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07 janeiro 2023

BIOGRAFIA DE MARIA ANTONIETA GÓMEZ RODRIGUEZ

 

María Antonieta Gómez Rodríguez, conhecida pelo nome artístico María Antonieta de las Nieves (Tepic, 22 de dezembro de 1950)[1] é uma atriz, cantora e dubladora mexicana,[2] célebre mundialmente por ter interpretado a personagem La Chilindrina (Chiquinha, no Brasil) no seriado mexicano El Chavo del Ocho (Chaves, no Brasil).

Em 2021, entrou para o Guinness World Records por ser a atriz que por mais tempo representou uma mesma personagem infantil.[3]

Biografia

Maria começou a atuar ainda criança. Aos 11 anos, realizou o seu primeiro trabalho na novela La Leona, na qual era a protagonista. Em 1963 recebeu o prêmio de atriz infantil. Dois anos depois, recebeu novamente o mesmo prêmio.

Em 1968 integrou o elenco da série Chespirito, onde permaneceu até outubro de 1973, quando se afastou das gravações devido à sua gravidez.

María se casou em 9 de julho de 1971 com o locutor e produtor de televisão Gabriel Fernández, com quem teve um filho: Gabriel, nascido em 30 de setembro de 1973. Fernández também teve uma filha, Verônica, fruto de seu primeiro casamento; e Verônica tornou-se enteada de Maria. Maria e Gabriel foram casados por 48 anos, até a morte dele em 2019.[4]

Em 1974, foi contratada pela TV Azteca para apresentar o programa Pampa Pipiltzin junto com Julio Lucena, que era exibido de segunda a sexta.

Em março de 1975, voltou a gravar El Chavo del Ocho até julho/agosto de 1992, e no seriado Chespirito, ficou de 1980 até 1994, um ano antes de se encerrarem definitivamente as gravações. Na série Chespirito atuou com as personagens: Chiquinha em Chaves, Dona Neves, em Chaves e também no Doutor Chapatin, Também fez a Vizinha em alguns episódios de Pancada Bonaparte, (Também série de Chespirito) e a personagem "Maruja" em Chaveco.

Em 1994, passou a fazer a série Aquí está la Chilindrina, com apenas 20 episódios que foram reprisados em 5 anos. No mesmo ano, ela também fez um filme como Chiquinha, chamado La Chilindrina en Apuros.

Segundo Maria, Roberto Gómez Bolaños inicialmente deu autorização para ela usar a Chiquinha, mas depois tentou impedir que o programa dela fosse ao ar e também não permitiu que Maria fizesse uma continuação do filme. Isso teria acontecido porque Bolaños não queria que os atores usassem os personagens de Chaves em projetos televisivos após o fim do programa. Maria então decidiu registrar a personagem em seu nome para poder usar a Chiquinha sem nenhum impedimento de Bolaños. Ela iria mudar o nome da personagem para "La Chilis", assim conseguindo os direitos devidos para se apresentar como a personagem, pois Bolaños tinha somente os direitos autorais do nome "Chiquinha". Mas, quando chegou no Instituto Nacional de Direitos do Autor para fazer o registro, Maria descobriu que a Chiquinha estava há 10 anos sem ter seu registro renovado por Bolaños. Ela então fez um novo registro, colocando a Chiquinha, com o mesmo nome do seriado, no nome dela - o que rendeu a Maria um processo judicial movido por Roberto Gómez Bolaños, o qual afirmava ser o detentor dos direitos autorais de "Chiquinha". Bolaños também acusou Maria de ter feito o registro sem falar com ele antes. Maria acabou obtendo os direitos autorais da personagem na Justiça.

