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18 julho 2024

O PANEMA NA FESTA DA JUVENTUDE

  Clerisvaldo B. Chagas, 16 de julho de 2024

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 3.076

RIO IPANEMA VISTO PELAS GRADES DA PONTE, EM PLENA FESTA DA JUVENTUDE. (FOTO: B. CHAGAS). 2024.

Enquanto a festa em Santana acontecia, o rio Ipanema deslizou de Pernambuco e ficou praticamente lado a lado no seu leito normal. Um ditado santanense antigo, do município, diz que “quando o rio Ipanema bota cheia o inverno será bom”. Esse ano nem precisou a cheia do Ipanema acontecer porque o inverno já estava sendo chamado de excelente.  Nunca tínhamos visto um tempo invernoso assim, chuvas fininhas, tanto de dia quanto de noite, intercalada de sol e céu nublado. Portanto o rio Ipanema veio apenas confirmar a riqueza que estar acontecendo no Sertão. Por outro lado, graças a Deus não foi confirmado o outro provérbio de Santana, tão antigo quanto as origens da cidade “Panema quando bota cheia leva um”. Não temos notícias de nenhum afogado até o presente momento.

Na foto da crônica, através da grade de proteção da ponte General Batista Tubino, vê-se em primeiro plano o Poço dos Homens e em segundo plano a continuação da cheia repentina. Desta feita, o rio não encontrou casa construída no seu leito, nem oficina debaixo da ponte e nem rua ocupando a sua calha. Por isso passou tranquilo sem mexer com ninguém. Suas águas já baixaram bastante e daqui a uma semana, já estará fornecendo peixes para as famílias pescadoras costumeiras, àquelas que gostam de peixe com farinha e assim alimentam os buchos das crianças.  Os primeiros dias de cheias fazem a limpeza do lixo jogado ali pelos humanos e, os dias seguintes assentam o barro, a areia e outras impurezas que as águas transportam. É ocasião de pesca e de banho.

E mesmo com muitas festas e barulhos nas ruas de Santana, o rio Ipanema continua tranquilo, sereno e sinuoso como nos velhos tempos da nossa juventude. A Pedra do Sapo, lá no Minuíno, ainda hoje marca a intensidade das cheias em: pequena, média ou grande de acordo com as águas aos seus pés, à sua cintura, ao cobrir a sua cabeça. A ponte engoliu as negras canoas compradas em Pão de Açúcar, formulou o progresso da margem direita e incentivou suicídios aos fracos na sua baixa murada. Diante de ruídos de motores, foguetórios, sons de paredões e gritos alucinados, o rio Ipanema escorre invisível e sereno cumprindo seu destino de mais importante acidente geográfico do Sertão alagoano.

Orgulho sertanejo!!!



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16 julho 2024

"ELE ESTAVA EM ANGICO"

 Por Helton Araújo

Apesar de não fazer pesquisa de campo, graças as mídias sociais do canal Cangaço Eterno, eu tenho sempre a oportunidade de conhecer pessoas pelo Brasil todo e assim, por vezes nos chegam informações relevantes de pessoas com ligação ao cangaço.

Hoje falarei sobre mais um personagem que ficou oculto em meio a história desse fenômeno social que até hoje mexe com nosso imaginário.

Otávio Alves da Mota nasceu em Itabi-SE, no dia 14 de setembro de 1914 e antes de se aventurar na luta contra os cangaceiros era um simples lavrador, que vivia do suor de seu digno trabalho.

Assim como outros tantos, as circunstâncias que os sertanejos da época eram submetidos o fez ter de escolher um lado na guerra entre cangaceiros e volantes.

Os motivos para esse homem decidir encarar um desafio tão árduo não foram poucos. Lampião e seu bando atearam fogo no armazém da família da sua então noiva, além do mais, o bando de Mariano extorquiu o pai de Otávio, o mesmo foi molestado e humilhado pelo bando do feroz cangaceiro, além de seus familiares terem animais mortos pelo bando desse mesmo cangaceiro.

Otávio no ano de 1932 entrou para volante como soldado contratado, além de também ter trabalhado como rastejador. Atuou de início com o Cabo Nicolau (que seria assassinado anos depois), em seguida com o tenente Zé Rufino e por último com o tenente João Bezerra.

