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14 maio 2020

1918 – APONTAMENTOS DE UM FARMACÊUTICO DO SERTÃO NORDESTINO SOBRE A PANDEMIA DE GRIPE ESPANHOLA

Engana-se quem pensa que a Gripe Espanhola atacou basicamente Natal. Conforme podemos ver na capa da edição do dia 7 de dezembro de 1918 do jornal O Município, de Jardim do Seridó, a peste também o interior potiguar. O artigo descrevendo essa doença nessa comunidade, assinado pelo farmacêutico Heráclio Pires Fernandes, está aqui reproduzido.
Rostand Medeiros – Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
O blog TOK DE HISTÓRIA, sempre honrando e primando pela ideia de democratizar a informação histórica, trás para seus seguidores e visitantes uma interessante história envolvendo o farmacêutico Heráclio Pires Fernandes, da cidade potiguar de Jardim do Seridó, e a pandemia de gripe espanhola de 1918.
Na primeira página do jornal local O Município, edição de 7 de dezembro de 1918, utilizando os seus conhecimentos e observações Heráclio Pires apontou as alterações relativas a virulência da doença, mesmo achando que a doença não tinha a “a gravidade que muitos supõem”. Comentou as características e sintomas mais significativos da gripe espanhola, entre estes a alteração na cor e volume da urina dos atingidos. Entre outros apontamentos o farmacêutico jardinense criticou fortemente àqueles que vendiam remédios tidos como milagrosos no sertão e que a prática era antiga, que Heráclio apontou como sendo ainda das “eras do sertão colonial e semisselvagem”.

Na foto vemos os principais templos católicos de Jardim do Seridó. Com suas duas torres temos a Matriz de Nossa Senhora da Conceição e no alto o Santuário do Sagrado Coração de Jesus.
Trago agora esse interessante texto escrito há quase 102 anos e após discorro sobre a figura de Heráclio Pires Fernandes.
O Nosso estado Sanitário
A Influenza Espanhola
Parece querer assumir caráter epidêmico entre nós a terrível que de norte a sul do país faz vítimas diariamente e trás em sobressaltos as populações.
Depois de um primeiro assalto do mal em que foram atingidas algumas pessoas neste município, apenas alguns casos esporádicos e benignos registraram-se até bem pouco tempo; ultimamente, porém, uma recrudescência furiosa da terrível infecção, desta vez com um caráter mais sério, tem feito algumas vítimas entre nós, não sendo pequeno o número de pessoas acamadas em consequência dela. Mesmo assim não a motivos para alarma-se a população, pois, está provado que o mal não tem a gravidade que muitos supõem.

Revista Fon-Fon, 1917.
A gripe ou influenza é uma moléstia infectocontagiosa que vem acompanhada de fenômenos catarrais dos órgãos respiratórios, ou do tubo gastrointestinal; de ordinário, declara-se subitamente, não se podendo demonstrar a existência de um estado de incubação por quaisquer fenômenos subjetivos ou sintomas premonitórios.
A moléstia principia bruscamente, com febre elevada, cefaleia, dores articulares, calafrios, anorexia, prostração, insônia, tosse e perturbações broncas pulmonares ou gastrointestinais, conforme a forma patológica de que é acometido o individuo.
Como preservativo contra a terrível infecção bacilar, a ciência medica não conhece nenhum específico senão as rigorosas medidas de asseio reclamadas pela higiene e as preocupações que esta aconselha em casos de epidemia; uma vez acometido do mal, o doente deverá guardar o leito, observar dieta, alimentando-se de caldos e leite, não se expor as correntes de ar e evitar as bebidas frias, as frutas e as causas de fadiga moral ou física.

No passado chamava muito atenção dos visitantes de Jardim do Seridó, um coqueiral as margens do Rio Seridó.
Geralmente, ao manifestar-se a doença, com a elevação da temperatura, a urina do paciente torna-se logo vermelha e escassa; aqueles que quiserem observar uma boa dieta, não deverão deixar o leito e voltar as suas ocupações habituais antes que a febre tenha caído de todo e que a urina tenha retomado a cor habitual.
Com um bom regime, evita-se a mais perigosa de todas as complicações da influenza, que é a pneumonia bi lombar. Quando a influenza complica-se deste síndroma, a morte, por astenia cardíaca, é a regra em tais casos, pelo que, o célebre professor *luchard (primeira letra ilegível) sentenciou que “o mal é no pulmão e a morte no coração”.
A influenza é moléstia muito sujeita a recaídas pelo, que, é de alta conveniência que na convalescência, mesmo dos casos benignos, os doentes observem alguma cautela e um bom regime tônico, a que se deve chegar progressivamente.