Maria alegou que ela poderia sim registrar a Chiquinha e seguir fazendo uso dela porque no México os personagens devem ser registrados a cada 5 anos, sendo que há 10 anos a sua personagem não havia sido registrada por Bolaños. Também alegou que Bolaños só teria criado o nome da personagem, enquanto toda a caracterização foi feita por Maria e ela mesma passou a interpretar a Chiquinha durante anos - o que a tornaria criadora da personagem. Ela também disse que não falou com Bolaños antes de fazer o registro, porque era difícil falar com ele e ele nunca permitiria que ela usasse a Chiquinha.

No ano de 2002, a María sofreu um infarto com toda essa história, conseguindo se recuperar.

Alguns anos depois, em visita a Miami, Maria encontrou Bolaños por pura coincidência, correndo para lhe dar um abraço. O próprio lhe correspondeu com alegria e educação. Ela o questionou "Por que Chespirito? Por que se nos gostamos tanto temos que passar por tudo isso?" e ele culpou a imprensa. Na ocasião, eles combinaram de se encontrar no México, o que não ocorreu.

Até 2003, foi proprietária de um circo, e depois trabalhou em telenovelas. Fez também uma pequena aparição no seriado Skimo da Nickelodeon.

Além da Chiquinha, a atriz é ainda responsável pela criação da Dona Neves, Bruxa Baratuxa (El Chapulín Colorado) e Marujita (Los Caquitos), pois além de atriz ela cria personagens e escreve histórias.[4]

Em 2006, foi lançada a série animada do Chaves. No entanto, devido às disputas judiciais entre María e Bolaños pelos direitos autorais da Chiquinha, a personagem não foi incluída no desenho. Isso não agradou Maria e ela acusou Roberto Gómez Fernández, filho de Bolaños e produtor do desenho, de ter lhe dado um boicote.[5]

Em 13 de outubro de 2011, visitou o Brasil e participou de uma edição especial do Programa do Ratinho no SBT.[6]

Em junho de 2011, supostos funcionários da Televisa estariam fazendo com que os shows de María fossem transferidos de cidades maiores para povoados, e com, isso ela havia decidido se aposentar. Mas desistiu da aposentadoria.[7] Em entrevista, ela declarou que se passou de um mal-entendido, já que a viagem a Colômbia tinha sido interrompida porque a Televisa avisou a artista que não poderia utilizar o nome da personagem.[8]

Em 3 de outubro de 2012, revelou em entrevista ao jornal La Nación que está com fibromialgia, um tipo de doença crônica causadora de dores em diversos pontos no corpo.[9]

Em 23 de janeiro de 2013, ela se reencontrou com Carlos Villagrán, o Quico, em uma matéria para a Estrella TV, canal hispânico dos Estados Unidos.[10] Em entrevistas, María contou que não se dava bem com ele na época das gravações. Porém, após este reencontro, eles se reconciliaram e passaram a ser grandes amigos.

Ainda em 2013, María realizou uma turnê no Brasil com shows em São PauloRio de Janeiro e Porto Alegre. Entretanto, a turnê teve problemas envolvendo a produtora Z Generation durante o show no Rio.[11][12]

Em 10 de novembro de 2013, o clima foi de festa no Domingo LegalCelso Portiolli recebeu María ao vivo no palco do programa. Ela relembrou momentos marcantes da personagem no seriado e respondeu a perguntas enviadas pelos internautas. Ela se emocionou em falar de Roberto Gómez Bolaños, disse que tentou várias vezes entrar em contato com ele por cartas e por telefone mas ele nunca respondeu, e disse que o ama muito.

Em 2014, contou a um programa peruano que Florinda Meza foi amante de Carlos Villagrán quando ele era casado. Também contou que Florinda foi amante do próprio Bolaños. E que Carlos e Bolaños nunca tiveram brigas por Florinda e sim por questões da série. Essas declarações foram feitas dias depois de que Bolaños faleceu, o que causou polêmica e teve repercussão negativa. Maria foi criticada por ter dito isso porque muitos entenderam que ela não respeitou o momento de dor que Florinda estava passando com a morte de Roberto. Posteriormente, Maria pediu desculpas a Florinda pelas declarações, mas reafirmou em outras entrevistas que Florinda havia sido amante de Carlos.[13][14]

No mesmo ano, María revelou sofrer de diabetes[15].

