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12 janeiro 2022

PADRE CÍCERO À DIREITA DA FOTO.

  Por Brazil Imperial

A Mais Antiga Fotografia de Cícero Romão Batista (1844-1934), o Padre Cícero, antes de sua ordenação sacerdotal (cerca de 23 anos; a direita), com um colega do Seminário da Prainha, Fortaleza, Ceará, 1867. Fonte: Arquivo de Renato Casimiro e Daniel Walker

Em 1860, Cícero foi matriculado no colégio do renomado padre Inácio de Sousa Rolim, em Cajazeiras, na Paraíba. Aí pouco demorou, pois a inesperada morte de seu pai, vítima de cólera em 1862, obrigou-o a interromper os estudos e voltar para junto da mãe e das irmãs solteiras.

A perda do pai trouxe graves problemas financeiros à família. Em 1865, aos 21 anos, entrou no seminário em Fortaleza.

Padre Cícero foi ordenado no dia 30 de novembro de 1870, com 26 anos. Voltou para Crato, à espera de uma paróquia para liderar. Nesse tempo, lecionou Latim no Colégio local.

Em sua incansável atividade pastoral, pregava, aconselhava, dava confissões e visitava a comunidade. Nesse período ocorreu a grande seca no Nordeste brasileiro (1877-1879). Em breve conquistou a simpatia do povo, liderando a comunidade e moralizando os costumes, como os excessos de bebedeira e a prostituição. Sua obra se expandiu e padre Cícero precisou recrutar mulheres solteiras e viúvas, organizando e exercendo sua autoridade sobre uma irmandade leiga, formada por beatas, que o ajudava nas atividades pastorais.

Padre Cícero foi o maior benfeitor e a figura mais importante da Cidade de Juazeiro. Ele a fez crescer transformando-a na mais importante do interior do Ceará. Os bens que ele recebeu em vida foram doados para a Igreja, principalmente para os salesianos que ele próprio levou para Juazeiro. Fonte:

 https://www.facebook.com/BrazilImperiu/photos/a.2082430488753824/2977509612579236

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11 janeiro 2022

O EX-CANGACEIRO VOLTA SÊCA CONTA COMO OUVIU A HISTÓRIA DE ARVOREDO.

  Por Na Rota do Cangaço.

https://www.youtube.com/watch?v=Puovxvmb0wQ&ab_channel=NaRotaDoCanga%C3%A7o

O texto publicado pelo jornal O GLOBO, do Rio de Janeiro, nas edições de 4 a 28 de novembro de 1958, assinado pelo jornalista Bruno Gomes, sobre a vida do cangaceiro e ex-cangaceiro ANTONIO DOS SANTOS, vulgo VOLTA SECA, um dos famosos asseclas de Virgulino Lampião; depoimento concedidos pelo próprio Volta Seca em entrevista a este jornal, quando já em liberdade, depois de ter cumprido pena na Penitenciária de Salvador.
NARRAÇÃO: SIZINHO JUNIOR Quer ajudar a manter esse singelo trabalho? Faça uma doação de qualquer valor pelo PIX e-mail. Conta Nubank Iniciais do nome que aparece A. M. L. E-mail do PIX sizinhojunior@hotmail.com Fotos de domínio Público e capa do livro de Antônio Corrêa Sobrinho Quer saber mais a nossa história? Siga-nos no instagram. https://www.instagram.com/narotadocan...

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10 janeiro 2022

1926 - BAHIA - A PRIMEIRA INCURSÃO

  Do acervo do professor, escritor e pesquisador do cangaço.

14 de setembro de 1926, no “Diario da Bahia”:

LAMPEÃO INVADE A BAHIA

Communicações telegraphicas de ultima hora informam, com segurança, que o terrivel bandoleiro Lampeão atravessou o S.Francisco no logar denominado Barrinha, penetrando no municipio de Curaçá onde prendeu o coronel Joviniano e membros da familia Ribeiro, depredando e incendiando as propriedades dos que se reccusam attender ás suas criminosas exigencias de dinheiro – Telegramma do cel. Raul Coelho, Intendente de Curaçá confirma os informes acima, sollicitando providencias – Pelo 1° trem de hoje seguirá para aquella zona mais um forte contingente da força policial.


