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01 fevereiro 2023

A PRISÃO DO CANGACEIRO VOLTA SECA CABRA DE LAMPIÃO

  Por No Rastro do Cangaço

https://www.youtube.com/watch?v=iGauCiEptB0&ab_channel=NoRastroDoCanga%C3%A7o

Lampião, o Rei do Cangaço e Maria Bonita, gostavam muito do menino cangaceiro Volta Seca, mas depois de pouco tempo como integrante do Bando, o cabra já começou a aprontar com o chefe, vindo a desertar, fugir logo após o Combate de Maranduba, e posteriormente preso por dois coiteiros que lhe entregaram à Polícia.

Assistam até o final e conheça os detalhes da prisão do Cangaceiro Volta Seca.

Temas relacionados:

Sertão Nordestino, Lampião e Maria Bonita, Grota do Angico, Contos do cangaço no sertão, Cangaço Lampiônico, Cangaceiros de Lampião, cabras de Lampião, História Nordestina, Literatura do Sertão Brasileiro, Crime de castração, história do eunuco, Lampião a raposa das caatingas, o governador do sertão, lampião mata inocente, crimes de Lampião, lampião herói ou bandido, Volantes Policiais no cangaço, volante policial Nazarenos, Volante Zé Rufino, Volante Mané Neto, Padre Cícero, Rota do cangaço, cangaceiro Corisco, cangaceiro Moreno, Cangaceiro Zé Baiano, cangaceiro Gato, histórias e contos, filmes completos, canais de cangaço, A morte do cangaceiro Corisco.
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30 janeiro 2023

CANGAÇO: SABINO ATACA CAJAZEIRAS

  Por Fatos da História

https://www.youtube.com/watch?v=_koDKDDgf8U&ab_channel=FatosnaHist%C3%B3ria-Canga%C3%A7oeNordeste

Referências: .

"O Ataque de Sabino Gomes", por Francisco Frassales Cartaxo .

Blog CARIRI CANGAÇO.

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28 janeiro 2023

CRIANÇA QUE PERDEU A MÃE NA FEIRA

  Por Estante de Citações

Um menino de cerca de cinco anos que perdeu a mãe entre a multidão de uma feira, aproxima-se de um agente da polícia e pergunta:

- Você não viu uma senhora sem uma criança como eu?

Os cinco contos curtos mais belos do mundo, por GABRIEL GARCIA MÁRQUEZ.

https://www.facebook.com/photo/?fbid=622147629913619&set=a.513544257440624

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27 janeiro 2023

SEU CARA DA PESTE

  Clerisvaldo B. Chagas, 26/27 de janeiro de 2023

Escritor Símbolo de Sertão Alagoano

Crônica: 2.832

O senhor Cirilo, foi o último tropeiro de Santana do Ipanema. Ele, com sua tropa de burros, levava mercadoria para a zona da Mata e de lá trazia produtos para o Sertão. Para a Mata ia o queijo, o feijão, a farinha, a carne de sol e mais. Da Mata chegava o mel de abelha, o mel de engenho, o açúcar, o tecido, a aguardente... A rapadura. Quando seu Cirilo – que morava na esquina de um beco que dava para o rio Ipanema, na Rua Prof. Enéas – chegava de viagem, desarreava a burrama e a soltava para pastar no leito seco do rio. Seu filho, vulgo Lelé, ainda rapazinho, acompanhava o pai naquelas idas e vindas inter-regionais. O senhor Cirilo faleceu e, Lelé, continuou solteiro, foi envelhecendo e passou a ajudar no bar do seu sobrinho Erasmo na Rua e Bairro São Pedro, em torno dos anos 60-70.