Declarou, após a morte de Chespirito, que os atritos com ele não eram pessoais, mas descartou a possibilidade de reconciliação com Roberto Gómez Fernández, filho do humorista; e com o colega dela de elenco Rubén Aguirre, que não a apoiou quando o processo judicial ocorreu.[16][17]

Em 2015 lançou sua autobiografia, intitulada Había una vez una niña en una vecindad. Conta sobre bastidores da série e inesquecíveis histórias de sua vida. O livro foi vendido em toda América Latina, exceto no Brasil, pois o livro ainda não foi lançado no país.

No fim do ano, anunciou que, a partir de 2016, daria início a uma turnê de despedida da personagem Chiquinha. A turnê passará pelos Estados Unidos e por toda a América Latina e deve durar 10 anos.[18]

Em 2016, María viveu um drama ao ser diagnosticada com problemas de audição. De acordo com informações do jornal mexicano “Basta!”, a atriz, que esteve no Brasil três anos antes, está usando aparelho auditivo e deixou de conceder entrevistas por telefone. “Ela não está dando (entrevistas por telefone) porque utiliza aparelhos auditivos e por telefone já não escuta. Para atender à imprensa como merece, ela prefere dar entrevistas presenciais para poder se comunicar corretamente”, explicou uma representante da atriz, que aprendeu a falar português para as apresentações no Brasil.

Apesar da deficiência, María retornou ao trabalho em 2017. Ela pretendia voltar a fazer shows pelo país como a personagem que a consagrou. Entretanto, a assessora de María ressaltou que as apresentações iriam depender da saúde do seu marido, Gabriel Fernández. “Depende da saúde de seu marido, Gabriel Fernández, porque são inseparáveis. No caso dele não poder viajar para acompanhá-la, será o momento decisivo para se aposentar”, afirmou. Atualmente, o casal tem cinco netos.

Em março de 2017, María declarou que, por motivos de saúde, está pensando em se mudar para Acapulco.[19]

Pouco depois, concedeu uma entrevista para o apresentador Gugu Liberato em que falou de suas brigas com Bolaños e Florinda Meza. A entrevista foi ao ar em 31 de maio de 2017 no Gugu.[20]

Depois disso, Maria continuou fazendo sua turnê de despedida da Chiquinha. Em 2019, ela apresentou seu show de despedida no Peru, entre os dias 25 de julho e 18 de agosto.[21] Ao mesmo tempo, ela e o seu marido, Gabriel Fernández, sofreram problemas de saúde. Em 15 de setembro de 2019, Maria teve uma grande tristeza: seu marido Gabriel Fernández, que já estava doente há anos, faleceu vítima de uma pneumonia. Gabriel foi locutor do Programa Chespirito e fez algumas participações especiais em Chaves. Ele e Maria eram casados desde 1971 e tiveram um filho juntos.[22] Após a morte de seu marido, Maria disse: "Hoje a minha vida mudou totalmente. O amor da minha vida se foi, não sei mais o que posso ser e não quero dizer nada mais".[23]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADa_Antonieta_de_las_Nieves

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06 janeiro 2023

LAMPIÃO MANDA EXECUTAR O CANGACEIRO VULCÃO - O DESERTOR

 Por No Rastro do Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=6ZFjOgOOowc&list=RDCMUC8NZsLKnMi38ql2iI2rIwkQ&start_radio=1&rv=6ZFjOgOOowc&t=244&ab_channel=NoRastroDoCanga%C3%A7o

