamente para que ele se defendesse do seu bando, daí, enraivecido com o fato, o chefe do cangaço, irracional e impiedosamente arrastou Zé do Papel ruas acima e em frente a um armazém próximo da praça principal da cidade decepou à golpe de faca a sua orelha, depois do bando ter praticado saques no comércio local e tantos outros crimes de torturas contra pessoas amedrontadas, dentre os quais o assassinato de um débil mental de nome Souza de Manoel do Norte, mais conhecido por Abestalhado, que se fez de corajoso na sua insanidade sacando um pequeno canivete com o qual cortava fumo de corda para fazer seu cigarro de palha e com tal arma teria desafiado os cangaceiros. 
Diante do fato, o sanguinário Zé Baiano partiu em verdadeira fúria contra o pobre do doido ceifando a sua vida a golpes do seu longo e afilhadismo punhal de 70 centímetros, em luta totalmente desigual de um ínfimo canivete em mãos de um doente mental contra um longo punhal em mãos de um feroz e impiedoso cangaceiro. Não satisfeito com o bárbaro assassinato, Zé Baiano abriu a barriga da pobre vítima para retirar gordura e untar as suas armas de fogo. Tal pratica era useira e vezeira quando os cangaceiros eliminavam as suas vítimas e queriam impressionar a população para serem mais respeitados ainda do que já eram.
Consta que Zé do Papel na agonia de sentir o sangue escorrendo pescoço abaixo ainda foi obrigado a beber um litro de cachaça que ao mesmo tempo era usada para estancar o seu ferimento e aliviar a sua dor. Em meio a esse místico de humilhação, crueldade, sangue e cachaça o endiabrado cangaceiro Zé Baiano pegou o roceiro Eduardo Melo e após espancá-lo com o coice do seu fuzil, também cortou a sua orelha seguindo o exemplo do seu chefe. Zé do Papel ainda viveu por muito tempo e viu o cangaço se acabar e seu carrasco morrer, entretanto, o Eduardo Melo não teve a mesma sorte e faleceu cerca de um mês depois da perversidade sofrida.


Assim, Aquidabã viveu o maior dia de terror da sua história. Assim Aquidabã fora vítima das atrocidades dos cangaceiros e para sempre pelos seus sucessores moradores aquele dia será lembrado.  Assim, Aquidabã fora vítima também do próprio Estado que deveria ser o protetor do povo, mas que estava ausente. Ausente pela covardia dos seus policiais que fugiram mato adentro sem esboçarem reação alguma. Ausente pela pouca ou nenhuma vontade política de verdadeiramente se combater o cangaço nas nossas terras.
De tudo isso, por incrível que pareça, a Justiça de Aquidabã, sequer abriu Processo Criminal contra Lampião e seu bando. Teria o juiz Juarez Figueiredo, o mesmo que estava com o fuzil emprestado de Zé do Papel, responsável indireto pelo decepamento da sua orelha se acovardado para não providenciar qualquer procedimento judicial contra Lampião?...
Por outro lado, em igual modo de impunidade falando, dizem – e a história de certo modo comprova –  que a polícia de Sergipe era uma polícia de “faz de conta”: Fazia de conta que caçava Lampião, e, Lampião por sua vez, fazia de conta que era caçado.
*(Delegado de Policia Civil no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe) archimedes-marques@bol.com.br
http://lampiaoaceso.blogspot.com/search/label/Aquidab%C3%A3%2FSE
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

23 agosto 2022

LIVRO

  Por José Mendes Pereira

Você leitor, e eu, vamos participar do casamento de José Ferreira da Silva (Santos) com a dona Maria Sulena da Purificação (Maria Lopes) pais dos irmãos Virgolino Ferreira da Silva, Antonio Ferreira da Silva, Levino Ferreira da Silva e Ezequiel Ferreira Silva.

Vamos chegar devagarinho! Pés às alturas, como se nós estivéssemos flutuando em um picadeiro de circo, silêncio total, sem pigarrearmos em momento algum, para vermos o que irá acontecer durante esta união familiar. Não se preocupe, os irmãos Ferreiras não estão aqui entre nós, eles ainda irão nascer, primeiro Antonio Ferreira, depois Levino Ferreira, depois Virgolino Ferreira e por último (dos homens) Ezequiel Ferreira da Silva.

O casamento destes famosos e futuros pais de 4 cangaceiros você irá adquirir toda história no livro: "Lampião a Raposa das Caatingas", do escritor e pesquisador do cangaço José Bezerra Lima Irmão - a partir da página 70.

Esta maravilhosa obra você irá encontrá-la através deste e-mail: franpelima@bol.com.br, com Francisco Pereira Lima, o professor Pereira, lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba.

A maior obra já escrita até hoje sobre cangaço, e sobre a família Ferreira, do afamado Lampião.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/.../lampiao...

Fotos:

1 - Livro: "Lampião a Raposa das Caatingas";

2 - José Ferreira da Silva e Maria Sulena da Purificação os pais de Lampião;

3 - O autor do livro José Bezerra Lima Irmão.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

22 agosto 2022

LIVRO

   Por José Mendes Pereira


Recentemente o escritor e pesquisador do cangaço Guilherme Machado lançou o seu trabalho sobre o mundo dos cangaceiros com o título "LAMPIÃO E SEUS PRINCIPAIS ALIADOS". 

