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15 outubro 2022

DIA DO PROFESSOR.

 Por Wikipédia

O dia 15 de outubro foi proclamado pela UNESCO como Dia Mundial dos Professores em 1994,[1] para celebrar a aprovação, em 15 de outubro de 1966, a Recomendação da UNESCO / OIT sobre o Estatuto dos Professores, em cooperação com OIT, numa conferência intergovernamental especial convocada pela UNESCO e realizada em Paris.[2]

No dia 5 de outubro celebra-se também a adoção, pela Conferência Geral da UNESCO, em 1997, da Recomendação da UNESCO sobre o Estatuto do Pessoal Docente do Ensino Superior.[3]

Em alguns países há um dia especial para os professores. Em alguns deles é feriado enquanto em outros são realizadas apenas comemorações em dias úteis.

O Dia do Professor

Inspirado por um professor paulista, no Brasil o Dia do Professor é comemorado em 15 de outubro.

No dia 15 de outubro de 1827Pedro I, Imperador do Brasil baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, "todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras". Esse decreto falava de bastante coisa: descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados. A ideia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima - caso tivesse sido cumprida.[4]

Mas foi somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira homenagem e comemoração de um dia efetivamente dedicado ao professor. Começou em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos,[5] conhecido como "Caetaninho". O longo período letivo do segundo semestre ia de 1 de junho a 15 de dezembro, com apenas dez dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a ideia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa e de congraçamento e troca de ideias com os pais. O principal, entretanto, era a análise conjunta do conteúdo do aprendizado e de rumos no ensino para o restante do ano.

O professor Salomão Becker,[6] ainda no primeiro semestre deste ano de 1947, sugeriu que o encontro se chamasse "Dia do Professor" e se desse no dia de 15 de outubro, data em que, na sua cidade natal, Piracicaba, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização. A sugestão foi aceita e a comemoração teve presença maciça - inclusive dos pais.[7] O discurso do professor Becker, além de ratificar a ideia de se manter na data um encontro anual, trazia a essência daquele encontro. Disse ele: "Professor é profissão. Educador é missão", "Em Educação, não avançar já é retroceder". "Professor, a profissão que dá origem a todas as outras".[8] Com a participação dos professores Alfredo GomesAntônio Pereira e Claudino Busko, a ideia estava lançada.

A comemoração - que se mostrou um sucesso - espalhou-se pela cidade e pelo país a partir daí. No ano seguinte, 1948, na Capital de São Paulo, dezenas de escolas já celebravam a data.[9] Os Estados de São Paulo e Santa Catarina foram os primeiros a oficializar a data como feriado escolar,[10] seguidos depois por vários outros. No Brasil, a data se torna oficial nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682,[11] de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado, como idealizado 16 anos antes: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".

Brasil

10:20
Discurso do Presidente Getúlio Vargas em cerimônia para professores em dezembro de 1943.
Antonieta de Barros, primeira mulher negra eleita no Brasil e criadora da primeira lei que instituiu o dia do professor no Brasil.

No Brasil, o Dia do Professor é comemorado em 15 de outubro.

No dia 15 de outubro de 1827Dom Pedro I, Imperador do Brasil sancionou a lei que criou o Ensino Elementar no Brasil, estabelecendo que "todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras".[12]

A jornalista, professora e política brasileira Antonieta de Barros, a primeira negra brasileira a assumir um mandato popular, foi deputada estadual em duas legislaturas de Santa Catarina. Antonieta, que foi pioneira e inspiração para o movimento negro, além de ter contribuído no parlamento, na imprensa e no magistério, foi uma ativa defensora da emancipação feminina, de uma educação de qualidade para todos e pelo reconhecimento da cultura negra, em especial no sul do Brasil. Em sua segunda passagem pelo parlamento, criou a Lei Nº 145, de 12 de outubro de 1948, que instituiu o dia do professor e o feriado escolar em 15 de outubro. Apesar de ter âmbito estadual, essa foi primeira lei que associa a data ao dia do professor.[13]

A data se torna oficial nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".[14]

Índia

5 de setembro é o Dia do Professor na Índia. É o dia de nascimento do ex-presidente e professor indiano Dr. Sarvapalli Radhakrishnan. Quando o Dr. Radhakrishnan tornou-se o presidente da Índia em 1962, alguns de seus alunos e amigos se aproximaram dele e lhe pediram para permitir que eles comemorassem seu aniversário no dia 5 de setembro. Em resposta, o Dr. Radhakrishnan disse, "Ao invés de comemorar o meu aniversário separadamente, eu ficaria mais orgulhoso se o dia 5 de setembro fosse marcado como o Dia do Professor."

Ele não é um feriado na Índia. É considerado um "dia comemorativo", onde professores e estudantes vão para as escolas como de costume, mas as atividades habituais e de classe são substituídas por atividades de celebração, agradecimentos e recordações. Em algumas escolas neste dia, a responsabilidade de ensinar é deixada por conta dos alunos das séries mais avançadas como uma avaliação por seus professores.

