13 novembro 2025

O CODÓ DE MOSSORÓ.

  Por Geraldo Maia do Nascimento

A Praça Bento Praxedes, no centro de Mossoró, é ainda hoje conhecida por muitos como “Praça do Codó”. Poucos, no entanto, sabem de onde vem essa denominação pejorativa para aquele logradouro.

A resposta remonta às campanhas políticas dos anos 50 e 60, quando a maioria dos comícios eram ali realizados.  E foi exatamente na campanha presidencial de 1950 que o tal batismo ocorreu. Naquele ano, o candidato da UDN, brigadeiro Eduardo Gomes, veio a Mossoró para realizar um grande comício.  A comissão organizadora contratou um empreiteiro local para construir o palanque lá na Praça Bento Praxedes. O palanque foi construído, pintado e decorado com cartazes do candidato. Como acontece até os dias atuais, palanques de presidenciáveis são bastante concorridos. E naquele ano não foi diferente. Na noite de 18 de agosto de 1950 aconteceu o comício. Uma grande quantidade de pessoas subiu ao palanque, não só candidatos, mas também as esposas e parentes. E com o excesso de peso, o palanque caiu. Segundo o historiador Raimundo Soares de Brito, que esteve presente naquele comício, o que aconteceu foi que o empreiteiro que construiu o palanque, talvez para facilitar o seu trabalho, montou o piso apoiado em tambores metálicos, que não suportando o peso achataram-se, fazendo com que o tablado caísse e com ele todos os seus ocupantes.  Pior ainda, todos que ali estiveram fracassaram em suas candidaturas políticas, inclusive o brigadeiro.

Duarte Filho

Depois desse acidente, uma série de outros eventos programados para a Praça Bento Praxedes terminaram em derrotas, como foi o caso da campanha para governador do Estado de 1955, quando o Dr. Duarte Filho, candidato a vice do Dr. Manoel Varela, viu sua campanha ruir. Insistindo em realizar seus comícios sempre naquela praça, o mesmo aconteceu em 1958 e em 1963, nas campanhas para prefeito, quando o Dr. Duarte Filho enfrentou, respectivamente, Antônio Rodrigues de Carvalho e Raimundo Soares, perdendo as eleições, chegando a eleger-se apenas em 1966, ao Senado Federal. E segundo as más línguas, só depois que o feitiço da praça foi exorcizado.

Ao que consta, foi o Dr. Vingt Rosado quem batizou a praça de “Codó” como uma forma de diminuir os ânimos dos adversários, pois codó quer dizer azar ou carma negativa, em dialeto africano.

Coube ao então Deputado Federal Aluísio Alves a tarefa de exorcizar a praça. Estava ele em campanha para Governador do Estado em 1960, tendo ganhado de seu adversário político Dinarte Mariz o apelido de “Cigano”, com a intenção de chamá-lo de falso, mentiroso. Ao invés de se incomodar com o apelido, resolveu tirar proveito do mesmo transformando-o em marketing de campanha. Assumiu a condição de cigano e, conhecedor que era do “codó”, passou a anunciar que iria exorcizar o feitiço da praça. Para tanto valeu-se dos microfones da Rádio Difusora, para mobilizar o eleitorado de Mossoró em memoráveis passeatas, cujo percurso varava as madrugadas, terminando sempre na Praça do Codó.  Assim foi sua campanha vitoriosa para governador em terras mossoroenses, Com a vitória de Aluísio, estava quebrado o codó da praça. Cinco anos mais tarde voltava Aluísio a mesma praça em campanha que elegeu seu sucessor, o Monsenhor Walfredo Gurgel. Era o “cigano feiticeiro” que voltava a praça, onde uma multidão o esperava portando, além dos já tradicionais lenços verdes, símbolo de campanha, trajes de cigano que passou a ser mais um símbolo aluizista, em alusão ao exorcismo do codó da praça. O feitiço estava quebrado, mas o nome já tinha sido incorporado a Praça Bento Praxedes, que mesmo sem os fluidos negativos ficou sendo conhecida com “Praça do Codó”.

