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14 dezembro 2018
12 dezembro 2018
ESPINHOS DE PONTA AFIADA
*Rangel Alves da Costa
“Decerto Brió, decerto. O que espinha a gente num é espinho de mato não, Brió. E tenha certeza disso. Espetada de mandacaru é dor que passa. Pinicada de facheiro é dor que passa. Prefiro a espetada do mato, na dor que dói e que passa, do que a espetada do povo. Espinho de gente tem cura não. A pele pode nem ferir, mas o coração agoniza pela maldade, pela falsidade e pela injustiça...”.
Já me lanhei de tufo de mato afiado. Mas veja, amigo Brió, o sangue escorrido foi sangue logo sumido. Um arranhãozinho e acabou. Também sei o quanto coça urtiga e cansanção. Na pele, é mesmo coisa de endoidar. Mas digo, continuo dizendo que nada igual à urtiga e cansanção que vem da língua do povo, da boca maldosa do povo. Uma gente que só não é arma de vez porque a natureza num quis assim, mas que tem o mesmo poder de matar.
Coisa de ponta afiada tem por todo lugar da mataria. garrancho de catingueira parece faca amolada. Espinha de quipá fez estrago até no olho de Lampião. O que não se avista de repente, no instante seguinte já tá pinicando a pele. Ponta afiada, miúda, a pessoa nem imagina o estrago que faz. Depois do sangue jorrado e da marca na pele, então é tudo em acabação. Mas duvido Brió, duvido compadre, que eu num prefira mil vezes ser arranhado e azunhado assim.
Como disse compadre, a dor das coisas do mato é dor que passa. Pode ser a ponta de pau mais afiada do mundo, pode ser o espinho mais perigoso do mundo, pode ser a navalha em forma de folha, mas nada igual à selva do homem. No mato, o espinho está por todo lugar, mas na cidade o espinho está em tudo. O espinho envenenado está no olho, na boca, na mão, no pé, no corpo inteiro. É um povo que já olha matando. É uma gente que já enterra antes de matar. E todo mundo contra todo mundo, até parente contra parente. Já vi bicho de mato maldoso, mas igual ao bicho homem não há igualia no mundo.
Sei não, compadre, sei não. Já nem sei de quantas espinhadas eu já tomei em minha vida de mato. Em cima do cavalo ligeiro, todo encourado, mas de repente a ponta do espinho acertando bem onde estava desguarnecido. Na lide de caçador, cortando mataria e todo tipo de tufo de mato, vez por outra eu me via sangrando sem ao menos saber o que era. Ora, mas era espinho, ponta de tudo enfiando na pele. Doía, ardia, sangrava, mas não demorava muito e tudo já tava cicatrizado. Agora pergunto compadre, ponta de língua afiada cicatriza na honra, na alma, no mais profundo do ser humano?
Vou dizer mais compadre, vou dizer mais. Dizem que espinho de palma faz até o sujeito perder o dedo se não cuidar logo depois de ter enfiado na pele. É assim mesmo, pois o bicho parece que tem veneno. Mas dito bem. O risco está no descuido e no deixar pra lá. Ainda assim, o espinho de palma num chega nem perto da língua de muita gente. Uma vez ferido pela língua, uma vez sangrado pela afiação da maldade, tudo desanda de vez, pois é morte certa. Não a morte de acabação, mas a morte daquilo que de melhor a pessoa pode ter, que é o seu nome, a sua honra, a sua reputação. E tudo pode acabar por causa desse espinho maldoso do fi da peste.
Bom mesmo, compadre, era que cada gente assim tropeçasse em si mesmo e caísse com tudo em cima da ponta afiada. E ao levantar já num tivesse serventia de nada. Envenenado tava e envenenado continua. Acabar o mal pelo mal”.
Escritor
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10 dezembro 2018
O REPENTE DA TROVOADA
Clerisvaldo B. Chagas, 10 de dezembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
“Crônica”: 2.022
Bem-te-vi anuncia a trovoada
No galho mais fino d’aroeira
Gavião procura a quixabeira
Jararaca escapole da estrada
O macaco se coça na quebrada
O trovão inicia um tiroteio
O cachorro dispara sem um freio
O céu abre na base luz e risco
Um só golpe na força do corisco
Lasca a velha braúna bem no meio.
Quando vem trovoada na fazenda
Espanta marimbondo e mangangá
Se afunila o focinho do preá
O mocó dispensa sua agenda
Urubu não encontra mais merenda
Tanajura alça voo cai no chão
Dá um tempo o mergulho do carão
O muar na cancela é acuado
A raposa vacila no varjado
Perde o rastro as antenas do furão
A bica amarrada não aguenta
Com o peso da chuva na latada
O gatão dispara na zoada
Um menino se engasga com pimenta
A onça se entoca e fica atenta
A criada escorrega no batente
Relampeia pra os lados do Nascente
O tempo escurece e vira grude
Quando poca as paredes do açude
Um sapão bem gordo vai à frente.
