30 de jul. de 2020


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.
Solicite através deste e-mail: 
franpelima@bol.com.br

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

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26 de jul. de 2020

DILETOS AMIGOS DO CARIRI CANGAÇO.

Por José Bezerra Lima Irmão
José Bezerra Lima Irmão e João de Sousa Lima

Nos onze anos que passei pesquisando para escrever “Lampião – a Raposa das Caatingas” (que já está na 4ª edição), colhi muitas informações sobre a rica história do Nordeste. Concebi então a ideia de produzir uma trilogia que denominei NORDESTE – A TERRA DO ESPINHO.


Completando a trilogia, depois da “Raposa das Caatingas”, acabo de publicar duas obras: “Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste” e “Capítulos da História do Nordeste”.

Na segunda obra – Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste –, sistematizei, na ordem temporal dos fatos, as arrepiantes lutas de famílias, envolvendo Montes, Feitosas e Carcarás, da zona dos Inhamuns; Melos e Mourões, das faldas da Serra da Ibiapaba; Brilhantes e Limões, de Patu e Camucá; Dantas, Cavalcanti, Nóbregas e Batistas, da Serra do Teixeira; Pereiras e Carvalhos, do médio Pajeú; Arrudas e Paulinos, do Vale do Cariri; Souza Ferraz e Novaes, de Floresta do Navio; Pereiras, Barbosas, Lúcios e Marques, os sanhudos de Arapiraca; Peixotos e Maltas, de Mata Grande; Omenas e Calheiros, de Maceió.


Reservei um capítulo para narrar a saga de Delmiro Gouveia, o coronel empreendedor, e seu enigmático assassinato.

Narro as proezas cruentas dos Mendes, de Palmeira dos Índios, e de Elísio Maia, o último coronel de Alagoas.

A obra contempla ainda outros episódios tenebrosos ocorridos em Alagoas, incluindo a morte do Beato Franciscano, a Chacina de Tapera, o misterioso assassinato de Paulo César Farias e a Chacina da Gruta, tendo como principal vítima a deputada Ceci Cunha.

Narra as dolorosas pendengas entre pessedistas e udenistas em Itabaiana, no agreste sergipano; as façanhas dos pistoleiros Floro Novaes, Valderedo, Chapéu de Couro e Pititó; a rocambolesca crônica de Floro Calheiros, o “Ricardo Alagoano”, misto de comerciante, agiota, pecuarista e agenciador de pistoleiros.


Completo a trilogia com Capítulos da História do Nordeste, em que busco resgatar fatos que a história oficial não conta ou conta pela metade. O livro conta a história do Nordeste desde o “descobrimento” do Brasil; a conquista da terra pelo colonizador português; o Quilombo dos Palmares.

Faz um relato minucioso e profundo dos episódios ocorridos durante as duas Invasões Holandesas, praticamente dia a dia, mês a mês.

Trata dos movimentos nativistas: a Revolta dos Beckman; a Guerra dos Mascates; os Motins do Maneta; a Revolta dos Alfaiates; a Conspiração dos Suassunas.

Descreve em alentados capítulos a Revolução Pernambucana de 1817; as Guerras da Independência, que culminaram com o episódio do 2 de Julho, quando o Brasil de fato se tornou independente; a Confederação do Equador; a Revolução Praieira; o Ronco da Abelha; a Revolta dos Quebra-Quilos; a Sabinada; a Balaiada; a Revolta de Princesa (do coronel Zé Pereira),

Tem capítulo sobre o Padre Cícero, Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos, o episódio da Pedra Bonita (Pedra do Reino), Caldeirão do Beato José Lourenço, o Massacre de Pau de Colher.

A Intentona Comunista. A Sedição de Porto Calvo.
As Revoltas Tenentistas.

Quem tiver interesse nesses trabalhos, por favor peça ao Professor Pereira – ZAP (83)9911-8286. Eu gosto de escrever, mas não sei vender meus livros. Se pudesse dava todos de graça aos amigos...

Vejam aí as capas dos três livros:


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25 de jul. de 2020

PARABÉNS PARA OS NOSSOS ESCRITORES DO MUNDO!

Parabéns para todos os escritores do mundo, em especial para os escritores cangaceirólogos do nosso nordeste brasileiro!

