31 de jul. de 2017

OCORRÊNCIAS IMPORTANTES QUE FORAM VERIFICADAS NA CADEIA VELHA DE POMBAL/PB

Por Verneck Abrantes de Sousa

Alicerçada no ano de 1848 e concluída em 1859, famosa por concentrar presos perigosos da cidade, bandoleiros e cangaceiros de outras localidades, a Cadeia Velha não abriga mais presidiários, mas uma instituição denominada de Casa da Cultura. Em suas celas de parede largas e piso de tijolos rústicos passaram muitos criminosos que marcaram época: Donária dos Anjos, que durante a seca de 1877, segundo a própria, “para não morrer de fome”, matou uma criança e comeu sua carne. O bandido “Rio Preto”, que se dizia, tinha um pacto com o diabo. “Era curado de bala e faca, no seu corpo os punhais entortariam as pontas e as balas passariam de raspão”. Ferido à bala, “Rio Preto” morreu dentro da Cadeia Velha. Outro preso famoso foi o justiceiro Chico Pereira, que após a morte de seu pai se fez um dos grandes chefes do cangaço no sertão da Paraíba. Os fanáticos pretos da “Irmandade dos Espíritos da Luz”, chefiados por Gabriel Cândido de Carvalho, também tiveram sua participação na história da Velha Cadeia. Vale ressaltar Ciço de Bembém, que bateu recorde de detenção por pequenos furtos. Mas, entre muitos acontecimentos, um se destaca pela audácia. Jesuíno Brilhante, cangaceiro inteligente, com certa instrução educacional, foi protagonista da história, que assim, aconteceu:


Lucas, irmão de Jesuíno, acusado de ter cometido um crime em Catolé do Rocha, foi preso e remetido, havia tempo, para cadeia de Pombal, onde estavam mais de 50 presos da cidade e de outras vizinhanças. Como o julgamento estava demorando, Jesuíno tomou a decisão de libertar o irmão. Conforme os autos: “Às duas horas da manhã de 19 de fevereiro de 1874, numa quinta feira, chovendo bastante, não havendo ronda noturna, Jesuíno Brilhante, seu irmão João Alves Filho, o cunhado Joaquim Monteiro e outros, perfazendo um total de oito cangaceiros, todos montados a cavalos, atacaram de surpresa a Velha Cadeia, que na época era guarnecida por um cabo, onze soldados da Guarda Nacional e um da polícia. Despertando-os a tiros, dizendo em voz alta os nomes dos primeiros atacantes, destacados como os mais importantes do bando, dando viva a Nossa Senhora, os oitos cangaceiros conseguiram dominar todos os soldados. Enquanto isso, os presos acendiam velas e lamparinas para iluminar as celas. Os cangaceiros se apoderaram das armas e munições, distribuiriam com presos que, aos poucos, iam ganhando liberdade e ajudando no ataque. Arrebentaram cadeados, fechaduras, dobradiças, grades e saleiras com pedras, machados e outros instrumentos. Foi um verdadeiro levante, na maior algazarra. Depois se retiraram gritando pelas ruas, quando já se tinham evadido 42 presos de justiça, ficando 12 que não quiseram fugir. Os fugitivos tomaram rumos diversos, não constando nos autos a capturas de um só criminoso”.

http://www.caldeiraodochico.com.br/ocorrencias-importantes-que-foram-verificadas-na-cadeia-velha-de-pombalpb/

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29 de jul. de 2017

L U T O EM M O S S O R Ó

Por Lindomarcos Faustino

Hoje sábado, 29 de julho de 2017, o Estado do Rio Grande do Norte, em especial a cidade de Mossoró perdeu o desportista e ex-vereador Lupercio Luiz Azevedo, grande amigo e colaborador do grupo Relembrando Mossoró. Ele faleceu aos 71 anos de idade, em Natal-RN, quando sofreu um infarto, chegado a ser socorrido, mas não resistiu. O seu velório acontecerá no Centro de Velório Morada da Paz, em Emaús, Parnamirim, e o corpo será cremado neste domingo e as cinzas serão jogadas na Praia de Tibau-RN.

