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15 março 2022

LUGAR DE SENTIMENTOS, MEMÓRIAS, CORDEL E ARTE: MIGUEL E JOSENIR LACERDA

  

Manoel Severo, Josenir Lacerda e Miguel

Para os apaixonados pela memória, arte, poesia, cordel, enfim; por todas as culturas; visitando a cidade de Crato, no sul do Ceara, não pode deixar de conhecer o casal Miguel e Josenir Lacerda. Poderia começar dizendo o tamanho do talento não só do casal, mas de toda a família; filhos, genro, netas, enfim; ou dizer a forma espetacularmente acolhedora e gentil como a família nos recebe e a todos que os visitam. A casa da família localizada bem no centro de Crato é um misto de Centro Cultural, Museu, Biblioteca, etc etc etc etc.

Josenir Lacerda
Josenir Lacerda e Hélio Santos

Cada detalhe do espaço é cuidado e mantido com muito zelo pelo casal; ali em cada cômodo e a cada centímetro são guardados, mantidos e mostrados; sentimentos, memórias, culturas de todas as formas e as mais diversas manifestações de arte, frutos da história de toda uma vida, que vão se desnudando a partir de cada peça, de cada escrito, de cada objeto. Josenir e Miguel respiram arte, artistas de corpo e alma, inteiros.

Josenir Lacerda, cordelista, poetisa, artesã de mão cheia, "bonequeira" talentosa; de fundadora da Academia de Cordelistas do Crato direto para a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, dedicada à cultura popular, folclore e tradições em suas próprias palavras, sou uma “sonhadora poetisa, que aplica rimas na saia, põe babados no folheto, canta o sertão e a praia”.

A relíquia guardada com todo carinho: O rádio pertencente aos pais de Josenir; seu José João; primeiro barbeiro do Crato; e dona Alzenir, ali a família se reunia principalmente para acompanhar as novelas da época
No meio de tanta cultura e arte, o inusitado, coleção das bonequinhas da filhas e coleção de frascos de perfumes; se identifica com algum?

Visitar Josenir Lacerda e Miguel é certeza de uma maravilhosa prosa, com muitas pitadas de poesia, a residência na verdade é um Templo, onde se cultua afeto, talento e criatividade. Josenir e Miguel são companheiros e entusiastas do empreendimento Cariri Cangaço desde nossos primórdios, lá atrás em 2009 em nossa primeira edição, Josenir Lacerda nos levou para conhecer ao lado do mestre Luciano Carneiro a Academia de Cordelistas do Crato, parceiro importante de nosso projeto e de lá ate os dias de hoje, sempre que o Cariri Cangaço aporta no cariri cearense, eles estão ao nosso lado.

O mimo de Miguel: A coleção de bicicletas, pelas quais nutre um ciúme terrível...só perdendo paro o veículo corcel de mil novecentos e antigamente, o carro oficial da família

É Miguel quem nos conta: "Severo nós temos aqui um corcel 1978 , cor: bege; que já faz parte da família, houve uma época que me atrevi a vende-lo, fui lá e vim cá e nada de vender, foi aí que ele foi quase responsável pelo fim do casamento, risos; Josenir me chamou para uma conversa e disse _Olhe Miguel, quando vc quiser vender nosso corcel me ofereça, que eu compro !!! Pronto a partir daí o corcel passou a ser integrante oficial da família, vender...nem pensar”.

Josenir Lacerda, cordelista festejada, produziu centenas de folhetos, em sua casa encontramos não só sua produção, mas cordéis de muitos amigos; de todo o nordeste; que acostumaram-se a ter em seu espaço um lugar de encontros e reencontros. Nesta nossa ultima visita que aconteceu agora no último dia 04 de março, estávamos juntos declamando uma poesia do grande pernambucano Chico Pedrosa "O erro da vendedora", quando o telefone toca, do outro lado da linha estava Chico Pedrosa, vai entender essa sintonia do mundo das artes e da inspiração...