O livro está recheado com mais de 50 biografias de cangaceiros que atuaram juntamente com o capitão Lampião. 

Eu já recebi o meu e não só recebi, como já o li. Além das biografias, tem fotos de cangaceiros que eu nem imaginava que existiam. São 150 páginas. Excelente narração. Conheça a boa narração que fez o autor. 

Pesquisador Geraldo Júnior

Prefaciado pelo pesquisador do cangaço Geraldo Antônio de Souza Júnior. Tem também a participação do pesquisador Robério Santos escritor e jornalista. Duas feras no que diz respeito aos estudos cangaceiros.

Jornalista Robério Santos

Não deixa de adquiri-lo. Faça o seu pedido com urgência, porque, você sabe muito bem, livros escritos sobre cangaços, são arrebatados pelos leitores e pelos colecionadores. Então cuida logo de adquirir o seu! 

Pesquisador Guilherme Machado

Adquira-o através deste e-mail: 

guilhermemachado60@hotmail.com
Ou dê um pulinho lá em Cajazeiras:

franpelima@bol.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

21 agosto 2022

MARIA SULENA DA PURIFICAÇÃO

    Por José Mendes Pereira

A mãe dos Ferreiras tinha uma porção de nomes os quais são: Maria Sulena da Purificação, Maria Vieira do Nascimento, Maria Vieira da Soledade,  Maria Lopes da Conceição, Maria Santina da Purificação e Maria Lusulina da Purificação. E todos estes, é uma só pessoa, isto é, uma só Maria, sendo o  mais conhecido, Maria Lopes da Conceição.  

Era a esposa do pacato José Ferreira dos Santos ou Silva, que foi assassinado pela volante do tenente Zé Lucena. Ela nasceu no ano de 1873, já se passaram 149 anos, no Sertão Pajeú, Serra Talhada, Pernambuco, às margens do Riacho São Domingos, um dos afluentes do Rio São Francisco. 

Era filha de Manuel Pedro Lopes e D. Maria Jocosa Vieira. Batizou-se na capela de Vila Bela de São Francisco, em Pernambuco, e seus padrinhos foram: Manoel Pereira da Silva (Manoel da Passagem do Meio), irmão de Padre Pereira e dona Constância Pereira da Silva (sua segunda esposa) eram os pais de Sebastião Pereira (Sinhô Pereira, primeiro e único patrão fora-da-lei de Lampião). 

Sinhô Pereira 

O casamento de dona Maria Lopes com José Ferreira foi realizado na tarde do dia 13 de outubro de 1894, na igreja da Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, em Floresta do Navio. Ele tinha 22 anos e ela tinha 21. A cerimônia foi presidida pelo cônego Joaquim Antônio de Siqueira Torres. 

Padre Joaquim Antônio de Siqueira Torres

Na pregação o Padre Quincas declarou: "- Tenho a satisfação de assistir a este enlace matrimonial de gente que conheço: boa, amiga e cristã. Faço votos ao Bom Jesus pela felicidade do casal e o futuro muito grande de seus filhos. 

O casal teve 11 filhos dos quais 2 crianças faleceram ainda pequeninas. O terceiro, ficou famoso: Virgolino, mais tarde, Lampião.  É aí, onde essa Maria com tantos nomes passou para a história.

Maria criou os filhos com autoridade dentro dos rígidos costumes sertanejos. A vida da família era pacata, até Virgolino virar cangaceiro. A situação tornou-se insuportável para ela, sendo obrigada a deixar sua casa, viver de sobressaltos, perseguições etc. O coração não suportou e Maria Sulena morreu no mundo de infarto, aos 47 anos, em Alagoas, no dia 30 de abril de 1920. Foi enterrada discretamente no Cemitério Santa Cruz do Deserto.  

Algumas informações do livro "Lampião a Raposa das Caatingas" de José Bezerra Lima Irmão.

Entre em contato com o professor Pereira através deste e-mail 

franpelima@bol.com.br 

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20 agosto 2022

A ODISSÉIA DE LAMPIÃO RUMO A JUAZEIRO.

  Por Lampião, Cangaço e Sertão

https://www.youtube.com/watch?v=cwPWSWitOPw&feature=share&fbclid=IwAR3lAYt1738oUohjLXrZpqC6l2RhAG_sEWwdgIy6zOqP6SCuMauYxKyfWdE&ab_channel=Lampi%C3%A3o%2CCanga%C3%A7oesert%C3%A3o

Ainda sobre a nossa serie da falsa patente de Lampião, nos vamos mostrar agora como o chamado do dr. floro chegou ate as mãos de lampião em Pernambuco.

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O INFELIZ CANGACEIRO CHICO PEREIRA.

  Por José Mendes Pereira Colorizado pelo saudoso professor e pesquisador do cangaço Rubens Antônio. Diz o pesquisador e colecionador do can...