Lupércio Luiz de Azevedo nasceu no dia 21 de janeiro de 1946, no município de Mossoró; filho de Luiz Mariano de Azevedo e Maria Neuza de Azevedo.

Ele é um grande desportista, sendo um ex-atleta, onde iniciou muito cedo no futebol, tendo atuado no Fluminense de Lagoa do Mato; no Potiguar, onde conquistou o tricampeão, e ainda defendeu as cores do Ipiranga, Ferroviário e Baraúnas. Além de ter dirigido a Liga Desportista Mossoroense – LDM, a Liga Mossoroense de Futebol de Salão e a Associação Atlética Banco do Brasil – AABB. É formado em Economia pela Fundação Universidade Regional do Rio Grande do Norte – FURRN, sendo ele ex-vereador da Câmara Municipal de Mossoró, quando ocupou uma cadeira, no período de 1988 a 1991. Escreveu quase uma dezena de livros, relacionado ao esporte, que era sua maior paixão.

Ele atuou em várias emissoras do Estado do Rio Grande do Norte, na função de comentarista esportivo; em 1991 comandou o programa “Espaço Aberto”, no horário de 12 às 13h, na Rádio Resistência FM; ainda ocupou por três anos as funções de Gerente Executivo da Juventude, Esporte e Lazer do município de Mossoró, na última gestão do Prefeito Jerônimo Dix-huit Rosado Maia. Atualmente era comentarista esportivo na FM-98, de Natal.

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LAMPIÃO UMA VIDA MARCADA POR MUITAS DECEPÇÕES E GERALMENTE, VINGADAS.

Por José Mendes Pereira
Não disponho do nome de quem a coloriu

Ontem, 28 de julho de 2017, completaram 79 anos que o homem mais procurado do Nordeste Brasileiro e conhecido no mundo inteiro, o pernambucano lá da Villa Bela, atualmente denominada de Serra Talhada, o Virgolino Ferreira da Silva alcunhado “Lampião”, deixou o nosso planeta, depois de tantas crueldades praticadas por ele e seus comparsas.

Grota do Angico

Lampião repousava na Grota do Angico, no Estado de Sergipe, nas terras da cidade de Poço Redondo, e lá estava no seu coito  e se sentindo seguro, enfiado em sua central administrativa.

Foto colorida pelo professor e pesquisador do cangaço Rubens Antonio

Os calendários marcavam 28 de julho de 1938, mais ou menos às 5:30 da madrugada desse dia, quando ele, sua rainha Maria Bonita e sua cabroeira foram atacados, e 11 deles, 

Adrião Pedro de Souza é o primeiro da esquerda - Esta foto pertence ao acervo do professor, escritor e pesquisador do cangaço Antonio Vilela de Souza doada a ele por pessoas da família do policial.

mais um volante de nome Adrião Pedro de Souza formando 12, foram chacinados pelas volantes policiais comandadas pelo tenente João Bezerra da Silva da Polícia Militar do Estado de Alagoas.

Tenente João Bezerra da Silva

Segundo alguns pesquisadores afirmam que, naquele coito, o rei Lampião se sentia seguro, e achava muito difícil que os policias chegassem ali, e que somente, eles, facínoras, sabiam muito bem chegarem lá,  porque habitualmente, eles eram conhecedores de todos os terrenos que ofereciam difícil acesso nas caatingas do Nordeste Brasileiro.

Com exceção dos que ganhavam dinheiro do rei do cangaço, o nordeste brasileiro vibrou com a sua morte, com o seu fim, porque muitos que estavam marcados para morrerem, e outros que,  mesmo não estando na lista de morrer,  se livraram de passar por suas mãos vingativas.

Mas outros não gostaram nem um pouquinho do seu extermínio, porque viviam exclusivamente dos favores que faziam ao rei e a rainha do cangaço, como também prestavam os seus serviços a toda sua cabroeira, e a recompensa, valia muito mais do que ficarem do lado da polícia militar, porque nada ganhavam, ao contrário (segundo pesquisadores) eram maltratados para que entregassem o rei Lampião a ela.

