Wikipedia

Resultados da pesquisa

29 outubro 2020

NOS TEMPOS DO AÇÚCAR BRUTO

 Por Zozimo LIMA*

Recordo com saudade, outubro, início da botada dos engenhos de açúcar bruto. De usina, no meu tempo de menino, só se conhecia a do Topo e a Várzea Grande do Dr. Tomás. O resto, cerca de 60, era movido a vapor, cavalos e força hidráulica.

Eu ficava trepado na almanjarra, rodada a cavalo, do engenho Muquem, de seu Norberto, pai de Zé Ferreira, advogado em Aracaju.

Também fazia o mesmo no engenho Cotia do meu tio Ioiô Barbosa. O açúcar bruto era gostoso e eu o tirava da caixaria onde ficava exposto ao sol.

O cabaú era uma delícia. Às vezes, quando eu tirava, com os moleques, do tanque, encontrava um rato morto. Mas menino não estava ligando a essas porcarias.

Foto ilustrativa

O melado, fervendo, nas seis tachas, tinha cheiro especial. O mestre de açúcar, conhecedor do “ponto”, trazia-o para nosso apetite, cozinhado com pedaços de abóbora ou batata doce. A cana no “picadeiro” era empurrada nas moendas, por mulheres, para trituramento. Saía o bagaço do lado oposto.

E o caldo azedo, em cabaça, arrolhada com capuco de milho, era um regalo para o paladar e um veneno para o fígado de quem o tinha avariado.

O senhor de engenho de chapelão meio desabado, sapato roló, de couro de bode mal curtido, chicote curto à destra, fiscalizava o peso da cana na balança, indo, depois, auxiliar a marcação dos sacos com o nome do engenho e do proprietário. Fui pesador de cana no engenho Campinhos do finado Zé Ferreira, meu padrinho de crisma, quando por Sergipe, andou, em visita, o arcebispo D. Thomé.

Ficava ao lado do engenho o alambique, muito frequentado pelos amantes da “teimosa” e pelos comboieiros portadores de ancoretas camufladas para iludir a fiscalização. Havia comboieiros que vinham comprar mel para o fabrico da cachaça. Traziam borrachas de couro para condução do cabaú.

Era uma festa o início da moagem. Na casa-grande as matronas e sinhazinhas auxiliadas pelas cozinheiras, antigas escravas ou filhas destas, preparavam saborosos doces de todos os feitios para os visitantes, que eram muitos.

Se na casa havia moças bonitas, em idade de casar, os filhos dos vizinhos, senhores de engenho, apareciam constantemente, sempre bem vestidos, montando cavalos arreiados com apuro, de botas russianas, estribos, bridas e esporas de prata.

Era o namoro sem agarramento, à distância, na presença dos pais, tios e primos. A moça, de rosa nos cabelos, olhar magoado das heroínas dos romances de Feuilet, e o rapaz, bem-falante, desembaraçado, pernóstico, com verbos no plural e o sujeito no singular, contava histórias de trocas de cavalo, lobisomens, apojadura de bezerros de vacas leiteiras e projetos de aumentar os partidos de cana.

Bons tempos aqueles em que Sergipe tinha engenhos a cavalo, a vapor e à roda d’água. Nunca mais comi doce de coco, de leite, sequilhos, olhos de sogra e bom bocado fabricados por aquelas delicadas sinhazinhas dos engenhos que precederam a instalação das usinas devastadoras e absorventes.

Gazeta de Sergipe – 22.08.1973

*Jornalista e escritor

https://www.facebook.com/photo/?fbid=3209661555829365&set=a.290440857751464

Do acervo do pesquisador Antônio Corrêa Sobrinho

http://blogodmendesemendes.blogspot.com

28 outubro 2020

NESTA SEXTA NOS GRANDES ENCONTROS CARIRI CANGAÇO!

  Por Manoel Severo

Seu “Antonio da Piçarra", proprietário e principal personagem desta verdadeira saga que coloca a Fazenda Piçarra dentre os principais cenários da historiografia cangaceira do ciclo lampiônico teve uma vida toda marcada pelo paradoxo de "ser ou não ser" ligado aos cangaceiros, seu Antonio , passou alguns anos de sua vida mantendo fortes ligações com cangaceiros; preponderantemente Lampião; em sua "Piçarra" o capitão era acolhido em segurança e por lá passaram algum tempo, Ezequiel e Virgínio; respectivamente, irmão mais novo e cunhado e Lampião; e antes deles os primos da família Paulo até que em Março de 1928, o destino reservaria uma encruzilhada fatal para Antônio da Piçarra.







