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12 junho 2020

POR ONDE ANDA OS NETOS DO CANGACEIRO VOLTA SECA?

Por José Mendes Pereira

Já se passaram alguns anos que uma neta de "Antonio dos Santos o cangaceiro Volta Seca" fez contato comigo. Ela me disse todos os nomes dos filhos de "Volta Seca" que aparecem nesta foto, além do nome desta senhora que era esposa dele. 

Disse-me também que voltaria depois para informar mais algumas coisas sobre o seu avô "Volta Seca". Enalteceu bastante o "vô e vó", afirmando que eram pessoas maravilhosas e do seu coração. Eu pensando que ela retornaria não fiz nenhuma anotação, inclusive o seu nome.  Mas nunca mais ela me falou nada. 

Alguns meses depois apareceu outra e até disse o seu apelido, sendo uma neta mais nova dos vôs, assim escreveu ela. Disse-me também que morava em Leopoldina, deve ser em Minas Gerais. Infelizmente ninguém mais apareceu.

Quando aconteceu este contato comigo o http://blogdomendesemendes.blogspot.com ainda recebia comentários, mas infelizmente o blogspot tirou-me este direito de libertar comentários que estão aguardando a liberação. Até hoje eu não entendi esta proibição. Nem os vejo e são todos eles frustrados do meu domínio.

Já tenho tentado novos contatos através do facebook com, mas ninguém aparece.

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08 junho 2020

CRISTINA MATTA MACHADO


Do acervo do Volta Seca

A historiadora e escritora Cristina Matta Machado autora do clássico AS TÁTICAS DE GUERRA DOS CANGACEIROS, de 1969. Infelizmente ela faleceu ainda muito jovem, aos 33 anos de idade, em 1971.


As fotos são do mesmo ano do lançamento de seu livro de cangaço,1969.
Fonte: extraída do amigo Raimundo Gomes. Fortaleza Ce.


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05 junho 2020

PACIÊNCIA!

Por Francisco de Paula Melo Aguiar

A humanidade com paciência ou não sabe que há uma estação
para tudo na vida: nascer, viver, morrer...é impossível fazê-la
diferente.

Quando eu era pequeno ouvia meus pais dizerem que estavam
trabalhando para no futuro garantir os meios necessários para educar os filhos
para terem dias melhores do que eles.
O tempo foi passando, todos foram alfabetizados e a maioria deles
chegara a ingressar e a concluírem cursos de graduação e de pós-graduação:
especialização, mestrado e doutorado.
Foi uma grande aventura, perseverança e paciência por parte de
meus pais. Eles viviam sonhando acordados com o futuro dos filhos. O tudo e o
todo para eles eram os filhos e nada mais interessava. Para ambos os dois, em
primeiro lugar a família deles.
Lá em casa tinha hora para tudo, acordar, tomar banho, ir para a
escola, brincar, chegar da escola, almoçar, fazer os deveres de casa e prestar
contas das lições e deveres dados na escola à mamãe.
E assim se passaram os meus verdes anos e de meus manos, e até
porque ainda criança procurei brincar de professor fundando anexo à casa de
meus pais, uma escola de alfabetização em 1964 que com o decorrer do
tempo, ela ganhou adeptos e adversários também. Com paciência, o tempo
passou, o menino concluiu a Educação Básica e fez universidade, assim como
seus irmãos.
Ninguém nasce doutor.
Paciência, vá estudar.
Com paciência, nunca pensei em fracasso, porque a pessoa que
pensa em fracasso, através de pensamentos moribundos, negativos de que
tudo antecipadamente vai dar errado. Nunca vai calcar os graus visionários
futuros, diante do fato de ter a mente ocupada com projeto de vida fracassada.
Para muitos isso é um ponto de macumba que lhe fizeram, quando na
realidade o fracasso não é nada disso, é sim, a falta de confiança própria