Bate a chuva na terra sobe o cheiro
Que até espinheiro bota flor
De abelha tem beijo e beija-flor
E os cachos mais brancos do pereiro
A jurema, a urtiga, o imbuzeiro
Catingueira, angico e mororó
Por ali canta o galo carijó
Avisando a quem tá de atalaia
Essa noite vai ter rabo-de-saia
O tempero mais forte do forró
Quando cai trovoada é um colosso
Na lagoa improvisa o cururu
Maricota faz doce de caju
O meu cão pega carne larga o osso
A mulher puxa a corda deixa o poço
Enxurrada faz rego na ladeira
Pertinho da porta da traseira
Depois de comer uma pamonha
A patroa faz riso sem-vergonha
Com seu velho pelado na biqueira
No sertão quando desce a enxurrada
Vai lambendo as barreiras dos caminhos
Uma rês se engancha nos espinhos
Tem goteira na telha revirada
O jumento dá popa na baixada
O vaqueiro se abriga no grotão
Cozinheira pita no cachimbão
A patroa risonha bate a saia
Mostra a ele a calcinha de cambraia
E os dois gemem na boca do pilão.
FIM
09 dezembro 2018
BRASIL IMPERIAL A PALMATÓRIA
“A Palmatória” Fotografia de Hermann Kummler, Pernambuco 1861. No Brasil a prática da Palmatória era comum entre os professores a fim de castigar alunos em sala de aula, também era usado por donos de escravos como instrumento de tortura. Somente nos Anos 1970 a prática passou e ser considerada crime no Brasil.
https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/?epa=SEARCH_BOX
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05 dezembro 2018
REUNIÃO NO GECC DE FORTALEZA
Por Benedito Vasconcelos Mendes
O destacado jurista PAULO Quesado FAZ PALESTRA NO GECC SOBRE AS MINAS DE COXA DO PADRE CÍCERO Em Uma Importante Reunião realizada Ontem (04-12-2018) Pelo Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará-GECC, o eminente jurista cearense Paulo Quesado proferiu Uma Importante Palestra Sobre as minas de cobre do Padre Cícero Romão Batista (Mina do coxa).
Assistiram à palestra referida, destacadas do Mundo fortalezense cultural, ELAS dentre, o Professor Melquíades Pinto Paiva, anfitrião fazer evento, o Presidente da Dinamarca SBEC- Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, Professor Benedito Vasconcelos Mendes (Mossoró), o Presidente fazer GECC, Pesquisador Ângelo Osmiro Barreto, Presidente da Academia Lavrense de Letras, escritora Cristina Couto, o Palestrante Paulo Quesado, o cineasta Aderbal Nogueira, o Jornalista e escritor Barros Alves, Como Professoras Arair Pinto Paiva e Susana Goretti Lima Leite, Pesquisadores OS fazê tema Cangaço, Ezequias Menezes Aguiar, Daniel Cruz, Galileu, Arlindo Moreira Barreto e MUITOS Outros.
Enviado pelo professor, escritor e pesquisador do cangaço Benedito Vasconcelos Mendes.
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04 dezembro 2018
INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
Por Francisco Pereira Lima
Na próxima semana irei receber este livro: "Apagando o Lampião: Vida e Morte do Rei do Cangaço" de Frederico pernambucano de Mello, que será lançado hoje 05/12. A expectativa sobre a obra é grande.
Vamos adquirir ao preço de R$ 60,00 com frete.
Reserva:
franpelima@bol.com.br e
Whatsapp 83 9 9911 8286.
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02 dezembro 2018
ESPERANÇA BRASILEIRA: OS “BICUDOS” VOLTAM A CANTAR LIVRES NO HABITAT DA MATA ATLÂNTICA !!
Por Luiz Serra
Praticamente extinto, o pássaro Bicudo que teve destruído seu habitat, o Bicudo de canto célebre, mais parecido som de uma flauta, já está sendo observado nas matas de São Paulo, onde era considerado extinto.
Um grupo de pesquisadores do Ibama revelou que o pássaro criticamente ameaçado, teve cerca de 200 espécies soltas há dois anos, em trabalho do Museu de Zoologia de São Paulo.
Linda imagem
Parte dos animais foram doados por criadores e sobreviviam em cativeiro, nesta condição estima-se que haja milhares de Bicudos (em gaiolas e viveiros). Havia um consenso que somente a salvação do pássaro se daria por meio de criação em viveiros.
Primeiro foram dez casais libertados numa reserva protegida do Estado de São Paulo e passaram a ser monitorados por ornitólogos e protegidos pela polícia ambiental e guardas particulares.
O teste nos anos seguintes, saber se com a expansão a caça devastadora aos Bicudos não iria reaparecer.
Bicudo. Mata Atlântica SP. Bioma Legal
O motivo da caça, o canto especialíssimo que faz com que o pássaro seja vendido em média por R$ 80 mil chegando até a R$ 400 mil...
Tanto em São Paulo, quanto no Parque Nacional das Emas, Goiás, e ainda no sul de Mato Grosso, estão sendo observados “Bicudos” que já procriam no seu habitat natural.
Bicudo. Mata Atlântica SP. Bioma Legal
Para ouvir o canto do Bicudo em criatório: entrar no Youtube e teclar: “Bicudo Chumbinho Canto Flauta Goiano”.
No mais, é ler o poema de Mário Quintana:
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
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