15 de setembro de 1926, no “Diario da Bahia”:

O bandido Lampeão

continúa em territorio bahiano
A sua columna é de 180 cavallarianos

A familia sertaneja continúa seriamente ameaçada em sua tranquilidade, nos seus haveres e na sua honra, ante a perspectiva de depredações e outras possiveis praticas infames do bandido Lampeão e sua gente.

Sabe–se que o destemeroso scelerado, ora no solo bahiano e já depredando–o, com a violencia que lhe é habitual, desenvolve os seus ataques com cavallarianos em numero de 180, de modo a tomar o mais rapida possivel toda a sua acção aggressiva e fugindo para evitar qualquer movimento de contra ataque ás suas forças.

O governo do estado não cessa de tomar todas as providencias possiveis, enviando fortes contingentes policiaes, no intuito de rechassar a terrivel horda de bandoleiros.
De Joazeiro, recebemos, hontem, mais o seguinte telegramma:

JOAZEIRO, 14 – Acabo de receber o seguinte telegramma de Curaçá:

– Positivo vindo de Orocó, diz que Lampeão está ali. Minha loja foi destruida. Grupo atravessando rio. Assignado. Barreirinho.

Lampeão promette invadir Curaçá e outros portos.
Reina o pavor.
Resta confiarmos medidas urgentes do governo.
.
15 de setembro de 1926, no “A Tarde”:

É O FLAGELLO DOS SERTOES DO NORTE

Lampeão atravessa a fronteira bahiana
MAS A POLICIA EM NUMEROSOS CONTINGENTES, CORRE-LHE NO ENCALÇO

Lampeão é o typo do nosso bandido nordestino, vagamente romantico e religioso até a superstição, matando e roubando com o rosario numa mão e o punhal na outra.

Em constantes razzias pelas regiões despoliciadas, constituem esses bandoleiros um flagello como são as seccas ou as enchentes, as febres epidemicas, males esses de origem commum, oriundos que são todos eles da nossa civilização defeituosa, da vagarosa e difficil penetração.

O sertanejo acceita-os todos, resignadamente, oppondo-lhes fraca resistencia, confiando na justiça e no amparo do governo, que nunca lhes falta, mas que por força da propria organisação politica, não é de molde a extirparl-os radicalmente, restabelecendo nesses rincões hostis, um regimen de ordem e continuada garantia do trabalho.

Lampeão, bandido a muitos annos, mas de celebridade recente, pode se orgulhar de um triste titulo – o de mais temido e poderoso pelo numero de capangas arregimentados, de quantos correm nos sertões do Nordeste. As suas victimas não mais numerosas que as figuras do seu bando. É esse salteador de estradas, rude e valentão, desconfiado e astuto, que dorme na campina, tendo o sellim por travesseiro, cheios de bentinhos e rezas cujo contato pensa absolver de todos os crimes – que acaba de invadir a Bahia, cahindo como uma tromba sobre as populações inermes, cujos haveres e vidas estão desgarantidos.

Immediatamente avisado, o chefe de Policia da Bahia não demorou em attender os appellos.

É claro que essas providencias por mais promptas fossem ordenadas, não evitarão os primeiros damnos, as primeiras lagrimas dos que assistem as scenas de vandalismo. Mas elles serão escorraçados como já teem sido de outros logares, até que melhor occasião se offereça para um cerco em regra, com a captura final.

A policia da Bahia, no particular, - e é justo que se diga – se moveu com uma presteza elogiavel.

O primeiro rebate veio de Santo Antonio da Gloria. Immediatammente partiram, com aquelle destino, um contingente de 100 homens, via Propriá, sob o commando do capitão Côrtes e mais dois, com menores efectivos, sob as ordens do tenente Alfredo Gomes e outro official. O governo utilizou assim novas forças, de preferencia a utilizar as do contingente do tenente-coronel Pedro, em outra missão qual a de combater os revoltosos e portanto subordinado ao commando supremo do general Mariante.

