Por Cangaçologia
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Por Volta Seca
Aos fundos está situada a imponente Serra Vermelha. Aos seus pés situa-se a casa grande de José Nogueira. Neste lado da Serra Vermelha - Zona rural de Serra Talhada - PE, nasceu José Nogueira - vulgo Zé Nogueira, morto por Antônio Ferreira irmão de lampião, deixando 06 filhos, sendo Luiz Nogueira e Raimundo Nogueira, os mais famosos e combatentes na luta contra lampião.
Do outra lado da Serra situa-se a Fazenda Matinha onde nasceu Lampião e a Fazenda São Miguel onde nasceu José Saturnino. Ao Sul situa-se o povoado Nazaré do Pico. Graças a luta do nosso avô Luiz Nogueira, gerou-se parte da família Nogueira da Fazenda Serra Vermelha, com centenas de descendentes espalhados pelo mundo.
Este lugar também fora visitado pelos revoltosos - coluna Prestes na mesma época em que ocorria as batalhas do cangaço.
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Por História da Vida Real
ADQUIRA-O ATRAVÉS DESTE NÚMERO: 79 9 8819-3518.
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Por Helton Araújo
Depois da vitória que selou o fim de Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros na grota do Angico em 28 de julho de 1938, os membros das forças volantes ficaram em êxtase total, a alegria de enfim vencer o maior inimigo era gigantesca!
Na imagem podemos ver o soldado Antônio Bertoldo da Silva, usando alguns pertences de Lampião em sua comemoração, entre os tais, estão o chapéu do rei do cangaço, seu fuzil, o punhal, entre outros apetrechos.
Gostou da foto e da postagem? Curte meu trabalho?
Estou fazendo uma rifa com 12 livros do cangaço para sortear, são 12 chances de ganhar. Quer participar?
Entre em contato comigo.
(81) 98510-6323 (WhatsApp)
Helton Araújo
Desde já agradeço.
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Por José Mendes Pereira
Por Aderbal Nogueira
ANA FRANCISCA PONZIO - ESPECIAL PARA A FOLHA
Hoje dona Sila tem medo de cobra e sapo. Nem parece a cangaceira que, há quase 60 anos, participou do bando de Lampião, o mito das caatingas, misto de bandido e justiceiro, que morreu em uma emboscada em 1938.
Costureira aposentada, Sila é viúva de Zé Sereno, homem de confiança de Lampião. Foi ele quem a sequestrou, quando ela tinha 14 anos, para transformá-la em companheira e cangaceira.
Os dois tiveram quatro filhos e ficaram juntos até que um enfarte o matou, em 1981. Na época, já viviam em São Paulo, para onde vieram em 1945, após a anistia concedida por Vargas aos cangaceiros sobreviventes.
Alheia às versões sobre o cangaço, Sila está lançando um livro de memórias.
``Sila - Memórias de Guerra e Paz" narra as experiências da autora desde a entrada no cangaço. ``A partir de meus depoimentos, foi lançado um livro sobre minha vida, em 84. Como a assinatura era de outra pessoa e nunca vi a cor do dinheiro, resolvi contar minha história para que meus netos saibam que fui uma mulher corajosa e batalhadora".
Na verdade, Sila é o apelido que Ilda Ribeiro de Souza ganhou na infância. Nascida na cidade de Poço Redondo, interior de Sergipe, era filha de um fazendeiro. Com oito irmãos, ela perdeu a mãe aos seis anos e o pai aos 13.
Aprendeu a costurar e bordar -habilidade que continuou praticando no cangaço, durante os curtos períodos de trégua policial. Apesar da aridez do sertão, os cangaceiros gostavam de vestir roupas enfeitadas, além de usar jóias.
Andar perfumado era outro hábito dos homens e mulheres do cangaço. ``Ganhávamos perfumes estrangeiros dos fazendeiros que nos protegiam. Banho era mais difícil, só tomávamos quando parávamos em algum lugar seguro."
Ao contrário do que já se disse, os homens do cangaço não costuravam. ``Esta era uma tarefa das mulheres. Cozinhar, sim, era costume dos cangaceiros", diz Sila.