Lampião, o Rei do Cangaço, não admitia traição no Bando. Era implacável com delatores, covardes e traidores. O cangaceiro Baiano, de alcunha Vulcão, decidiu abandonar o Cangaço sem permissão de Virgulino Ferreira, e aí foi sua perdição. O chefe cangaceiro determinou que o desertor fosse cassado e exterminado sem dó nem piedade. Temas relacionados: Sertão Nordestino, Lampião e Maria Bonita, Grota de Angico, Contos do cangaço no sertão, cangaço Lampiônico, Cangaceiros de Lampião, cabras de Lampião, História Nordestina, Literatura do Sertão Brasileiro, Crime de castração, história do eunuco, lampião a raposa das caatingas, o governador do sertão, lampião mata inocente, crimes de Lampião, lampião herói ou bandido, Volantes Policiais no cangaço, volante policial Nazarenos, Volante Zé Rufino, Volante Mané Neto, Padre Cícero, Rota do cangaço, cangaceiro Corisco, cangaceiro Moreno, Cangaceiro Zé Baiano, cangaceiro Gato, histórias e contos, filmes completos, canais de cangaço, A morte do cangaceiro Corisco. Assistam e ao final deixem seus comentários, críticas e sugestões. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações. #NoRastroDoCangaço Vejam também: https://youtu.be/wNDApE3TrZM https://youtu.be/tgf4si5I1JA https://youtu.be/-k97ZJrLfGU https://youtu.be/IBZIHaYYYKM https://youtu.be/x8tq9kmNO-0 https://youtu.be/7iPTUnsvg1o https://youtu.be/JuQN2Di42yU https://youtu.be/dLrSXQWW52g https://youtu.be/dqh_yrCt1wU https://youtu.be/MpjZbbRLf28 UM FORTE ABRAÇO!

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05 janeiro 2023

MARIA FRANCISCA DA NATIVIDADE.

  Filhas de Zé Calú a época proprietário da Fazenda Melâncias no município pernambucano de Flores, que foi torturado por Lampião e bando no ano de 1925.

Maria Calú "Maria Francisca da Natividade" (Foto 01) e Leobina Calú (Foto 02).




https://cangacologia.blogspot.com/

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04 janeiro 2023

MEU AVÔ ANTÔNIO TOMAZ...

  Por Assis Nascimento

Um desenho perfeito, feito por Tomaz Albuquerque.
A cena me parece real. apesar que eu não conheço a foto de origem. - Jose´Mendes Pereira - administrador deste blog.

Bom dia, meus queridos amigos e familiares!

Ficou muito bom, este desenho do meu avô Antônio Tomaz feito pelo meu filho Tomaz Albuquerque.

A cena me parece real.

O velho sentado no banco de madeira debaixo do alpendre, chapéu de massa tipo Prada na cabeça, camisa de linho branca abotoada até o pé do gogó, com dois bolsos; dentro de um deles um relógio de algibeira, que era preso em uma casa de botão da camisa, por uma grossa corrente de ouro.

Aí neste ponto, era calçar as botas, montar a cavalo; e sair vistoriando as terras e as tarefas dos trabalhadores da Fazenda Nova.

A Fazenda Nova e meu avô, retratavam bem os latifúndios nordestinos do século passado.

O velho, não possuía terra alguma; porém durante mais de cinquenta anos, administrou uma vasta área de terras que ía da margem esquerda do Rio das Conchas até a comunidade de Pedra Grande; englobando terras do Birrim, Rosado, parte da Fazenda Velha, Banburral, Porto do Pilão, Cacimbas de Viana, Canto da Lagoa e ainda terras onde hoje é o assentamento Brilho do Sol e Tocantins. Tudo isso onde hoje é, o município de Porto do Mangue.

O meu avô faleceu e foi enterrado na fazenda Nova em abril de 1993, e com ele morreu a velha tradição do latifúndio na várzea do Açu, ribeira a qual pertencia a grande propriedade rural.

Assim vi, por isso deixo aqui registrado!

