Por Vanderlei Mariano - Brasil Pátria Minha
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Por Veridiano Dias Clemente
Por Lidiya Sharapenko
Rochas do Elefante, Nova Zelândia. Bom Dia, Grupo Maravilhoso, uma Semana Abençoada.
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Por Beto Rueda
Cristino Gomes da Silva Cleto, nasceu na Serra da Jurema, município de Matinha de Água Branca, atual Água Branca - Alagoas, em 10 de agosto de 1902.
Seus pais, Manoel Gomes da Silva e Firmina Cleto.
Era alto, feições finas, alvo, faces vermelhas, altivo e impetuoso.
Existem versões para a sua entrada no crime: Segundo Dadá, ele matou um rapaz em uma festa próximo a fazenda onde morava e fugiu para não morrer.
Teve vida difícil, questões familiares e situação financeira fizeram que ele brigasse com a família. Fugiu para Aracaju - Sergipe.
Engajou-se no exército brasileiro, no Batalhão dos Caçadores de Sergipe, durante a revolta militar de 1924.
Com a derrota dos revoltosos, Cristino abandonou o quartel, foi considerado desertor e perseguido.
Entrou para o cangaço em 24 de agosto de 1926, quatro dias antes do ataque a Fazenda Tapera, na Vila de Santa Maria, às margens do Rio Pajeú. Foi recebido por Lampião, na casa do senhor José Bezerra.
Tempos depois, resolve deixar o cangaço e retorna para a sua Matinha de Água Branca. Trabalhou como ambulante de feira, negociador de carne de bode, entregador de leite e padeiro.
Foi preso quando um fiscal da prefeitura cobrou imposto indevido de 500 réis do chão da feira onde trabalhava, por duas vezes. Ele pagou a primeira vez e se negou a pagar novamente.
Maltratado e exposto ao constrangimento pelo delegado Herculano Borges, Corisco jurou que um dia acertaria as contas.
Anos depois, em 1931, em uma emboscada, na Fazenda Bom Despacho, município de Jaguarari, povoado de Santa Rosa de Lima - Bahia, cumpriu o prometido. Prendeu e esquartejou o corpo do delegado que o havia humilhado.
Por sua valentia e liderança, formou o seu próprio grupo, sempre ligado a Lampião.
No início dos anos 30, a polícia não dava folga, Lampião divide o seu bando em vários subgrupos liderados por Mariano, Labareda, Zé Baiano, Zé Sereno e outros.
No coito de Angico, município de Porto da Folha, hoje Poço Redondo, Sergipe, Lampião esperava a chegada dos grupos dos dois últimos chefes, Labareda e Corisco, para uma reunião. O grupo de Corisco estava do outro lado do rio São Francisco, na Fazenda Emendada, no Estado de Alagoas. Escutou de lá os tiros e imaginou o pior: não confiava naquele coito.
Notícias espalharam-se rapidamente, Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros estavam mortos. Era quinta feira, 28 de julho de 1938.
Dadá sentencia ao grupo : Se vocês são homens, tem que vingar a morte de Lampião!
No domingo, dia 31 de julho de 1938, Corisco foi a casa de Joca Bernardo, seu coiteiro, para saber de alguma pista. Joca, que foi o delator, temendo a sua própria vida, contou a Corisco que a culpa era Domingos Ventura, da Fazenda Patos, distante duas léguas de Piranhas e pertencente a Antônio José de Britto, avô e pai adotivo de Cyra Britto, esposa do tenente João Bezerra.
No dia 2 de agosto de 1938, Corisco, Dadá e mais nove cangaceiros chegaram a Fazenda Patos.
Comeram com os Ventura amistosamente, falaram sobre o acontecido em Angico, todos lamentaram.
Corisco pediu papel e lápis e começou a escrever um bilhete. Enquanto Corisco escrevia, um cangaceiro pediu para Domingos e seu filho Odom irem ao curral, pois queria conversar com eles. Foram assassinados friamente, sem piedade.
Vieram buscar mais dois rapazes, José e Manoel. Daí em instantes, também as mulheres, dona Guilhermina Nascimento Ventura, a filha, Valdomira Ventura e a nora Maria da Glória, mulher de Odom Ventura. Esta levando nos braços o filho Elias, recém nascido. E mais três crianças - Antônio, Silvino e Carmelita, de 12, 10 e 11 anos, filhos do vaqueiro. As mulheres foram levadas para o outro lado do curral das pedras.
Morreram seis. Dadá salvou a criança de colo, Elias, interrompendo a matança. Escaparam da morte Maria da Glória e as quatro crianças. Também escapou uma filha de Domingos que morava na cidade, com a família do coronel Antônio Britto.
Já era noite quando os cangaceiros foram embora.
Corisco escreveu a João Bezerra, dizendo que as cabeças deveriam ser divididas entre o tenente, o prefeito e o Interventor do Estado de Alagoas, para que eles as comessem. As mulheres mortas foram para vingar Maria Bonita e Enedina.