Ela conta que teve um filho um ano após se juntar a Zé Sereno. ``Maria Bonita foi a parteira". Como não eram permitidas crianças no cangaço, Sila entregou o filho, que chamou de João do Mato, aos cuidados de conhecidos de sua família. Muitos anos depois, ela soube que o bebê morreu com poucos dias de vida. ``Era uma vida sacrificada. Só cangaceiro aguentava, os soldados não".
Sila acompanhou o bando, ainda que contrariada com Zé Sereno por tê-la raptado. No segundo dia de cangaço, após muita caminhada, ela presenciou o primeiro confronto entre o bando de Lampião e os mocas, ou macacos, como eram chamados os soldados. ``Com o tempo, a gente vai se acostumando com o que é bom e o que é ruim", comenta Sila, na casa em que mora com o filho mais novo, Wilson, no Butantã (zona oeste de SP).
Sila nunca entendeu bem os porquês do cangaço. ``Não havia muito tempo para conversa".
Contudo, ela guarda boas lembranças dos antigos companheiros. ``Éramos uma família. Todos eram iguais e as mulheres sempre foram muito respeitadas. Os soldados é que faziam barbaridades e botavam a culpa em Lampião."
O rei do cangaço, afirma Sila, era calmo, leal, honesto, valente, tinha senso de justiça e despertava respeito. Já Maria Bonita, era mais espevitada, na opinião de Sila. ``Sempre foi brincalhona."
Na noite anterior à tragédia que abateu o grupo de Lampião, em Angico, em Sergipe, Sila avisou Maria Bonita de que luzes estranhas piscavam ao longe. ``Ela disse que deviam ser vaga-lumes. Na verdade, eram os macacos, já posicionados para nos matar."
Boa corredora, Sila escapou ao cerco que matou Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros, cujas cabeças decepadas foram exibidas em cidades do Nordeste. Alguns meses depois, Sila e Zé Sereno se renderam para enfrentar a legalidade no sul do país. ``Naquela época, nunca pensei que um dia relataria essa história."
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Índice
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/7/30/cotidiano/28.html
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Por José Mendes Pereira
Amigos que acessam este meu blog, José Mendes Pereira Potiguar, vamos completar os 12 milhões de acesso no meu blog acima, que é:
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Se o link não abrir, leve-o ao google que você irá acessá-lo.
O blog é sem fins lucrativos, apenas para a gente ver que você continua o acessando.
Obrigado!
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Por José Di Rosa Maria
Por Robério Santos
As duas imagens aí são meramente ilustrativas, claro que eu não iria estragar a surpresa. Abraço!
https://www.facebook.com/roberio.santos
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Por Lindomarcos Faustino
EM 17 DE JANEIRO DE 1924 - Nasceu o cidadão Francisco de Souza Revoredo, na comunidade de Barreiros, localizada no município de São Gonçalo do Amarante, na época, pertencente à Macaíba/RN. Era o 5º filho da prole de 07 (sete) filhos de Manoel de Souza Revorêdo e Maria Dalila Revorêdo. Dr. Revorêdo ou Cel. Revorêdo, como era conhecido, casou-se em 1946 com Dona Francisca de Sá Revorêdo; ao todo o biografado teve 07 filhos: Ligia Maria Revorêdo Bezerra, Jackson Luiz de Sá Revorêdo (in memoriam), Tanise Revorêdo Ribeiro, Cássia Marone Revorêdo Maciel, Cassisa Murelli de Sá Revorêdo, Carlos Mallet de Sá Revorêdo e César Virgílio de Souza e Silva.
A infância e o início da adolescência foram de trabalho na agricultura e estudo nas escolas públicas disponíveis nas localidades mais próximas.
Ao completar 18 anos, em 1942, ingressou na Polícia Militar do RN no posto de soldado. Ao longo do período militar, fez curso preparatório para Oficial da corporação, período este em que o mesmo residia em Natal/RN, depois foi delegado no Município de Jardim do Seridó/RN e, posteriormente, nomeado delegado da cidade de Mossoró/RN, em 1955, quando inicia um grande vínculo com esta cidade. Mas formou-se no Curso de Direito na faculdade de Maceió/AL, em 1956.