Tradicionalmente, as pessoas na Índia têm tido grande respeito e estima pelos professores. Um antigo ditado indiano (geralmente ensinado para as crianças), coloca o professor em terceiro lugar: "Maata, Pitha, Guru, Daivam", significando a mãe, o pai e o professor é Deus. Há um outro ditado na forma de uma parelha de versos (doha), que diz, "Guru Govind doou khare kake lagon paai? Balihari guru aap ki Govind deeo batai," significando "Eu estou em dificuldade de saber quem saudar primeiro: o professor ou o Deus. Eu escolherei o professor porque ele é um instrumento da sabedoria de meu Deus". Ainda, um ponto central na escritura Hindu mostra "Guru Bramha, Guru Vishnu, Guru devo Maheshwaraha - Gurusakshath parabramha tasmai shree gurve namaha", que se traduz como "O professor é a santíssima trindade. O professor é a manifestação do próprio senhor".

Malásia

16 de maio é o Dia do Professor (malaio: Hari Guru) na Malásia.

Turquia

O Dia do Professor (em turco: Öğretmenler Günü) é comemorado em 24 de novembro na Turquia. O dia 24 de novembro foi dedicado aos professores por Kemal Atatürk. Atatürk achou e declarou que aquela nova geração seria criada por professores. (turco"Öğretmenler yeni nesil sizin eseriniz olacaktır." - M. Kemal Atatürk)

O Dia do Professor comemorado em dias úteis

Albânia

Na Albânia, o Dia do Professor é um feriado não oficial em 7 de março, um dia antes do Dia das Mães (8 de março).

China

O Dia do Professor foi primeiramente instituído na Universidade Central Nacional em 1931. Foi adotado pelo governo central de Taiwan em 1932 e em 1939 o dia foi transferido para 28 de setembro, que é o dia do aniversário de Confúcio. Foi extinto pelo governo da República Popular da China em 1951 e restabelecido em 1985 sendo que o dia foi novamente mudado para 10 de setembro. Atualmente mais e mais pessoas estão fazendo esforços para retornar o Dia do Professor para o dia de nascimento de Confúcio.

República Tcheca

Na República Tcheca, o Dia do Professor (Den učitelů) é um feriado não oficial, comemorado em 28 de março, aniversário de Jan Ámos Komenský (Comenius). As crianças levam flores para seus professores. Representantes do governo utilizam este dia para demonstrar agradecimento a esta profissão e premiar os melhores professores.

Irã

O Dia do Professor no Irã é comemorado em 2 de maio (Ordi, behesht 12, no calendário iraniano).

América Latina

O Dia Internacional do Professor na América Latina é 11 de setembro, em memória ao dia da morte de Domingo Faustino Sarmiento, um político argentino e pedagogo respeitado. Esta data foi estabelecida na Conferência Interamericana sobre Educação de 1943, no Panamá.

Muitos países latino-americanos, porém, têm uma data separada para comemorar o Dia do Professor de acordo com acontecimentos de sua própria história. No Brasil, o Dia do Professor é 15 de outubro. No México, em setembro de 1917, o Congresso Federal decretou o dia 15 de maio como Dia do Professor (Día del Maestro). No Peru, o Dia do Professor é comemorado em 6 de julho.

Polônia

Na Polônia o Dia do Professor (Dzień Nauczyciela), ou Dia da Educação Nacional (Dzień Edukacji Narodowej) é 14 de outubro. Nesse dia a Komisja Edukacji Narodowej (Comissão de Educação Nacional) foi criada em 1773.

Rússia

Na Rússia o Dia do Professor é 5 de outubro. Antes de 1994, esse dia era comemorado no primeiro domingo de outubro.

Singapura

Em Singapura, o Dia do Professor é um feriado oficial escolar, comemorado em 1 de setembro. As comemorações são geralmente realizadas no dia anterior, quando os estudantes têm metade do dia livre.

Eslováquia

Na Eslováquia, o Dia do Professor (Deň učiteľov) é um feriado não oficial, comemorado em 28 de março, aniversário de Jan Ámos Komenský (Comenius).

Coreia do Sul

Na Coreia do Sul o Dia do Professor (스승의 날) é 15 de maio. Nesse dia, os professores são geralmente presenteados com cravos por seus alunos e ambos desfrutam de um dia escolar mais curto. Ex-estudantes prestam seus respeitos aos seus antigos professores visitando-os e oferecendo-lhes presentes. Atualmente muitas escolas por todo o país suspendem suas aulas para comemorarem esta data.

Taiwan

Na República da China (Taiwan) é comemorado em 28 de setembro. O dia presta homenagem às virtudes, às dificuldades dos professores e também as suas contribuições não apenas em relação aos seus próprios alunos, mas também para com toda a sociedade. As pessoas geralmente aproveitam o dia para expressar sua gratidão aos seus professores, tais como lhes fazendo uma visita ou enviando-lhes um cartão. Esta data foi escolhida por comemorar o nascimento de Confúcio, que se acredita ter sido o modelo de mestre e educador da antiga China.

Em 1939, o Ministério da Educação estabeleceu que o feriado nacional seria em 27 de agosto, atribuído ao dia de nascimento de Confúcio. Em 1952, o governo o mudou para setembro, alegando ser esta a data correta pelo Calendário gregoriano.