Ainda em defesa das populações ameaçadas por Lampeão, segue, hoje, um reforço de 100 homens, sob a direcção dos tenentes Hermogenes Pires e Othoniel dos Santos Lima.

UM APPELLO DESESPERADO

De Joazeiro, recebemos, hoje, mais o seguinte telegramma.

JOAZEIRO, 14 – Acabo de receber o seguinte telegramma de Curaçá:

“Positivo vindo de Orocó, diz que Lampeão está ali. Minha loja foi destruida. Grupo atravessando rio. Lampeão promette invadir Curaçá e outros pontos. Reina grande pavor. Resta confiarmos medidas urgentes do governo.” ( Do correspondente)

SANTO ANTONIO DA GLORIA JÁ ESTÁ TRANQUILLO

O sr. governador do Estado recebeu hontem esse despacho agradecendo as providencias tomadas:

“SANTO ANTONIO DA GLORIA, 14 – Em nome do commercio do povo, agradeço a Vossencia a presteza das providencias para guarnecer esta localidade, contra a imminente invasão do bandido, estabelecendo a tranquilidade. A população está satisfeita com a disciplina modelar do bravo Capitão Arthur Côrtes. Saudações. – Heron Carvalho, Intendente.”
.
16 de setembro de 1926, no “Diario da Bahia”:

O famigerado bandido Lampeão

abandona o territorio bahiano

Segundo uma pequena nota hontem dada á publicidade pelos nossos dignos confrades da “A Tarde”, o sr.dr. Madureira de Pinho, Secretario de Policia e Segurança Publica, recebeu o seguinte telegramma:

“Grupo bandido Lampeão voltou Pernambuco. População calma. Saudações Manoel Jacome, delegado policia.”

Embora não saibamos do nome da localidade de onde procedeu o referido despacho, podemos affirmar que partiu da zona ameaçada pela incursão do perigoso bandoleiro.
Está de parabens o sertão bahiano, de parabens está toda Bahia.

Esse recúo de Lampeão e sua gente, figuras de grande ousadia e habituada a encarar situações difficeis, enfrentando contingentes policiaes e lutando com certo destemor, não pode ter sido determinada senão em virtude das providencias ultimamente tomadas e representadas pela remessa immediata de forças numerosas para repelir e rechassar o grupo invasor, forçando–os a contra marchas para alem das fronteiras do Estado.

 http://cangaconabahia.blogspot.com/2013/08/1926-bahia-primeira-incursao.html

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09 janeiro 2022

LIVRO DO DR. ARCHIMEDES MARQUES.

 


 São quase 400 páginas, com fatos novos, inclusive uma certidão do casamento da cangaceira Dulce, com o também, cangaceiro, Criança. Uma iconografia muito rica, que vale a pena ter em uma biblioteca. A excelente obra pode ser adquirida diretamente com o autor, através do email: 

archimedes-marques@bol.com.br

Sobre a sua obra, vejamos o que diz o autor, em poucas palavras:

Neste segundo volume passeamos sobre a estada, a passagem, a vida das cangaceiras naqueles inóspitos tempos, suas dores e seus amores nas guerras do cangaço e também após esse tempo para aquelas sobreviventes. 

A história de Carira, seus arruaceiros, seus bandoleiros, seus pistoleiros, os cangaceiros e policiais que por ali atuaram, também é minuciada e melhor estudada com a participação inequívoca de historiadores locais de renome que remontam esse tempo.

Laranjeiras, a histórica e linda Laranjeiras dos amores e horrores, não poderia ficar de fora, pois além de tudo, há a grande possibilidade de Lampião ali ter pisado, até mais de uma vez, para tratamento do seu olho junto ao médico Dr. Antônio Militão de Bragança. Nesse sentido a história, a ficção e as suposições se misturam para melhor compreensão do leitor.