SEXTA, DIA 30/10 AS 20HORAS...SENSACIONAL

https://www.youtube.com/watch?v=e2rzHaNXO-E

https://www.facebook.com/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

27 outubro 2020

A NOITE

https://www.facebook.com/photo?fbid=378796693474617&set=gm.646195436091177

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS

  Por José Mendes Pereira

Foto cleide Mylaide 

Adquira logo o seu para não ficar sem ele. 

franpelima@bol.com.br

https://www.facebook.com/photo?fbid=2013120102157363&set=gm.1494273164114956

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

26 outubro 2020

ANGICO E SUAS VERSÕES

  Por João de Sousa Costa

A morte de Virgulino Ferreira da Silva, em Angico, ao amanhecer do dia 28 de julho de 1938, talvez seja o episódio mais pesquisado dos acontecimentos históricos do século XX. Copidescando relatos de personagens aqui e ali, o que se consegue ter é um mosaico de personagens vira-casacas e versões – corroboradas por muitos, contestadas por outros tantos. Vejamos algumas.

Como pode o massacre de Angico ter ocorrido, mesmo depois que o estado-maior de Lampião (chefes de subgrupos) integrado por Zé Sereno, Corisco e Candeeiro ter alertado para os riscos que lugar representava?

- Excesso de confiança que o capitão tinha em Pedro de Cândido, disse certa vez Zé Sereno.

Naquela manhã, a tropa comandada pelo tenente João Bezerra era composta pela formação de 3 volantes, 45 membros entre soldados e coiteiros delatores - os irmãos Cândido.

Sobre essa tropa, destaquemos o soldado Sebastião Vieira Sandes (chamado na tropa de soldado Santo), era sobrinho da baronesa de Água Branca, aprendeu a atirar de fuzil com o próprio Virgulino, foi seu ex-coiteiro e espécie de afilhado tratado na intimidade como “galeguinho”, também perito em artefato de couro e mensageiro preferido do Rei do Cangaço.

Ao historiador Frederico Pernambucano de Melo, mais de 50 anos após os acontecimentos de Angico, Sebastião Vieira Sandes, revelou coisas curiosas puxando para si a autoria da morte de Lampião.

Disse que disparou de cima do barranco para baixo e matou Lampião a “menos de oito metros de distância” com um tiro de ponto, e depois outro. E que Virgulino ao ser morto estava “em pé, inteiramente equipado e bebendo café da manhã”.

Esta versão de Sandes, contestada por muitos, parece merecedora de crédito porque, por parte da Polícia, apenas três de todos os militares conheciam pessoalmente Lampião: Sebastião Sandes e o tenente João Bezerra. Além de Pedro de Cândido, que fora obrigado a delatar, denunciado por outro coiteiro, Joca Bernardo.

Santo foi integrante do grupo avançado do aspirante Francisco Ferreira de Melo e, segundo revelação do escritor Frederico Pernambucano de Mello, conduzia em seu bornal, munição nova de qualidade, que o próprio Lampião lhe dera de presente um ano e meio antes quando “Galeguinho” era coiteiro e que ele fez uso dela para matar o ex-padrinho.

Mas o que temos é o fato de cada integrante da tropa liderada pelo Tenente João Bezerra ter apresentado uma versão para os fatos ocorridos em Angico.

Difícil para o leitor é distinguir as bravatas ditas depois pelos soldados da volante e os fatos, relatos verossímeis dos fantasiosos.

Há a tese de envenenamento que é tentadora, mas pouco confiável.

Tem a versão “fantasiosa” de Antônio Honorato da Silva (Noratinho), que jurou ter sido ele quem atirou na cabeça de Lampião; o aspirante Francisco Ferreira disse que Lampião tombou após ele ter disparado uma rajada de metralhadora e tem a versão do cabo Antônio Bertoldo, que jurava também ter sido ele o homem que matou Lampião.

Há uma versão para todos os gostos.