O festival comemorativo acontece nos templos de Confúcio espalhados por toda a ilha, conhecido como a "Grande Cerimônia Dedicada a Confúcio" (祭孔大典). A cerimônia acontece às seis horas da manhã com batida de tambores. 54 músicos vestindo roupões com cintos azuis, 36 (ou 64) dançarinos vestidos de amarelo com cintos verdes. Eles são conduzidos pelo chefe descendente de Confúcio (atualmente Kung Te-cheng) e acompanhado por oficiais do cerimonial. Três animais -- a vaca, a cabra, e o porco -- são sacrificados. A pelagem retirada desses animais sacrificados é chamada de Cabelos da Sabedoria.

Além disso, institutos locais de educação e órgãos civis oferecem prêmios a determinados professores por suas influências excelentes e positivas.

Tailândia

16 de janeiro foi adotado como o Dia do Professor na Tailândia por uma resolução do governo em 21 de novembro de 1956. O primeiro Dia do Professor aconteceu em 1957.

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, o Dia do Professor é um feriado não oficial na terça-feira da primeira semana de maio.

A Associação de Educação Nacional (National Education Association) descreve o Dia Nacional do Professor como "um dia para homenagear os professores e reconhecer todas as contribuições duradouras que eles realizam em nossas vidas".

A Associação apresenta uma história do Dia Nacional do Professor: A origem do Dia do Professor não é precisa. Por volta de 1944 um professor de Arkansas Mattye Whyte Woodridge começou a se corresponder com líderes políticos e educacionais sobre a necessidade de se ter um dia nacional para homenagear os professores. Woodbridge escreveu para Eleanor Roosevelt que em 1953 convenceu o Congresso dos Estados Unidos a proclamar o Dia Nacional do Professor.

A Associação juntamente com seus estados afiliados Kansas e Indiana e Dodge City (Kansas) pressionaram o Congresso para criar um dia nacional para os professores. O Congresso declarou 7 de março de 1980, como o Dia Nacional do professor apenas para aquele ano.

A Associação de Educação Nacional e seus afiliados continuaram a comemorar o Dia do Professor na primeira terça-feira de março até 1985, quando a Associação Nacional de Pais e Professores estipulou a Semana de Avaliação do Professor na primeira semana de maio. A Assembleia Representativa da Associação de Educação Nacional então votou para que se fizesse na terça-feira daquela semana o Dia Nacional do Professor.

A partir de 7 de setembro de 1976, foi adotado o Dia do Professor em 11 de setembro no estado de Massachusetts.

Vietnã

No Vietnã, o Ngày nhà giáo Việt Nam (Dia do Educador Vietnamita) cai em 20 de novembro. Naquele dia, os estudantes têm o dia livre, mas se espera que eles visitem seus atuais e antigos professores em suas casas e lhes levem flores para demonstrar sua consideração.

Referências

  1.  «World teachers day». UNESCO. Consultado em 15 de outubro de 2018
  2.  «Recomendação da UNESCO/OIT sobre o Estatuto dos Professores». UNESCO. Consultado em 15 de outubro de 2018
  3.  «Recomendação da UNESCO sobre o Estatuto do Pessoal Docente do Ensino Superior». UNESCO. Consultado em 15 de outubro de 2018
  4.  «A lei de 15 de outubro de 1827»DireitoNet. Consultado em 23 de novembro de 2021
  5.  «| CAETANO DE CAMPOS»www.caetanodecampos.com.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
  6.  «A história de Salomão Becker, o criador do Dia do Professor»Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. 15 de outubro de 2019. Consultado em 23 de novembro de 2021
  7.  «educador - Ministério da Educação»portal.mec.gov.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
  8.  «APEOESP - 'Para meu pai, educação não avançar já era retroceder', diz filho do criador do Dia do Professor»www.apeoesp.org.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
  9.  «15 de outubro - Dia do Professor»Mundo Educação. Consultado em 23 de novembro de 2021
  10.  «Lei n° 174, de 13/10/1948»www.al.sp.gov.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
  11.  «D52682»www.planalto.gov.br. Consultado em 23 de novembro de 2021
  12.  «LEI DE 15 DE OUTUBRO DE 1827 - Publicação Original - Portal Câmara dos Deputados»www2.camara.leg.br. Consultado em 9 de outubro de 2018
  13.  Fernanda da Escóssia (ed.). «A filha de ex-escrava que virou deputada e inspira o movimento negro no Brasil». BBC Brasil. Consultado em 15 de outubro de 2021
  14.  LEI Nº 145, DE 12 DE OUTUBRO DE 1948 (14 de outubro de 1948). «LEI Nº 145, DE 12 DE OUTUBRO DE 1948 - Dia do Professor». Assembleia Legislativa de Santa Catarina - SC. Consultado em 15 de outubro de 2020.
  15. https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_do_professor

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13 outubro 2022

IRMÃ DE MARIA BONITA

  Acervo do pesquisador Guilherme Velame Wenzinger

Anália Gomes de Oliveira, a Dondon, irmã de Maria Bonita e seu esposo, Manoel Oliveira da Silva.