EM ALGUM MOMENTO NA VIDA TERIA LAMPIÃO SE ARREPENDIDO DO QUE FEZ E CONTINUAVA FAZENDO?


Eu acho que sim. Lampião ainda continuava no cangaço porque era constantemente perseguido pela polícia, e ele como rancoroso, vingativo, não iria se humilhar às autoridades. Se tivessem dado-lhe uma oportunidade, perdoando o que ele tinha feito antes, muitas vidas teriam sido poupadas, porque Lampião iria intercalar-se à sociedade e construído um lá com esposa e filhos, assim como os demais que foram cangaceiros e beneficiados com o indulto do Getúlio Vargas, nenhum deles, voltou ao antigo passado. O que passou, passou, e daquele dia em diante, mostraram que eram capazes de viverem novamente em sociedade.

Não sou analista sobre nada, mas acho que Lampião quando se deitava um pouco em sua central administrava, sozinho no seu “eu”, muitas vezes, pensou que um dia poderia ser um homem da sociedade, e não nômade criminoso e desordeiro como era. Mas o destino foi cruel com Lampião, não lhe deu se quer, uma oportunidade na vida.

Penso eu que isto sempre passou no “EU” de Lampião:

“Eu não sei porque a vida preparou para mim um mundo tão triste, tão cheio de decepções, entregou-me uma agenda só com coisas ruins que eu terei que cumprir. Matar, roubar, odiar, vingar, só horrores terei que fazer. Mas será que eu não sou filho também de Deus? Uma das coisas que mais me irrita, é ser excluído pelos meus irmãos, que nunca me viram com bons olhos. Eu faço parte da mesma comunidade humana, e por que quase todos meus irmãos me odeiam? Enquanto os meus irmãos riem de mim, pelo mundo que recebi da natureza, caladamente eu choro, choro, e choro muito, choro, e choro muito forte, por não ter tido a mesma sorte de todos os meus irmãos que fazem parte da natureza e que fazem o bem. Se me dessem uma oportunidade, eu abandonaria o mundo do crime e me intercalava novamente à sociedade dos homens, e iria praticar só o bem. Mas os meus crimes foram maiores do que o coração da sociedade, e ninguém me ver com bons olhos. Por onde eu ando e tento receber um apoio, pelo menos para o meu cansado corpo repousar, mas todos viram as costas para mim, e com medo da minha pessoa, fogem para as matas, como se eu fosse o maior animal feroz do mundo. Infelizmente, o sol não nasceu para mim. Será que eu sou filho de Deus ou do Diabo?”

Quando você quiser desejar o mal ao seu maior inimigo, deseja que ele herda o mundo de Lampião, porque não tem outro mundo pior do que o que ele ganhou.

Informação ao leitor: O que escrevi não tem nenhum valor para a literatura lampiônica, e não tem nenhum problema se você discordar. Não tenho domínio sobre cangaço, apenas me divirto com este tema tão polêmico que é “Cangaço”, principalmente quando se trata de Virgolino Ferreira da Silva o Lampião.

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25 de jul. de 2017

CINCINATO ALENCAR - USINA ANGIQUINHO DELMIRO GOUVEIA- AL.

https://www.youtube.com/watch?v=GGDml9f_kgk

Publicado em 26 de mar de 2015

O Guia faz um relato da construção da primeira Hidrelétrica do Brasil no Nordeste Brasileiro, Usina de Aginquinho, construído pelo cearense de Ipu, Delmiro Gouveia em 1913 na cidade de Vila da Pedra AL.
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24 de jul. de 2017

LIVRO “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”

Por Antonio Corrêa Sobrinho

O que dizer de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO”, livro do amigo Ruberval de Souza Silva, obra recém-lançada, que acabo de ler, senão que é trabalho respeitável, pois fruto de muito esforço, dedicação; que é texto bom, valoroso, lavra de professor, um dizer eminentemente didático da história do banditismo cangaceiro na sua querida Paraíba. É livro de linguagem simples, sucinto e objetivo, acessível a todos; bem intitulado, pontuado, bem apresentado. E que capa bonita, rica, onde nela vejo outro amigo, o Rubens Antonio, mestre baiano, dos primeiros a colorizar fotos do cangaço! A leitura de “PARAHYBA NOS TEMPOS DO CANGAÇO” me fez entender de outra forma o que eu antes imaginava: o cangaço na terra tabajara como apenas de passagem. Parabéns e sucesso, Ruberval!