naquilo que pretende conquistar e nada se conquista sem perseverança,
confiança, esperança, paciência e planejamento estrutural em terra firme, não
existe sabido sem estudo, intelectualmente falando.
Quem não quer frequentar uma boa escola, da Educação Básica e
bem assim a universidade? e fazer um curso universitário de proa e de grande
aceitação no mundo dos negócios liberais e ou empresariais? Isso é fato,
porque toda profissão leva necessariamente ao mundo dos negócios. Assim se
faz um curso que não tem utilidade alguma, o fracasso tem inicio, antes,
durante e depois de terminar o curso sem utilidade, porque em sendo assim,
nunca terá um bom emprego e muito menos um bom salário. Confiar em si é
melhor do que confiar no outro. Se conselho fosse bom não se dava, se vendia.
Vai ser sempre assalariado e ou desempregado durante o período fértil laboral.
O sucesso não é um presente é a recompensa da soma de tudo que foi feito
durante o período anterior ao ingresso na vida do trabalho para se conquistar a
independência pessoal em sentido amplo.
A paciência é semelhante à sabedoria de que o ser humano deve ter
quando planta uma semente e espera ela nascer, crescer e dar frutos. Sem
isso, o fracasso é a sentença existencial decretada antecipadamente na mente
humana. A semente precisa ser plantada, apodrecida naturalmente para puder
germinar, crescer e dar frutos. Tudo em cada estação temporal e sequencial.
Meus pais foram meus grandes professores e educadores da vida,
eles sempre me diziam que cada ser humano, depois de completar trinta anos,
começavam a adivinhar... ai eu perguntava: adivinhar o que? Ai eles caiam na
gargalhada... e me diziam: meu filho, quem não conseguiu fazer poucas coisas
até completar trinta anos, depois disso, fica difícil projetar e fazer muitas coisas,
tais como, realizar grandes sonhos, tendo em vista o fracasso de ter deixado o
tempo anterior aos trinta anos de plantar as sementes necessárias para
garantir as colheitas futuras para se chegar aos quarenta... cinquenta...
sessenta... anos de idade, de glória e vigor material e espiritual, porque depois
disso, o cabo das tormentas existencial, que não é o Cabo das Tormentas
[localizado ao sul da cidade do Cabo e a oeste da baía Falsa, na Província do
Cabo Ocidental, na África do Sul, descoberto e designado cabo das Tormentas,
quando foi dobrado pela primeira vez em 1488, pelo navegador português

Bartolomeu Dias], já não terá o mesmo vigor físico e mental para muitos a partir
daí...
Isso envolve paciência e paciência envolve tempo.
Assim sendo, cada pessoa começa a confiar e ou desconfiar de si
mesma, ao olhar para trás e ver suas realizações e ou ver seus fracassos,
onde nada e ou quase nada dar certo e ou deu certo. Onde está o erro?
Todo ser humano ou não tem vivido e sobrevivido pandemias, as
mais diversas possíveis. Como doenças letais silenciosas, virais ou não ao
longo de sua existência. Então o mesmo vai acontecer com a passagem do
surto viral denominado Covid-19, mesmo sem que se saber como combater o
inimigo invisível, porém, presente pela contaminação aos olhos da
humanidade. Tudo isso porque a humanidade não pode plantar uma semente e
esperar "in loco" que ela floresça no dia seguinte, assim são os ciclos e/ou as
estações da vida.
Quem viver, verá...
Então, diante disso todos os seres vivos, direta e indiretamente
atravessam estações as mais diversas possíveis, pedras no caminho, algo
semelhante as estações do ano: inverno, outono, primavera, verão.
Assim como na natureza a estação da primavera nos dá e ou nos
apresentam novas possibilidades, algo excitante e fresco.
Já na estação do verão acontece a realização quase que plena, haja
vista que a humanidade neste período se apresenta cheia de energia e muita
criatividade. Força!
E durante o outono vem o desencantamento da humanidade que
começa a perder o interesse pelas coisas visíveis e invisíveis.
Impaciência!...
E por fim, vem o inverno que provoca o descontentamento na
humanidade e bem assim na natureza, diante do fato que nos sentimos vazios,
onde se tem medo de ter perdido o entusiasmo pela própria vida.
Depressão!...
A humanidade da estação de Covid-19 está no inverno estacional de
todos os ciclos da vida animal, sem lenço e sem documento, quando a ciência
não tem vacina e ou remédio para evitá-la e ou curá-la. Quem tem sobrevivido
é porque tem uma boa imunidade e lutou com o vírus, se fazendo ganhar dele.