Foto presente no livro “Maria Bonita”, de Antônio Amaury Corrêa de Araújo.

https://www.facebook.com/photo/?fbid=6001150449973538&set=gm.2026273844248216&idorvanity=179428208932798

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12 outubro 2022

MORADOR DE SÃO GONÇALO AFIRMA SER O MENINO SEQUESTRADO HÁ 43 ANOS

  Por NaNmin de leitura |Escrito por Redação |30 de maio de 2016

Jorge Soares da Cunha diz ser o Carlinhos. - Foto: Alex Ramos

Um dos casos de sequestros mais emblemáticos e que mobilizou a opinião pública o desaparecimento do menino Carlinhos, em 1973, pode ganhar novos rumos. Jorge Soares da Cunha, de 48 anos, morador do Pita, em São Gonçalo, que diz ser o menino Carlos Ramires da Costa, vai procurar a polícia para que o resultado de seu exame de DNA seja divulgado e refeito.

Em outubro de 2006, o “Carlinhos” contou sua história para O SÃO GONCALO, alegando ser o menino de cabelos loiros e olhos azuis que teve sua foto sorrindo eternizada nas capas dos mais diferentes jornais e revistas. Na época da publicação, Jorge era o 12º Carlinhos a reclamar a identidade. Diferente dos outros 11 que tiveram o resultado negativo, Jorge nunca recebeu o resultado que comprovaria sua afirmação. 

Segundo ele, um mês após a publicação da matéria, sua suposta família o procurou. Sua mãe, irmã e sobrinhos chegaram a ficar hospedados na casa de sua cunhada para conhecê-lo melhor. Após a realização do exame, feito em um laboratório que ele desconhece, a sua família nunca mais o procurou.

Jorge tem certeza de que é Carlinhos, mas acredita que haja interesses que ele desconhece para que não seja reconhecido. 

“Recebi minha mãe e minha família aqui. Temos muitas semelhanças e sou eu o menino sequestrado. Lembro exatamente como foi aquele dia. Até hoje tenho sequelas na fala por conta das agressões que sofri no cativeiro", afirmou. 

Jorge conta que teria sido sequestrado por ordem de um familiar. Ele foi levado para um matagal e de lá para um centro espírita. 

"As luzes da minha casa se apagaram, e um homem cobriu minha cabeça com um pano. Fui colocado em um Fusca. Tive mãos e pés amarrados. Apanhei muito e levei choques na língua. Quando fugi, tentei achar a minha mãe, mas não sabia o caminho de volta", afirmou. 

Ainda segundo Jorge, ele foi recolhido das ruas e levado à Funabem, no Barreto, em Niterói. Lá, Jorge conta que, por medo, escondeu sua verdadeira identidade e foi então que recebeu o nome de Jorge. Sua certidão de nascimento emitida em 1980 pelo cartório civil de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense foi autorizada por ordem do Juizado de Direitos de Menores.

Apesar da repercussão do caso, Jorge não foi reconhecido no abrigo e, ao completar 18 anos, voltou para as ruas, onde conheceu sua esposa. Acolhido pela família dela, eles acabaram se apaixonando e casando. O casal tem um filho de 23 anos, que deseja que a situação do pai seja regularizada para colocar o verdadeiro nome na certidão. 

"Estou preso a meu passado. Quero ser reconhecido. Sofro muito sem a solução do meu caso. Sou Carlinhos e vou provar. Não estou em busca de dinheiro mas da minha história que parou aos 10 anos", afirmou.

Recordando - Carlinhos (Carlos Ramires da Costa) foi sequestrado de sua casa, na Rua Alice, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. Um homem armado e com o rosto parcialmente coberto por um lenço invadiu a casa, foi até a sala onde o menino, sua mãe e irmãos assistiam à televisão. 

O criminoso deixou um bilhete exigindo o resgate de “cem mil cruzeiros”, uma fortuna na época. Seu pai conseguiu arrecadar o dinheiro que não foi entregue porque o sequestrador nunca entrou em contato.

https://www.osaogoncalo.com.br/geral/15200/morador-de-sao-goncalo-afirma-ser-o-menino-sequestrado-ha-43-anos

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11 outubro 2022

ANTONIO SILVINO 1907 - O ATAQUE DO CANGACEIRO A BARRA DE SÃO MIGUEL - PB

  Por João Paulo França

No fim do século XIX e início do século XX o Brasil assistiu a emergência do fenômeno do cangaço, cujo expoente foi Lampião e seu bando. Todavia, na região da divisa entre Pernambuco e Paraíba o principal nome do cangaço foi o conhecido Antônio Silvino. Vejamos uma imagem do mesmo:

 Antônio Silvino - Jornal do Commercio (1915)
Antônio Silvino e seu bando passaram diversas vezes pelo território do município de Barra de São Miguel- PB, como veremos nesta e em outras reportagens desta série. Contudo, o principal ataque ocorreu no dia 26 de janeiro de 1907, quando a Barra de São Miguel era ainda a Sede do município de Cabaceiras e possuía uma rentável mesa de rendas.