No dia seguinte o sol esquentava os corpos decapitados e as poças de sangue na Fazenda Patos.
Triste fim de Domingos Ventura e sua família, morreram sem dever.
REFERÊNCIAS:
OLIVEIRA, Aglae Lima de. Lampião cangaço e nordeste. 2.ed. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1970.
DIAS, José Umberto. Dadá. Salvador: EGBA/Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1988.
ARAÚJO, Antônio Amaury Corrêa de. Gente de Lampião: Dadá e Corisco. 3.ed. Salvador: Ed. Assembléia Legislativa da Bahia, 2011.
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Clerisvaldo B. Chagas, 15 de fevereiro de 2024
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 3.015
Criativas e sem sentidos eram muitas as modinhas inventadas no mundo rural do Sertão:
“Calango matou um boi
Retaiou botou na teia
Lagartixa foi bulir
Calango largou-lhe a peia
Lagartixa foi dar parte
Calango foi pra cadeia.
Quando a moça ia casar-se vinha do sítio rural para a igreja, na cidade. Além da comitiva a cavalo, vinha por último um cidadão escanchado numa égua conduzindo o baú de roupas da noiva. Era chamado de “calango”. Ao passar o calango pela praça defronte à igreja, era alvo de engraxates e desocupados que gritavam: Calango! Calango! E calango respondia às investidas, erguendo o braço e estalando bananas e mais bananas para a turba. (Fonte: Alberto Nepomuceno Agra).
Quando a comitiva retornava à casa da noiva, havia muito exibimento dos cavaleiros com seus animais baixeiros em corridas pelas estradas poeirentas. Ao chegar perto da casa da noiva, os mais afoitos corriam à frente, pegavam doce de coco na casa da noiva e traziam para ela ainda no caminho. A noiva e o noivo, felizes da vida, comiam o doce ali mesmo, cavalgando e metendo os dedos cheio de poeira nas taças abarrotadas. Era uma tradição. (Fonte: Escritor Oscar Silva).
A pressa dos cavaleiros que iam buscar o doce, esquecia das colheres. Mesmo sem colher, o doce era doce. A figura do calango desapareceu, mas o doce de coco ainda é encontrado aqui ou ali sem a frequência do passado. Gostoso é. O “enjoativo” fica por conta de quem quer almoçar doce. E assim, os registros vão sendo feitos em livros esporádicos e ganham vida na boca dos mais velhos. Que bom, ouvir as narrativas da vovó, do vovô... E o Sertão velho de meu Deus, vai moendo, nos mitos, nas lendas, nas verdades, enriquecendo conhecimentos orais e literaturas curiosas que graças a elas seguramos a lupa preciosa de quem quer aprender. Envelheça, se puder e, conte seu mudo aos que virão.
Por João Sousa Costa
Os conflitos da família Ferreira no final (início) do século 19 abalaram Vila-Bela, o Sertão do Pajeú; sacudiram sete Estados do Nordeste, tornando-se o capítulo mais apaixonante na história das famílias rurais brasileiras, algo como uma tragédia Shakespeariana com “luz e sombra”; muita sombra sobre as origens e alguma luz nos relatos de historiadores. Tem um início novelesco e de paixão proibida.
Eis que uma jovem cabocla, Maria Sulena da Purificação, aos 15 anos, surge grávida de uma relação com um jovem de uma família economicamente poderosa, Venâncio Barbosa Nogueira, de 18 anos, cujas diferenças sociais no meio rural daquele século (1895), torna o casamento inviável.
Mas a garota também não era de família de “pés-rapados”, (para usar uma expressão preconceituosa tão recorrente no Sertão) para ser escorraçada ou deserdada.
A gravidez indesejada de Maria Sulena exigia uma solução, e esta foi sugerida por um velho negro, descendente de escravos, conhecido como “Brucutu” segundo narra José Alves Sobrinho, no seu livro “Lampião, Antônio Ferreira e Livino,”.
Maria Sulena era da família Lopes, não tão rica como a família Nogueira, mas de linhagem respeitada. De tal modo que “Brucutu” tem uma solução capaz de “abafar” tudo.
- “Arranja-se um rapaz que queira casar com a moça, que é bonita e ainda receber um bônus em dinheiro,” propôs Brucutu às famílias Nogueira e Lopes.
Proposta aceita. E ele mesmo, Brucutu, deixou a Serra Vermelha, em Serra Talhada, “vasculhou toda a área da região do Navio à Mata Grande no Estado de Alagoas, fazenda por fazenda em busca de um rapaz com o perfil desejado. Fracassou.
Mudou de roteiro. Voltou para Pernambuco garimpando um rapaz até achar devido a urgência do caso: a barriga da moça crescia. “Brucutu” foi até Triunfo. Novo Fracasso.