Boas novidades também são apresentadas neste volume, uma com referência ao “desaparecido” Luiz Marinho, cunhado de Lampião, então casado com a sua irmã Virtuosa, outra referente ao casamento de um casal de cangaceiros ainda na constância desse fenômeno ocorrido em Porto da Folha, com a prova documental e, em especial o extraordinário fato novo relacionado a Maria Bonita em Propriá na sua segunda visita àquela cidade para tratamento médico. Fotos inéditas também estão apostas neste volume, que acredito será bem aceito pelos pesquisadores do cangaço.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=829473713921271&set=gm.805346109674335&type=3&theater&ifg=1

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08 janeiro 2022

TRILOGIA DO ESCRITOR JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO.

  Por José Bezerra Lima Irmão

Diletos amigos estudiosos da saga do Cangaço.

Nos onze anos que passei pesquisando para escrever “Lampião – a Raposa das Caatingas” (que já está na 4ª edição), colhi muitas informações sobre a rica história do Nordeste. Concebi então a ideia de produzir uma trilogia que denominei NORDESTE – A TERRA DO ESPINHO.

Completando a trilogia, depois da “Raposa das Caatingas”, acabo de publicar duas obras: “Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste” e “Capítulos da História do Nordeste”.

Na segunda obra – Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste –, sistematizei, na ordem temporal dos fatos, as arrepiantes lutas de famílias, envolvendo Montes, Feitosas e Carcarás, da zona dos Inhamuns; Melos e Mourões, das faldas da Serra da Ibiapaba; Brilhantes e Limões, de Patu e Camucá; Dantas, Cavalcanti, Nóbregas e Batistas, da Serra do Teixeira; Pereiras e Carvalhos, do médio Pajeú; Arrudas e Paulinos, do Vale do Cariri; Souza Ferraz e Novaes, de Floresta do Navio; Pereiras, Barbosas, Lúcios e Marques, os sanhudos de Arapiraca; Peixotos e Maltas, de Mata Grande; Omenas e Calheiros, de Maceió.

Reservei um capítulo para narrar a saga de Delmiro Gouveia, o coronel empreendedor, e seu enigmático assassinato.

Narro as proezas cruentas dos Mendes, de Palmeira dos Índios, e de Elísio Maia, o último coronel de Alagoas.

A obra contempla ainda outros episódios tenebrosos ocorridos em Alagoas, incluindo a morte do Beato Franciscano, a Chacina de Tapera, o misterioso assassinato de Paulo César Farias e a Chacina da Gruta, tendo como principal vítima a deputada Ceci Cunha.

Narra as dolorosas pendengas entre pessedistas e udenistas em Itabaiana, no agreste sergipano; as façanhas dos pistoleiros Floro Novaes, Valderedo, Chapéu de Couro e Pititó; a rocambolesca crônica de Floro Calheiros, o “Ricardo Alagoano”, misto de comerciante, agiota, pecuarista e agenciador de pistoleiros.

......................

Completo a trilogia com Capítulos da História do Nordeste, em que busco resgatar fatos que a história oficial não conta ou conta pela metade. O livro conta a história do Nordeste desde o “descobrimento” do Brasil; a conquista da terra pelo colonizador português; o Quilombo dos Palmares.

Faz um relato minucioso e profundo dos episódios ocorridos durante as duas Invasões Holandesas, praticamente dia a dia, mês a mês.

Trata dos movimentos nativistas: a Revolta dos Beckman; a Guerra dos Mascates; os Motins do Maneta; a Revolta dos Alfaiates; a Conspiração dos Suassunas.

Descreve em alentados capítulos a Revolução Pernambucana de 1817; as Guerras da Independência, que culminaram com o episódio do 2 de Julho, quando o Brasil de fato se tornou independente; a Confederação do Equador; a Revolução Praieira; o Ronco da Abelha; a Revolta dos Quebra-Quilos; a Sabinada; a Balaiada; a Revolta de Princesa (do coronel Zé Pereira),

Tem capítulo sobre o Padre Cícero, Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos, o episódio da Pedra Bonita (Pedra do Reino), Caldeirão do Beato José Lourenço, o Massacre de Pau de Colher.