Pesquisador e historiador Geraldo Maia do Nascimento

https://www.omossoroense.com.br/o-codo-de-mossoro-por-geraldo-maia-do-nascimento-gemaia1gmail-com-www-blogdogemaia-com/

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12 novembro 2025

A CRUELDADE DO CANGACEIRO ZÉ FORTALEZA COM O JOVEM CHAMADO BEIJO.

  Por Nas Pegadas da História

https://www.youtube.com/watch?v=_5SwakXrwFc

A crueldade do cangaceiro Zé Fortaleza com o jovem chamado Beijo #cangaço O período do cangaço foi marcado por acontecimentos tristes que envolvia violência e crueldade. A tragédia ocorrida com o jovem Beijo, diante da crueldade do cangaceiro Zé Fortaleza, foi mais um desses acontecimentos em que diariamente o sertanejo estava sujeito a sofrer. Assista neste vídeo este triste acontecimento na história do cangaço. Se INSCREVA em nosso Canal e acione o SINO para receber a notificação de novos vídeos. ASSISTA TAMBÉM:    • O valente que enfrentou na bala, Lampião e...      • O valente que enfrentou na bala, Lampião e...      • De Maria de Déa a Maria Bonita #cangaço #m...      • A morte do cangaceiro quinta feira e o eng...      • Lampião causa terror em Quixaba. #lampião   ✔✔👍 Contribua com qualquer valor a partir de 1 Real com o Canal: chave PIX jflavioneres@gmail.com ⬇️⬇️LIVROS SOBRE O CANGAÇO: https://bit.ly/49uEqv5 Nosso contacto: jflavioneres@gmail.com #HistóriasDoCangaço #Cangaço #Cangaceiro

ALERTA AOS NOSSOS LEITORES!

Quando estiver no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir desculpas. Desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional. Você poderá ser vítima. 

As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão.
 
Você poderá não conduzir arma, mas o outro conduzirá uma maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.

Guarda na mente este lembrete quando estiver no trânsito. Não se exalte. 
Calma! Calma!

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10 novembro 2025

PEDRO NÉL PEREIRA - UMA LONGA VIDA DE TRABALHO E HONESTIDADE - DOIS ANOS DE SAUDADES!

  Por: José Mendes Pereira

Pedro Nél Pereira nasceu no dia 17 de Abril de 1922, na Fazenda Duarte, município de Mossoró. Se sair de Mossoró em um automóvel, gastará no máximo 10 minutos. Era filho de Manoel Francisco Pereira (Seu Néo) e de Herculana Maria da Conceição (Madrinha Herculana, como chamava a vizinhança, e  netos e bisnetos a chamavam de Mãenanana, Mananana ou ainda mamãenana).

Pedro Nél Pereira

Pedro Néo Pereira nasceu e se criou na Fazenda Duarte, propriedade de Francisco Duarte (Chico Duarte), tendo sido educado por dona Chiquinha Duarte, esposa do fazendeiro. Após o seu casamento continuou sendo morador do fazendeiro, só saindo de lá quando conseguiu comprar uma pequena propriedade, no dias de hoje pertence aos herdeiros. 

Chico Duarte e dona Chiquinha Duarte

São poucos mossoroenses que não conheceram Pedro Nél Pereira; costumeiramente ele organizava no mês de Outubro a festa de São Francisco, e após o leilão, o fole gemia nas noites enluaradas do Sítio São Francisco, de sua propriedade.

Pedro Nél Pereira

Nos anos 40 prestava serviços ao exército brasileiro, em Natal, quando foi convocado para participar da guerra da Alemanha, juntamente com tantos outros mossoroenses. Mas para sorte de todos, quando estavam no navio para partirem, receberam a notícia que a guerra havia acabado. 

Pedro Nél Pereira

Pedro Nél Pereira foi agricultor, membro efetivo de dois Conselhos Comunitários de Mossoró, membro efetivo do Sindicado dos Trabalhadores na Lavoura de Mossoró, durante 40 anos. 