Outro aspecto de Jardim do Seridó, considerada uma bela cidade do sertão potiguar.
A terapêutica medicamentosa da gripe ou influenza é bastante conhecida e limita-se ao emprego dos sudoríficos, antipiréticos, purgativos, antissépticos e diversas medicações que podem ser aplicadas sintomaticamente por pessoa capaz de dirigir o tratamento, evitando-se as doses e as garrafadas nauseabundas dos curandeiros e espertalhões – em sua maioria analfabetos – que vivem a explorar e iludir criminosamente a boa fé dos incautos, como se a medicina deixasse de ser uma ciência maneável somente pelos que a cultivam para ser um artifício bem visto ao alcance de qualquer ignorante ou mestre de bugigangas.
Muitas tem sido as vítimas dessa pratica arraigada em nossos sertões, de se confiar a saúde a um ente querido á inépcia de qualquer intitulado curandeiro, ou mercador de beberagens, para arruinar a saúde do próximo e auxiliar o processo patológico das entidades mórbidas.
Tempo é chegado de ir nosso povo se convencendo de verdades como esta e abandonar os hábitos e práticas esdrúxulas que remontam as eras do sertão colonial e semisselvagem e que não se coadunam com as conquistas da civilização hodierna.
Não vemos razão para o pânico de que muitos estão possuídos ante os pródomos da epidemia; antes aconselhamos nossos patrícios que se revistam da maior calma e procurem observar os concelhos que acima deixamos exarados.          

Heráclito Pires Fernandes
Quem Foi Heráclio Pires Fernandes?
Nasceu em 28 de junho de 1882 na fazenda Apertados, município de Jardim do Seridó, sendo filho de Manoel Heráclio Fernandes e Francisca Pires Fernandes. Seus irmão eram Maria Duquinha (casada com Quirino de Azevedo Maia), Primitiva (gêmea com Duquinha), Hercília, Silvino, Francisco e Isabel (casada com Alcebíades Medeiros).
Muito jovem ficou órfão do pai, mas teve a ajuda do tio, o juiz da cidade Manoel José Fernandes, que o indicou para servir como agente dos Correios e Telégrafos no ano de 1900, onde ficou cinco anos a frente da agência postal de Jardim do Seridó. Também foi proprietário de uma loja de tecidos.
Adorava música e se tornou regente da banda Euterpe Jardinense, uma das mais antigas em atuação no Seridó do Rio Grande do Norte e funcionando até hoje. Tempos depois deixou a banda e a sua terra para estudar em Recife, onde aproveitou para montar uma empresa de representações. No final do ano de 1923 foi diplomado farmacêutico pela Escola de Farmácia de Recife e no retorno a sua cidade abriu a Drogaria Pires, onde procurou atender a muitos jardinenses e seridoenses das cidades e comunidades próximas. 

Revista Fon-Fon, 1918.
Na sua cidade praticou muito a fotografia, chegando a ser representante da empresa americana de materiais fotográficos Kodak. Foi também colaborador da imprensa pernambucana, com uma  coluna no tradicional Jornal do Commércio de Recife, onde assinava como “Pedro Seridó”, e foi um dos fundadores do jornal O Município, junto com Antídio de Azevedo. Fundou o Grêmio Literário e Recreativo Jardinense e foi um dos primeiros proprietários de automóveis do Seridó, quando adquiriu um veiculo da marca Overland.
Casou em 29 de novembro de 1905 com Anísia de Azevedo Pires e do seu casamento gerou quatorze filhos – Manoel Heráclio Pires (comerciante residente em São Paulo), Paulo de Azevedo Pires (funcionário do IAPI – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários), Natalia Pires de Siqueira (esposa do juiz Oscar Homem de Siqueira), Maria Anísia Pires Lemos (casada com Raul Vidal Lemos), Albertino Pires Regalado Costa (casada com o jornalista Cristino Regalado da Costa), Virginia Pires da Cunha (casada com Francisco da Cunha), Heráclio Pires Fernandes Junior (funcionário do Banco do Brasil), Constantino de Azevedo Pires (funcionário autárquico), Georgina de Azevedo Pires, Noêmia (Ziza), Terezinha, Eliomar, Oswaldo e Inês.
Os últimos anos de sua vida passaram a viver em Natal, na Avenida Deodoro, onde faleceu aos 76 anos de idade, as cinco da manhã do sábado, 22 de março de 1958.
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo re pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
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13 maio 2020

FAMÍLIA PEREIRA DO PAJEÚ DAS FLORES.