Retalhos de sentimentos e lembranças, guardadas com zelo e muito afeto
Manoel Severo e Hélio Santos , registros no Cordel e Arte

O Erro da Vendedora, do poeta Chico Pedrosa

O engano é uma falha
Difícil de reverter
Por ele tem muita gente
Pagando sem merecer
Quantos pobres inocentes
Tidos como delinquentes
Vivem a se lastimar
Pois se errar fosse humano
Quem cometesse um engano
Não deveria pagar.

Um estudante entrou numa
Loja especializada
Para comprar um presente
Para a sua namorada
Que estava noutra cidade
Depois de olhar à vontade
Os produtos da vitrine
Despertou-lhe o interesse
Por algo que aquecesse
Os dedos da mão de Aline

E um belíssimo par de luvas
Comprou para a namorada
E pediu a vendedora
Moça fina e educada
Que embalasse o presente
Inadivertidamente
No lugar da encomenda
A moça se atrapalhou
Invés das luvas botou
Uma calcinha de renda

E entregou para o moço
Que acabara de escrever
Um bilhete à namorada
Dizendo como fazer
Com aquele presentaço:
Minha querida um abraço
E beijos apaixonados
Meu amor esse presente
Vista pensando na gente
No dia dos namorados

Lhe comprei, porém, sabendo
Que você não vai usar
Porque quem nunca vestiu
É difícil acostumar
Eu mesmo queria ir
Pra lhe ajudar a vestir
Como eu fiz com a vendedora
E se nela eu gostei de ver
Eu imagino em você
Minha deusa encantadora!

Ela ainda garantiu
Que não mancha nem desbota
A mão entrando e saindo
Não rasga nem amarrota
Eu comprei frouxa na frente
Pra mão descer livremente
Na bainha dos torpedos
E sem precisar cortar
Lá dentro facilitar
O movimento dos dedos

Torço para que te sintas
Feliz com este presente
Que irá cobrir aquilo
Que pedirei brevemente
Cobrir aquilo que um dia
Quando eu não te conhecia
Não podia nem tocar
Hoje pego, beijo amasso,
Coço, massageio e faço
Você gemer e sonhar

Só uma coisa lhe peço
Depois que você usar
Coloque um pouco de talco
Que é pra desinfectar
E pra sair o mal cheiro
Feito isso o tempo inteiro
Pode usar e se exibir
Se perguntarem que deu
Pode dizer que fui eu:
Seu namorado Valdir

A pobre moça tomou
Aquilo por gozação
Num instante veio abaixo
Seu castelo de paixão
Despachou o namorado
Que até hoje o coitado
A culpa imerecedora
Carrega sem entender
E assim pagou sem dever
O ERRO DA VENDEDORA!

Estávamos nós a declamar o poema "O erro da vendedora" quando o telefone de Josenir, toca; do outro lado da linha: Chico Pedrosa, eita "coincidência da molesta"


Parte do cordel "A Medicina e o Cangaço", de Josenir Lacerda

Durante as ações guerreiras
Intenso estado de alerta
Enfrentando temporais
Sob precária coberta
Numa tensão enervante
Esperando a cada instante
O ataque e a descoberta

As doenças pulmonares
Venéreas e intestinais
Eram presenças constantes
E ameaças reais
Dada a promiscuidade
Excessos, leviandade
Gerando males brutais

Porém o caso mais grave
E de urgente tratamento
Era se arma de fogo
Provocasse o ferimento
Pois havendo hemorragia
O controle carecia
De eficaz procedimento

No caso de não haver
Socorro firme no ato
Com hemorragia presente
Determinante era o fato
Debilitado e carente
O cangaceiro doente
Morria de imediato

Cônscios que a qualquer momento
Surgiria uma emergência
O bando sempre levava
Medicamentos de urgência
Temendo ataque e ação
Viam nessa prevenção
Chance de sobrevivência

E nesse caso aparece
“O entendido”, o protetor
Trata o doente e o ferido
Cura a mazela e a dor
Com zelosa paciência
Diploma de experiência

