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11 fevereiro 2017

CHUVA FINA NA VIDRAÇA

*Rangel Alves da Costa

Não há mais jardim nem flores vivas ao amanhecer. Foram-se os beija-flores, os colibris, as borboletas, a passarada. Pétalas despedaçadas sobre canteiros tristonhos e feios. Sem motivos para primaveras, os outonos chegam e devastam tudo.

Não há mais flores perfumadas sendo colhidas por mãos jovens e viçosas, por olhares sublimes e cativantes, onde a cada roseiral que passa vai deixando no jardim um aroma mulher. Apenas mãos trêmulas e olhares tristes que ajeitam as flores de plástico sobre a mesa e depois seguem até a janela para entristecer e chorar.

Não mais manhãs de sombreados alvoreceres nem madrugadas de galo cantando a vida que nasce. Não há mais o silêncio dos gatos cansados dos gemidos em telhados nem o leve sereno que sempre cai entre a noite escura e as portas de um novo dia. Apenas as portas e janelas que se abrem sem as canções sentimentais do passado.

Não há mais cheiro bom de café torrado em fogão de lenha nem cuscuz ralado fumaçando perfume e sabor. Não há mais fogão de lenha queimando pelo garrancho de madeira seca nem as brasas vivas que esperavam morrer pelo sopro. Apenas os bicos abertos nos fogões a gás e a tristeza de não dar sabor aos alimentos de cada manhã e do dia inteiro.

Não há mais a poesia da chuva caindo sobre a vidraça nem corações desenhados sobre o embaçamento molhado. Não há mais mãos saudosamente apaixonadas riscando amorosas palavras nem olhares nublados ante os amores distantes. Não há mais chuva caindo na noite, na madrugada ou amanhecer. Apenas as solidões molhadas nos amores adormecidos.

Não há mais o banho em nudez debaixo da chuva nem a canção prazerosa de se entregar aos pingos que das nuvens caem. Não há mais quintais para banhos nem pessoas que se sintam seguras na sua nudez debaixo da chuva caindo. Não há mais chuva, não há mais chuva caindo. O que desce e molha é apenas o pingo. Não há mais chuva, não há mais chuva caindo.


Não há mais grilos cantando nos ocos dos paus em noites de lua cheia nem vaga-lumes faiscando em meio às noites mais negras e sem lua. Não há mais olhos escondidos na noite nem a poesia da lua descendo sobre as vagas mais solitárias. Não há mais o romantismo de se viver a noite em sua imensidão nem o prazer incontido de viver a dois todos os mistérios das noites. Apenas noites que chegam e se vão como a própria lua que vai sumindo depois de mais nada iluminar.
Não há mais mãos dadas pelos caminhos ou passos abrindo sulcos pelas areias da estrada. Não há mais mãos dadas em direção ao alto da montanha nem corpos deitados sobre as relvas para a poesia do amor. Não há mais livro marcado em folha seca nem cadernos de poesias com poemas marcados em batom ou molhados de lágrimas. Apenas os livros fechados ao belo e os vazios nos amores e nas existências.

Não há mais a saudade profunda e chorada por um profundo amor. Não há mais retratos beijados nem cartas lidas e relidas. Não há mais palavras tortas em cartinha apenas para dizer que tanto ama e sente saudade. Não há mais janelas abertas para os sonhos e a esperanças de breves retornos. Não há mais os olhares ao longe dos caminhos e avistando nas curvas a esperançosa chegada de um amor ausente. Apenas os dias que passam em silêncio e as noites que passam em agonia.

Não há mais corpos nus em beijos e abraços. Não há mais amores verdadeiros em corpos nus em beijos e abraços. Não há mais quereres verdadeiros e prazeres absolutos em corpos nus e entregues a beijos e abraços. Não há sequer beijos e abraços. Apenas corpos nus em busca de qualquer prazer, como se o sexo fosse início e fim daquilo que o corpo tanto quer em busca de felicidade e contentamento.

Não há mais poeta nem poesia. O que restou foi o caderno perdido de um poeta triste e que partiu na dor de suas palavras.

Escritor
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09 fevereiro 2017

CERTIDÃO DE ÓBITO!


CERTIDÃO DE ÓBITO DO (CANGACEIRO) CRISTINO GOMES DA SILVA ( CORISCO) LAVRADA EM MIGUEL CALMON BAHIA CAMARCA DE JACOBINA EM 27-DE MARÇO DE 1940...!!!!

(Palavras do Meu amigo Sgt. Manoel Santana)

Olá, Guilherme! amigo velho, essa certidão de Óbito do cangaceiro Corisco é algo extraordinário. Onde podemos observar alguns dados interessantes: Profissão: Bandido, Domicílio: Nômade. O Sargento José Fernandes da Silva que declarou o óbito de Corisco, deve ter ficado famoso naquela época, pela façanha de ter matado o temido Corisco com tiros de metralhadora.

Abraço.
Sgt. Santana.
Serrinha - BA.
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08 fevereiro 2017

O ENTUSIASMO DE QUEM MERECE!