Já de cabelos brancos e ainda solteirão, Lelé gostava de uma cachacinha e, quando bebia tirava direto por alguns dias. Nunca perguntamos ao Lelé onde ele estudara, mas ainda era bom de memória na Geografia que naquele tempo era na base da decoreba. Quando o nosso querido amigo de todos bebia, gostava de chamar as pessoas de “cara da peste”. Era sempre testado, quando sóbrio, pelos clientes do bar, sobre pontos geográficos do Brasil e do mundo. Enquanto guardava o dinheiro do cliente num miolo de um rádio velho e que ainda funcionava, respondia o que lhe fora perguntado. Adaptara uma tampa de madeira nesse rádio que era seu orgulho e que pegava, segundo ele, a Rádio Nacional, a Rádio Sociedade da Bahia, a BBC de Londres e outras muitos distantes do País.

Pois bem, Certa feita, um sujeito encontrou Lelé na Rua Antônio Tavares, tão bêbado que estava se segurando às paredes  para não cair. “É agora que eu quero saber se Lelé entende mesmo de Geografia”, pensou o cidadão. Dirigiu-se até o antigo tropeiro e indagou incrédulo: “Lelé, qual é o maior lago do mundo?”. O filho de seu Cirilo ainda fez uns volteios para se manter de pé, foi lá, veio cá, tornou a se segurar às paredes, olhou para o rosto do inquiridor e respondeu cobrando o preço: “não é o lago “Baiká”, na Sibéria, com 636 km 2, SEU CARA DA PESTE!”.

Arre!

Imortalizamos o ex-tropeiro.

CRÉDITO: PROGRAMA ENTREVERO CULTURAL ´PEC

 


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26 janeiro 2023

A MULHER QUE PASSOU POR 3 SÉCULOS.

 Por Rainhas Trágicas - Mulheres, Guerreiras, Soberanas.

Fotografia de Margaret Ann Neve, tirada em 1902, poucos meses antes de sua morte. Nascida em 18 de maio de 1792, em Saint Peter Port (Guernsey, Ilhas Anglo-Normandas), Margaret se tornou a primeira pessoa supercentenária de quem a história dispõe de registros factuais, tendo vivido em três séculos diferentes (XVIII, XIX e XX). Educada em Bruxelas, ela se tornou fluente em francês e italiano, além de entender o alemão e o espanhol. Nas suas histórias, ela dizia ser capaz de se recordar dos tumultos da Revolução Francesa e das guerras napolepônicas. Margaret faleceu em 4 de abril de 1903, um mês antes de seu aniversário de 111 anos, no mesmo lugar onde nasceu.

Texto: @renatotapioca

#margaretannneve #historia #historiadasmulheres #rainhastragicas #guenersey #saintpeterport #xixcentury #xviiicentury #xxcentury #oldpeople #centenario #supercentenarian #historicphotography #oldphotos

 https://www.facebook.com/photo/?fbid=189234017091228&set=a.161989436482353

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25 janeiro 2023

A MORTE DE ANTONIO CANELA

  Por José Mendes Pereira

Sargento Deluz

O patriarca João Marinho tinha outro genro que era o João Maria Valadão, este se casara com a Mariinha. Ele havia nascido e criado no Olho D’água, que era uma fazendinha das redondezas. O Valadão tinha boas amizades com o esposo da cunhada Dalva, por isso, fora escolhido para saber do sargento Deluz, o que o fez devolver a sua esposa Dalva aos seus pais.

Depois de tudo preparado e pensado, o Valadão foi ao encontro do temido sargento e concunhado que havia rejeitado a esposa. João Maria era e quase não era tão quieto assim, como o seu sogro, e confiava em sua coragem, e mais ainda, com a amizade que tinha com o sargento. 

O sargento o recebeu em sua propriedade de nome Araticum com muito agrado. Os dois conversaram até certo ponto, quando o Valadão perguntou-lhe:

- Deluz, não se apoquente com a minha pergunta, eu queria saber o motivo que fez você devolver minha cunhada Dalva aos seus pais?