22 de jul. de 2020

MEDICINA NO CANGAÇO

Por Wanessa Camargo

Os cangaceiros conseguiram sobreviver às doenças nas caatingas, graças a uma medicina criada por eles utilizado ervas na maioria. Elas eram levadas nos bornais para chás, emplastos etc. que serviam para tudo. 


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18 de jul. de 2020

APÓS ARRECADAR QUASE 33 MILHÕES DE LIBRAS EM UMA CAMPANHA EM FAVOR DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE, VETERANO INGLÊS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL É SAGRADO CAVALHEIRO PELA RAINHA ELIZABETH II

O veterano de guerra descreveu a cerimônia como ‘extraordinária’ (Foto: Getty)
O veterano da Segunda Guerra Mundial com 100 anos, que levantou quase 33 milhões de libras para O Serviço Nacional de Saúde, que na Inglaterra possuía a sigla NHS, viajou para o Castelo de Windsor com sua família para uma cerimônia verdadeiramente “Única”.
O herói que angariou tanto dinheiro foi convidado à residência real para uma investidura especial com a monarca, o que é raro, pois todas as cerimônias de honra real planejadas para junho e julho foram canceladas devido o coronavírus.
Ele foi visto conversando com a rainha depois de receber a Cavalaria (Foto: Pool / Splash News)
A rainha de 94 anos, que está no Castelo de Windsor antes até do início do confinamento em seu país, realizou pessoalmente o compromisso oficial para homenagem o veterano, que agora passa a se chamar Sir Tom. A rainha elogiou pessoalmente o capitão, dizendo a ele: ‘Muito obrigado, é uma quantia incrível de dinheiro que você levantou’.
O capitão conquistou os corações do país por sua determinação em realizar 100 voltas em seu jardim, na região de Bedfordshire, centro da Inglaterra, antes de completar 100 anos. Depois de começar a arrecadando apenas 1.000 libras, esse montante foi ampliado até quase 33 milhões de libras em doações vieram de todo o mundo.
O capitão Sir Tom Moore foi condecorado pela rainha para agradecê-lo por seus esforços de captação de recursos (Foto: Getty)
A rainha Elizabeth usou a espada que pertencia ao pai, George VI, para apresentar ao capitão Sir Tom as insígnias de Knight Bachelor. A cerimônia ocorreu nos terrenos do Castelo de Windsor, com a presença da família do veterano da Segunda Guerra.
Boris Johnson recomendou que Sir Tom fosse cavaleiro (Foto: Getty)
O Palácio de Buckingham acredita que é a primeira vez na história que a cerimônia é realizada no formato estritamente socialmente distanciado. A chegada da rainha foi anunciada pelo som de gaitas de foles tocadas pelo gaiteiro da rainha, o major Richard Grisdale, do The Royal Regiment of Scotland.
Sir Thomas Moore com sua filha, genro e netos (Foto: POOL / SplashNews.com)
Falando hoje no terreno do castelo, Sir Tom disse: ‘Foi um dia absolutamente extraordinário, você nunca poderia acreditar que aos 100 anos eu receberia uma honraria como essa. Nunca tive o privilégio de estar tão perto da rainha e de falar com ela, isso foi realmente extraordinário.”
Capitão Tom Moore comemorou seu centésimo aniversário em abril (Foto: PA)
Foi revelado em maio que o capitão Sir Tom seria cavaleiro após sua conquista excepcional. O primeiro-ministro Boris Johnson descreveu Sir Tom como um “verdadeiro tesouro nacional”, que “forneceu a todos nós um farol de luz através da névoa do coronavírus”.
Trabalhadores do NHS são vistos com um pôster de aniversário do capitão Sir Tom Moore do lado de fora do Hospital da Universidade de Aintree durante a campanha Clap for Carers (Foto: Reuters)
O PrimeiroMinistro recomendou que o veterano fosse excepcionalmente homenageado pela rainha, que aprovou a decisão. Sua nomeação como cavaleiro acontece apenas algumas semanas depois que ele foi nomeado coronel honorário pelo Royal Army, o Exército Inglês,como uma homenagem  pelo sucesso de sua missão de captação de recursos. Nesta semana, Sir Tom também foi homenageado com uma escultura de bronze encomendada e paga pelo artista de Derbyshire, Gary McBride.
Garry McBride, da Monumental Icons, com um busto de bronze do capitão Sir Tom Moore (Foto: PA)
Sir Tom iniciou sua campanha de arrecadação de fundos para agradecer ao NHS pelo trabalho na linha de frente da crise do coronavírus em seu país. Ele também lançou o slongan da campanha – “Você nunca andará sozinho”, junto com o cantor Michael Ball, que alcançou o número um nas paradas, tornando-o o artista mais antigo a alcançar o primeiro lugar.
O capitão Sit Tom foi descrito como um ‘tesouro nacional’ (Foto: Reuters)
Políticos e celebridades estão entre os fãs do veterano que o parabenizaram hoje. Micheal Ball twittou: “Eu não poderia estar mais emocionado por você, Sir Tom. Você parece esplêndido. Enviando a você o maior abraço deste dia. A glória de uma vida notável”.
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros.
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17 de jul. de 2020