Adendo: José Mendes Pereira

Eu também recomendo aos leitores do nosso blog para lerem esta excelente obra, e veja se alguns dos leitores  possam ser parentes de alguns cangaceiros registrados no livro do Ruberval Souza.

ADENDO -  http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Entre em contato com o professor Pereira através deste 
e-mail: 
franpelima@bol.com.br

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22 de jul. de 2017

MORTE DE CASTELO BRANCO: MISTÉRIO QUE DURA MEIO SÉCULO

Material do acervo do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros

Autor – Thiago Paiva
Jornal O POVO – Fortaleza-CE


Em 18 de julho de 1967, dois aviões se tocaram no céu e deixaram no ar um rastro de mistério que perdura há 50 anos. Foi numa terça-feira de tempo bom, visibilidade praticamente ilimitada e nebulosidade insignificante. Retornando de Quixadá para Fortaleza, a bordo de um bimotor Piper Aztec e acompanhado de outros três passageiros, além do piloto e copiloto, estava o ex-presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, único cearense a ter cumprido um mandato presidencial (1964-1967).

Bimotor Piper Aztec, similar ao avião em que morreu Castelo Branco – Fonte – https://br.pinterest.com/pin/570972058984992062/

O primeiro governante da ditadura militar (1964-1985) tinha perfil considerado “moderado” entre os altos escalões das Forças Armadas. Em seu discurso de posse, em 15 de abril de 1964, o cearense falava de “eleições em 1965”. Quando do acidente, havia deixado o poder em um momento de ascensão do grupo chamado “linha dura”, cuja liderança foi também exercida por seu sucessor, Arthur da Costa e Silva. Era a primeira vez que Castelo visitava o Ceará desde sua saída da presidência. Na noite anterior, havia visitado a escritora Rachel de Queiroz, sua amiga.

Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco (trajes civis) junto a oficiais generais do Exército Brasileiro – Fonte – http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/a-democracia-ultrajada/277962

Na viagem de volta, depois de aproximadamente 40 minutos de voo, ocorreu o incidente que dividiria os brasileiros. De um lado, aqueles que acreditavam (e ainda acreditam) em conspiração seguida de assassinato. Do outro, os que creem em fatalidade.

Vários fatores e imprevistos ocorridos, como atrasos de passageiros e alterações no horário da viagem, tornam improvável que o choque tenha sido intencional. Porém, a falta de transparência na condução das investigações e perguntas até hoje sem respostas alimentam especulações de crime com motivação política. Unanimidade, o caso se tornou uma das maiores tragédias da aviação cearense e é a mais controversa morte de um ex-presidente brasileiro.

Desenho do Lockheed TF-33A, prefixo 4325 da FAB, que abalroou o avião de Castello Branco – Fonte – http://culturaaeronautica.blogspot.com.br/2009/09/o-estranho-acidente-que-matou-o.html

A queda

Enquanto se aproximava do aeroporto, já sobrevoando o bairro Mondubim, o avião cedido pelo Governo do Ceará foi subitamente colhido por um jato TF-33A, da Força Aérea Brasileira (FAB). O caça compunha esquadrilha de quatro aeronaves e bateu “com precisão cirúrgica” com a ponta da asa esquerda no leme de direção e quilha do piper, arrancando parte da cauda da aeronave civil.

Do choque até o solo, a queda em giros de parafuso chato foi acompanhada por uma agonia que durou aproximadamente 1 minuto e 30 segundos. Desfecho mortal para o ex-presidente, a educadora Alba Frota, o major Manuel Nepomuceno, o irmão do marechal — Cândido Castelo Branco, e o comandante Celso Tinoco Chagas. Somente o copiloto Emílio Celso Chagas, filho do piloto, sobreviveu.