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03 janeiro 2023

CAPITÃO LUIZ MARIANO DA CRUZ, Memória de um Herói

 Por Valdir José Nogueira*


Há homens predestinados a deixar para a história, um legado de coragem, de sacrifício, de amor e vocação à causa pública, aliado à determinação de seus ideais, com uma fé inabalável em Deus. O Legendário belmontense Capitão Luiz Mariano da Cruz encontrou nas décadas de 20 e 30 do século passado, um cenário desolador em decorrência do banditismo, que culminou com o aumento desordenado da criminalidade na região sertaneja. Intensificava-se naquela época o ciclo do cangaço, tempo difícil e inseguro para muita gente. Os cangaceiros aterrorizavam as cidades, realizando roubos, extorquindo dinheiro da população, sequestrando figuras importantes, além de saquear fazendas.

Esses grupos eram integrados, na maioria das vezes, por jagunços, capangas e empregados de latifundiários (detentores de grandes propriedades rurais). Esse movimento está diretamente relacionado à disputa da terra, coronelismo, vingança, brigas de famílias etc.

São José do Belmonte, hoje a próspera cidade do sertão central de Pernambuco, sendo uma região de fronteira, despontava como um verdadeiro arraial nas hostes do cangaço, por aqui Lampião, o rei do cangaço, deixou também seu rastro de sangue, morte e destruição, quando junto a um numeroso grupo de cangaceiros no dia 20 de outubro de 1922, invadiu a cidade para eliminar o próspero comerciante Luiz Gonzaga Gomes Ferraz. Durante o ataque, os cangaceiros também sofreram a heroica resistência do destacamento de polícia local sob o comando do bravo sargento Sinhozinho Alencar (José Alencar de Carvalho Pires) que contou naquela difícil situação apenas com oito praças. E dentre esses soldados lutou bravamente o jovem Luiz Mariano da Cruz, na ocasião com 22 dois anos de idade.

Pertencente a uma das tradicionais famílias belmontenses, o capitão Luiz Mariano da Cruz nasceu na fazenda Cacimba Nova no dia 08 de dezembro de 1899, filho do Sr. Manoel Mariano de Menezes e de dona Maria Francisca de Jesus. Luiz Mariano, durante sua vida se destacou como um aguerrido policial na perseguição a Lampião e seu bando.

Inicialmente, perseguiu-o no seu torrão natal, após, junto com o nazareno e lendário Tenente Manoel Neto, se embrenhou nas caatingas baianas e Raso da Catarina, onde teve dezenas de combates, tendo saído ferido em alguns, inclusive, tendo que se submeter a tratamento na cidade de Salvador, em face da periculosidade dos ferimentos sofridos. Na sua história militar, Luiz Mariano também foi delegado de polícia da cidade de Itabuna na Bahia e em Petrolina, Pernambuco.

 Cafinfin, Luiz Mariano e Manoel Neto

O bravo e afamado soldado Luiz Mariano, já capitão reformado, volveu os seus olhos inteligentes para a produção nativa do catolé, existente abundantemente na lendária Serra do Catolé, localizada nos limites do município de São José do Belmonte, sua terra natal, com o Estado da Paraíba. Luiz Mariano comprava toda a produção de catolé aos moradores da região, e comercializava com a empresa Alimonda Irmãos S.A. na cidade do Recife (PE). Esta empresa, fundada no ano de 1930, dedicou suas primeiras três décadas, à produção de sabão. O catolé de São José do Belmonte era destinado para esse fim, diante da visão empreendedora do Capitão Luiz Mariano. O pó da palha do catolé era também comercializado com empresários da cidade de Salvador (BA), e destinava-se ao fabrico de vinis, na época os famosos “discos de 78 rotações”.

Quis o destino, que no dia 21 de maio de 1943, numa das suas costumeiras viagens de negócios, transportando uma grande carga de catolés de São José do Belmonte para o Recife, o caminhão tombou em Ipanema, município de Pesqueira (PE), causando a morte aos 42 anos de idade do bravo e inesquecível capitão Luiz Mariano da Cruz.