O SERTÃO E O PÃO REPARTIDO

*Rangel Alves da Costa

No sertão, quem vê cara vê o coração. A feição humilde do povo sofrido, o rosto sincero do povo lutador, a tez marcada de esperança do povo trabalhador, tudo isso também revelado no coração desse povo. Um povo sertanejo que não nega sua autenticidade nem vive a inventar uma vida além daquela que realmente possui.
Logicamente que não todos, mas a grande maioria da gente sertaneja guarda em si, dentro da alma, o que mostra na face. É verdadeiro do lado de fora e por dentro, não guardando a desonra de ser diferente daquilo que se mostra no seu dia a dia. Por isso que não adianta pensar em ego sertanejo, mas tão somente uma junção singela de corpo e alma.
Por consequência, não pense em encontrar diferente o que o sertanejo afirma ser de determinado modo. Ou é ou não é, sem rodeios ou embromações. Daí sua coragem de enfrentar a difícil realidade sem medo, daí o seu senso de verdade acima de tudo e de todos. Acaso diga que há três dias não coloca uma panela no fogo por falta de arroz ou feijão, que ninguém duvide do fogão em cinzas.
O senso de enfrentamento sem medo da realidade é o que torna o sertanejo ajustado à terra, ao tempo, ao clima, ao barro, ou ao pingo d’água, à molhação, à semente, à paisagem verdosa de seu sertão. Assim como mandacaru espera mil anos a chuva chegar, mesmo que de braços abertos implorando trovoada, assim também o homem da terra diante de sua esperança imorredoura.
Por isso que nunca vive tempo ruim. Vive tempos difíceis, mas não ruins. Na ótica sertaneja, o ruim é o que é provocado pelo homem, é o que vem a mando ou por feitura humana, mas não aquilo que é da vontade de Deus. Sua alegria e sua tristeza dependem das forças divinas. Os tempos difíceis chegam para que o homem não se esqueça dessa força maior sobre tudo. E é na fé, na oração, na força da religiosidade, que tudo se refaz depois que a trovoada começa a cair.
Mas seja em tempos de bonança, com a terra molhada, a boneca de milho brotando, o feijão em tempo de colheita e a melancia e a abóbora ao redor, ou em tempos difíceis, quando tanto o homem como o bicho não tem o que comer nem beber, a postura do sertanejo é uma só, sem mudar um tantinho assim. A prova disso se dá toda vez que alguém, amigo, conhecido ou forasteiro, bater à porta de sua casinha de cipó e barro.
É nas lonjuras sertanejas, nas moradias esquecidas no meio do mato, ou mesmo nas pequenas propriedades de quintal, malhada e dois bichos berrando, que o homem da terra mostra sua grandeza. Avista-se uma casinha pobre – como de fato é -, um velho umbuzeiro ao redor, um cercado de troncos caídos, uma desolação de doer no coração. Parece casa abandonada, um lar deixado para trás por retirantes da seca. Não se avista ninguém, nada se ouve além dos sons da mataria gemendo a secura e um cachorro magro que surge do nada. Mas eis a pujança da vida.
Lá dentro talvez apenas tamboretes, alguns utensílios de madeira, barro e alumínio, uma imagem do Senhor na parede de barro, um candeeiro apagado, um velho jarro com velhas flores de plástico, pouca coisa mais do que isso. Ou mesmo numa casa mais alentada, com mesa e cadeira de pé, bico de luz, fogão a gás e até rádio ou televisão. Não importa. Pois o que importa mesmo é a forma como o povo dessas moradias recebe o visitante.
Um toque na madeira e o silêncio lá dentro. Passos se arrastam e chegam rente à porta para olhar pela fresta. Se é gente desconhecida, espera-se que se anuncie. “Oi de casa, estou de passagem e queria apenas um copo d’água, se acaso ainda restar no fundo do pote ou na moringa”. “Oi de fora, se vem na paz de Deus, então espere que já vou abrir a porta. A casa é de pobre, mas não deixa de matar a sede de quem caminha debaixo do sol”. E assim a porta vai rangendo para aparecer o olhar sincero do morador. Distante, profundo, parecendo de pouco brilho, mas com uma intensidade que chega a encantar. Não há sorriso ainda, mas dentro da alma o coração já acolhe.
A partir de então o jeito de ser sertanejo se mostra em toda sua dimensão. A moradia é pobre, pouca coisa em cima do fogão ou no armário, mas logo surgirá a xícara apetitosa de café, o pão com manteiga, o pedaço de bolo, a coalhada, o pedaço de queijo, o doce de leite ou de goiabada. A água fresquinha da moringa é oferecida em caneca que chega a brilhar de tão areada. E em tudo um prazer infinito de bem servir.
Assim no sertão, assim no coração sertanejo. Por mais empobrecido que seja, seu pão será repartido e sua acolhida tão cordial que não há palacete mais rico que ao menos pareça com esse reino de grata humildade.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