Manchete do jornal Folha de São Paulo em 20 de julho de 1967 – Fonte – http://www.desastresaereos.net/ac_br_1967.htm

Enquanto isso, o caça retornou ao aeroporto, onde pousou normalmente, sem os tip-tanques, que ficavam nas pontas das asas da aeronave. Um dos equipamentos foi arrancado na colisão e o outro automaticamente ejetado, para evitar o desequilíbrio do TF-33A.

Em seguida, vieram as investigações e conclusões duvidosas que atravessaram meio século sem que ninguém fosse responsabilizado pelo episódio. As apurações da Aeronáutica e órgão correlatos apontam para acidente. Testemunhos de familiares e amigos das vítimas também. Mas as teorias da conspiração ainda pairam sobre aquilo que não foi dito e sobre o que ainda permanece oculto, sob a guarda dos militares.

O Aztec PP-ETT parcialmente restaurado e sem a deriva, preservado em Fortaleza Foto: culturaaeronautica.blogspot.com.br – Fonte – http://www.desastresaereos.net/ac_br_1967.htm

Fatos que alimentam teoria da conspiração

A tripulação do piper alertou à torre de controle quando estava a dez minutos da área de pouso. Desceriam na pista 13. Minutos depois, torre autorizou passagem dos jatos da FAB sobre a pista 31, informando que não havia “tráfego conhecido ou à vista que interferisse com a passagem solicitada”.

Em 20 de junho de 2004, O POVO mostrou, com base na Carta de Tráfego dos Aeródromos Pinto Martins e do Alto da Balança e Publicação de informação Aeronáutica, que os jatos deveriam virar à direita. Em 21 de junho de 2004, O POVO publicou entrevista com Emílio Celso de Moura, copiloto e único sobrevivente do acidente, após as revelações. Ele culpou à FAB e ao Controle do Tráfego pelo acidente. Antes, no O POVO de 18 de julho de 1997, ele havia dito que não invadiu a área dos jatos, mas tinha descartado a possibilidade de atentado, justificando que ocorreram pequenos atrasos que influenciaram nos horários de voo.

Morte de Castelo Branco noticiada no Diário de Natal.

Manuel Cunha, do O POVO, fotografou Castelo Branco sendo socorrido. O filme foi recolhido pelos militares e jamais devolvido.

Indícios que corroboram tese de acidente

Na ida a Quixadá, Castelo usou um trole (pequeno carro que anda sobre a linha férrea), mas ficou com dores na coluna e alguém deu a ideia de solicitar o avião do Estado. A viagem aérea, portanto, não era planejada.

A saída do voo de Quixadá atrasou cerca de 30 minutos. Eventual atendado poderia ser atrapalhado pela mudança de cronograma.

Castelo Branco (de terno escuro) no Rio Grande do Norte, tendo a sua direita o então governador potiguar Monsenhor Walfredo Gurgel.

Em 1997, o copiloto confirmou que voava em condições visuais e que somente os jatos poderiam tê-los avistado. E queixou-se da torre não ter os alertado da presença dos caças, mas declarou que nada havia a ser esclarecido.

Após a passagem, a esquadrilha fez curva à esquerda para também pousar na pista 13, que possuía tráfego pelo sul destinado às aeronaves de caça, e norte para os demais aviões. A manobra, conforme o Cenipa, foi correta, tendo o piper invadido a área dos jatos. (Em 2004, com base na Carta de Tráfego, O POVO mostrou que ocorreu o contrário).

O jato Lockheed TF-33A, prefixo 4325 da FAB, também foi restaurado e preservado – Foto: Escuta Aérea Fortaleza – Fonte – http://www.desastresaereos.net/ac_br_1967.htm

O piloto que colidiu no piper era o primeiro-tenente Alfredo Malan D’Angrogne, hoje coronel aviador, filho do general Alfredo Malan, grande amigo de Castelo. Conhecia o piloto Celso, que morreu na mesa em que seria operado. Ele também foi entrevistado pelo O POVO. Disse que o acidente o “chocou muito” e refutou a possibilidade de choque intencional. “Existem maneiras menos complicadas de derrubar um avião que se chocar contra ele”.