Pedro Nél é o segundo da fila.

Foi fundador da Capela de São Francisco de Assis, no Sítio São Francisco e suplente vereador de Mossoró. Pedro Nél Pereira recebera por merecimento patente 2º tenente do exército. 


Era pai de 16 filhos: Nilton Mendes Pereira, Francisco Mendes Pereira (já falecido), Eneci Mendes Pereira, Antonio Mendes Pereira, Maria das Graças Pereira, José Mendes Pereira, Luzia Mendes Pereira, Anzelita Mendes Pereira, Antonio Mendes Sobrinho, Raimundo Mendes Pereira (falecido), Elizabete Mendes Pereira (falecida), Maria do Carmo Mendes Pereira (falecida), Laete Mendes Pereira, Eliete Mendes Pereira, (falecida), Antonia Vera Lúcia Mendes Pereira e Lúcia do Carmo Mendes Pereira.


Pedro Nél Pereira faleceu no dia 10 de Maio de 2010, em Mossoró, aos 89 anos; não deixou nenhuma intriga durante  o período em que viveu. Foi compadre de  trinta e um casais, incluindo os padrinhos dos seus filhos. Durante a sua vida soube considerar todos os seres humanos. Jamais fez intrigas, apenas lutava para manter amizades sinceras sem menosprezar ninguém.


Completou este ano 14 anos que ele partiu para a eternidade. Pedro Nél Pereira era pai do administrador deste blog.

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09 novembro 2025

QUASE NADA...

Por José Mendes Pereira

 

Quase Nada é o nome de fantasia do meu comércio. Muitos dizem que eu devo colocar Quase Tudo, mas eu não quero, porque seria propaganda enganosa. Eu não tenho tudo e nem quase tudo. Basta este nome mesmo.

Eu coloquei esta logomarca do meu comércio no blog, somente para guardar nele, só vi que me esqueci, e findei publicando, mas como ela foi bem acessada, vou deixar aqui mesma publicada.

https://josemendespereirapotiguar.blogspot.com/


08 novembro 2025

WE FOUND THE CANGACEIRO PEITICA | CNL | 1639.

  Por Robério Santos

youtube.com/watch?v=qBW9gP9H-5c&vl=pt

ADENDO:

Comentário de Gabriel Torres:

Grande vídeo, Robério!

Sou neto da Adalgiza, que bom poder ver minha vó contando e mostrando fotos da história da minha família! Obrigado por divulgar, ótimo vídeo como sempre!
PS: No vídeo ela disse estar com 70 anos, mas na verdade tinha 75. Hoje ela conta com 81. Infelizmente ela tem Alzheimer e está morando em São Paulo com nossa família.
youtube.com/watch?v=qBW9gP9H-5c&vl=pt
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07 novembro 2025

ZÉ NEGRINHO...

 Por Euridice Barro dos Santos

 Zé Negrinho, um dos campeões da luta de peito e em quem Lampião fazia altas apostas.

Morava no Povoado Nambebé, Paulo Afonso-BA.
Referência: Livro Maria Bonita A Rainha do cangaço. Sua Biografia.
Autor João de Sousa Lima.

https://www.facebook.com/photo?fbid=886963513664969&set=gm.2320374838433679&idorvanity=471177556686759

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04 novembro 2025

S BOMBAS AMERICANAS DESTROEM CIDADES DE HIROSHIMA E NAGASAKI NO IMPÉRIO JAPONÊS.

 Por José Mendes Pereira



Morrer pela pátria é uma coisa sem graça e sem sentido. Por que morrer pela pátria se os que deveriam estar lá, lutando pelo a defesa do seu país, ficam escondidos em suas mansões, só ordenando que ataquem isso ou aquilo? Eu, hein! Jamais morrerei pela minha pátria!


A nuvem de cogumelo sobre Hiroshima após a queda da Little Boy - pt.wikpedia.org 

Os ataques com grande poder de destruição às cidades de Hiroshima e Nagasaki, ocorridos no final da Segunda Guerra Mundial, realizados nos dias 6 de agosto e 9 de agosto do ano de 1945, contra o Império do Japão, foram feitos pela Força Aérea dos Estados Unidos da América, com ordens de Harry S. Truman, que na época era presidente dos Estados Unidos.
 