O tempo passando e a gravidez de Maria Sulena em segredo. Em Triunfo, Brucutu toma conhecimento de festa de apartação em Conceição do Piancó, já na Paraíba. Ao chegar em Conceição, dia domingo e de feira, não teve dificuldade em aproximar-se de jovens que bebiam numa confraternização de amigos e lançar seu desafio.
Todos ali naquela farra de fim de feira, com Brucutu já familiarizado, um dos rapazes indaga:
-“E o coroa para onde vai?
- “Eu estou procurando um rapaz que queira se casar com uma moça bonita. Alguém se candidata?”, respondeu.
- Que idade tem a moça? Indagou um dos rapazes.
Este moço era José Ferreira. Ali mesmo naquela confraternização e diante do “sim, eu caso” do rapaz, Brucutu, tomou providências, comprou e pagou por cavalo e sela e os dois deixaram Conceição rumando no sentido de Serra Talhada.
Os dois cavalos foram levados à exaustão; o tropel dos animais era grande, mas a causa era urgente: a barriga de Maria Sulena já estava saliente.
Já na fazenda dos Nogueiras, em Serra Vermelha, o rapaz foi apresentado; familiarizou-se com o drama familiar dos Nogueira, conheceu a família Lopes e se entendeu com a jovem; casou e, em vez de dinheiro vivo prometido, optou por receber de comum acordo com a jovem, uma faixa de terra desmembrada da fazenda, que viria a tornar-se Sítio Passagem das Pedras.
Meses depois, nascia Antônio Ferreira, o primeiro de mais 8 irmãos da família Ferreira.
Essa novela shakespeariana, está na raiz dos conflitos entre os Irmãos Ferreira e Zé Saturnino, o primeiro inimigo de Lampião. E quem disse isso foi o próprio Zé Saturnino, em 1970, num depoimento ao historiador Frederico Pernambucano de Melo.
- “Quem arrastou isso pra riba de mim foram os Nogueira. Quando a pessoa cai num abismo, como eu caí mode ou outros, e eles fizeram o que fizeram comigo depois, muito encrenqueiros, a vontade que dá é de meter a espingarda pra riba e matar gente do nosso lado, se não fosse dar gosto ao inimigo”, relatou Zé Saturnino.
Briga por causa de chocalhos roubados foi apenas a gota d’água que detonou a guerra épica que arrastou os irmãos Ferreira para o Cangaço.
Saturnino diz que a aurora do conflito sempre foi entre os Ferreira e os Nogueira, a quem ele deposita culpa por ter se envolvido na disputa.
- “Findou por cair no meu colo, por ter casado na família”, lamentou Saturnino .
O maior desafio dos escritores é entender como os irmãos Ferreira “administravam” a realidade de ter um irmão (Antônio) com sangue Nogueira, ou como Maria Sulena tocou a vida com José, se o primogênito era um Nogueira.
Zé Saturnino deu uma das pistas. O ódio dos irmãos Ferreira aos Nogueira ocorreu em solidariedade ao tio de Virgulino, chamado Manoel Lopes, irmão de Maria Sulena que, envolvido num crime, fora espancado quando preso e sob custódia dos Nogueira. Mas aqui já é outra história, outro capítulo shakespeariano da história familiar de Lampião.
João Costa. Acesse: blogdojoaocosta.com.br e @joaosousacosta
Fonte: “Lampião, Antônio Ferreira e Levino,” de José Alves Sobrinho; Editora Babecco
“Apagando Lampião”, de Frederico Pernambucano de Melo.
Fotos: 1. Vigulino Antônio Ferreira. F2. Zé Saturnino.
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Por Adelson Mota
Antes deste fato Passaram na fazenda, Carrancuda ou Carancudo, do Sr. João da Carancuda, e na fazenda, Bom Sucesso, deram Palmatória, em Dona Joana Ferreira da Silva, fizeram algumas maldades, se retiraram pra região, seguindo o curso do, Rio Jacuípe, e sitiaram - se na Fazenda Lagoa do Lino, Maracujá Serrolândia, de Dona Cyrila Moreira e Sr. Raimundo Moreira, Maracujá Serrolândia, onde foram abatidos pela Volante de José Fernandes Vieira, de Mundo Novo, José Osório de Farias, o Zé Rufino, de Jeremoabo,
créditos da foto de, Hermes Cohim Moreira, Thayse Mendes Borges Santos Reis, cedidas ao Professor e Historiador, Rubens Antonio, Livro Cangaço na Bahia, Cavalos do Cão e Canção Agalopada, foto, de Abelardo Cohim Moreira, credito Joselita Borges, Abelardo Cohim Moreira, também foi prefeito, 1948... Adelson Mota, historiadora Amador contador de histórias do Cangaço, na Bahia e na nossa região
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Por Saudade Sertaneja Célia Mazzei (Célia) e Celma Mazzei (Celma) nasceram em Ubá, Minas Gerais, em 2 de novembro de 1952. Irmãs gêmeas, i...