 Sepultamento de Luiz Mariano

O mesmo foi casado em 1918 na cidade de Custódia – PE com Maria Bezerra (Liquinha). Desse casamento houve um filho o coronel José Mariano Bezerra (Zequinha), nascido no dia 14 de janeiro de 1928. Este senhor foi casado com Zuleima Ferraz Bezerra filha do coronel José Alencar de Carvalho Pires (Sinhozinho Alencar) e de Albertina Ferraz Alencar.

Porém, foi durante o combate contra o banditismo que o nome do Capitão Luiz Mariano ficou gravado na história. Durante esse período de terror, o capitão Luiz arregaçou as mangas, apurou crimes, prendeu bandidos, capturou bandos de cangaceiros e ladrões de cavalos, sem dispor à época, de armas, viaturas e helicópteros, enfrentando dificuldades de toda ordem. Dispunha na verdade, de seu velho “38” e de uma reduzida, mas eficiente equipe de policiais de sua irrestrita confiança.

Mais das vezes sua viatura era o lombo de um bom cavalo, para as estradas batidas de poeiras e veredas do sertão. Foi um policial astuto e muito valente. Enfrentou todas as adversidades da natureza, como o surto de infestação de várias doenças tropicais, como as terríveis febres, sobrevivendo heroicamente. Foi um trabalhador incansável, um líder nato, um policial polivalente.

A cidade de São José do Belmonte no passado denominou uma de suas ruas com o nome deste grande vulto de sua história. Todavia hoje a maioria dos seus habitantes desconhece a trajetória deste bravo belmontense, policial de brio, homem honrado e probo, símbolo da concretização de um ideal, que certamente servirá de luz, como um farol, a guiar as futuras gerações de oficiais e praças da bicentenária e histórica Corporação que é a Polícia Militar de Pernambuco.

*Pesquisador e escritor

http://lampiaoaceso.blogspot.com/search/label/Capit%C3%A3o%20Luiz%20Mariano

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02 janeiro 2023

CANGAÇO E CORONELISMO NO RIO GRANDE DO NORTE: MEADOS DO SÉCULO XIX AO FIM DA REPÚBLICA VELHA (REVOLUÇÃO DE 30)

  * Honório de Medeiros


José Augusto Bezerra de Medeiros

Quem critica o Cangaço hostiliza a História e não entende o que é o Poder. 

O Cangaço lança luz sobre a História e o Poder, em intrincada trama com o Coronelismo e o Fanatismo (Misticismo);

São os seguintes os principais cangaceiros que escreveram parte de sua história no Estado do Rio Grande do Norte: José Brilhante de Alencar Souza (o “Cabé”), nascido em Pombal, na Paraíba, em 1824, e morto em Pão de Açúcar, Alagoas, em 1873; Jesuíno Alves de Mello Calado (o “Jesuíno Brilhante”), nascido em Martins, RN, em 1844, e morto em Belém de Brejo do Cruz, novembro/dezembro de 1879; Macilon Leite de Oliveira (o “Massilon”), nascido em Timbaúba dos Mocós, 1897, e morto em Caxias, Maranhão, em 1928; e Virgolino Ferreira da Silva (o “Lampião”), nascido em 4 de junho de 1898, em Serra Talhada, Pernambuco, e morto em 28 de julho de 1938, em Poço Redondo, Sergipe.

O único norte-rio-grandense era Jesuíno Brilhante, o primeiro dos cinco grandes da história do cangaço: Jesuíno, Antônio Silvino, Sinhô Pereira, Lampião e Corisco, eis a ordem cronológica. 

Existe a suspeita de que Virgínio Fortunato da Silva (o “Moderno”), viúvo de uma irmã de Lampião, Angélica Ferreira da Silva, era dos Fortunado de Alexandria, no Rio Grande do Norte, mas isso nunca foi comprovado. 