Por Manoel Severo

O Entusiasmo e alegria do renomado pesquisador e escritor Oleone Coelho Fontes ao ser homenageado pelo Grupo Lampião Cangaço e Nordeste, e pelo Cariri Cangaço Floresta 2016, ao lado de Cristiano Ferraz

Imagens valem mais que mil palavras!




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LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS

Por José Irari

Muito já se escreveu sobre Lampião e o Cangaço. Pesquisas sérias e valiosas. Lampião e Padre Cícero são os mais biografados no Brasil. Mas entre todos os livros sobre Lampião e o Cangaço, prefiro "Lampião a Raposa das Caatingas " do escritor José Bezerra Lima Irmão. Um livro completo, o escritor estudou quase tudo do tema e sintetizou no seu livro, foram 11 anos de pesquisas. Mas valeu!!!

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06 fevereiro 2017

DONA MARIA SALEM DUARTE

Por José Mendes Pereira
Foto do acervo do pesquisador Lindomarcos Faustino e do Site de jotamaria-mulherrn.blogspot.com

Dona Maria Salem Duarte era esposa de Francisco Duarte Filho o  ex -senador Duarte Filho. Eu muito a conheci. Quando o seu esposo Duarte Filho foi eleito a Senador da República, foi morar em Brasília, mas ela ficou em Mossoró.

Senador Duarte Filho

Como eu era aluno do internato "Casa de Menores Mário Negócio de Mossoró", e a diretora deste estabelecimento de ensino era Ana Salem de Miranda sua irmã, fiquei durante alguns meses dormindo em sua casa para lhe fazer companhia, já que os seus filhos eram casados e não podiam lhe acompanhar. Posteriormente, ela adquiriu uma moça que lhe fazia companhia, e eu deixei de dormir neste casarão.

Esta era a residência do senador Duarte Filho em Mossoró - Hoje o Palácio da Resistência de Mossoró

Dona Maria Salem Duarte apesar de ser uma mulher da alta sociedade de Mossoró era uma muito simples.

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CONHEÇA O MUSEU DO SERTÃO DE MOSSORÓ

Por José Mendes Pereira
https://www.youtube.com/watch?v=v3O_pfImfL4

Se você quiser conhecer "O MUSEU DO SERTÃO DE MOSSORÓ", no Estado do Rio Grande do Norte, este blog anuncia o dia, mês e horários das visitas. É só você programar a sua viagem para conhecê-lo. 

O Museu do Sertão de Mossoró não faz parte de nenhum órgão público, é uma criação do cearense professor, escritor Benedito Vasconcelos Mendes.




Ao longo dos anos ele vinha colecionando peças do sertão, posteriormente abriu suas portas para o público de Mossoró e de todas as partes do Brasil. 

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03 fevereiro 2017

E NA SUA OPINIÃO, QUEM ERA O CANGACEIRO MAIS VALENTE DO NORDESTE BRASILEIRO?

Por José Mendes Pereira

Afirmar qual deles era o mais valente é muito difícil, porque cada um tinha um comportamento. Existiram cangaceiros perversos, mas ser perverso, não significa que é valente.


Alguns escritores dizem que o cangaceiro Mané Moreno era perverso ao extremo, mas era muito frouxo, que na hora do “pega pra capar” (como diz o ditado popular) pelas volantes policiais, ele saía correndo das matas, e às carreiras entrava em outras matas, temendo ser morto e degolado por ali mesmo pelos policiais.

Foram 5 os mais falados cangaceiros chefes de bandos de facínoras:

O Cabeleira

1 - José Gomes o verdadeiro Cabeleira. Um indivíduo totalmente desajustado, ele mesmo não sabia o motivo de suas perversidades contra as pessoas. Matar para ele, era o seu lema, matar, matar, matar... Não merece ser classificado como valente.

Jesuíno Brilhante

2 – Jesuíno Alves de Melo Calado Jesuíno Brilhante. Foi considerado um cangaceiro gentil-homem, um tipo de Hood, adorava e era adorado pela população pobre. Exigia que o que era dos pobres era dos pobres. Além disto, também era defensor dos fracos, das crianças agredidas, dos velhos e das moças ultrajadas. Tinha coragem para lutar contra os poderosos, mas só matava caso fosse obrigado. Por isso não podemos considerá-lo homem valente. Apenas, justiceiro.

O cangaceiro Antonio Silvino

3 – Manoel Baptista de Morais ou Antonio Silvino escolheu como nome de guerra Antônio Silvino, em homenagem a um tio, Silvino Aires também bandoleiro. Antonio Silvino era apelidado de "Rifle de Ouro".

Conforme a pesquisadora da Fundaj, Semira Adler Vainsencher, ele representou um pouco antes de Lampião, o mais famoso chefe de cangaço, substituindo cangaceiros célebres tais como Jesuíno Brilhante, Adolfo Meia-Noite, Preto, Moita Brava, o tio Silvino Aires e o próprio pai. Mas Lampião o chamou de covarde 

“- Antonio Silvino foi um covarde, porque se entregou às forças do governo em consequência de um pequeno ferimento”.

Entre suas façanhas, arrancou trilhos, prendeu funcionários, e sequestrou engenheiros da Great Western, que implantava o sistema ferroviário na Paraíba. Homem covarde não é valente. 