É um Deus nos acuda para ricos, pobres e sem nada pelo mundo afora. Mortes
com força em todos os continentes terrenos da contemporaneidade universal.
A pandemia de COVID-19, assim como a Gripe Espanhola [1918-
1920], que por estimativa matou 50 milhões de pessoas no mundo. Aqui no
Brasil, ela matou 30 mil pessoas e inclusive o presidente da República
Francisco de Paula Rodrigues Alves, em 1919, que havia sido eleito presidente
pela segunda vez (não consecutiva). A peste bubônica [Peste Negra] entre
1343 e 1353 em plena Idade Média, onde morreu um terço da população do
Continente Europeu da época, segundo estimativa. A varíola, originária do
vírus Orthopoxvirus variolae, transmitido de pessoa para pessoa pelas vias
respiratórias, ela apresentou surtos diversos ao longo da história. Entre 1896 e
1980, cerca de 300 (trezentos) milhões de pessoas morreram no mundo por
causa da doença. Somente em 1980, a varíola foi erradicada após uma forte
campanha de vacinação. Os sintomas eram febre, dores no corpo e erupções
diversas na pele.  O tifo matou mais três milhões de pessoas no período pós
Primeira Guerra Mundial [1918 e 1922], originária da bactéria bactéria
Rickettsia prowazekii, e cujos sintomas eram: dor de cabeça e nas articulações,
febre alta, delírios e erupções cutâneas hemorrágicas. Uma das vítimas do tifo
ainda no século XIX, foi a princesa Leopoldina, com 23 anos de idade [irmã da
princesa Isabel], em Viena na Itália, filha do Imperador Dom Pedro II do Brasil,
fato ocorrido em 25 de maio de 1871 [BARMAN, 1999, p. 236; LYRA, 1977b,
pp.172, 174; CARVALHO, 2007, pp. 144-145].
Ainda se tem o cólera que segundo a Organização Mundial de Saúde
[OMS], cerca de 28 a 142 mil pessoas ainda morrem todos os anos no mundo
por causa desta doença e que tem como origem o consumo de água e ou
alimentos contaminados, e é também conhecida como doença que afeta países
subdesenvolvidos diante da precariedade e ou falta de sistemas de
saneamentos básicos para a população de baixa renda.
Outra pandemia que a humanidade conheceu e continua conhecendo
ainda em plena século XXI é a tuberculose, para muitos conhecida como a
doença provocada pela fome, que teve como período de surto entre 1850 e
1950, portanto, 100 (cem) anos de duração. É bom lembrar de que apesar da
tuberculose ser considerada controlada e não erradicada ou acabada, ainda
afeta inúmeras regiões consideradas mais pobres do mundo, inclusive no

Brasil. A OMS acredita que mais de 1 (hum) bilhão de pessoas morreram pela
doença e é ainda a doença mais infecciosa do mundo e que mais mata na face
da terra ainda nos dias atuais. Tem como origem o Bacilo de Koch, uma
simples bactéria, e começou a ter tratamento após a descoberta da penicilina,
por Alexander Fleming [1928]. Ele afeta o sistema respiratório e tem como
 sintoma mais grave e letal a insuficiência respiratória. Pessoas infectadas
apresentam crises de tosse aguda com sangue e pus. 
O vírus HIV, a popular “aids”, que teve inicio na década de 80 do
século XX e desde lá até o presente momento já matou por estimativa cerca de
20 (vinte) milhões de pessoas por complicações da referida doença.
Recentemente o mundo acordou em pânico com a Gripe Suína
[H1N1], a popular “Influenza”, identificada preliminarmente em porcos em 2009
no México, in loco espalhou-se pelo mundo e se tem noticia que matou mais de
18 (dezoito) mil pessoas.
E mesmo assim a humanidade com paciência, ainda vive aprendendo
a lidar com tais vírus e bactérias letais, apesar dos prejuízos de toda ordem e
em todos os países por onde passaram e ainda existem.
Sem sombra de dúvidas, tais pandemias é um processo natural e que
todos os seres vivos [humanos ou não] em cada época vivenciaram assim
como os mortais atuais vivenciam a Covid-19, o medo maior acontece porque
mata, e ainda tem gente que não acredita, essa cultura faz o isolamento não
ser praticado em larga escala para evitar a disseminação viral entre a
população em geral, isso significa dizer que parte do povo não estar
acostumado em viver dissociado da natureza e por isso não se deixar perceber
o que realmente estar acontecendo em cada estação dela e por analogia a vida
racional e irracional, levando-se em consideração que o caso da covid-19 teve
origem detectada em morcegos existentes na China.
É bom que grande parte da população de cidades grandes e ou
pequenas, tente permanecer sempre na estação do verão, sem recorrer assim
a medicamentos, e sim ao isolamento domiciliar, lugar sagrado de distrações
diversificadas via a mídia e ou redes sociais que existem para todos os gostos,
e ou outros recursos que possam impedir em grande escala a volta
populacional as ruas, praças e avenidas, etc., etc., evitando assim entrar 
forçado no inverno e no outono da vida, diante da pandemia atualmente
existente e matando gente com força.
A humanidade precisa se harmonizar com as estações da natureza e
bem assim com as pandemias, porque não? Se isso não ocorrer jamais se tem
crescimento mental e paciência suficiente para enfrentar cada crise e ou
pandemia. É isso que se chama desenvolvimento pessoal da humanidade, sem
isso nada feito.
A Covid-19 não vai se acabar nunca, porque a gripe comum até hoje
nenhuma vacina e ou medicamento acaba com ela, porque é cíclica é
transmitida igualmente de ser para ser [animais em geral], diante do quadro de
imunidade de cada ser vivo, portanto, ela não será a última de todos os vírus
que terão vir depois dele, dai a necessidade do desvencilhamento grupal e
social da velha cultura e costume do convívio fora do lar, diante das prioridades
circunstanciais e preocupacionais, criadas pela humanidade que se chama
espaço para aderir ao novo, ficar em isolamento, fique em casa. O isolamento
tem sido uma questão de vida e morte para cada ser que é inevitavelmente um
portador, condutor, transporte e/ou transportador para contaminar e ser
contaminado.
O inimigo é invisível... Cuide-se!
A humanidade sabe que assim como um jardineiro os ciclos e ou
estações da natureza direta e indiretamente exige cautela, paciência.
A humanidade com paciência ou não sabe que há uma estação para
tudo na vida: nascer, viver, morrer...é impossível fazê-la diferente.
Por mais hábil que seja a humanidade, os governantes e governados,
todos estão debaixo das leis da natureza e segundo suas estações naturais e
pandêmicas, porque jamais se pode puxar as folhas de uma planta qualquer e
ou abrir as pétalas do botão como maneira de acelerar o desabrochar e ou
nascer de uma flor. Tudo precisa de paciência, de tempo.
Cuide-se! Fica em casa!
Ah! Não ficar em casa é disseminar e ser disseminado pelo vírus da
COVID-19.
A COVID-19 é invisível é não conhece razão para desistir de sua
finalidade letal e mortal em desfavor da humanidade.