História. Aeronáutica não disponibilizou material sobre queda de avião
Com base na lei nº 12.527/2011, a chamada Lei de Acesso à Informação ou Lei da Transparência, no último dia 22 de março, O POVO requereu ao Ministério da Defesa (MD) todos os documentos relacionados à investigação do acidente aéreo. Foram solicitadas fotografias, laudos periciais, resultado de inquérito, investigações adicionais, conteúdo de depoimentos colhidos e conclusões de órgãos correlatos, como o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).


No mesmo dia, a demanda foi direcionada pelo MD ao Comando da Aeronáutica (Comaer), apontado como órgão detentor das informações. Em 11 de abril, a solicitação foi respondida. Os militares encaminharam ao O POVO apenas um relatório, de dez páginas, com selo de “Reservado”, feito à época pela Inspetoria Geral da Aeronáutica.

O documento é o mesmo encaminhado ao procurador da República Alessander Sales, em agosto de 2004. Após a publicação de uma série de matérias do O POVO, em junho daquele ano, apontando a possibilidade de ter havido falha de comunicação por parte da torre de controle, o procurador resolveu verificar e tornar públicas as causas do acidente.


Alessander, assim como O POVO, solicitou cópias do inquérito militar que apurou as causas da colisão entre o caça TF-33 e o piper PP-ETT, além do detalhamento do relatório final sobre o acidente. Mas o documento enviado não contém informações relevantes e não responsabiliza ninguém pela colisão. O relatório é apontado como única peça existente sobre a investigação, realizada há 50 anos.

No dia seguinte, 12 de abril, O POVO encaminhou recurso ao Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante de Esquadra Ademir Sobrinho, alegando que as informações estavam incompletas e eram insuficientes.

A reportagem questionou onde foram parar os depoimentos de testemunhas ouvidas na fase do inquérito (pilotos e até jornalista afirmam que foram ouvidos), bem como o rolo de filme de um dos nossos fotógrafos à época, Manuel Cunha. A equipe do O POVO foi a primeira a chegar ao local do acidente.

Castelo Branco ao volante do seu carro no Rio em 1967.

É de Cunha o registro em que o então soldado Francisco Uchôa Cavalcante aparece carregando nas costas o corpo de Cândido Castelo Branco, irmão do ex-presidente, também morto no acidente. Na ocasião, Cunha também fotografou o momento em que o próprio Castelo era carregado, mas foi obrigado, pelos militares, a entregar o filme. As fotografias estavam divididas em dois rolos. Involuntariamente, Cunha entregou justamente aquele que continha as fotos do ex-presidente.

O material foi recolhido pela Aeronáutica como parte da investigação e jamais foi devolvido. Além disso, o relatório não revela quem eram os demais pilotos que compunham a esquadrilha da qual o caça fazia parte, se houve falha de algum funcionário da torre de controle, quem era o controlador, na ocasião, ou se alguém foi punido.

Entretanto, no dia 17 de abril, o pedido foi analisado e as informações prestadas anteriormente pelo órgão foram ratificadas. O Chefe do Estado-Maior reafirmou que “todos os documentos relativos ao acidente, disponíveis no Comando da Aeronáutica, foram encaminhados juntamente com a resposta formulada”. Não respondeu, porém, o que aconteceu com o restante do material.

https://tokdehistoria.com.br/2017/07/16/morte-de-castelo-branco-misterio-que-dura-meio-seculo/

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21 de jul. de 2017

MATERIAL DO ACERVO DO PESQUISADOR DO CANGAÇO GEZIEL MOURA


Veja esta matéria com Sinhô Pereira Elenildo publicada na Revista Manchete de 1977.


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CONVITE!


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19 de jul. de 2017

OS HOMENS QUE MATARAM O FACÍNORA - LAMPIÃO


Publicado em 10 de ago de 2007
Entrevista com Moacir Assunção, autor do livro OS HOMENS QUE MATARAM O FACÍNORA, que ao contrário de outros livros sobre Lampião e o cangaço, tem ênfase sobre os policiais e outras pessoas que combateram Lampião e são frequentemente esquecidas nos livros sobre o assunto.
Porém alguns especialistas apontam a existência de várias falhas no livro.
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18 de jul. de 2017

CONHEÇA O QUE LEVOU O CORONEL JOSÉ PEREIRA LIMA ROMPER A SUA AMIZADE COM O CAPITÃO LAMPIÃO


Adquira logo esta obra do escritor Luiz Serra. Você irá ler muitas informações sobre "Cangaço" que ainda não as conhecia. Não deixa para depois, livro com tema "CANGAÇO" são arrebatados pelos pesquisadores, leitores e colecionadores.