Em suas lutas e sofrimentos em perseguição aos cangaceiros, o destino cuidou de colocar em seu caminho um antigo desafeto, o afamado cangaceiro Mariano. Como bem sabemos na região do Cangaleixo em 10 de outubro de 1936, Mariano, Pai Velho e Pavão foram mortos e decapitados pela volante de Zé Rufino, onde em tal ocasião trabalhava o soldado Otávio.

Além desse fato, Otávio esteve presente nas mortes dos cangaceiros Serra Branca, Eleonara e Ameaço. Onde integrava a volante de João Bezerra, ele também aparece na foto das entregas dos cangaceiros, onde se fazem presentes junto com os volantes, Pancada, Maria Jovina, Cobra Verde, Vinte e Cinco, entre outros cangaceiros.

Já o ápice de sua luta contra o cangaceirismo, foi na famosa ação na grota do Angico em 28 de julho de 1938, onde foram mortos Lampião, Maria Bonita e mais 9 cangaceiros, sendo uma testemunha ocular de um dos fatos mais famosos da história do cangaço. Neste mesmo ano de 1938, o soldado Otávio encerrou suas atividades como volante.

Um fato curioso sobre o soldado Otávio é que ele era muito amigo de Antônio de Jacó, o Mané Velho e também de Pedro de Cândido, famoso coiteiro de Lampião.

Com o dinheiro que recebeu por seus atos naquele fatídico dia, rumou com sua esposa Eutália Gomes da Mota para o interior de São Paulo onde comprou uma chácara e passou a trabalhar com suínos. Depois disso se mudou para Xambrê no estado do Paraná, onde trabalhava como administrador de uma grande fazenda.

Já idoso e acometido por alguns problemas de saúde, um de seus filhos o levou para morar consigo na capital de São Paulo, onde o mesmo veio a falecer meses depois, aos 96 anos por falência múltipla de órgãos, no ano de 2010.

O soldado Otávio foi mais um entre tantos que viveu e presenciou as terríveis situações que o cangaço oferecia naquela época. Deixou boas informações para seus familiares, que em breve vos apresentarei em postagens e em uma live com seu neto Osmar.

Agradeço pelas fotos e informações ao amigo Osmar Pedroso , neto do soldado Otávio Alves da Mota.

Se quiser ver todas as fotos, clique neste link.

https://www.facebook.com/groups/471177556686759

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15 julho 2024

O IRMÃO BOM DE LAMPIÃO!!! DOS 5 HOMENS DA FAMÍLIA FOI O ÚNICO A NÃO IR PARA A GUERRA" CANGAÇO.

 

O Bom e Manso Irmão de Lampião.

Lampião fazia parte de uma prole de nove irmãos, filhos de José Ferreira e Maria Lopes, sendo cinco homens e quatro mulheres, dos homens Lampião era o terceiro na ordem de nascimento, exatamente o do meio, tendo Antônio e Livino mais velhos e João e Ezequiel mais novos, como irmãs tinha Virtuosa, Angélica, Maria (D. Mocinha) e Anália.

Dos cinco irmãos homens, quatro entraram e morreram no cangaço, a única exceção foi João Ferreira, de coração bom e temperamento manso, nunca seguiu seus irmãos nos comportamentos e ações, muito menos no cangaço, nunca guerreou, nunca roubou e nunca matou, apesar de sofrer desde jovem preconceitos, perseguições e opressões por ser quem era, irmão de Lampião.

Além de sua boa índole e seu espírito pacífico, foi aconselhado por Lampião a não entrar no cangaço e cuidar dos bens da família e das irmãs, e assim ele fez, ou melhor, fez bem mais que isso, pois cuidou de suas irmãs até que estas casassem e do irmão mais novo, Ezequiel, até que este também seguisse os outros irmãos no cangaço. Quando sua irmã Virtuosa foi abandonada pelo marido com três filhos pequenos, João voltou a cuidar dela de seus três sobrinhos e quando da descoberta da filha de Lampião e Maria Bonita após suas mortes, Expedita, que tinha nascido em 1932 e estava com oito anos de idade e era criada por um casal de sertanejos, João reivindicou sua guarda e foi busca-la, e cuidou também de sua sobrinha, como uma filha até que esta também casasse.