Na cidade de Mossoró, além de Delegado, foi advogado e Diretor do Colégio Estadual Jerônimo Rosado, sendo nomeado o primeiro Diretor do Centro Educacional, onde no seu período foi implantado o Curso Científico, além de ter inaugurado o Ginásio de Esporte Tarcísio Maia e o Auditório Governador Dinarte Mariz. Candidato a vereador em 1958, ficou com a 1ª suplência; em 1962, elegeu-se Deputado Estadual pelo PSD, ocupando o cargo entre 1963 e 1967, no entanto, teve que se reformar, antecipadamente, no posto de Tenente Coronel na Polícia Militar.
Durante a legislatura, mostrou-se um deputado de imensa bravura ao negar-se a votar pela cassação do deputado comunista Floriano Bezerra e mais 04 (quatro) suplentes deste. Porém, não se desviou dos seus princípios democráticos, o apego à constituição e ao Direito. Inclusive foi no plenário o único voto divergente, conflitando com os demais 23 deputados da Casa, fato ocorrido em 1964, em plena ditadura militar, desrespeitando a ordem vinda da Comissão Militar da Revolução pela imediata cassação.
Após este mandato, não conseguiu a reeleição, ficando com a 1ª suplência. No ano de 1968, elegeu-se prefeito do município de Governador Dix-sept Rosado/RN e em 1969 ingressou na FURRN (Fundação Universidade Regional do RN), atual UERN, como professor da Faculdade de Direito, lecionando as disciplinas de Direito Penal e Constitucional. Interrompeu o seu mandato de prefeito um ano antes do término previsto para assumir a Diretoria Administrativa da CERN (Companhia Editorial do RN - Incluía o Jornal A República e o Diário Oficial) a convite do Governador Cortez Pereira (1972). Em seguida, assumiu a Diretoria da EMPROTURN - Empresa de Turismo do RN no governo de Tarcísio Maia (1975), porém, em meados de 1976, saiu desse cargo e voltou para Mossoró, onde passou a ocupar o cargo de Procurador Federal da ESAM, atual UFERSA. Como advogado, foi o precursor da implantação da OAB/RN, subsecção de Mossoró, sendo presidente várias vezes nos períodos de 1968/1969, 1981/1983, 1983/1985 e 1985/1986.
Aposentou-se como procurador federal (UFERSA), em 17/02/1994 e como professor universitário (UERN), em 28/12/1994. Faleceu em 30 de setembro de 2009, na cidade de Mossoró, aos 85 anos, onde viveu a maior parte da sua vida.
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Por José Mendes Pereira
O cangaceiro baiano Manoel Pereira de Azevedo, descendente do lugarejo chamado Salgado do Melão, incorporou-se ao bando do afamado e sanguinário capitão Lampião, com o nome de guerra Juriti, mas o velho guerreiro propôs trocá-lo por Maçarico, mas ele rejeitou o novo nome, por considerá-lo afeminado e impõe a sua vontade de permanecer sendo chamado de Juriti. O capitão, que sempre admirou homens de personalidade e temperamento fortes, concordou, e a partir daquele momento Manoel Pereira de Azevedo ficou no esquecimento.
Era um rapaz de corpo atlético, esguio, louro, cabelos finos, gestos elegantes, boas maneiras, genioso e perverso ao extremo. As desgraças criminosas e malditas do cangaceiro foi vasta e recheada com muito sangue e muitas dores para as vítimas e familiares. Já famoso, Tempos depois, levou para a sua companhia a jovem Maria, uma filha de Manoel Jerônimo, vaqueiro da fazenda Picos.
Na madrugada do dia 28 de julho do ano de 1938, no momento da chacina aos cangaceiros, lá na Grota do Angico, em Porto da Folha, atualmente pertencente à cidade de Poço Redondo, no Estado de Sergipe, o cangaceiro Juriti e a sua companheira Maria tiveram a sorte e conseguiram ludibriar o cerco policial, juntamente com tantos outros que estavam acoitados na Grota do Angico. Naquele triste amanhecer do dia, onze cangaceiros foram abatidos, inclusive o rei Lampião e a sua rainha Maria Bonita, além do volante Adrião Pedro de Sousa.
Após alguns meses do combate de Angico o cangaço quase todo fora enterrado juntamente com o rei Lampião, ficando apenas o bando de Corisco e de Moreno. E cada um tomou o seu destino, e a maioria foi para Jeremoabo, na Bahia, para se entregar às autoridades policiais.