A Intentona Comunista. A Sedição de Porto Calvo.

As Revoltas Tenentistas.

Quem tiver interesse nesses trabalhos, por favor peça ao Professor Pereira – ZAP (83)9911-8286. Eu gosto de escrever, mas não sei vender meus livros. Se pudesse dava todos de graça aos amigos...

Vejam aí as capas dos três livros:


https://www.facebook.com/profile.php?id=100005229734351

Adquira-os através deste endereço:

franpelima@bol.com.br

Ou com o autor através deste:


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07 janeiro 2022

LAMPIÃO NA SERRA VERMELHA - O TRÁGICO E COVARDE ASSASSINATO DE JOSÉ NOGUEIRA

  Por: Luiz Ferraz Filho


Os livros sobre a história brasileira sempre trouxeram no capitulo sobre a Coluna Prestes o simbolismo da liberdade. Porém, nada foi mais aterrorizante para a população do Sertão do Pajeú, no mês de fevereiro de 1926, do que esses revoltosos sulistas. Vinda da Paraíba em direção ao Pajeú sob o comando do general Isidoro Dias Lopes, a Coluna Prestes contou com o "reforço" da boataria que estava alinhada ao bando de Lampião, para assim aterrorizar ainda mais o sertanejo. 
 
General Isidoro Dias Lopes
 
E foi esse boato que fez muitos fazendeiros da região abandonarem suas casas para se embrenhar na caatinga como esconderijo. Somada a isso, tinha também um batalhão patriótico para combater os revoltosos e que confundia ainda mais a população. Ao passarem por Betânia (PE), onde esfomeados saquearam o comercio local, os revoltosos marcharam em direção ao povoado de São João do Barro Vermelho (Tauapiranga), distrito de Serra Talhada. De lá, desceram pelas margens do Riacho São Domingos em direção a lendária vila de São Francisco, também distrito de Serra Talhada. 

Serra Vermelha vista da Fazenda de Zé Nogueira

Entre essas duas localidades, os revoltosos encontraram a Fazenda Serra Vermelha, na época fonte rica para o abastecimento da tropa composta de seiscentos ou oitocentos soldados. Com a barriga cheia, precisavam eles de uma pessoa da região para servir como "guia dos revoltosos" e nada melhor que um homem conhecido e respeitado por todos para usarem como "escudo". E foi assim que o influente dono da fazenda, José Alves Nogueira, acabou "sequestrado" pelos revoltosos. Três dias sem nenhuma regalia, andando a pé sob olhares dos soldados até ser libertado próximo ao povoado de São João do Barro Vermelho (Tauapiranga). 

Cruz no terreiro da casa demarcando o local 
onde foi covardemente assassinado 
Zé Nogueira pelo cangaceiro Antônio Ferreira.

Aliviado, mal podia imaginar José Nogueira que voltando para sua Fazenda Serra Vermelha passaria por situação ainda pior. Ao chegar, José Nogueira pediu para um dos moradores ir avisar aos parentes e familiares que estava tudo bem com ele e que  estava em casa. E nisso, aproveitou para ir na vazante (plantação no baixio) olhar uma cacimba que abastecia o lugar. Depois de algum tempo lá, José Nogueira recebeu um recado de Antônia Isabel da Conceição (Isabel de Luis Preto) que inocentemente disse que a força volante de Nazaré (comandada por Manoel Neto) estava no terreiro da casa esperando ele. Desconfiado, José Nogueira ainda perguntou: - Tem certeza que é a força ?. Tenho sim, respondeu Isabel. 

O fazendeiro João Nogueira (neto de Zé Nogueira 
e bisneto do major João Alves Nogueira), 
na calçada onde foi assassinado o avô em fevereiro de 1926.
 