12 de jul. de 2020

ASSASSINATO DO SARGENTO ANICETO



A morte de um dos líderes da Força Policial Volante alagoana, que participou do ataque ao bando de Lampião na manhã de 28 de julho de 1938 em Angico. Morto por três pistoleiros no dia 12 de maio de 1959 na pequena Mundaú-Mirim no município de União dos Palmares no estado de Alagoas. Embora não tenha participado ativamente do ataque ao bando, João Aniceto Rodrigues dos Santos o conhecido "Sargento Aniceto" foi peça fundamental na trama que culminou na morte do maior cangaceiro de todos os tempos e parte de seu bando. Um homem que teve seu nome envolvido em diversos crimes e assassinatos, segundo a justiça e os jornais da época. Nesse documentário trago de forma narrada algumas matérias que foram publicadas pelo Jornal "Dário de Pernambuco" entre os dias 13 e 17 de maio de 1959, onde é abordado o passo a passo do assassinato do militar. Matéria inédita. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. 

Forte abraço! Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador do canal.

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9 de jul. de 2020

CHICO MARANHÃO - O FAMOSO ( SINHÔ PEREIRA ) O HOMEM QUE COMANDOU O LAMPIÃO

Por Cultura de Lagoa Grande MG



Em meados da década de 1920, alguns ex-cangaceiros, entre eles um dos mais afamados e temíveis representantes do movimento, pisaram em solo patense. Era ele, nada mais e nada menos, do que o mentor de Virgulino Ferreira da Silva, o afamado e terrível Lampião. Trata-se de Sebastião Pereira da Silva (Sinhô Pereira), nascido em Vila Bela-PE (Serra Talhada) no dia 20 de janeiro de 1896. Entrou para o cangaço no intuito de vingar a morte de um irmão, com a aquiescência da família, em 1916, tornando-se um de seus maiores e cruéis expoentes. Um dia recebeu em seu grupo o jovem Lampião, a quem ensinou todos os segredos da decantada guerrilha social na Caatinga. Quando, em 1922, resolveu abandonar a vida de cangaceiro, antes de partir para Davinópolis-GO, deixou o comando nas mãos do pupilo.

Após rodar por várias regiões goianas ele acabou aportando em Patos sem ainda o “de Minas” com alguns de seus colegas. Por aqui, o afamado forasteiro adotou vários nomes e acabou tendo como protetor um dos chefes políticos mais poderosos da região, Cel. Farnese Dias Maciel. Por que ou qual o motivo suscitou a vinda de Sinhô Pereira e outros ex-cangaceiros daquelas lidas cizânicas da Caatinga? Qual o interesse tinha Farnese ao acolhê-los? Coincidência ou não, a época era de altíssima beligerância política entre as famílias Borges e Maciel, um ódio mútuo entre os dois representantes da elite patense que nos proporcionou cenas de extrema violência¹.