Os parentes recepcionando Sebastião Pereira da Silva (Sinhô Pereira) cinquenta anos depois de deixar a sua Vila Bela (Serra Talhada-Pe) largando o cangaço e indo morar na região Centro Oeste do Brasil. Sinhô Pereira foi chefe do cangaceiro Lampião e dos seus irmãos, Antônio Ferreira e Livino Ferreira. 

À direita da foto, José Cassiano Pereira, meu tio avô, irmão da minha avó, Ana Pereira de Sá. 

Foto extraída do livro O Patriarca, do nobre parente Venício Feitosa Neves.


Adquira este livro com o professor Pereira lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba, através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br

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10 maio 2020

DAS ASSOMBRAÇÕES DO CANGAÇO – A CABEÇA PROCURANDO O CORPO


*Rangel Alves da Costa


Eis uma história que já se alquebrou de velhice, mas que de vez em quando ainda sai assombrando de boca em boca. E sempre contada durante o dia, pois muita gente tem medo de ouvi-la depois do anoitecer.
Uma história envolvendo um cangaceiro que foi morto nas matarias duma fazenda nos arredores de Poço Redondo. Depois de morto, contudo, sua cabeça, na altura do pescoço, foi cortada a punhal e levada para outras bandas como troféu, e o restante do corpo enterrado ali mesmo, um pouco mais adiante do local da morte.
Pois bem. A separação da cabeça do restante do corpo passou a causar estranhezas nunca vistas antes nos sertões poço-redondenses. Os mais velhos contavam histórias de arrepiar acerca desse episódio, mas não pelo fato da separação dos membros, mas pelo que isso provocaria depois.
As noites pela fazenda, nos arredores e por toda aquela região, passaram a ser mais temidas que tudo. Como o corpo sem cabeça estava enterrado no meio do mato, debaixo dum umbuzeiro, então dizem que o que mais se via era, no meio da noite, uma cabeça procurando um corpo.
Nas fazendas e pequenas propriedades, em noite fechada, abrir a porta e sair era temeroso demais. Certa feita, um sertanejo foi fumar um cigarrinho de palha na malhada e de repente viu, bem ao lado, suspensa no ar, a cabeça horrenda perguntando onde era a cova de seu corpo.
Arrepiou-se todinho, mijou na calça, sentiu-se sem forças para correr, mas conseguiu sair em disparada. Mas o medo era tanto que errou o caminho. Ao invés de correr pra dentro de casa, o que fez foi sair em correria por uma vereda, e logo em direção ao lugar da cova.
Quanto mais corria mais sentia a cabeça atrás, perguntando e perguntando, “onde tá minha cova”. Sem querer, o cabra foi tropeçar bem em cima da cova. Tropeçou e caiu. Antes de desmaiar ainda ouviu: “agora me enterre!”.
Somente ao alvorecer recobrou a consciência, pensou no que havia acontecido, olhou onde estava, e reconhecendo a cova deu um pulo que quase pega umbu com a boca. Olhou para ver se a cabeça estava por ali, mas nada viu. Chegando a casa, contou a história e ninguém acreditou.
Naquela mesma noite olhou pela fresta e viu a cabeça, Não só ele, mas muita gente, na mesma noite, via essa cabeça procurando o corpo. “Onde tá minha cova?”. Era o que se ouvia antes de se mijar de medo.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

09 maio 2020

LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"


Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão

Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.

Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.