O sargento Deluz espanta-se um pouco quando ouve a pergunta, mas mesmo assim, resolveu responder o que lhe fora perguntado, com cara de quem não gostou, e diz:

- Num dava certo, Valadão. A Dalva foi criada com muito mimo, e ela não quer aceitar o meu jeito. Você sabe muito bem o meu jeito de serpente, e sendo assim, eu e ela não damos certos para vivermos em paz.

João Valadão resolveu falar também, mas com cuidado para não assanhar a serpente. E diz:

- No meu entender, eu acho que você tem razão, mas nem se preocupe, é assim que eu contarei ao João Marinho, nem mais nem menos falarei.

Mas, geralmente, casal que se separa, dias depois está aconchegado novamente, e o sargento Deluz e sua esposa Dalva não eram diferentes. Dias depois, estavam juntos. A vida do valente pernambucano continuava nas suas obrigações na fazenda Araticum. Os trabalhos militares sempre foram respeitados por todos, afinal, ele era um delegado que dominava toda região do Rio São Francisco, mesmo respeitado, os sertanejos os julgavam um bruto, indivíduo grosseiro e irracional. Até a sua presença física não era agradável perante às pessoas que se curvavam diante dele, e principalmente, repugnavam às escondidas as suas ordens. Tinha um corpo forte, atarracado, era viciado em fumo de corda, e vez por outra, mascava também.

Dalva sua esposa nunca teve um momento de paz e de amor em sua vida de casada, e esta infelicidade, começou a partir do dia em que ela deixou a família e foi morar com o sargento Deluz. As brigas do casal eram a todo momento, porque o Deluz, tratava a sua esposa Dalva sempre debaixo de ordens e na base do cacete. Mas a Dalva era geniosa e não se dobrava, enfrentava o agressivo cônjuge sem medo, e com isso, ele vendo que não a vencia, as desavenças eram constantes. Mas mesmo com o seu lar destruído, a Dalva engravida do homem que não lhe quer ver feliz.

Mas com a gravidez da mulher, o sargento poderia melhorar o seu comportamento, já que um filho seu fora gerado no útero da sua esposa Dalva. Todos da família pensavam isto, e tinham certeza que a vida do casal iria ser apaziguada. O delegado deu sinais que concordava a gravidez da esposa.

Deluz resolveu fazer uma roça nas terras do sogro, lá no Brejo, e o João Marinho aceitou de bom grado, acreditava que com a gravidez da filha, o seu genro poderia mudar o seu comportamento agressivo e grosseiro. E uma das melhores, o interesse do genro pela agricultura e criação de animais. A intenção de todos era que as coisas melhorassem, e a Dalva pudesse viver em paz com o seu desajustado esposo.

Já está bem próximo da Dalva ter neném, e à proporção que os dias iam se passando, as dores começavam visitar a Dalva. A parteira já está ali, esperando a hora de fazer o parto. Tempo depois, a criancinha veio ao mundo cheia de vida. Era uma meninazinha saudável e com nome já escolhido Adélia (que significa nobre e indica uma pessoa que luta para tomar as rédeas do seu destino. Não gosta de depender de ninguém, nem mesmo dos pais. Hábil e esperta em geral consegue o que quer da vida. Mas deve combater a ansiedade e desenvolver o sentido de vida em comum).

Parece que a Dalva escolhera este nome como protesto ao que ela passava com o seu marido bruto. A mãe está feliz com o nascimento da filha, mas o pai não demonstra nenhuma felicidade, e continua do mesmo jeito, grosso e arrogante.

Logo no segundo dia do resguardo, o sargento Deluz acordou com o cão nos couros, e sem nenhuma razão e motivo, fez a Dalva se levantar às pressas. Ela não ficou calada e o respondeu sem medo, devolvendo-lhe as suas ignorâncias.

Incomodado, porque não tinha como convencê-la, foi até a porta do quarto, e a trancou juntamente com a sua filhinha. Por último, a mãe e a filha estavam presas. Com temperamento de louco, derramou uma lata de querosene na casa, e ficou ameaçando tocar fogo para incendiá-las. E assim que a vizinhança percebeu o descontrole emocional do sargento em gritos, pede socorro. Finalmente, os seus comandados chegaram e conseguiram segurar o demônio que já se preparava com o fósforo quase a riscar. 