E são os seguintes os fatos na História do Rio Grande do Norte nos quais Coronelismo e Cangaço estão fortemente entrelaçados: a invasão de Martins por Jesuíno em 1876; a invasão de Apodi por Massilon em 1927; a invasão de Mossoró por Lampião e Massilon em 1927. 

Todos essas atividades cangaceiras estão conectadas com o coronelismo. 

Não houve Coronelismo no Sertão nordestino sem entrelaçamento com o Cangaço; não houve Cangaço sem Coronelismo. Acrescente-se a esses ingredientes o Fanatismo (Messianismo) e teremos um ponto-de-partida para a real história da época dos coronéis e cangaceiros.

Sempre tratamos esses fatos pelo COMO aconteceu, de forma folclórica, no sentido negativo do termo, mas precisamos nos indagar o PORQUÊ factual que os originou.

Tanto o coronelismo quanto o cangaço são expressões particulares do momento histórico específico que caracteriza o fim da República Velha no Sertão nordestino, muito embora seu padrão, enquanto disputa pelo Poder, seja recorrente na história das civilizações, sob outras formas, haja vista, por exemplo, o feudalismo europeu e japonês, e sua semelhança com esse objeto de estudo. 

As invasões de Apodi e Mossoró são indissociáveis, e se constituem em epicentro de um processo político que durou aproximadamente dez anos e dizem respeito a disputas políticas entre famílias senhoriais do Sertão paraibano e potiguar, tendo como fio-condutor, protagonista, o cangaceiro Massilon. 

 Rafael Fernandes Gurjão

Em 1924 José Augusto Bezerra de Medeiros, legítimo representante da fina flor da aristocracia rural algodoeira do Rio Grande do Norte, chegou ao poder. Seu intento, segundo cronistas da época, era construir uma oligarquia semelhante a dos Maranhão.


Em 1927 o Rio Grande do Norte, cujas principais regiões eram Natal, o Oeste e o Seridó, pareciam sob seu controle político, excetuando-se o crescimento político e econômico dos Fernandes cujas raízes estavam fincadas na Região que começava em Mossoró, passava por Pau dos Ferros, e terminava em Luis Gomes, fronteira com a Paraíva. 

Em 1928 Zé Augusto elegeu seu sucessor, o sobrinho-afim Juvenal Lamartine.

Mas em 1930 veio a Revolução que culminou com o golpe político que elevou Getúlio Vargas ao Poder. 

E Getúlio entregou o poder, após uma série de interventores, a Mário Câmara, aliado de Café Filho e dos adversários de Zé Augusto no Estado. 

Zé Augusto reagiu. Driblou as pendengas com os Fernandes, afinal faziam parte da mesma base econômico-política, a aristocracia rural algodoeira que dominava o Seridó e o Oeste, e juntos criaram o Partido Popular para lutar contra a candidatura de Mário Câmara em 1934.

E assim, na mais cruenta eleição que jamais houve no Rio Grande do Norte, o Partido Popular saiu vitorioso, e Rafael Fernandes, o líder da família Fernandes, foi eleito Governador do Estado.

Zé Augusto elegeu-se Deputado Federal.

Durante a campanha foram assassinados o Coronel Chico Pinto, em Apodi, e Otávio Lamartine, filho de Juvenal Lamartine. Espancamentos, ameaças, humilhações, depredações, foram incontáveis.

O Coronel Chico Pinto era ligado aos Fernandes; Otávio Lamartine a Zé Augusto.

À sombra de ambos, tramando contra, outros coronéis; à sombra desses coronéis, os cangaceiros...

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AS CANTORAS GÊMEAS.

  Por Saudade Sertaneja Célia Mazzei (Célia) e Celma Mazzei (Celma) nasceram em Ubá, Minas Gerais, em 2 de novembro de 1952. Irmãs gêmeas, i...