Muito provavelmente a pequena população patense da época sabia o porquê o Cel. Farnese adotara aqueles homens, mas não se sabe qual a reação dos simpatizantes do lado Maciel. Quanto ao lado Borges, inevitavelmente houve demasiado descontentamento. Em meio aos imbróglios políticos entre as duas famílias, houve uma tumultuada eleição em março de 1928. Foi instalada na Câmara Municipal uma das quatro seções eleitorais da Cidade. Deiró Eunápio Borges Júnior em seu livro “De Deiró a Deiró − Memórias de um Menino de Recados”, relata:

Então o presidente da seção única instalada, Diniz de Medeiros Diniz, cercado e apoiado por indivíduos mal-encarados, jagunços, quatro dos célebres maranhenses, inclusive o de nome Florentino Araújo, que no momento do tumulto sacou de uma arma e foi desarmado por um investigador, não se lembrando o autor se se encontrava no recinto o Francisco Araújo, Chico Maranhão, Chico Piauí, Sebastião Pereira ou Sinhô Pereira, que comandara Lampião e seu bando e por muito tempo “teve fama de ser o terror do Nordeste” e informa que, após andarem por seca-e-meca, vieram para Minas − para Patos − “sempre procurando paz” (Mirabile dictu!) sob a proteção do Cel. Farnese Dias Maciel (Rev. Manchete de 13/08/77).

Sinhô Pereira se adaptou muito bem aos ares patenses. Aproveitando a vastidão do sertão mineiro e as dificuldades de comunicação na região, que não só prejudicavam o desenvolvimento econômico, como facilitavam se manter escondido, Sinhô envia uma carta para Lampião, provavelmente nos idos das eleições citadas acima, chamando-o para vir a Minas Gerais. A carta animou Lampião, apesar de ele não ter respondido. E ele estava decidido a vir, quando afirmou a Manoel Félix, um de seus coiteiros²: Nós vamos roubar no estado de Minas Gerais. O negócio lá vai ser pesado. Quem quiser ir, vai. Quem não quiser, fica. Estou fechando minhas contas por aqui e cuidando de ajuntar cem homens. Felizmente, Lampião não veio.

Fato é que Sinhô Pereira e seus amigos estiveram, como jagunços, sob as ordens do Cel. Farnese Dias Maciel na guerra política entre as famílias. Só não se sabe o quantitativo de suas ações, o que eles produziram para o bem ou para o mal em prol de seu protetor e principalmente por quanto tempo ficaram por aqui. Certo é que um dia Sinhô Pereira cansou de ser cangaceiro na Caatinga. Certo é que um dia Sinhô Pereira cansou de ser jagunço em Patos, e resolveu dar um fim a essa vida desgranhenta, ancorando-se no anonimato no então Distrito de Lagoa Grande, na época pertencente ao Município de Presidente Olegário³. Quanto aos demais, não há informações confiáveis sobre quais e quantos eram na totalidade e ainda sobre o destino de cada um deles.

Na pequena vila, ninguém sabia quem era Sinhô Pereira, conhecido simplesmente como Francisco ou Chico Maranhão, dono de uma farmácia e capaz de dar um bom conselho a respeito de doenças. Ao seu lado, a neta e vários bisnetos. Na farmácia de Sinhô Pereira, também funcionou uma agência de correio. Em 21 de agosto de 1979, esquecido na pequena comunidade, findou-se a vida de Sebastião Pereira da Silva, o Sinhô Pereira, um dos mais atarantados representantes do Cangaço, mentor de Lampião, e que faz parte da História de Patos de Minas.

Raul Sausmikat, residente em Belo Horizonte e sobrinho-neto de Sinhô Pereira, comenta:

Sou descendente de cangaceiros que foram morar em Patos de Minas (devo dizer que não tenho orgulho desta condição). O Florentino tem um filho que trabalha aqui em Belo Horizonte na Radio Itatiaia (José Lino Souza Barros). Eu sou sobrinho neto do Sinhô Pereira, irmão do Quincas, que também morava em Lagoa Grande. O Quincas Maranhão era casado com minha avó Lica Maranhão, mãe de minha mãe, que morava até sua morte na Rua Juca Mandú, n.º 47. Sinhô Pereira está enterrado em Lagoa Grande.


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