Mesmo sem a presença do rei Lampião e a rainha Maria Bonita, o cangaceiro Moreno continuou o seu movimento até o dia 2 de fevereiro de 1940, quando resolveu abandonar o cangaço, e sem ser identificado por muitos anos, Moreno deixou a vida de bandido e passou a ser homem da sociedade.
Já o cangaceiro Corisco resolveu abandonar a vida de bandoleiro, mas não teve sorte. Mesmo já tendo deixado os horrores para trás, foi baleado pelo Tenente Zé Rufino no dia 25 de maio de 1040. E não resistindo, veio a óbito.
O capitão Aníbal Vicente Ferreira, comandante geral das forças de combate ao banditismo, resolveu o problema dos remanescentes de Lampião com o coração, enterrando a razão.
Ofereceu uma nova vida aos cangaceiros, assinou todos os documentos necessários à soltura, dando-lhes garantia de liberdade, encaminhando-os para se incorporarem novamente à sociedade.
Juriti foi um deles, que juntamente com Maria e o cangaceiro Borboleta (este sendo irmão do assecla Sabonete), entregaram-se às autoridades, sendo liberado. Mas o Juriti não sabia que alguém o procurava.
Na década de quarenta, por má sorte de Juriti o delegado de Canindé era o Amâncio Ferreira da Silva, um militar mais famoso daquela região, o sargento Deluz. Mesmo ele sabendo que o movimento social de cangaceiros havia acabado, procurava com prazer os remanescentes de Lampião, só para exterminá-los.
Em 1941, Deluz era proprietário de uma fazenda denominada Araticum. E nessa madrugada, Juriti estava em Pedra D'água de rede armada e cachimbo aceso na casa de um amigo, o Rosalbo Marinho. Assim que tomou conhecimento da presença de Juriti em Pedra Dágua, Deluz resolveu ir aprisionar o pássaro humano.
Juriti lhe disse que era um homem já liberado pela justiça e não podia ser preso, uma vez que o capitão Aníbal havia lhe dado documento de soltura. Mas o delegado Deluz não quis saber disso. Prendeu-o e juntamente com os seus capangas, levaram o assecla com destino a Canindé, nas terras do Estado de Sergipe, arrastando o pássaro humano que logo iria morrer. Juriti sabia que não havia milagre, e não se cansava de chamá-lo de: "Covarde".
Ao chegarem a uma fazenda denominada Cuiabá, Deluz deixou a estrada e entrou na caatinga. Em uma capoeira, chamada Roça da Velhinha, fizeram uma fogueira.
Fogo pronto, os perversos jogaram o ex-bandido dentro do língua de fogo. As chamas famintas principiaram pelas vestes. Juriti sentindo as labaredas assando o seu corpo gritava de dor e ódio:
"Covardee!... Covarde!... Covard...! Cov...!" A sua voz foi sumindo como um eco bem distante, e em pouco tempo, o fogo assou o Juriti, consumindo as suas carnes vivas.
Mas as maldades do Deluz contra o Juriti ele pagou caro conforme Alcino Alves Costa, De Luz foi executado em uma tocaia encomendada por seu sogro, em 1952.
Fonte da minha pesquisa: Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico.
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Foi um dos dias mais tristes, que se teve notícia em toda, Chapada Diamantina, 16/05/1931 saindo para aliviar o calor após jantar, o Coronel Horácio Queirós de Mattos, sai com sua filhinha, Horacina de Mãos dadas, quando recebe dois tiros, pelas costas, efetuados pelo guarda civil, Vicente Dias dos Santos, este alegou que foi por vingança, lógico que um bode expiatório, vou colocar um texto a seguir, erros de nomes, mas vale apena ler....O Assassinato do Coronel Horácio de Mattos.
16 de maio de 1931, no “A Tarde”: Numa explosão de ódio, um guarda civil mata a tiros o cel. Horácio de Mattos, tradicional chefe sertanejo Declarações attribuídas ao criminoso que não se arrepende do que fez No Largo 2 de Julho fora um homem assassinado! E correu gente para o local. Phisionomias assustadas indagavam o nome da victima.