O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:
 josebezerra@terra.com.br
(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799

 Pedidos via internet:

franpelima@bol.com.br

Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345
E-mail:   lampiaoaraposadascaatingas@gmail.com

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
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08 maio 2020

LUA TRISTE

*Rangel Alves da Costa

Há uma lua que é diferente das demais luas. Todas parecem iguais, mas uma possui um brilho diferente, mais nostálgico e entristecido. Mas a história da tristeza dessa lua precisa ser contada com vagar e calma, de modo a não deturpar esse brilho que desejaria apenas ser feliz.
Então vamos aos detalhes. Dizem que a lua – esse mesmo corpo celeste que é satélite da terra e que vai girando elipticamente ao seu redor – é uma bela senhora que vive contente e majestosamente iluminada ao lado de suas filhas.
A lua em si, aquela que cada um avista lá em cima, douradamente iluminando a noite, não é, contudo, a mãe-lua ou a senhora lua, mas sim uma de suas filhas que é enviada pela genitora para cumprir seu alumiado percurso após o escurecer.
Como são muitas as filhas da lua e a matriarca apenas ordena o trabalho a ser realizado pela sua filiação, logo ao amanhecer é indicado a cada uma onde deverá surgir brilhando no céu daquela noite. Lua mais velha vá por ali, lua mais nova vá acolá...
Assim, enquanto a mãe continua recolhida na sua moradia astral, cada filha vai brilhar na noite do continente europeu, do asiático, do africano, do americano, e assim por diante. E é por isso que a lua não brilha igual e não se apresenta da mesma forma em todo lugar.
Imaginam que a lua seja uma só onde quer que apareça, mas não acontece assim não. A lua do Japão não é a mesma lua das cordilheiras andinas, a lua das estepes russas não é a mesma que ilumina as tradições noturnas dos aborígenes australianos.
A lua do sertão é muito diferente daquela avistada na cidade grande. Do mesmo modo, a lua que se derrama na escuridão de uma região não é vista de modo igual por todos que ali habitam. Até mesmo porque a lua que ilumina cada lugar está sempre acompanhada de outra lua, sua irmã.
E esta, de tão triste e recolhida, quase sempre é ofuscada pela luz principal. Mas não para todos, pois ela vem exclusivamente destinada a ser vista apenas por certas pessoas, que por seu estado espiritual ou sentimental, não conseguem reconhecer a lua principal. Apenas a lua triste.


Esta lua triste possui uma história tão triste quanto a tristeza de uma lua entristecida. Tida como filha problemática da família, principalmente por gostar de viver solitariamente recolhida, escrevendo versos no breu das galáxias, dizendo que preferia ter nascido estrela cadente a ser lua no seu mesmo percurso.
Enquanto suas irmãs brincavam e cantavam, a lua triste recolhia-se à janela para lançar os olhos lacrimejantes aos desvãos dos astros perdidos; enquanto suas irmãs se enchiam de joias douradas, perfumes etéreos e vestimentas bordadas nas nuvens, ela preferia a singeleza de uma lua vestida apenas com a cor dos olhos de quem a avistava.
Por ser assim e nunca aceitar ser forçosamente diferente, é que era rejeitada pelas irmãs e castigada pela mãe. Para diminuí-la, para que se sentisse como insignificante, é que jamais lhe foi permitido iluminar, sozinha, qualquer continente ou país, ou mesmo pequenina região.
E para aumentar seu castigo teria que trabalhar muito mais que as outras. Enquanto cada uma seguia para seu lugar na noite, ela tinha de dividir-se em muitas e acompanhar cada irmã aonde elas fossem. A irmã se apresentava imponente, cheia, bonita, enquanto ela ficava entristecida esperando uma chance de lançar qualquer raio de luz.
Assim, a aparição na noite da lua triste era e continua diferente daquela de suas irmãs. Acompanha, ao mesmo tempo, cada uma delas, mas não pode ser avistada por todos como acontece com aquela de luz indistinta, de luz principal.
Contudo, tal fato acabou se revelando de importância fundamental para muitas pessoas, ainda que a própria lua triste talvez nem tenha conhecimento disso. Como dito, pessoas existem que só conseguem avistar a lua triste, o astro entristecido que derrama sua luz em gotas de melancolia, em pétalas de saudade, como orvalhos poéticos e solitários.
Por mais que a outra lua resplandeça cheia, alegre, festiva, os olhos apaixonados só conseguem avistar a luz do outro luar, da lua triste. Assim, nas janelas solitárias da noite e nas montanhas dos corações amargurados, a lua triste passeia em sua plenitude.
E que luz encantadora, ainda que esteja ofuscada pela lágrima que cai.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com   

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04 maio 2020

AS CANTORAS GÊMEAS.

  Por Saudade Sertaneja Célia Mazzei (Célia) e Celma Mazzei (Celma) nasceram em Ubá, Minas Gerais, em 2 de novembro de 1952. Irmãs gêmeas, i...