REFERÊNCIAS

Barman, Roderick J. (1999). Citizen Emperor: Pedro II and the Making of Brazil,
1825–1891 (em inglês). Stanford: Stanford University Press. ISBN 0-8047-
3510-7
CARVALHO, José Murilo de (2007). D. Pedro II: ser ou não ser. São Paulo:
Companhia das Letras. ISBN 978-85-359-0969-2

LYRA, Heitor (1977b). História de Dom Pedro II (1825–1891): Fastígio
(1870–1880). 2. Belo Horizonte: Itatiaia
https://www.recantodasletras.com.br/artigos/6934386

Enviado por Francisco de paula Melo Aguiar

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30 maio 2020

PARTIU O POETA ARIEVALDO VIANA...

Por Manoel Severo

NOTA DE PESAR!

É com imensa tristeza que comunicamos o falecimento, na tarde de hoje na cidade de Fortaleza, do pesquisador, poeta, cordelista, xilogravo e escritor, Arievaldo Viana. A cultura do sertão, nordestina e do Brasil perdem um de seus mais talentosos e festejados protagonistas. Arievaldo Viana se notabilizou como um apaixonado pela vida e pela arte, fazia de seu oficio nato a alegria de todos os palcos por onde passava, desde uma simples e aconchegante conversa de beira de calçada às plateias dos grandes auditórios. Ari, para os amigos, agora conta causos, declama, canta e encanta lá do céu; ao lado de Leandro Gomes de Barros; e tantos outros Mestres da arte e cultura sertaneja.

Fortaleza, 30 de Maio de 2020

Manoel Severo Barbosa
CONSELHO ALCINO ALVES COSTA DO CARIRI CANGAÇO
Archimedes Marques
ABLAC-ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS E ARTES DO CANGAÇO
Benedito Vasconcelos
SBEC-SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO
Ângelo Osmiro Barreto
GECC-GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO DO CEARÁ
Narciso Dias
GPEC-GRUPO PARAIBANO DE ESTUDOS DO CANGAÇO
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28 maio 2020

AINDA A MINHA RUA

Clerisvaldo B. Chagas, 28 de maio de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.312

Rua Antônio Tavares, mesmo sendo a primeira rua de Santana, fora o quadro comercial, levou décadas e décadas para receber algum tipo de benefício. Rua de passagens de boiadas, carros de boi e cavaleiros, rua de ximbras, bolas, pinhões...  Rua de comerciantes e artífices, Corredor de fogo das fogueiras de São João, dos desfiles de bandas de música e procissões da Padroeira. Ignorada pelo poder público, somente dominou o solo de terra em torno dos anos 70. Não havia essa coisa de “gestor” e, sua metade, salvo engano, foi calçada com paralelepípedos pelo prefeito Henaldo Bulhões e a outra metade, pelo prefeito em exercício, Jaime Chagas. As varandas de fundos do seu casario contemplam do alto o rio Ipanema, os serrotes Gonçalinho e Cruzeiro e as habitações da área da Rua Santa Quitéria e Conjunto Eduardo Rita, além do rio Ipanema.