A reportagem policial d’A TARDE movimentou-se chegando ao local do crime minutos após. O facto se dera precisamente ás 7 horas e 30 minutos da noite. Uma onda enorme de curiosos fechava em circulo o cadaver do coronel Horacio de Mattos, tradicional chefe politico sertanejo. estava deitado de bruços sobre o leito da linha de bondes, que vae da rua Democrata, antiga do Hospicio, no local entre o Armazem Novo elegante e a rua do Areial de Baixo, tinha o pescoço retorcido, vendo-se com segurança um filete de sangue que escorria de sua bocca semi-aberta, onde brilhava uma fila de dentes de ouro. Caído ao lado estava o seu chapéo de feltro, preto. A fio comprido, junto a sua mão direita, encontrava-se a sua inseparavel bengala de bastão de ouro.
Vestia um terno preto, tendo preso entre os botões do collete o seu relogio que marcava 7 horas e 40 minutos. Desfigurado embora, na crispação da morte, reconhecemos a figura do cel. Horacio de Mattos.
E o criminoso? Era a pergunta que faziam todos os presentes. As hypotheses formuladas sobre a figura do autor da morte eram as mais desconcertadas. De arma em punho, conseguira evadir-se ladeira do Areial a baixo, perseguido pelo clamor publico.
Com a chegada dos legistas Arthur Ramos, que se encontrava de plantão, e Estacio de Lima, aquelle perito de lapis e papel em punho procurou fazer ali mesmo um schema do local do crime e outros apontamentos para a descripção da perinecroscopia. A camisa de listra do cel. Horacio de Mattos estava manchada de sangue no lado esquerdo, na altura do peito aberta a mesma constataram se dois ferimentos por bala um na ponta do mamillo, com a sua destruição e outra a 5 ou 10 centimetros mais a cima.
Neste momento, o delegado Tancredo Teixeira, que não se fizera esperar tomava todas as providencias necessarias, não só para a identificação do criminoso, como tambem a sua captura. Varias pessoas apontavam como testemunhas do facto os emprgados do armazem Novo Elegante. Um rapazinho de nome Gonçalo Braga levado á presença da autoridade, explicou:
- Vi o assassino. Era um homem alto , cheio de corpo, todo de escuro e chapéo de palha. Atirou contra o cel. Horacio de Mattos, de frente, fugindo em seguida, ladeira abaixo, de arma em punho.
Come esta declaração do rapazinho, mil conjecturas foram feitas pelos presentes. O prof. Estacio de Lima, neste momento, providenciava a remoção do corpo para o Instituto Nina Rodrigues. Do cadaver fora tirado um revolver “schimidt” com 6 balas intactas e a importancia total de 5:020$200.
A reportagem d’”A TARDE” avida por colher notas para o noticiario de hoje, interrogava os presentes. Ninguem sabia ao certo como se dera o crime, mas affirmavam que o criminoso atirara de frente, com segurança, quando o cel. Horacio de Mattos passava em frente ao Areial de Baixo. Ao longe, ficaram vendo-o tres moças e uma menor.
As moças eram as suas cunhadas Amerina, Ayda e Maria e, a menor, a sua filha Horacina. Ao verem os disparos, aquellas moças entraram com a menor, apenas indo até junto ao corpo a de nome Amerina, a quem o guarda civil ali presente pediu que se retirasse. O cel. Horacio de Mattos morava actualmente com a sua familia na residencia do seu compadre e amigo o ex-deputado dr. Arlindo Senna, á rua Accioly, 17. Depois de ter jantado saíra para ver a sua cunhada de nome Arlinda que se encontrava doente. Mal sabia que ali perto, na esquina da rua do Areial, a morte o esperava traiçoeiramente.
Foi preso o assassino! O assassino entregou-se á prisão!
Foram estas as primeiras palavras que se ouviu, quando o corpo do cel. Horacio era posto no caixão. O delegado Tancredo Teixeira juntamente com algumas testemunhas do facto, dirigiu-se para a Secretaria de Policia. O criminoso ia ser identificado. Quem seria? Porque matara? era inimigo da sua victima ou agira sob alguma influencia extranha? Pairavam duvidas. Emquanto isto o legista Arthur Ramos, de vela em punho, examinava o local do crime, procurando as capsulas das balas.
Chegada a caravana na Secreataria de Policia e conhecido o autor do crime, foi geral a estupefação. Era elle o guarda civil 97, Vicente Dias dos Santos, que servira ha dias na Delegacia da 2ª Circumscripção. Era tratavel com todos e tinha com comportamento.