A seguir, vejamos como a imprensa da época noticiou este ataque. Segue reportagem do Jornal A República de Natal - RN, que reproduz matéria do jornal paraibano A União.

 Jornal A República (1907)

Segue a transcrição literal do relato jornalístico:

Antonio Silvino
---------------------------
A ultima façanha

Sobre a ultima façanha de Antonio Silvino, o ataque da villa da Barra de S. Miguel, na Parahyba, lemos o seguinte, na ,:

Segundo informações fidedignas recebidas dessa villa sertaneja, eis o que se passou por ocasião da estada ali do bandido Antonio Silvino.

No dia 26 de janeiro, depois de 11 horas da noite, entrou o grupo formado de 13 cangaceiros, inclusive o chefe, na villa, onde não havia a menor noticia da sua aproximação. Cerca de uma hora antes, estiveram na casa do delegado de policia, cidadão Nicolau Vitalino Correia de Araujo, distante da villa um kilometro e obrigara o mesmo delegado a acompanha-lo e a servi-lhe de guia.

Ao entrar na villa, Antonio Silvino dirigiu-se a cada uma das residências das praças de policia, que em um número de três guarneciam a localidade e foi prendendo-as cada uma por uma vez. Tomou-lhes as armas e os fardamentos, e obrigou-as a acompanha-lo.

Presa e desarmada a ultima praça, dirigiu-se o facínora á casa de João Anastácio, ex-praça do Batalhão de Segurança, que a cerca de quatro annos sutentara fogo contra ele na povoação do Boqueirão.

A voz do delegado, prisioneiro de Antonio Silvino, João Anastacio abriu a porta, sendo subitamente amarrado pelo grupo e arrastado para a rua, onde recebeu grande numero de açoites e duas facadas.

Depois seguiu o grupo para a casa do capitão Manoel Henrique do Nascimento Araujo, escrivão da Mesa de Rendas, ao qual intimou a entregar todo o dinheiro existente na repartição, no que foi obedecido.

Assim passou ás mãos de Silvino a quantia de trezentos e tantos mil reis, único dinheiro existente na Mesa de Rendas porque o respectivo administrador major Deodato Pereira Borges, tinha vindo pouco antes á capital recolher a arrecadação do ultimo trimestre.

Os bandidos obrigaram o referido escrivão a abrir a repartição, onde se apoderaram de todos os livros, papeis e estampilhas que conduziram para a rua e queimaram completamente. Silvino recomendou então ao escrivão que da arrecadação que fizesse, guardasse-lhe cada mez 50$000, que ele viria ou mandaria buscar.

Foram d’ahi á casa do subdelegado de policia, Candido Casteliano dos Santos, contra quem Antonio Silvino estava prevenido, e que recebeu a exigência de um conto de réis, sob pena de ver incendiado o seu estabelecimento comercial.

O sr. Candido Casteliano respondeu que não dispunha de quantia tão elevada porque fizera pouco antes remessa para a praça do dinheiro apurado, pelo que Silvino aceitou a importância de 400$000, tirando porem fazendas no valor de 200$000.

Exigiu e recebeu 50$000 do cidadão Olyntho José de Vasconcelos, 1º suplente do Substituto do Juiz Seccional.

Mandou esbordoar uma praça do destacamento de nome Pedro Rodolpho, porque esta declarou que só se entregara sem resistência por ter sido sorprehendida.

 


Tudo se fez no maior silencio de modo que as pessoas, que se achavam agasalhadas no interior das casas não presentiam o que se passava na rua.

Antes de retirar-se, Antonio Silvino mandou bater na porta do tenente-coronel Manoel Melchiades Pereira Tejo,(Foto) que até então ignorava o que se estava passando, e que despertando, abriu a porta.

D’elle exigiu Silvino café para si e seus companheiros no que foi satisfeito, retirando-se da villa ás 3 horas da madrugada.


Fonte:

Jornal A Republica. 13 de fevereiro de 1907, Natal. Ano 19, número 33

Jornal do Commercio, 02 de janeiro de 1915, Manaus. Ano 12, número 3340


Pesquei em Portal de Memórias de Barra de São Miguél

http://lampiaoaceso.blogspot.com/search/label/Barra%20de%20S%C3%A3o%20Miguel%2F%20PB

http://blogdomendeemendes.blogspot.com

10 outubro 2022

CHAPADAS

  Clerisvaldo B. Chagas, 10 de outubro de 2022

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.781

CHAPADA (PORTABLE NETWORK GRAFICS).