João Ferreira morreu em 1981 com 79 anos, na cidade de Propriá/Se, onde está enterrado, tendo sido um homem honrado e íntegro por toda sua vida. João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce. 07/12/2020.

https://www.facebook.com/groups/893614680982844/?multi_permalinks=2240965452914420%2C2240992999578332%2C2241007192910246%2C2239789899698642%2C2239429349734697%2C2239472153063750%2C2238823386461960%2C2238297826514516%2C2237472413263724%2C2237598496584449&notif_id=1720455029391867&notif_t=group_highlights&ref=notif

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11 julho 2024

TÚMULO DOS CANGACEIROS MORENO E DURVALINA.

 Por Geraldo Júnior

 

https://www.youtube.com/watch?v=i6YONU87Poc&feature=youtu.be


Prezados amigos (as) é com imenso prazer e satisfação que trago ao conhecimento de vocês o nosso último trabalho.

Recentemente estivemos na cidade de Belo Horizonte/MG onde visitamos o túmulo dos ex cangaceiros Moreno e Durvinha e na ocasião colhemos depoimentos e entrevistamos os amigos Neli Maria da Conceição Neli Conceição) e Marcio Michel, respectivamente filha do casal Moreno e Durvinha e amigo da família que acompanharam e estiveram presentes durante os últimos momentos da vida dos antigos companheiros do Rei do Cangaço.

Uma entrevista com depoimentos repletos de emoções. As lembranças e a saudade foram sentimentos presentes durante toda a nossa gravação e fizeram deste trabalho um dos mais emocionantes que já realizei até o presente momento.

Espero que gostem...
ASSISTAM... CURTAM E COMPARTILHEM.

Fonte: facebook
Página: Geraldo Antônio de Souza Júnior (Administrador)

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08 julho 2024

CAMPO FORMOSO: 95 ANOS DA CHACINA DOS SOLDADOS MORTOS POR LAMPIÃO, NO POVOADO DE BREJÃO DA CAATINGA.

  Por Adelson Mota

https://www.facebook.com/brejaodacaatingaba/?locale=pt_BR

A chacina acontecida em 04 de julho de 1929, no Povoado de Brejão da Caatinga, foi um dos trágicos acontecimentos que comoveu os sertões da Bahia, pois naquela oportunidade 01 cabo e 04 soldados foram mortos, foram surpreendidos por Lampião acompanhado de 12 cangaceiros, os militares diante do ato repentino de chegada do bando não tiveram como se defenderem, esboçar uma reação. Em publicações anteriores e diversas entrevistas, relatei em detalhes como tudo aconteceu. 

No transcurso destes 95 anos, muitos livros foram publicados mencionando a chacina e os nomes dos militares mortos, doravante, estes documentos encontrados ratificam o que já foi escrito. Contando com apoio do pesquisador Adelsonmota Mota, Baiano, filho do Município de Várzea do Poço, mas residindo em São Paulo, há 35 anos, incansável nas pegadas de Lampião, estamos concluindo através de parentes e documentos que o Cabo Antônio Militão da Silva, era filho do Município de Morro do Chapéu, (alguns irmãos dele como, Rômulo Militão da Silva e Remo Militão da Silva lá nasceram), seu Pai Manoel Militão da Silva era delegado de Polícia da cidade quando aconteceu a morte do seu filho em Brejão da Caatinga. Infelizmente nas Certidões de Óbitos dos militares, (pela urgência dos sepultamentos) não foram mencionadas suas origens, filiação, datas de nascimento e estado civil. 

Certidões de Óbitos: Soldados mortos chacina Brejão da Caatinga.

Mas para nos pesquisadores estas Certidões foi um achado importante, pois antes só sabíamos os nomes destes homens que pereceram distantes dos seus familiares, nos sertões, no exercício responsável de suas funções. Hoje temos documentos, que comprovam que eles tiveram dignas sepulturas no cemitério velho, da então Vila de Campo Formoso. Futuramente quem sabe, novas informações aparecerão, descendentes, netos, bisnetos sejam identificados. Todas as cinco Certidões de Óbitos, (mostradas nesta matéria) foram declaradas em Cartório de Campo Formoso, no dia 11 de julho de 1929, pelo 2º Tenente José Martins de Oliveira delegado de Polícia deste termo. 

http://cangaconabahia.blogspot.com/2011/09/brejao-da-caatinga-brejao-de-dentro.html

Nomes dos mortos, como escrito nas Certidões de Óbitos: Antônio Militão da Silva, (Morro do Chapéu Ba?), Leocardio Francisco da Silva, (talvez o único filho de Campo Formoso Ba), Cecilio Benedicto da Silva (Povoação de Canoa (hoje Igara) Senhor do Bonfim Ba), Manoel Luiz de França (naturalidade ignorado) e Pedro Santana (naturalidade ignorado).

https://www.facebook.com/groups/lampiaocangacoenordeste/permalink/2472204099655186/

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07 julho 2024

COMO MORREU SABINO GOMES, O SABINO DAS ABÓBORAS.