Aquele casal não tem mais condições de viver junto, e a solução, seria definitivamente a separação. O homem é um desajustado e não tem como inverter aquela situação. A Dalva, há muito tempo que havia deixado de ser sua esposa para simplesmente ser um saco de pancadas.

As pessoas do lugar que presenciavam aquela infeliz vida da Dalva filha do João Marinho, diziam em boca miúda:

- Coitada daquela moça! Foi tão bem criada, uma pessoa tão boa, ter que viver uma vida tão infeliz!

João Marinho, sua esposa e irmãos perderam o sossego por completo. A Dalva estava diante de um satanás. As irmãs lamentavam a pouca sorte da mana, e os irmãos começaram sentir ódio do cunhado maldito. Todos parentes da Dalva estavam angustiados, e sofrendo com o pouco censo de um homem totalmente desajustado e desequilibrado mentalmente.

Não se preocupe. Continuarei amanhã esta historinha! 

A Morte do sargento Deluz - Parte I 

https://blogdomendesemendes.blogspot.com/2023/01/deluz-parte-i.html

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A MORTE DE ANTONIO CANELA

  Por Alcino Alves Costa


"Certa vez, por e-mail, Alcino Alves Costa me disse que gostaria de ser lembrado através desta foto - 
José Mendes Pereira"

O sertão está alegre. A chuva tem caído com abundância. O inverno é bom e farto. Tudo é bonança e grandeza. O mimoso se espalha belamente pelas caatingas, balouçando, daqui pra ali, ao sabor gostoso do vento. O capim, a beldroega, o feijão brabo, a jitirana e a marmelada cobrem os loros das selas e as barrigas dos animais. Vaqueiros, animados e felizes, todos os dias ficam mudando a gadama, de uma fazenda pra outra, nos trabalhos de apartação.

Nas serras do Curralinho uma pequena fazenda – Camarões – está em festa. Alguns vaqueiros (Chiquinho de Aninha, Flávio, seu Alves, Libéu, Angelino, João Cirilo) ajuntam o rebanho para apartação. A ideia é levar o gado de Juvêncio Rodrigues para a Pedrata.

A cachaça rola e a chuva cai.

Lá, no início da malhada, desponta Antônio Canela. O caboclo está caçando um jumento. Soube do ajuntamento que ali estava acontecendo e com vontade de beber uma cachacinha seguiu para a fazendinha de Juvêncio.

Canela era um galho familiar da Caldeira. Nascido e criado nas Alagoas, num lugarzinho chamado Bonito. Carregava uma provação em sua vida. Um dia acompanhou alguns amigos que foram até o povoado “Entre Montes” esperar Lampião com o intuito de enfrenta-lo. O cangaceiro não apareceu mais a notícia dos preparativos para a reação contra ele se espalhou.

Tempo depois o rapaz se muda para Sergipe, indo residir no Curralinho. Jamais poderia imaginar que aquela sua aventura com as armas iria lhe trazer tão trágico dano. Mas, um mensageiro da desgraça assim não pensava, era ele “Zuza de Invenção”, cabra ruim e mal-intencionado que, levado pela maldade e vontade de agradar os bandidos, conta a história de Canela a eles.

O moço não sabia que estava na mira dos bandoleiros. Sem nenhum temor caminha por todos os arredores, mesmo sabendo que aquelas redondezas estão infestadas de cangaceiros.

Na fazenda do ajuntamento os vaqueiros aboiam e bebem. A chuva não para e cai com vontade. Grossas bátegas se esparramam pelo barro vermelho daquelas serras. Os grotões e riachos estão empanzinados e roncando. O sertão mais parece um paraíso.

Antônio Canela se demora. Gosta da farra e da cachaça. A chuva é forte e demorada. O melhor é esperar e beber.

