Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.
Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.
O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.
franpelima@bol.com.br
Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.
Material do acervo do Edvaldo Morais escrito por Potiguar Notícias
Demorei para escrever sobre este encontro porque queria encontrar tanto o enfoque certo para o texto como o jornal com a entrevista, tipo "a prova do crime", que é essa que ilustra este texto.
Em dezembro de 1992 eu, mal saído da adolescência, dava meus primeiros passos no jornalismo na brava Gazeta do Oeste, me tornando um dos "meninos de Canindé Queiroz", como os jornalistas de lá eram conhecidos. Trabalhava na editoria de Cidades, fazendo matérias diárias sobre postes com lâmpadas queimadas e acúmulos de lixo em terrenos baldios. E dava meus pulos na parte de Cultura, onde era uma espécie de editor informal.
E eis na quinta-feira 17 de dezembro daquele ano, o editor-chefe César Santos (hoje comandante-em-chefe do Jornal de Fato) me chama à sala dele e comunica minha missão naquela tarde: entrevistar o cantor e compositor Belchior, que estaria na cidade para o show do dia seguinte. Sem me valer de Google, celular, nada disso, tudo inexistente na época, tive de me valer da memória para lembrar as músicas do homem e algo sobre a vida dele, e lá fomos eu, o precocemente falecido fotógrafo Raimundo Nunes e o motorista Chagas para o Hotel Ouro Negro, quase na entrada da cidade,à época um dos melhores de Mossoró.
Após espera de meia hora, desce para a recepção aquele homem de expressão simpática e bonachona, magro, com um sorriso no canto da boca. Se estava cansado da viagem e do ritmo de shows não parecia. Apresentamo-nos todos e fomos para a área externa do hotel, onde liguei o gravador. Fiz as perguntas que pude e ele não apenas as respondeu com calma e detalhadamente como proporcionou "ganchos" para que eu fizesse tantas outras, construindo uma entrevista rica, de respostas longas e elaboradas, nada das respostas rápidas para satisfazer a imprensa e subir para o quarto, como já me aconteceu outras vezes.
Desligado o gravador, para as fotos de Raimundo Nunes ele sacou do cachimbo e começou a fumar, quase ritualmente. Como eu havia citado literatura sul-americana durante a entrevista, ele perguntou o que eu estava lendo "era "Sobre amor e tumbas", de Sábato), me indicou livros, recomendou que eu lesse Borges (o que fiz) e falou por alto dos filmes que gostava. Antes de nos despedirmos ele perguntou quando saía a reportagem e se eu poderia mandar um exemplar do jornal para ele. Respondi que sim, claro, e ele me anotou um endereço em São Paulo, bairro Pinheiros, não sabia se dele, parente ou gravadora. "Você vai mandar mesmo o jornal? Jornalista sempre diz que manda e não o faz", sorriu. Prometi que o faria. No dia seguinte assisti o show dele, no finado Cine Teatro Cid. Show sensacional, como haveria de ser. E na segunda 21, coloquei no correio dois exemplares da Gazeta do Oeste com a página inteira de entrevista com Belchior.
No município de Flores-PE, ainda hoje existem resquícios da passagem dos bandos de cangaceiros.
Virgolino Ferreira chefe cangaceiro natural de Vila Bela, hoje Serra Talhada-PE, foi o último dos grandes chefes do fenômeno social e é um dos personagens mais biografados da América Latina.
No vídeo abaixo, veremos as imagens de um antigo casarão aonde o chefe cangaceiro se acoitava.
"Casarão antigo e o quarto onde Lampião, o rei do cangaço, dormiu em Flores - PE"
Entre os antigos e atuais usos e costumes do Sertão, encontramos a Arapuca, a Arataca, a Espera e o Anzol.
A arapuca. Artesanato feito de galhos finos em forma de pirâmide asteca. Gira em torno de dois palmos em cada lado com altura aproximada de palmo e meio. Trata-se de uma armadilha para capturar, principalmente, pássaros e aves. Levanta-se um dos lados e coloca-se um graveto (gatilho) no meio sustentando a arapuca aberta. Tem como isca, grãos de milho ou outro tipo de alimento. O animal, ao entrar no artefato, toca no gatilho, desaba a arapuca e fica preso. A arapuca é pesada, o animal não consegue se libertar. É visto pelas frestas (para evitar surpresa) e retirado pelas pernas.
ARAPUCA. (CRÉDITO: PIAUÍ.COM).
A arataca. É uma armadilha simples para capturar preás e mocós. Consta apenas de uma tábua retangular de cerca de dois palmos, com um pino transversal no meio passando um pouco em ambos os lados. Cava-se um buraco fundo na trilha do animal e tampa-se com a tábua segura pelos pinos laterais. Vira uma gangorra. Quando o cavídeo pisa na tábua de um lado ou do outro, ela cede e despeja o animal no buraco voltando, automaticamente, a tampá-lo. Pode capturar vários animais dentro de pouco tempo.
A espera. E usada no tempo de seca para matar pássaros, aves e animais de porte. Escolhe-se um lugar onde os bichos selvagens vão beber. Com galhos flexíveis se faz uma estrutura baixa para caber uma pessoa deitada. Cobre-se a estrutura com folhas e galhos secos. O caçador fica à espera da presa na hora da bebida. Usa espingarda, bodoque, peteca (estilingue). A espera não captura, mata.