Sinhô Pereira. Só o tamanho dava medo a quem o encontrasse por aí.

4 – Sebastião Pereira da Silva o Sinhô Pereira. Este poderia ter sido considerado o homem mais valente chefe de cangaceiros, mas infelizmente, teve que abandonar o cangaço por solicitações do Padre Cícero Romão Batista, e também se queixava de problemas reumáticos.

O Sinhô Pereira era tão bravo, tão valente, que em uma entrevista que cedeu ao jornal “O Globo” 02 de setembro de 1971, ele já estava com 75 anos disse o seguinte: 

Foto do Sinhô Pereira

“- Prefiro ficar aqui com as minhas netas, meus parentes e meus amigos. Aqui enterrei o passado. Minha presença em Pernambuco pode reacender velhos ódios”. 

No meu entender, este sim, era um homem muito valente. Mas desistiu do cangaço por motivos de saúde, e a pedido do religioso padre Cícero Romão Batista. Mas devido ter desistido do cangaço não é merecedor do título de homem valente. Mas era muito valente. Só não pode receber o título.

O rei Lampião

5 – Virgolino Ferreira da Silva (O nome Virgolino do cangaceiro Lampião é com “O”, segundo documento que recebi do pesquisador Chagas Nascimento e também informação do escritor João de Sousa Lima. Habituem-se escrever com “O”) o Lampião.

Na minha simples e desconfiada opinião, de todos os tempos, incluindo facínoras comandados e chefes de bandos, o cangaceiro mais valente foi o rei Lampião. Mas, por quê?

Virgolino Ferreira da Silva - o Lampião, ao seu lado o irmão Antonio Ferreira da Silva. Atrás está o outro irmão Levino Ferreira da Silva e Antonio Rosa.

O cangaceiro Lampião vivia no cangaço protegido pelos seus irmãos Antonio e Livino, mas em 1925, perdeu o Livino Ferreira da Silva, assassinado em combate. 2 anos após, foi a vez de Antonio Ferreira da Silva assassinado por acidente, pela arma do cangaceiro Luiz Pedro no momento em que jogavam cartas de baralho.

Antonio Ferreira da Silva irmão de Lampião

A partir daí Lampião começou a ficar sozinho no cangaço, isto é, sem irmãos. Mas em 1927, mais ou menos, Ezequiel Ferreira da Silva o irmão mais novo resolve registrar a sua carteira de bandido na empresa do irmão “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia”. Por último, apenas 2 Ferreiras estavam no cangaço.

Ezequiel Ferreira da Silva

Mas no início da década de 30, o Ezequiel Ferreira da Silva foi assassinado, e a partir daí o velho guerreiro Lampião teria que ficar sozinho no meio daquelas feras humanas. Ninguém por ele, ninguém a defendê-lo de uma possível traição de cangaceiros, apenas Maria Bonita fazia parte da sua vida, por ser sua companheira fiel. 

Lógico que Maria Bonita era a sua amada que muito o respeitava e jamais foi usou traições conta ele. Mas o homem tem 5 sentidos: 2 errados e 3 perdidos, já a mulher tem 3: Faz, diz e nega. Os outros cangaceiros poderiam ser seus amigos, ou inimigos a qualquer momento.

Maria Bonita e Lampião

Mas parece que o rei do cangaço o Lampião havia nascido mesmo para administrar homens maldosos, malucos, perversos, irritados, estressados, porque todos o respeitavam, todos o admiravam, todos o obedeciam, e sabe-se que ele batia forte (verbalmente) no momento de educar um louco da sua empresa, mas o apanhado baixava a cabeça, e ali mesmo, o ouvia sem dizer uma palavra contra ele.

Imagina bem, um homem sem nenhum mais da família para protegê-lo ou defendê-lo de uma possível traição, ficar ali, no meio de homens, que a qualquer momento, poderiam organizar uma rebelião contra ele, matando-o pelo o poder, pelo ouro, pelo dinheiro, etc...

Sila a cangaceira companheira do Zé Sereno

Muitos ali, estavam no cangaço, porque existiam ramificações de membros da família envolvidos no cangaço, como: os irmãos Sabonete e Borboleta, Sila e seus irmãos, Os Engrácias como Zé Sereno, Cirilo, Mané Moreno, Zé Baiano...

Mané Moreno, Zé Baiano e Zé Sereno primos entre si. O cangaceiro Zé Baiano é primo carnal do cangaceiro Zé Sereno

Ainda bem, que praticamente não houve traições de cangaceiros contra ele, apenas o Antonio de Engrácias lhe fez algumas gracinhas... e outro que eu não estou lembrado do seu nome no momento.

Por tudo isso, eu considero o cangaceiro e perverso sanguinário Lampião como o mais valente de todos.

O que escrevi não tem nenhum valor para a literatura lampiônica.

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AS CANTORAS GÊMEAS.

  Por Saudade Sertaneja Célia Mazzei (Célia) e Celma Mazzei (Celma) nasceram em Ubá, Minas Gerais, em 2 de novembro de 1952. Irmãs gêmeas, i...