Como explicar o caso? Elle, entretanto, mostrava-se de uma calma apparente. De quanto em quando esboçando um leve sorriso, sorriso amarello, dizia: - Foi um bandido que desappareceu...
O delegado Tancredo Gteixeira a esta sua primeira phrase, deitou-o incommunicavel. - Era preciso - disse a autoridade - ia ouvil-o sob sigillo.
Aquella determinação do delegado Tacredo Teixeira foi o bastante para augmentar a curiosidade de todos.
- Porque teria o guarda morto o cel. Horacio de Mattos?
No entanto, a reportagem da A TARDE assim que teve conhecimento do nome do accusado, desvendou todo o mysterio. O guarda civil 97, pelo que parecia tinha um odio de morte do cel Horacio. A ninguem elle negava a sua magua. Conta o criminoso que a sua familia, que era de Morro do Chapéo, de onde é filho, foi bastante perseguida pelo cel. Horacio. Que o que elle fizera fora apenas “tirar uma fera do sertão”.
O cel Horacio de Mattos, proseguiu, de uma feita mandara espancar o seu irmão de nome Pedro Dias dos Santos, garimpeiro do cel. Aurelio Goudim. Que o povo de Horacio depredou fazendas do seu pae, denominadas “Alagoinhas” e “Duas Barras”, que fica no Morro do Chapeu. Que elle proprio fôra jurado pela gente da sua victima, não podendo ir áquelle municipio. O crime não premeditara. Encontrava-se no local, accidentalmente, quando viu o seu inimigo passar. Teve logo uma repulsa medonha, comettendo o crime e fugindo, indo esbarrar numa casa á rua da Gameleira, onde se entregou a Cicero Mullulo e o seu collega de n.27. A sua arma comprara por 40$ em mão d eum soldado revolucionario.
É do conhecido publico o modo porque foi preso o accusado. O sr. Olival Salles Pontes, empregado do Archivo criminal, conta que ao ver passar o acusado deu o alarma com um apito.elle, porem, não se intimidou, e apezar de grande numero de pessoas que corriam ao seu encontro foi esbarrar na casa 17, á Gamelleira casa do sr. Eusebio dos Santos, onde procurou occultar-se. Foi ali - disse a testemunha Cicero Mullulo que fui buscalo-o. Elle entregou-se a mim e ao guarda 27 sem a menor relutancia. Queria apenas que garantissemos a sua vida. Chamado um auto de praça foi elle transportado para a Secretaria de Policia. Alem do revolver, Vicente estava armado com um punhal que foi tambem entregue ao delegado Tancredo Teixeira.
Pela manhã de hoje, foi procedido o exame de necroscopia pelos legistas Egas Muniz e Arthur Ramos.Notaram logo elles tres orificios de entrada e dois de saída. O primeiro orificio de entrada no 7° espaço intercostal esquerdo, a 4 centimetros á esquerda da columna dorsal; trajecto: transfixiando a massa pulmonar esquerda, lesando ligeiramente o ventriculo esquerdo, saindo ao nivel da região precordial (4° espaço intercostal esquerdo). Segundo orificio de entrada na região axillar direita, atravessando o pulmão direito, lesando a aorta ascendente, e saindo na 3ª costella, fracturando-a ao nivel da articulação chondro-esternal, á esquerda. Hemorrhagia fulminante, 3 litros de sangue liquido e coagulos na cavidade pleural. 3° orificio de entrada ao nivel do acromio esquerdo, encontrando-se um projectio de chumbo (de revolver) encravado no omoplata esquerdo. Em suma: foram 3 disparos de traz para diante e da esquerda para a direita. Morte por hemorrhagia fulminante, por lesão larga da aorta ascendente.
O cel Horacio de Queiroz Mattos era de côr branca, casado com d. Augusta Medrado de Mattos, negociante fazendeiro, era residente em Lençóes e encontrava-se nesta cidade preso sob palavra. Deixou cinco filhinhos menores Horacina, Tacio, Judith, Horacio e Ruth. O seu corpo, ás 12 horas de hoje, foi removido para a residencia do sr. Arlindo Senna, á rua do Accioly de onde sairá o enterro para o cemiterio do Campo Santo.
FONTE - http://cariricangaco.blogspot.com/ (crédito das fotos Horacina já Adulta, Historiador e professor, Rubens Antonio, Horacina no velório do pai, ainda criança, Jornal a tarde).
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