Após seis meses de horrorosos bombardeios, os Estados Unidos  tentavam convencer o Japão desistir da batalha, atacando outras cidades,  mas só conseguiram vencer o Japão com a mais potente bomba atômica "Little Boy", soltando em uma segunda-feira, sobre a cidade de Hiroshima. 

Em 6 de Agosto de 1945 às 8:15am, uma bomba atômica carregada de Urânio explodiu 580 metros acima da cidade de Hiroshima com um grande Flash brilhante, criando uma gigante bola de fogo, a temperatura no centro da explosão chegou aos 4,000ºC. Mandando raios de calor e radiação para todas as direções, soltando uma grande onda de choque, vaporizando em milisegundos milhares de pessoas e animais, fundindo prédios e carros, reduzindo uma cidade de 400 anos à pó. O que era de árvores foram todas destruídas com o forte calor
 
Em Hiroshima foi jogada a bomba atômica “Little Boy” e, três dias depois, a bomba “Fat Man” em Nagasaki. Até os dias de hoje, as duas bombas foram as únicas . - www.infoescola.com   

Três dias depois, no dia 9, a "Fat Man" caiu sobre Nagasaki. Historicamente, estes são até agora os únicos ataques onde se utilizaram armas nucleares. As estimativas, do primeiro massacre por armas de destruição maciça, sobre uma população civil, apontam para um número total de mortos a variar entre 140 mil em Hiroshima e 80 mil em Nagasaki, sendo algumas estimativas consideravelmente mais elevadas quando são contabilizadas as mortes posteriores devido à exposição à radiação. A maioria dos mortos eram civis.

 
No dia 3 foi a vez de Nakasaki, recebendo de presente a bomba “Fat Man”. Até os dias de hoje, as duas bombas foram as únicas .http://pt.wikipedia.org/wiki/Fat_Man 

Com a destruição em massa dessas duas cidades e milhares de mortos em poucos segundos, o Japão resolveu entregar os pontos no dia 15 de agosto de 1945. Mas para isso, foi obrigado assinar oficialmente da sua rendição em 2 de setembro, na baía de Tóquio,  e finalmente foi anunciada o fim da II Guerra Mundial.

Que destino tomou esta criança - corujapaideia.blogspot.com 

O papel dos bombardeios atômicos na rendição do Japão, assim como seus efeitos e justificações, foram submetidos a muito debate. Nos Estados Unidos, o ponto de vista que prevalece é que os bombardeios terminaram a guerra meses mais cedo do que haveria acontecido, salvando muitas vidas que seriam perdidas em ambos os lados se a invasão planejada do Japão tivesse ocorrido. No Japão, o público geral tende a crer que os bombardeios foram desnecessários, uma vez que a preparação para a rendição já estava em progresso em Tóquio.

Vítima da crueldade do homem - corujapaideia.blogspot.com 

As Bombas Atômicas que atingiram Hiroshima e Nagasaki ficaram em nossas mentes. Todos os dias, as imagens são uma mistura da devastação das terras e prédios. Imagens chocantes das ruínas, mas quanto as vítimas? 


Foi lançada a primeira bomba atômica da nossa história, na cidade de Hiroshima, Japão. Somente no primeiro instante foram mortas mais de 70.000 pessoas, ... - eleteimou.blogspot.com 

O calor provocados pelas bombas, foi tão intenso que  tudo foi vaporizado. As sombras dos parapeitos foram imprimidas no chão. Em Hiroshima, tudo o que sobrou de alguns humanos, sentados em bancos de pedras próximos ao centro da explosão, foram as suas silhuetas.