 
Domingos Alves Nogueira 
(neto de José Nogueira) 

Ao subir da cacimba em direção ao terreiro da casa, José Nogueira avistou o bando de Lampião com 45 cangaceiros enfurecidos após saírem derrotados na tentativa de invasão ao povoado de Nazaré do Pico. Homem de firmeza, continuou José Nogueira o trajeto mesmo sabendo que dificilmente escaparia da morte. Nisso, o cangaceiro Antônio Ferreira, aproximou-se dele e falou: - É hoje José Nogueira. Ele ele respondeu: - Seja o que Deus quiser. 

Lampião mandou todos baixarem as armas e começou a conversar com o velho fazendeiro. Após a palestra, Lampião observou ele muito cansado, doente e asmático, liberando o fazendeiro. Deu voz de reunir e começou a seguir no destino da caatinga quando escutou um tiro. Tinha sido o cangaceiro Antônio Ferreira que havia covardemente atirado nas costas de José Nogueira. Vendo o ocorrido, Lampião reclamou dizendo que o velho estava doente e quase "morto". Então, Antônio Ferreira (que era irmão mais velho de Lampião) falou:

- Matei , tá morto e pronto. 

Era 26 de fevereiro de 1926. Calçou Antônio Ferreira as alpercatas (sandálias de couro) do falecido e seguiu junto ao bando caatinga a dentro. Segundo o fazendeiro João Nogueira Neto (neto de José Nogueira), durante anos o local onde o avô paterno foi assassinado ficou manchado com o sangue nas pedras. No local, os filhos do fazendeiro depois fincaram uma cruz para demarcar a tragédia. O corpo de José Nogueira foi enterrado no dia seguinte, do outro lado do riacho, no cemitério da Serra Vermelha. 
 
Deixou ele a viúva Francisca Nogueira de Barros (Dona Dozinha, tia dele) e sete filhos. 

Luiz Ferraz Filho, é pesquisador, Serra Talhada - Pernambuco
 
FONTE: (LIRA, João Gomes de - Memórias de Um Soldado de Volante) 
- (AMAURY, Antônio e FERREIRA, Vera - O Espinho de Quipá) - (FERRAZ, Marilourdes - O Canto do Acauã) - (SOBRINHO, José Alves - Zé Saturnino - Nas Pegadas de Um Sertanejo).  
 
FOTOS/ENTREVISTADOS: 
João Nogueira Neto e Domingos Alves Nogueira (netos de José Alves Nogueira).
 
Pescado no Cariri Cangaço

http://lampiaoaceso.blogspot.com/search/label/Antonio%20Ferreira

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06 janeiro 2022

LIVRO.

   Por José Mendes Pereira


Recentemente o escritor e pesquisador do cangaço Guilherme Machado lançou o seu trabalho sobre o mundo dos cangaceiros com o título "LAMPIÃO E SEUS PRINCIPAIS ALIADOS". 

O livro está recheado com mais de 50 biografias de cangaceiros que atuaram juntamente com o capitão Lampião. 

Eu já recebi o meu e não só recebi, como já o li. Além das biografias, tem fotos de cangaceiros que eu nem imaginava que existiam. São 150 páginas. Excelente narração. Conheça a boa narração que fez o autor. 

Pesquisador Geraldo Júnior

Prefaciado pelo pesquisador do cangaço Geraldo Antônio de Souza Júnior. Tem também a participação do pesquisador Robério Santos escritor e jornalista. Duas feras no que diz respeito aos estudos cangaceiros.

Jornalista Robério Santos

Não deixa de adquiri-lo. Faça o seu pedido com urgência, porque, você sabe muito bem, livros escritos sobre cangaços, são arrebatados pelos leitores e pelos colecionadores. Então cuida logo de adquirir o seu! 

Pesquisador Guilherme Machado

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guilhermemachado60@hotmail.com

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AS CANTORAS GÊMEAS.

  Por Saudade Sertaneja Célia Mazzei (Célia) e Celma Mazzei (Celma) nasceram em Ubá, Minas Gerais, em 2 de novembro de 1952. Irmãs gêmeas, i...