Do Cangaço é o doutor

Miguel , Josenir Lacerda e Hélio Santos
No meio dos inúmeros folhetos de cordel, em meio a poesia que nasce da alma: os rádios antigos, as máquinas registradoras, as máquinas de datilografas, as balanças, os porta-chapéus, as televisões, etc etc etc 

Redação Cariri Cangaço, Crato 04 de Março de 2022

https://cariricangaco.blogspot.com/2022/03/lugar-de-sentimentos-memorias-cordel-e.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com


12 março 2022

LIVRO DO ESCRITOR GUILHERME MACHADO

  Por José Mendes Pereira


Recentemente o escritor e pesquisador do cangaço Guilherme Machado lançou o seu trabalho sobre o mundo dos cangaceiros com o título "LAMPIÃO E SEUS PRINCIPAIS ALIADOS". 

O livro está recheado com mais de 50 biografias de cangaceiros que atuaram juntamente com o capitão Lampião. 

Eu já recebi o meu e não só recebi, como já o li. Além das biografias, tem fotos de cangaceiros que eu nem imaginava que existiam. São 150 páginas. Excelente narração. Conheça a boa narração que fez o autor. 

Pesquisador Geraldo Júnior

Prefaciado pelo pesquisador do cangaço Geraldo Antônio de Souza Júnior. Tem também a participação do pesquisador Robério Santos escritor e jornalista. Duas feras no que diz respeito aos estudos cangaceiros.

Jornalista Robério Santos

Não deixa de adquiri-lo. Faça o seu pedido com urgência, porque, você sabe muito bem, livros escritos sobre cangaços, são arrebatados pelos leitores e pelos colecionadores. Então cuida logo de adquirir o seu! 

Pesquisador Guilherme Machado

Adquira-o através deste e-mail: 

guilhermemachado60@hotmail.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

11 março 2022

BANGALÔS DO JUAZEIRO

 Por Roberto Júnior


Hoje brindamos nossos leitores com uma série de fotos de bangalôs antigos, verdadeiras joias da arquitetura juazeirense cuja construção hoje está em desuso por conta da modernidade. Muitos desses bangalôs já foram destruídos e outros estão bastante deformados, bem diferentes da arquitetura original, ou com grades de ferro na frente razão por que não foram fotografados. Pode ser que esquecemos alguns. Portanto quem tiver fotos de outros bangalôs podem nos mandar cópia por e-mail que teremos o maior prazer em publicar, pois nosso desejo é mostrar o que nossa cidade teve de bom.
 
Ângelo de Almeida, Rua Conceição. Celso Gomes, Rua São José
Odílio Figueiredo, Rua da Matriz (demolido, hoje é o Sesc). Da Família Viana, Rua Padre Cícero (exposto a venda)


José Camilo da Silva, Rua Santa Rosa (demolido para alargamento da Rua Conceição)


Rua Conceição. Rua da Glória com Alencar Peixoto


Odilon Figueiredo, Rua 24 de Março (exposto a venda). Dr. Possidônio Bem, Rua São Francisco


Rua Alencar Peixoto. Dr, Mozart Cardoso de Alencar, Rua Padre Cícero


Sebastião Amorim, Rua Padre Cícero. José Viana, Rua Padre Cícero (demolido para alargamento da Rua São Francisco)


Manoel Bento, Rua Dr. Floro. José Vicente, Rua Padre Cícero (demolido para alargamento da Rua Conceição)


Família Belém, Rua Conceição (demolido para construção da Caixa Econômica). Zeca Marques, Rua Conceição (modificado)


1. Dió Ribeiro, Rua São José. Cruzamento das Ruas da Glória e São Francisco (demolido)


Felipe Neri da Silva, Rua Padre Cícero (demolido para construção de um estacionamento) . Seu Lunga, Rua Conceição (construído pelo casal Cícero Pinheiro-Dona Marieta)

http://www.portaldejuazeiro.com/2012/12/bangalos-de-juazeiro.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com


CANGAÇO - OS SUBGRUPOS.

   Por Abdias Filho Tudo no cangaço atendia a uma necessidade ou estratégia. É o caso da divisão do grande bando em diversos subgrupos, semp...