Tenente João Bezerra da Silva

E mais: tem a narrativa de que tudo não passou de uma farsa montada por Lampião, tenente João Bezerra e Pedro de Cândido, um ardil que possibilitou a Lampião e Maria Bonita fugirem para Goiás ou Minas Gerais. Qual das versões merece crédito?

Para os cangaceiros não importa quem atirou, interessa mais quem escapou e como. Foi o caso do jovem adolescente José Ferreira dos Santos, sobrinho legítimo de Lampião, filho de sua irmã Virtuosa, que chegara ao acampamento de Angico dois dias antes do combate para se alistar no bando. Confiram o que ele relatou ao jornal A Tarde, de Salvador, edição de 2/03/1939.

“No dia seguinte, de manhãzinha, eu tinha acabado de lavar o rosto e fui apanhar um cigarro que eu deixara em cima de uma pedra, quando ouvi um tiro. Depois, outro. O pessoal todo pegando em armas. Todo mundo correndo. Eu, morto de medo, larguei o rifle que meu tio tinha e dado e caí no mato”.

Já o cangaceiro Vila Nova, afilhado de Lampião e vizinho de barraca, narrou o seguinte ao Jornal de Alagoas, em 25 de outubro de 1938.

“Às cinco horas da manhã quando começou o combate, Lampião já havia ido ao mato. Ao romper dos primeiros tiros, o chefe estava quase equipado, faltando apenas abotoar as correias dos bornais, quando foi atingido pelos dois primeiros projéteis. Imediatamente depois dos tiros, houve um pequeno intervalo, e os cangaceiros que estavam perto de lampião foram acossados por fortes rajadas que partiam da mesma direção. Logo caíram, mortalmente feridos, Quinta-Feira, Mergulhão, Colchete, Maria Bonita e Marcela”.

É pouco provável que Angico tenha sido uma conspiração armada entre Lampião, coiteiros, coronéis e a polícia. O fato é que pôs fim ao cangaço, e que ainda desperta a atenção e estudo por parte de muitos. Escolha a sua versão; eu fico com a história de Sebastião Vieira Sandes.

Fotos. 1. Sebastião Vieira Sandes. 2. Tenente João Bezerra. 3. Massacre de Angico, poucos dias depois. Alguns volantes presentes.

João Costa. Blogdojoaocosta.com.br

Fonte. “Apagando Lampião – Vida e Morte do Rei do Cangaço”, de Frederico Pernambucano de Melo”.

“Lampião – a Raposa das Caatingas”, de José Bezerra Lima Irmão.

https://www.facebook.com/groups/471177556686759

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

25 outubro 2020

O GATO NO CANGAÇO / GATO E SUA MULHER INACINHA

Por Histórias do Nordeste

https://www.youtube.com/watch?v=vwJgBCZ8xBU&ab_channel=Hist%C3%B3riasdoNordeste

Olá pessoal... Mais um Vídeo!!! Obrigado por nos acompanhar e curtir nossos conteúdos. Não esqueça de inscrever-se. Música Enquanto Houver Saudade / Orlando Silva https://youtu.be/UbrsdYtqIZY  " O seu José é um estudioso e admirador do cangaço. Nesse canal você irá aprender muitas coisas sobre o nordeste em especial sobre os cangaceiros. Irá ouvir as opiniões e análises que meu avô faz com tanto brilho e descrição sobre todos os assuntos por ele escolhidos e por vocês pedidos. " Douglas A. Nascimento.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

O VERDADEIRO SINHOZINHO MALTA

Tomislav R. Femenick – Jornalista

Nos meus quase quarenta anos morando em São Paulo, realizei alguns trabalhos que eu realmente nunca esperei fazer; quer pela sua magnitude (por exemplo: gerenciar a auditoria externa do Banco do Brasil, em todo o país); quer pelos seus aspectos inusitados (outra vez, por exemplo: dar consultoria a um grupo empresarial italiano na instalação de uma fábrica de fábricas de papel higiênico). No primeiro caso eu fazia parte do corpo diretivo da Campiglia Auditores; no segundo, da Deloitte/Revisora Consultoria. Houve outros casos insólitos, como da vez em que fui chamado a participar de uma reunião para ajudar na solução de um caso de chantagem amorosa, promovida por uma amante casual de um diretor, ou de outra em que encontrei mais de três mil geladeiras que haviam “sumido” dos estoques de uma grande loja de departamento.