A explosão da bomba hiroshima fez os relógios pararem 8:15 

Adultos e crianças foram incinerados ou paralisados em suas rotinas diárias, os seus organismos internos entraram em ebulição e seus ossos carbonizados. Que maldade dos homens! No centro da explosão, as temperaturas foram tão quentes que derreteram concreto e aço. Dentro de segundos, 75,000 pessoas foram mortas ou fatalmente feridas. As mortes causadas pela radiação ainda aconteceram em grandes números nos dias seguintes. “Sem aparente motivo as suas saúdes começaram a falhar. Eles perderam apetite. Seus cabelos caíram. Marcas estranhas apareceram em seus corpos. E eles começaram a ter sangramentos pelas orelhas, nariz e boca”.

Médicos “deram aos seus pacientes injeções de Vitamina A. Os resultados foram horríveis. E buracos começaram a surgir em seus corpos causado pela injeção da agulha. Em todos os casos as vítimas morreram”. Como pode!

Hibakusha é o termo usado no Japão para se referir as vítimas das bombas atômicas que atingiram Hiroshima e Nagasaki. A tradução aproximada é “Pessoa afetada por explosão”.

Eles e suas crianças foram vítimas da falta de conhecimento sobre as consequências das doenças causadas por radiação.

olavosaldanha.wordpress.com  - Hiroshima e Nagasaki 

Muitos deles foram despedidos de seus empregos. Mulheres Hibakusha nunca se casaram, muitos delas tinham medo de dar a vida para uma criança deformada. Os homens também sofreram discriminação. “Ninguém quis se casar com alguém que poderia morrer em poucos anos”.

Em 10 de Agosto de 1945, o dia depois dos ataques à Nagasaki, Yosuke Yamahata, começou a fotografar a devastação. A cidade estava morta. Ele caminhou através da escuridão das ruinas e corpos mortos por horas. Mais tarde, ele fez as suas últimas fotos próximas a estação médica, ao norte da cidade. Em um único dia, ele completou o único registro fotografico logo após às bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki.

O  sonho acabou - julia-nopaisdasmaravilhas.blogspot.com 

A detonação da Little Boy, como era chamada a bomba que causou a morte de mais de 250 mil pessoas em Hiroshima, foi ouvida até nas cidades vizinhas. Ela destruiu tudo o que encontrava num raio de dois quilômetros e meio, devastando vegetação e estrutura da cidade. Porém, o aporte térmico da bomba teve um alcance ainda maior. A detonação daFat Man sobre Nagasaki causou tanta destruição quanto em Hiroshima.

Vida findada - olavosaldanha.wordpress.com

 Sobreviventes que sofreram fortes queimaduras devido a propagação do intenso calor, fora da área de explosão, andavam pelas ruas sem saber o que havia acontecido. A radioatividade se espalhou provocando chuvas ácidas, causando a contaminação da região, incluindo lagos, rios, plantações. Os sobreviventes foram atendidos dias depois, o que ocasionou a morte lenta e agonizante de muitos.

Até os dias de hoje, os descendentes dos habitantes afetados sofrem os efeitos da radioatividade. 

Fonte: Wikipédia

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02 novembro 2025

VOLTA SECA - 05 SE EU SOUBESSE - (Toada) TodaAmérica 1957 LP.

 Por Raízes Nordestinas - Music.

Antônio dos Santos (Saco Torto, 13 de março de 1918 – Estrela Dalva2 de fevereiro de 1997), conhecido como Volta Seca, foi um cangaceiro sergipano do bando de Lampião. Entrou para o cangaço aos onze anos de idade, após cometer, com apenas dez anos, seu primeiro homicídio. Assim como Lampião, também foi comparado ao fora da lei Jesse James.[1]

Biografia

Entrada no cangaço

O cangaceiro mais jovem do bando de Lampião, Antônio dos Santos, mais conhecido como Volta Seca, ingressou no bando com apenas 11 anos, por causa de brigas frequentes com sua madrasta e, também, segundo ele, por fugir da polícia por ter assassinado o homem que estuprou sua irmã, aos dez anos de idade, indo para o grupo.[1] Suas funções diárias se limitavam a banhar os cavalos, lavar louças, roupas sujas e espionar cidades que havia muitos policias em ronda, passando desde logo a ser o famoso Volta Seca. Tanto apanhou que se passou a ser um dos cangaceiros mais violentos de todo o bando. Apesar de semialfabetizado, escrevia com muita facilidade versos e também compunha músicas que o bando inteiro conhecia e entoava com entusiasmo quando estava acampado em alguma fazenda sob proteção do próprio dono.