Rua Antônio Tavares, revolvendo a terra para calçamento, anos 70. (FOTO:DOMÍNIO PÚBLICO). 
Como toda a Santana, abandonada pela gestão de certo prefeito,  acumulou o lixo na via, metralha e mais, num serviço estúpido de demérito para tudo que já havia sido. Somente a poucas semanas foi louvada com cobertura asfáltica, vestindo-se a rigor e recebendo uma crescente movimentação de veículos e sendo valorizada no seu lado físico e na  tradição. Antes, parte da estrada do coronel Delmiro Gouveia, para Palmeira dos Índios, Quebrangulo e Garanhuns, depois, roteiro para Maceió  via Bebedouro/Maniçoba. Rua que mantinha o equilíbrio social e alimentava o progresso crescente da urbe.  Rua que registrava todo o movimento da AL- 130, visto das suas varandas privilegiadas.
Foi ali construída a Cadeia da vila, sinal na época de bastante prestígio. Rua da primeira Salgadeira de carne-de-sol, da primeira tipografia, do primeiro Sindicato Patronal, da primeira gráfica, da primeira delegacia, do primeiro Quartel de combate a cangaceiros e talvez da primeira fábrica de sabão e de vinagre. Era a rua que avistava primeiro a chegada do transporte Neusa na AL-130; espécie de vã que abastecia as bodegas com guloseimas marcas Neusa, loucura da criançada. Vamos aguardar a liberação da quarentena para uma visita formal à rua que me criou e as irmãs que ainda por ali moram.
Abençoadas raízes.
Orgulho Sertão.


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26 maio 2020

A AÇÃO NOBRE DE UM RUDE

 Por Ângelo Osmiro

Conta o escritor Ângelo Osmiro Barreto que em 1910, durante o período da Semana Santa, o lendário Cassimiro Honório, um velho cangaceiro do alto sertão pernambucano, da afamada região do Navio, promoveu um formidável cerco a um dos seus inimigos José de Sousa.


Melânia era filha de Cassimiro Honório havia sido roubada por José de Sousa. O pai da moça, inconformado com a atitude do jovem sertanejo, arregimentou um grande contingente de cangaceiros e retomou a filha do jovem apaixonado. O episódio criou grande rivalidade entre os dois sertanejos, homens valentes e acostumados às lutas, numa época em que as divergências eram resolvidas à bala. A justiça, pouco ou nada fazia para resolver essas pendengas.

Durante um grande cerco promovido por Cassimiro Honório a fazenda de José de Sousa que durou sete dias, um fato interessante chamou a atenção de todos.

Dentre muitos homens valentes de ambos os lados um iria se destacar pela sua atitude nobre. José Rajado, sertanejo rude com sangue no olho como se diz até hoje naqueles sertões, brigava entrincheirado ao lado dos comandados de Cassimiro Honório.

Passados três dias de luta renhida José Rajado escutou um choro de criança vindo de dentro da casa sitiada. O choro persistente chamou a atenção do cangaceiro.

Aquela criança aos prantos só poderia estar com fome, pensou o cangaceiro naquele momento da luta. Em ato repentino José Rajado levantou as mãos, e aos gritos, pediu para que o tiroteio fosse suspenso.

Surpresos com a atitude pouco comum do bravo sertanejo os contendores pararam os tiros, e o silêncio tomou conta do lugar por alguns momentos. O cangaceiro José Rajado, propôs aos sitiados que se prometessem não alvejá-lo, iria ao curral, ordenharia umas cabras e levaria o leite para a criança que estava chorando com fome.

José de Sousa prometeu todas as garantias a José Rajado que confiando na palavra empenhada do inimigo, foi ao curral, encheu um balde de leite e deixou-o em frente à porta da casa sitiada. Retornou ao seu local de combate, e após estar novamente seguro, o tiroteio recomeçou.

O cangaceiro José Rajado, apesar de toda sua rudeza, acabara por praticar um ato da mais alta nobreza.


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CANGAÇO - OS SUBGRUPOS.

   Por Abdias Filho Tudo no cangaço atendia a uma necessidade ou estratégia. É o caso da divisão do grande bando em diversos subgrupos, semp...