 Por José Mendes Pereira Potiguar- Mossoró-RN.

Tive a oportunidade de saber como aconteceu a morte do cangaceiro Sabino Gomes, no Ceará, no ano de 1929, lá na Fazenda de seu Antônio da Piçarra, um dos coiteiros de Lampião, contada a minha pessoa  pelo pesquisador do cangaço Francisco das Chagas do Nascimento sócio da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do cangaço de Mossoró.

Contou-me que no momento do ataque dos policiais ao bando de Lampião, lá na fazenda de seu Antônio da Piçarra, Sabino levou a pior, pois foi atingido, sofrendo um enorme tiro no estômago, deixando-o sem condições de caminhar com os demais cangaceiros.

Sabino sabendo que não teria a menor chance de sobreviver, pediu a Lampião que o matasse ali mesmo, na Fazenda Piçarra do seu Antônio, pois não estava mais aguentando as dores que ora o incomodavam.

Seu Antônio da Piçarra

- Capitão, eu não consigo mais suportar tamanhas dores... Por favor, me mate!

Lampião não aceitou a sua solicitação dizendo:

- Eu num tenho coragi de matá um cumpanheiro meu e nem tão pouco ordeno aus meus cabras qui o mate.

Mas Lampião viu que a situação de Sabino Gomes era irreversível, e afastando-se um pouco do local, chamou um dos cabras e lhe disse:

- Tire as bala do revóve e intregue a eli, para a genti vê a sua atitude. Maiz veja si num ficou alguma.

- Sim sinhô, capitão. – Confirmou o cabra. 

Assim que o cabra desarmou a arma, engatilhou-a e entregou-a a Sabino Gomes. Não demorou. Ele a levou ao ouvido e apertou o gatilho. Mas como a arma estava descarregada, não aconteceu nada.

Lampião vendo que ele queria mesmo morrer, perguntou aos cabras:

-Quem di vocês teim coragi de sacrificá-lo?

-Eu não tenho. – disse um dos cabras.

- Eu muito pior tenho corage pra assassiná um amigo meu...

Nesse ínterim, Mergulhão disse:

- É meu amigo, mas ele não tem mais como viver... E voltando-se para Sabino perguntou-lhe: Você está ciente do que está nos pedindo?

- Mais do que ciente... Eu não consigo mais viver.

Ajeitaram um lugar seco e bem limpinho, levaram-no para lá e cobriram-lhe os seus olhos, evitando que visse o extermínio de sua própria vida.

Mergulhão deu o tiro de misericórdia na cabeça. E o Sabino Gomes foi embora para eternidade.

Em seguida, Lampião recolheu-se a um canto do coito, penalizado com o fim do amigo de tantos anos. Chorou sem presenciar o enterro do seu grande amigo.

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06 julho 2024

LÚCIA ROCHA - RESENHA DO CANGAÇO - EPISÓDIO 9

  Por Lemuel Rodrigues

https://www.youtube.com/watch?v=l_jjYAiIXA8&ab_channel=ResenhadoCanga%C3%A7o-LemuelRodrigues

No Episódio 9 do Resenha do Cangaço estamos recebendo a jornalista e escritora Lúcia Rocha, autora da obra Rodolfo Fernandes - o menino que enfrentou Lampião. Um papo sobre infância, adolescência, vida empresarial e política do herói da resistência. Apoie o Resenha do Cangaço ! Telefone para contato (84) 988793893

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AS CANTORAS GÊMEAS.

  Por Saudade Sertaneja Célia Mazzei (Célia) e Celma Mazzei (Celma) nasceram em Ubá, Minas Gerais, em 2 de novembro de 1952. Irmãs gêmeas, i...