Em 1929, Volta Seca participou da chacina de Queimadas.[2][3]

Prisão, fugas e indulto

Volta Seca foi preso três vezes, tendo fugido nas duas primeiras.[4] Na primeira vez, aos quinze anos, em março de 1932, após ser capturado na Bahia, foi transferido para um presídio em Salvador.[5] Nessa ocasião, duas mil pessoas recepcionaram sua chegada à cidade, antes de ser levado à cadeia.[2] Em 1939, enquanto se encontrava preso, foi visitado por Irmã Dulce, canonizada em 2019, que tocava sanfona para os prisioneiros.[2] Em 1944, conseguiu escapar do presídio, em companhia de Manoel Pompilio,[6] e foi caminhando da Bahia até Sergipe, percurso que demorou vinte dias.[2] Empreendeu a segunda fuga em 1946.[6]

Volta Seca em frente ao Elevador Lacerda, após ser libertado

À revelia do Código de Menores de 1927, em vigor na época, que estabelecia a maioridade penal aos dezoito anos de idade,[7] Volta Seca foi julgado, aos quinze, e sentenciado a 145 anos de prisão.[8][3] Ulteriormente a pena foi reduzida para trinta, e, finalmente, para vinte anos.[5] O cangaceiro relatou, aliás, ter solicitado intervenção de Irmã Dulce para conseguir diminuir a pena.[2] Além disso, foi objeto de estudos de antropologia criminal por Estácio de Lima, médico-legista, e Arthur Ramos, diretor do Instituto Nina Rodrigues, que constataram a ausência de "estigmas lombrosianos" em Volta Seca e advogaram pela sua libertação, visto que o direito à ampla defesa também não foi respeitado.[5] Inclusive, Estácio de Lima o convidou a trabalhar no Instituto.[3] Em 24 de março de 1952,[3] após vinte anos preso, foi liberado do cárcere em decorrência do indulto presidencial concedido Getúlio Vargas e solicitado, pessoalmente, pelo médico quatro vezes.[3] O dinheiro que acumulou no presídio, cerca de oito contos de réis, doou aos pobres após deixar a cadeia.[2]

Vida após o cangaço

Após deixar o cangaço, Volta Seca teve treze filhos e trabalhou na Estação Barão de Mauá.[4][1][2] Gravou, em 1957, o LP de 10 polegadas "As cantigas de Lampeão", com direção do maestro Guio de Morais e narração do locutor da Rádio Nacional, Paulo Roberto.[9] Lançado pela gravadora Todamérica, o disco continha as músicas do Cangaço, entre elas "Mulher Rendeira" e "Acorda Maria Bonita".[2][4]

Em 1952, colaborou no célebre filme O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto, oferecendo seu testemunho sobre a vida no cangaço.[10] Em 1963, procurou a redação do jornal A Tarde, descontente com boatos de que ele se dedicou, no cárcere, ao ofício do crochê e com a sugestão de que ele fosse homossexual, publicada em uma reportagem de 27 de março de 1957 do jornal soteropolitano: "na Penitenciária dedicou-se a tarefas mais próprias às mulheres, executando trabalhos em ‘tricot’ de fino gosto! Quando parecia que deixava a prisão marcado por uma anomalia sexual, casa-se cá fora ‘Volta-Seca’, hoje já sendo pai por duas vezes".[4]

Volta Seca faleceu aos 78 anos vítima de um enfisema pulmonar.