Tudo isso foi estranho e não usual para mim. Mas, nada foi tão insólito quanto meu encontro com o verdadeiro Sinhozinho Malta. Sim, você não leu errado: o “verdadeiro Sinhozinho Malta” – e olhe que não estou falando do maravilhoso ator Lima Duarte e sua personagem na novela Roque Santeiro, da TV Globo.

José Pedro Canovas

Um certo dia do ano de 1973 – e lá se vão quase 50 anos –, bem cedinho recebi um telefonema de José Pedro Canovas, meu colega de trabalho na Deloitte/Revisora. Tinha um recado para mim, de parte de nosso diretor Ernesto Marra: quando eu fosse para a firma, levasse maleta e bagagem para um trabalho especial fora da cidade, que poderia demorar uma semana, um mês ou mais.

Mensagens como essa não eram surpresas. Surpresa foi, sim, saber que o professor Marra (ele, que não saía do escritório) iria comigo para Araçatuba, iniciar uma auditoria. Só por isso, eu avaliei a importância do cliente. Também, não era por menos, o cliente era o Frigorífico T. Maia. Dito assim, hoje isso não significa nada. Mas, há cinquenta anos a história era outra.

O Frigorifico T. Maia pertencia a Sebastião Ferreira Maia, o celebre e conhecido Tião Maia, então o rei do gado do Brasil. Mineiro, com primário incompleto e boiadeiro. Sabido, explorou o jeito caipira de falar e de se comportar e fez amizade com empresários e políticos de altos níveis. Conseguiu ser o maior criador de gado do Brasil e montou um frigorifico, no interior de São Paulo.

Passada a “porteira” do frigorifico, fomos recebidos pelo próprio Tião Maia, que estava sentado na calçada do prédio da entrada. E alí também ficamos sentados. O professor Marra, eu, Tião e dois de seus funcionários (um era contador e outro, advogado). Em suma: ele queria saber o que a auditoria especial iria fazer. Algumas questões, de caráter informativo, foram respondidas e outras, por se tratarem de matérias relacionadas às investigações propriamente ditas, foram resguardadas. Aí foi que nós, o célebre Tião Maia e eu, começamos a falar diretamente. Ele não queria saber como a auditoria seria realizada, queria mesmo era saber o “porquê”, qual razão, de se fazer de um jeito e não de outro.

Depois disso, fomos lanchar. Mas, como era por volta das onze horas, o lanche foi um churrasco, ocasião em que, de tão relaxados, esquecemos-nos do trabalho e começamos a jogar conversa fora. E, então, o célebre Tião Maia olha para mim e pergunta: “você é russo”? Eu respondi que não, que era de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e filho de croata.

Se você quiser saber algo sobre Mota Neto clique neste link: http://blogcarlossantos.com.br/apos-quase-70-anos-mossoro-pode-ficar-sem-nome-na-camara/

Foi então que ele falou da sua amizade com Mota Neto, quando este último fora superindentende do Instituto Brasileiro do Sal. Foi Motinha quem convenceu o maior pecuarista do Brasil a usar sal grosso misturado à ração de seu imenso rebanho, comportamento que passou a ser copiado por outros criadores. Depois falei disso com o meu primo (Mota Neto era meu primo) e ele confirmou o fato.

Por motivos políticos e econômicos, o ex-boiadeiro mineiro deixou o Brasil em 1976 e foi para a Austrália. De lá foi para os Estados Unidos, para Las Vegas; não para jogar, mas para construir residências. Quando morreu deixou, entre outras coisas, cerca de 170 mil cabeças de gado, duas fazendas na Austrália e um conjunto de casas em Las Vegas – somente este no valor de 30 milhões de dólares.

Tribuna do Norte. Natal, 25 out. 2020

https://www.facebook.com/photo/?fbid=3357734041011049&set=a.403222556462227

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

AS CANTORAS GÊMEAS.

  Por Saudade Sertaneja Célia Mazzei (Célia) e Celma Mazzei (Celma) nasceram em Ubá, Minas Gerais, em 2 de novembro de 1952. Irmãs gêmeas, i...