A chuva diminuiu e foi embora. João Cirilo abre uma das janelas. Surpreso exclama:

 - Ói Cuma vem genti ali, e só podi ser cangaceiro.

A malhada está coalhada de cangaceiro. O grupo é chefiado por Mané Moreno. Todos estão com as roupas encharcadas. Chegam ao telheiro. Os presentes são saudados com um aperto de mão. Quando chega a vez do rapaz de Alagoas, Mané Moreno é que pega na sua mão e para espanto de todos diz:

O cangaceiro Mané Moreno

- Você tá preso!

A afronta a Lampião iria ser vingada.

Angelino e João Cirilo tentam pedir pelo condenado. A sentença já estava consumada.

Mané Moreno encerra a conversa dizendo:

- Não adianta pidido ninhum pra este cabra Ele vai morrer pruque merece.

Canela era um homem destemido. Mesmo não desconhecendo o seu fim tem forças para perguntar:

- E o qui foi qui eu fiz?

Pancada é quem responde:

- Se esqueceu qui andava armado pra atirá im Lampião?

- Foi mesmo. Só tivi pena porque ele num apareceu.

Alecrim cabra perverso, arranca um canivete e com desmedida fúria enfia a arma várias vezes no corpo do prisioneiro. Um outro bandido – Cravo Roxo -  não deixa por menos, com o coice de seu mosquetão bate com furor desmedido no rosto de Canela. A cabroeira está irritada com a ousadia do rapaz.

Os cangaceiros Áurea,  (errado Gorgulho) é Cravo Roxo e Mané Moreno

O cangaceiro era a personificação da desgraça e da morte. A fazendinha e os vaqueiros agora estavam envoltos num manto de tristeza e dor. Acabara-se a festa e a alegria. Agora tudo havia se transformado em horror e agonia. O povo sertanejo não pode ser feliz enquanto aqueles malsinados bandoleiros dominarem o seu sertão. Impossível se ter paz e sossego naquele mundo dominado pelo cangaceiro e pelas volantes.

Antônio Canela estava sendo supliciado. Amarram-no na garupa do animal e alecrim e viajam. Canela pergunta a Áurea, companheira de Mané Moreno e filha de Antonio Nicácio, se os cangaceiros vão mata-lo. A bandida acena com a cabeça que sim. Desesperado, ao receber a confirmação de seu fim, o rapaz, num ato extremado, tenta escapulir. Consegue pular do animal e corre loucamente serra abaixo. É perseguido pelo bando e rapidamente alcançado.

Mané Moreno está possesso. Obriga o infeliz abria a boca e comprovando o monstro que era puxa sua arma e atira. Canela teve tempo apenas de virar sua cabeça para um lado e, então, em vez de atirar na boca, atirou no ouvido do moço.

Canela não caiu e recebe o segundo tiro. Este no rosto. Desaba por cima das macambiras. É ainda sangrado por Pancada.  Acontece, então, a grande prova do negrume daqueles seres que não eram humanos e sim verdadeiros monstros. O cangaceiro Cravo Roxo se acerca da cor inerte de Canela, fica ao seu lado acocorado e como se fosse um monstro, e mostro ele era – bebe o sangue que borbulha da veia do pescoço do infeliz que está estirado no chão duro daquelas serras.

Do telheiro da fazenda, Juvêncio, seu Alves João Cirilo, Angelino Libéu e Chiquinho de Aninha abobalhados, observam a triste e aterradora cena. Lá embaixo, na serra, mais um sertanejo acaba de ser ceifado deste mundo por força do flagelo que há tantos anos vem assolando aquela região antes tão pacata e feliz.

Desolados e temerosos os vaqueiros soltam o gado e retornam para Curralinho.

Fonte: “livro Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico”
Autor: Alcino Alves Costa
Páginas: 195, 196 e 197.
Edição 2ª. Edição
Ano: 2011

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