Consideramos pessoas privilegiadas, as que tiveram oportunidades de conhecerem uma das chapadas do Brasil. Elas, as chapadas, estão entre as mais belas paisagens físicas do planeta Terra. Hoje servem muito ao turismo, Economia e Meio Ambiente. As chapadas são um tipo de relevo montanhoso que abriga flora e fauna diversa e rica. É a chapada, uma extensa área de terras altas, planas e de bordas abruptas. Surgem entre montanhas e podem apresentar rios, cachoeiras, grotas e grutas. Sua estrutura plana fazem-nas ser chamadas de mesas, mesetas, altiplanos.  O seu processo de formação está relacionado com as ações das águas, chuvas, rios através de milhares de anos e dos ventos. Uma região que localiza muitas chapadas é chamada de chapadão. Um dos principais chapadões do Brasil é o ESPIGÃO MESTRE, na divisa entre estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

As mais conhecidas e turísticas chapadas do Brasil, são sete: três no Nordeste, três no Centro-Oeste e uma no Sudeste. No Nordeste temos: chapada Diamantina (Bahia), chapada das Mesas (Maranhão), chapada do Araripe (Ceará). No Centro-Oeste: chapada dos Veadeiros (Goiás), chapada dos Guimarães (Mato Grosso) e chapada dos Parecis (Mato Grosso). No Sudeste, chapada do Guarani (São Paulo). A fundação da cidade Santana do Ipanema, teve como personagens centrais, pessoas vindas da chapada diamantina que foram os adquirentes de sesmaria na Ribeira do Panema.

A chapada Diamantina é apontada como a mais bela de todas. A chapada dos Guimarães, é muito utilizada como esperança de se avistar Ovnis e se praticar o misticismo. A chapada do Araripe foi imortalizada em música de Luís Gonzaga, rica fonte de fósseis.

Elas, as chapadas são aquelas formações que tiram a monotonia dos relevos de planície, planalto, montanha e depressão. Uma coisa diferente, fantástica e divina que enche os olhos e faz boas massagens no coração. Pois, amiga e amigo, preparem as mochilas para caminhadas inesquecíveis sobre qualquer uma das chapadas escolhidas.

Brasil de riquezas mil.

Nordeste, diamante de brilho próprio.

Orgulho em ser nordestino!!!


http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2022/10/chapadas-clerisvaldob.html

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09 outubro 2022

EZEQUIEL FERREIRA

  Por Helton Araújo

https://www.youtube.com/watch?v=r-IoojURPfw&ab_channel=Canga%C3%A7oEterno

Você acha que Ezequiel Ferreira vulgo Ponto Fino irmão mais novo de Lampião morreu no ano de 1931 na Fazenda Tanque do Touro, ou ele era aquele senhor que apareceu em 1984, em Serra Talhada, dizendo ser o cangaceiro EZEQUIEL FERREIRA?

Neste vídeo faço uma biografia do cangaceiro e vocês tirem suas conclusões.

Para assistir basta clicar no link que está ABAIXO:

https://www.youtube.com/watch?v=r-IoojURPfw&ab_channel=Canga%C3%A7oEterno

ADENDO - MINHAS INQUIETAÇÕES:

   Por José Mendes Pereira

EZEQUIEL FERREIRA DA SILVA -  DUAS VIDAS, DUAS MORTES. (FARSA).

Suposto Ezequiel Ferreira da Silva irmão de Lampião

Todos aqueles que me conhecem nesse mundo de pesquisas sobre o cangaço sabem muito bem que eu não sou nenhuma autoridade no assunto, e tenho a dizer aos amigos, as minhas inquietações são somente sobre depoentes e mais ninguém. Se caso eu discordar de um escritor, pesquisador ou mesmo sobre os trabalhos de cineastas do cangaço, estou querendo aparecer, vez que eu não tenho profundos conhecimentos sobre o tema para guerrear contra qualquer um desses que organiza a literatura lampiônica. Sou um estudante que conheço o meu lugar no estudo cangaceiro, e o meu pouco conhecimento que tenho adquirido, vem dos pesquisadores, escritores e cineastas. E para que eu ir contra eles?

Antiga Villa Bella - Pernambuco terra de Lampião

O caso do suposto Ezequiel que morava no Piauí e que em 1984 chegou à Serra Talhada, antiga Villa Bella, no Estado de Pernambuco, se dizendo ser o verdadeiro Ezequiel Ferreira da Silva, irmão mais novo dos Ferreiras, e que tinha ido lá tirar seus documentos para uma possível aposentadoria, mas lamentavelmente, as suas informações, para mim e para pesquisadores que são famosos, nada verdadeira, tudo mentira.

Capitão Lampião e seu irmão mais novo Ezequiel Ferreira da Silva

Alguns que conheceram o Ezequiel  irmão de Lampião em Serra Talhada acharam que o homem tinha muito a ver com o Ezequiel verdadeiro, principalmente amigos de infância e outros mais, como por exemplo, o Genésio Ferreira primo de Lampião, que o acoitou por mais de 20 dias em sua residência, acreditando nas palavras do velho.

Mas você leitor, poderá até me perguntar o porquê da minha discórdia, quando ele detalhou tim por tim a alguns antigos amigos e familiares de Serra Talhada.

Primeiro, quando o Ezequiel verdadeiro saiu de Villa Bella ainda era muito pequeno, com aproximadamente 9 anos de idade, porque ele nasceu em 1908, e toda encrenca de Zé Saturnino com os Ferreiras ou os Ferreiras com Zé Saturnino foi mais ou menos a partir 1916. Então nenhum de seu tempo de criança que viu ele nascer tinha condições de reconhecer o menino de ontem que hoje já era velho e muito velho.