O anzol. Descrevendo como fazíamos. Arranjávamos uma vara de marmeleiro em qualquer beira de estrada (flexível, dobrável). Comprávamos a linha de náilon e o anzol na Casa Imperial (do Sr. Piduca, atual Casa das Tintas). Entre o anzol e a linha colocávamos o que chamávamos de chumbo, isto é, o invólucro dos litros de vinho para o anzol submergir. A isca era de qualquer coisa: minhoca, carne, piaba, miolo de pão.
·As armadilhas são heranças indígenas. Tudo continua aceso no Sertão das Alagoas.
A escritora e jornalista Lucia Rocha nos informa que Antônio Batista dos Santos irmão de Zé da Volta, morador do Conjunto Vingt Rosado faleceu hoje em Mossoró. Ele era um fiel colaborador do irmão, inclusive, quando trabalhou nos Correios, na Volta do Fio, de onde veio o nome Posto da Volta.
O velório será a partir das 13 horas na SEMPRE, em frente ao Tiro de Guerra. Em breve informaremos sobre o enterro, porque depende da chegada de familiares.
"As duras secas do sertão nordestino dificultam a vida de muitas plantas, mas o umbuzeiro esta lá, de pé! Segundo o site Acervo Caatinga 'As raízes têm batatas que funcionam como uma espécie de caixa d’água. A água fica dentro dessas batatas. E como são centenas enterradas, elas vão irrigando a árvore.Pesquisas mostram que um umbuzeiro adulto chega a acumular aproximadamente 1.500 litros de água. E é por isso que ele atravessa todo o período seco bem verdinho e dando frutos'.”
"Sou uma flor desabrochando, estou aprendendo agora", canta Bruna Viola. Apelidada de Flor Mato-Grossense pelos fãs, a sertaneja de 23 anos mostra em seu primeiro ensaio de moda que toda sua beleza já brotou. Com 1,71m de altura, a cantora com pinta de modelo é dona de um sorriso largo e de uma simplicidade encantadora. Ao ver o resultado de sua maquiagem para as fotos desta produção, em que veste looks em camurça e suede, a violeira exclamou: “Chique! Ficou lindo demais. É a minha cara, sou simples”.
— Não sou muito ligada em moda. Gosto de usar vestidinho com tênis e, às vezes, coloco um salto para ir a uma balada — conta a loura, que tem uma coleção de botas: — Mas, na verdade, meu dia a dia é calça jeans e camiseta. Amo botas de couros diferentes, devo ter uns 50 pares.
Criada cercada de animais na fazenda do bisavô em Cuiabá, a loura viu sua paixão pela viola tomar corpo desde o berço:
— Meu bisavô era apaixonado pela música de raiz. Ele sempre ouvia um radinho velho, que tocava Tião Carreiro e as duplas antigas — recorda-se: — Quando pequenininha, eu já era sertanejona. É de nascença! Mas minha irmã teve a mesma criação e é urbana.
Para homenagear o ídolo, Tião Carreiro, ela o eternizou no braço esquerdo. A tatuagem foi feita no dia 15 de outubro de 2013, quando o cantor completou 20 anos de morte. Com 12 de carreira, Bruna tem três CDs e vai lançar seu primeiro DVD ainda este ano. Com o pé na estrada a maior parte do tempo, ela mora atualmente em Campinas e compensa a saudade da família com a realização profissional.
— Sempre que tenho uma folguinha, visito a fazenda, meus bichos... O voo é rapidão para Cuiabá. A vida na estrada exige essa correria, né? Estou feliz — afirma a violeira, que, aos 18 anos, entrou para a faculdade, onde cursou alguns períodos de Medicina Veterinária: — Tive que trancar porque não dava mais para conciliar. A vida na música é puxada.
A moda “Moradia”, música composta pelo ídolo sertenejo, já foi regravada pela bela em em todos os seus trabalhos. Bruna aproveita para dar uma palinha desse sucesso para os leitores do EXTRA:
00:00/01:02
No tempo livre, a sertaneja gosta de praticar futsal e esportes a cavalo. Para manter a boa forma, investe em treinos na academia e em dieta.
— É muito difícil manter o regime nos shows. Só como o que eu gosto mesmo nos fins de semana — lamenta a cantora, de 65 kg, que é fã de um chá parecido com chimarrão: — O que eu mais bebo é tereré, já que não curto refrigerante. Diurético, ele ajuda à beça a emagrecer.
Sem tempo para namorar, Bruna afirma que não quer começar um relacionamento agora. E avisa que não pretende ser mãe.
— Estou tranquilona. Gosto de “festar”, sair com as minhas amigas. Não quero me amarrar. E, mesmo se eu quisesse, não conseguiria por conta do ritmo de trabalho. Também não penso em ter filhos. Se um dia eu tiver vontade, compro um bicho — declara.
Se não sonha com um pretendente e uma futura família, a sertaneja anseia pelo dia em que vai conhecer Ivete Sangalo, sua inspiração na vida artística. As duas cantoras são da mesma gravadora, mas o tão cobiçado encontro com a diva do axé ainda não aconteceu.
— Ela é o exemplo de tudo que há de bom, tanto como pessoa quanto como profissional. Espero realizar o sonho de conhecê-la logo!
Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.
Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.
O autor José Bezerra Lima Irmão
Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.
Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.
Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.
Destaca os principais precursores de Lampião. Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.
Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados. O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões: