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30 setembro 2021

LIVRO

  Por Francisco Pereira Lima

Indicação Bibliográfica. Nova e caprichada reedição, com Xilogravuras, do excelente livro VELHOS COSTUMES DO MEU SERTÃO, de Juvenal Lamartine. 

Quem desejar adquiri-lo entrar em contato com o Professor Pereira. Whatsapp 83 9 9911 8286, ou ainda franpelima@bol.com.br

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27 setembro 2021

VIDA E MORTE DE VIRGULINA

 Por Rangel Alves da Costa

 


Eu me chamo Virgulino, não tenho outro nome de pia, tendo por pai um José e por mãe uma Maria. Poderia ser chamado de Virgulino de Maria, mas outro apelidado me foi dado em distante freguesia. Um filho chorando um pai, pois morto em triste dia, quando a arma do poder tirou o que dele existia, jogando à própria sorte o que da família existia, fazendo surgir o ódio e toda vingança que havia.

Mas o que mais afligia era ser acusado de crime que nem de longe eu cometia. Dizer que minha família roubava a honra toda anuvia, cria no homem um ódio que nunca se atrofia, é querer criar bandido naquele de calmaria. Quando a fama se fez grande, acusado em demasia, então o jeito foi passar a ser aquilo que eu não queria, então agi pelo erro e fiz o que não queria: fazer o que não tinha feito pra provar a valentia.Coisa triste era a fome de vingança que eu sentia, mas não tinha outro jeito a dar naquilo que eu pressentia, ou dava o troco no troco ou escolhia a covardia, como não nasci pra temer então escolhi a ousadia, em dar um troco maior naquilo que me feria.



Quando o sangue jorrou nas terras onde eu vivia, o homem se fez em galope no filho de José e Maria. Uma chama acendeu, mas juro que não queria, e quando labareda comeu eu já estava em rebeldia, lutando contra o algoz desde o amanhecer do dia. 
 
Dói demais relembrar uma família em correria, saindo de canto a outro, sem ter sossego e alegria, e só se mantendo viva pelo revide que existia. Se bala viesse de lá, a bala daqui zunia, se tocaiado algum fosse, outra emboscada fazia.

Quando já sem pai e sem mãe, o mundo foi moradia. Ao lado de irmãos seguia nos rastros da valentia, levava comigo a certeza do que o mundo oferecia: lutar contra a injustiça e sua esfomeada sangria, ser um guerreiro do mato, um Lampião que na guerra alumia.

Na chama o Lampião, só assim me conhecia, deixado de lado o Virgulino e o filho de Maria. Foi nos carrascais desse mundo, na vida em descortesia, que empunhei arma e punhal pra viver em rebeldia, caçando e sendo caçado, no prazer e na agonia.
 
Eram muitos Lampiões que surgiam a cada dia. Na sina do sertanejo a dor que transparecia, maltratado e oprimido, um escravo de sesmaria, nas mãos do senhor coronel a desdita lhe doía, levando peso da canga e açoitado em grosseria.


Uma gente tão sofrida que a sorte lhe consumia, sem vez nem voz protetora, era água de bacia, derramada pelo chute do poder e sua demagogia. Capanga caçando irmão, no sertão a mesma pia, como se violar a pobreza causasse maior alegria. 
 
O povo desprotegido, a proteção mais queria, mas como encontrar alguém que lhe servisse de guia? Sinhô Pereira, Antônio Silvino ou Lampião, era o sertão que queria, ou alguém lhe defendia ou nada mais restaria.

E de repente Lampião já era o rei do sertão, o que muito enobrecia. Mas um viver de pesar que no prazer se fingia, todo adornado no ouro pra esconder o que a alma carcomia, sem descanso ao relento no peito a nostalgia. A punhalada da sina, na vida toda sangria.

Então no amor fui buscar o alento que queria. Depois de minha mãe Maria, eis que mais uma Maria. Essa toda bonita, flor no cabelo e laço de fita, e dizendo ninguém acredita, mas foi o prazer que tive em meio à vida maldita.


Por vinte anos vivi acendendo um Lampião, tratado com fidalguia, na fama e na honraria. Fui Capitão, do Estado a cortesia, e para fazer aquilo que eu dizia e não fazia. Não deseja fazer o que o poder queria, quando do outro lado o mesmo poder perseguia. 

Foi de conchavo e alinhavo, a trama que eu tecia. Do coronel a igreja, tudo à minha serventia. Mandava um bilhete assinado e logo o que eu queria, bastava me aproximar e toda porta se abria. Se um fogo despontasse, com fogo eu respondia.


Mas um dia o pavio do destino de vez me apagaria. Não foi na luta de homem, mas sim na maior covardia. Emboscaram todo o bando e o meu fim se fazia. Se levanto o mosquetão nada daquilo acontecia.



E foi o fim de Virgulino e também de sua Maria. Mas o homem que se foi na terra permanecia, não conseguiu ao sertão trazer a sua alforria, mas ensinou a lutar contra o mal que lhe oprimia, e continua a ensinar a não aceitar desvalia.


Rangel Alves da Costa, pesquisador, escritor, poeta
Conselheiro Cariri Cangaço - Poço Redondo, Sergipe
blograngel-sertao.blogspot.com

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26 setembro 2021

PEÇA-OS

    Por José Mendes Pereira 

A primeira obra é "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS" que já está na 5ª. edição, e aborda o fenômeno do cangaço e a vida do maior guerrilheiro das Américas. Um homem que não temeu às autoridades policiais  e muito menos aqueles que lutavam contra a sua pessoa, na intenção de desmoralizá-lo nas suas empreitadas vingativas, e eliminá-lo do solo nordestino. Realmente foi feito o extermínio do homem mais corajoso e mais admirado do Nordeste do Brasil, na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, no Estado de Sergipe, mas não em combate, e sim, através de uma emboscada muito bem organizada pelo alagoano tenente João Bezerra da Silva. 


O Segundo livro da trilogia do escritor e pesquisador do cangaço é: "FATOS ASSOMBROSOS DA RECENTE HISTÓRIA DO NORDESTE" com 332 páginas, e um grande acervo de fotos relacionado ao assunto. E para aqueles que gosta de ler e ver fotos em uma leitura irá se sentir realizado com todas as fotos.


O terceiro livro da trilogia também do escritor José Bezerra Lima Irmão é: "CAPÍTULOS DA HISTÓRIA DO NORDESTE" resgata fatos sobre os quais a história oficial silencia ou lhes dá uma versão edulcorada ou distorcida: o "desenvolvimento" do Brasil, o desumano progresso de colonização feito a ferro e fogo, Guerra dos Marcates, Cabanada, Balaiada, Revolução Praieira, Ronco da Abelha, Revolta dos Quebra-Quilos, Sabinada, Revolta de Princesa, as barbáries da Serra do Rodeador e da Pedra do Reino, Guerras de Canudos, Caldeirão e Pau-de-Colher, dando ênfase especial à saga de Zumbi dos Palmares, Invasões Holandesas, Revolução Pernambucana de 1817, Confederação do Equador e Guerras da Independência, incluindo o 2 de Julho, quando o Brasil se tornou de fato independente... São assuntos que dão gostos a gente lê-los.  

Adquira-os com o professor Pereira através deste e-mail: 

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ou com o autor através deste g-mail: 

josebezerralima369@gmail.com

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23 setembro 2021

NÓS, IMBU E IMBUZADA

  Clerisvaldo B. Chagas, 22/23 setembro

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.587


O IMBU, fruto do imbuzeiro, é um dos mais gostosos do sertão nordestino. É agrodoce, arredondado, verde e adorado pelos sertanejos. O falso letrado o chama de umbu. Aqui no sertão é IMBU mesmo, cabra véio. No sertão alagoano o imbuzeiro não faz parte da agricultura, mas sim da vegetação. Isso quer dizer que a árvore e nativa e nunca ouvimos dizer que alguém tenha plantado um imbuzeiro num sítio qualquer. Ao contrário. Durantes as coivaras nas fazendas, imbuzeiros são chamuscados pelo fogo e morrem; além dos fazedores de doce da sua raiz (muito saboroso) que termina eliminando a árvore, cuja batata acumula água para os tempos difíceis. A safra do imbu coincide bastante com o tempo de Semana Santa, quando a atração imbuzada, é feita nos lares do semiárido. Come-se a imbuzada em prato sopeiro ou em copo como vitamina, uma delícia!

O imbuzeiro (Spondias tuberas) é um nome de origem Tupy e nativo do bioma caatinga.  Quando alguém chupa muito imbu, pode se queixar que os frutos “desbotaram” os seus dentes. Já a imbuzada é feita cozinhando os imbus, passando-os na peneira e levando-os ao fogo com leite e açúcar. Iguaria inigualável sertaneja. Na Bahia existe até cooperativa dos catadores de imbu que se espalham pela caatinga, coletam os frutos caídos ou subindo pelo seu tronco e galhos e os conduzem à cooperativa onde serão transformados em picolé, geleia, doce e mais transformação. Isso faz gerar renda para os agricultores, emprego na cooperativa e temporário no campo. Não temos essa iniciativa em AlagoasQuando existe interesse, tudo é possível.

Lembra-me que quando levamos nossos alunos da então, Escola Estadual Helena Braga das Chagas à Reserva Tocaia, no sítio Tocaias, subimos uma colina dentro da Reserva onde havia uma clareira com um pé de imbu. Pense na corrida dos estudantes em busca dos frutos do imbuzeiro. É fácil de subir no tronco dessa arvoreta copada. Primeiro o interessado perscruta de baixo e o imbu escolhido irá ser coletado em uma das três formas seguinte: na pedra, na vara ou na escalada ao tronco. Sua sombra não é bem fechada, contudo aceita bem uma rede a se balançar à sua sombra. Muito melhor ainda se a vegetação estiver bem verdinha quando o cheiro intenso de mato toma conta.

Ô vida de gado!


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21 setembro 2021

LIVRO

    Por Francisco Pereira Lima

Indicação Bibliográfica. Nova e caprichada reedição, com Xilogravuras, do excelente livro VELHOS COSTUMES DO MEU SERTÃO, de Juvenal Lamartine. 

Quem desejar adquiri-lo entrar em contato com o Professor Pereira. Whatsapp 83 9 9911 8286, ou ainda franpelima@bol.com.br

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20 setembro 2021

JOSÉ FERREIRA SOBRINHO DE LAMPIÃO

  Por Rubens Antonio

Recuperando, aos poucos, a imagem de José Ferreira, sobrinho de Lampeão, a partir de imagem de jornal. Ele chegou preso, a Salvador, em março de 1939.

https://www.facebook.com/photo/?fbid=6293042340736007&set=a.4837797889593800

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NEGROS EM SANTANA.

  Clerisvaldo B. Chagas, 12 de dezembro de 2025 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 3329 Uma panela de alumínio, vertical e comprid...