Outra, segundo informações, quando perguntado os nomes dos seus pais ele não soube responder, principalmente de alguns irmãos. Ora, é muito difícil esquecer os nomes dos seus pais e irmãos.

E há quem diga que, isso de não saber os seus nomes foi simplesmente devido a avançada idade que já tinha o feito esquecer os nomes dos pais e de alguns irmãos. Mas mesmo sendo bem velho, ele soube muito bem procurar o seu direito de se aposentar.

Pais e irmãos de Lampião, inclusive ele está na foto. As duas irmãs que morreram ainda pequeninas não estão na fotografia. (Desenho de Lauro Villares utilizando-se de antigos retratos)

Disse que tivera 6 irmãos. Mas nós sabemos que a prole do casal era um total de 11 filhos, incluindo ele, caso fosse o Ezequiel verdadeiro. Ele foi irmão de 09 filhos de José Ferreira com dona Maria Sulena, e 10 contando com Antonio Ferreira da Silva que era só filho de dona Maria, com um senhor chamado Venâncio, porque quando seu José casou-se com dona Maria, segundo pesquisadores, ela já o levava no seu ventre. 

Mas, de acordo com documentos nas mãos do escritor José Bezerra Lima Irmão, pela contagem do dia do casamento dos seus pais, o Antonio Ferreira  também era filho legítimo do pequeno fazendeiro José Ferreira da Silva ou dos Santos.

Escritor José Bezerra Lima Irmão

Sem ordem de nascimento todos seus irmãos eram: Antonio Ferreira da Silva, Livino Ferreira da Silva, Virgulino Ferreira da Silva, Virtuosa Ferreira da Silva, João Ferreira dos Santos (este era dos Santos, Angélica Ferreira da Silva, Ezequiel Ferreira da Silva, Maria Ferreira da Silva (dona Mocinha), e Anália Ferreira da Silva.

Escritor José Sabino Bassetti

Além dos seus irmãos que nós todos já os conhecemos através dos nossos estudos cangaceiros o casal teve mais duas filhas, as quais nasceram mais ou menos nos anos de 1913 e 1914 do século XX e, segundo o pesquisador do cangaço e escritor José Sabino Bassetti, as crianças faleceram ainda pequeninas, e uma delas foi tristemente queimada numa língua de fogo de uma lamparina, ao clarear de certo dia. 

A criancinha levantou-se da sua redinha e caminhou para uma mesa onde estava a lamparina acesa, e acredita-se que ela tenha puxado a toalha da mesa, fazendo com que o querosene derramasse sobre a sua camisolinha, e a partir daí, o fogo tomou de conta das suas vestes. Ela teria durado alguns dias vivas, mas não resistiu às queimadura e veio a óbito. O escritor não revela o ano de seu falecimento.

Ainda segundo José Bezerra Lima Irmão o suposto Ezequiel Ferreira foi entrevistado pelos escritores Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena, os quais são autores do livro “Lampião e o Estado-Maior do Cangaço” e fizeram várias perguntas ao forasteiro homem sem rédeas, mas ficaram abismados com tantas contrariedades ditas pelo depoente.

Escritor e pesquisador do cangaço Hilário Lucetti

Mas o homem  impostor descaradamente estava querendo adivinhar o que lhe era solicitado pelos mestres da cultura, e, escorregava constantemente, porque não  tinha  firmeza do passado da família "Ferreira", a qual ele se dizia fazer parte. O certo é que aquelas alturas ele queria apoio de alguém para permanecer por alguns dias na cidade de Serra Talhada enquanto resolvia o que tinha ido fazer lá.

Escritor e pesquisador do cangaço Magérbio de Lucena

Com tudo em mãos, caneta, papel e outros materiais necessários para os seus trabalhos, os pesquisador Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena resolveram iniciar as suas perguntam ao suposto Ezequiel:

- O senhor é mesmo irmão do Virgolino Ferreira da Silva o capitão Lampião?

E ele desavergonhadamente, mas talvez um pouco nervoso que nessa hora aparece a quem está mentindo, assegurou dizendo:

- Sou sim, o irmão mais novo de Lampião.

- E como são os nomes dos seus pais...?

O dono da farsa literalmente não soube responder.

Os autores perguntaram-lhe:

- Por que é que todo mundo diz que o senhor foi assassinado e testemunhado por pessoas que lá estavam, no Estado da Bahia, no ano de 1931, no mais ferrenho combate feito pelo capitão Lampião e a polícia, que aconteceu nas terras da cidade de Paulo Afonso, no povoado chamado Baixa do Boi, e agora o senhor aparece vivo em Serra Talhada?

Cova do cangaceiro Ezequiel Ferreira irmão de Lampião

E ele:

- Tudo era mentira, senhores.  O meu irmão Lampião inventou a história para eu sair do cangaço.

- Quantos irmãos o senhor teve?

E ele respondeu:

- Tive 3 irmãos e 3 irmãs.

O que não é verdade.

Mas veja leitor, que ele não tinha segurança no que dizia. Fantasiava a descrição dos combates e citava cangaceiros que não foram do seu tempo.