Representações culturais

A personagem Volta Seca, no livro Capitães da Areia (1937), de Jorge Amado, foi inspirada no cangaceiro Antônio dos Santos.[11] Segundo o jornalista Gilfrancisco Santos, doutor honoris causa pela Universidade Federal de Sergipe,[12] essa representação desagradou Volta Seca, que chegou a ameaçar o escritor baiano.[4]

O cordel Volta Seca – Um menino no Cangaço, de Gonçalo Ferreira da Silva, narra a história de Antônio dos Santos.[13]

Foi representado por Zé Katimba no desfile da Imperatriz Leopoldinense no Carnaval de 2023 sobre Lampião.

Referências

 «O Pasquim encosta na parede o Jesse James do Nordeste: Volta Seca, o cangaceiro» 🔗O Pasquim. 1973. Consultado em 21 de outubro de 2023

 «Sanfoneira, Irmã Dulce visitava presídios e atendeu até cangaceiro de Lampião». Folha de S.Paulo. 10 de outubro de 2019. Consultado em 21 de outubro de 2023

 Cadena, Nelson. «Com sanfona, Irmã Dulce visitou cangaceiro e intercedeu por ele». www.correio24horas.com.br. Consultado em 21 de outubro de 2023

 TARDE, A. (29 de maio de 2021). «A trajetória de Volta Seca, o menino do bando de Lampião». A TARDE. Consultado em 21 de outubro de 2023

 Domingues, Petrônio (3 de agosto de 2017). «O "Corisco Preto": cangaço, raça e banditismo no Nordeste brasileiro». Revista de História (176): 01–39. ISSN 2316-9141doi:10.11606/issn.2316-9141.rh.2017.119973. Consultado em 21 de outubro de 2023

 «Fuga sensacional de Volta Seca»Gazeta de Notícias (16): p. 8. 19 de janeiro de 1946. Consultado em 21 de outubro de 2023

 «Crianças iam para a cadeia no Brasil até a década de 1920». Senado Federal. Consultado em 21 de outubro de 2023

 Fernandes, Millôr (1973). «E isso é isso - carta editorial n.º 14»O Pasquim. Consultado em 21 de outubro de 2023

 «Volta Seca». Dicionário Cravo Albin. Consultado em 22 de outubro de 2023

 Neves, Anderson (28 de fevereiro de 2013). «Entre o western e o nordestern : os possíveis diálogos de Lima Barreto e Glauber Rocha no cinema cangaço (O cangaceiro 1953, Deus e o diabo na terra do sol 1964 e O dragão da maldade contra o santo guerreiro 1969)»doi:10.14393/ufu.di.2013.140. Consultado em 21 de outubro de 2023

 Bakuzis, Alida (1984). «Reformismo e roupagem revolucionária: uma comparação das forças sociais de mudança em Esteiros e Capitães da Areia». Mester (2). ISSN 0160-2764doi:10.5070/M3132013729. Consultado em 21 de outubro de 2023

 «Portal UFS - UFS concede título de Doutor Honoris Causa ao jornalista, pesquisador e professor Gilfrancisco». www.ufs.br. Consultado em 21 de outubro de 2023

 SILVA, Gonçalo Ferreira da. Volta seca um menino no cangaço. [S.n.t.].

Bibliografia

Fontes, Oleone Coelho (1999). Lampião na Bahia 3. ed ed. Petrópolis: Vozes. ISBN 8532617085

https://www.youtube.com/watch?v=WMzKY4zQ6BA

Volta Sêca – Cantigas de Lampeão 1957 – Todamérica #01. Acorda Maria Bonita (Volta Seca) #02. A laranjeira (Volta Seca) #03. Ia pra missa (Volta Seca) #04. Mulher Rendeira (Volta Seca) #05. Se eu soubesse (Volta Seca) #06. Sabino e Lampeão (Volta Seca) #07. Escuta donzela (Volta Seca) #08. Eu não pensei tão criança (Volta Seca) Para Baixar Esse Disco Clique Aqui....http://www.forroemvinil.com/volta-sec...

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O CODÓ DE MOSSORÓ.

   Por Geraldo Maia do Nascimento A Praça Bento Praxedes, no centro de Mossoró, é ainda hoje conhecida por muitos como “Praça do Codó”. Pouc...