Depois de tantas mentiras os escritores perderam o gosto e desistiram de continuar a entrevista com o suporto Ezequiel Ferreira da Silva.

Apesar de admitirem que o homem tinha mais ou menos a mesma idade e aparentando fisicamente, que teria Ezequiel se fosse vivo, Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena consideraram que na verdade era um verdadeiro embusteiro. Os estudiosos do cangaço ficaram sem saber a finalidade de tanta mentira, porque, na história não havia valores e nem promessas.  

Dr. Antonio Amaury, João de Sousa Lima, Ângelo Osmiro e Dr. Leandro Cardoso

Mas aí não termina a farsa. O escritor e pesquisador do cangaço Ângelo Osmiro residente na capital  de Fortaleza-CE, em um dos seus trabalhos com o título “A morte de Ezequiel Ferreira (Ponto Fino) irmão de Lampião”, nos diz que segundo o Ezequiel, teria ficado na “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia” até  julho de 1938, quando o irmão fez uma reunião para comunicar aos companheiros que abandonaria o cangaço.  

O cangaceiro Luiz Pedro

E fugiram disfarçados: o próprio Ezequiel; o capitão Lampião, Luiz Pedro e mais Félix da Mata Redonda, tendo ele permanecido no Estado do Piauí, enquanto Luiz Pedro e Lampião tomaram o destino de Goiás, onde esse teria morrido no ano de 1981. Mais uma vez o homem mentiu. Lampião morreu no dia 28 de julho de 1938 indiscutivelmente.

O cangaceiro Félix da Mata

Veja leitor, fugiu do bando de Lampião em 1931, quando, segundo ele, Lampião teria forjado a sua morte, e 7 anos depois, ele aparece na empresa do irmão, em 1938, aparece na Grota do Angico, em Porto da Folha, hoje Poço Redondo, nas terras sergipanas, e possivelmente antes da chacina.

O JUIZ DE DIREITO DEIXOU DE SER DIREITO, MANDOU REGISTRAR HOMEM QUE SE DIZIA SER IRMÃO DE LAMPIÃO. QUAL ERA A PROVA? SOMENTE A SUA PALAVRA?

Não dá para entender por ter  sido lavrado o registro de Ezequiel novamente, porque se era ele ou não, no período que ele nasceu, seu pai José Ferreira dos Santos estava gozando a liberdade e vivendo a paz, e tenho quase certeza que ele não deixou nenhum dos seus filhos sem registrá-lo. Todos nasceram em Villa Bella, hoje Serra Talhada. Agora se ver, talvez Ezequiel Ferreira registrado duas vezes.

Mas quem foi o culpado? 

Foi o juiz de nome Clodoaldo Bezerra de Souza e Silva, juiz de direito da comarca de Serra Talhada, que segundo informações, admirado (ficou de queixo caído, coisa que um juiz de direito tem que ir pela lei e a razão, e não pelo o coração); com o que afirmava o suposto Ezequiel. Mandou chamar alguns antigos moradores da cidade, e a eles fez perguntas se confirmavam ou não, que aquele sujeito era Ezequiel Ferreira da Silva irmão de Lampião. Os entrevistados afirmaram que sim.

Mas as pessoas não podiam testemunhar nada, vez que o rapaz estava longe dali, e já havia se passado muitos anos se fosse ele mesmo, e assim, a garantia daquele sujeito ser Ezequiel irmão do rei do cangaço capitão Lampião, era uma verdadeira incógnita.

Como juiz de direito da cidade de Serra Talhada ele tinha que mandar fazer uma busca nos cartórios da cidade, e até mesmo em outros municípios adjacentes, para saber se existia ou não, registro em algum livro oficial do Ezequiel Ferreira da Silva, tendo como pais José Ferreira dos Santos e Maria Sulena da Purificação. Mas é quase certo que não mandou fazer este levantamento nos cartórios, pois o procedimento legalmente seria este, e não ir em conversas de pessoas que queriam que o homem fosse reconhecido e registrado como irmão de Lampião, e sendo assim, desnecessariamente autorizou que o homem fosse registrado no cartório que ele procurou como sendo irmão dos Ferreiras, e sem outra providência.

Sobre Ezequiel ter relembrado muitas coisas quando morava em Villa Bella, isso não é difícil para ninguém, e muito menos para quem quer se passar por outra pessoa. Eu moro na região Leste de Mossoró e sei quase tudo dos tempos passados em bairros que já morei, que se eu andar em alguns deles, mesmo sem conhecer quase mais ninguém, porque muitos já se foram, contarei com perfeitos detalhes o passado dali, como se eu tivesse ainda vivendo por lá. 

O suposto Ezequiel Ferreira com certeza era um antigo morador da região, e como tinha uma certa semelhança com o Ezequiel verdadeiro, fez muita gente de besta em Serra Talhada.

https://www.facebook.com/ComunidadeCangaco/photos/o-canga%C3%A7oa-morte-de-ezequiel-ferreira-ponto-fino-irm%C3%A3o-de-lampi%C3%A3opor-%C3%A2ngelo-osmi/650487585087340/

Veja o que escreveu Ângelo Osmiro

http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2021_12_29_archive.html

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