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15 de jul. de 2017

A VELA ACESA E A FACE DE DEUS

*Rangel Alves da Costa

Sertão. O sol já arribou de vez. Sua última labareda avermelhada acabou de abrasar. O pôr do sol já se pôs com seu ninho e tudo. Os horizontes já não estão mais pincelados de fogo e vermelhidão. Agora tudo cinzas e sombras. Tudo amarronzado e nuvioso. É boca da noite.
Boca da noite que no sertão principia o verdadeiro anoitecer. É a partir da boca da noite que chega a escuridão, que faz toda a paisagem se alongar em cores negras, mas que logo serão tingidas pelo dourado da lua.
Um chamado à lua que já desponta faceira. Chega distante, pequenina, devagar, para logo engrandecer como as paisagens sertanejas ao silêncio do anoitecer. Lua imensa, brilhosa, bonita, uma festa lá em riba, uma festa por onde avança sua singela luminosidade.
Não há mais cacarejo de galinha, não há galo azucrinando a vida no poleiro. As festas de quintal e cantos de cerca já cessaram de acontecer. O cachorro repousa num canto. Pela janela aberta o frescor do instante vai ameaçando apagar o candeeiro.
Candeeiro de pouco gás, fumaça escurecida saindo do bico enferrujado, também pouca luz, por isso a porta aberta para a lua entrar com São Jorge e tudo. Mas não há lua maior, não há brilho maior, não há chama maior, que a luz da vela acesa.
Assim que o sino da igreja da memória ecoa - pois há na memória um relógio que nunca se esquece de badalar - eis o instante de Mariazinha caminhar em direção ao seu canto de parede e aí, aos pés do velho oratório, se ajoelhar para a oração de todo dia.
Canto de parede da sala de cipó e barro ou no cantinho do pequeno quarto de dormir, sempre um velho oratório por cima de mesinha rústica ou mesmo tronco de madeira já carcomido de tempo. Aí colocado o céu, a casa de Deus, o portal da salvação de um povo.
Oratórios ainda continuam de maior abnegação religiosa. Atualmente não, mas noutros idos não havia casa que se prezasse que não tivesse uma igrejinha de madeira, de portas e lados envidraçados, guarnecida de santos, fitas e lembranças religiosas, o oratório.


Entre aqueles de fé maior, o oratório constitui verdadeiro templo sagrado, uma moradia santa na vida terrena, um altar para santos e anjos em meio ao lar familiar, um pedestal de madeira onde Deus possui seu trono perante o frágil humano.
Assim, em determinados instantes do dia, principalmente ao alvorecer e ao anoitecer, mas também ao meio-dia, dirigir-se ao oratório e perante ele se ajoelhar é como estar numa igreja, é como estar ao portal do céu, é como estar perante os sagrados mistérios.
Mariazinha, de raiz fincada no beatismo, na devoção religiosa maior, também possuía o seu céu ali num cantinho do quarto pobre de sua humilde moradia. Oratório herdado de sua mãe, e a esta chegado desde sua avó. Naquele pequeno céu a sua relíquia maior.
Céu de madeira e antigas imagens sacras que todo santo dia recebia a visita de Mariazinha. Não saía do quarto ao alvorecer sem antes se ajoelhar aos seus pés, fazer as costumeiras orações, pedir por si mesma e pelos seus, agradecer os préstimos recebidos.
Mas nada igual à visita que fazia quando a boca da noite chegava, depois que o sino da memória anunciasse a hora sagrada, a Ave Maria sertaneja, o ponteiro das seis horas da noite. Era como se a partir desse instante seus passos já não soubessem ir a outro lugar senão perante o altar de seu oratório.
Mariazinha não arreda nunca deste encontro sagrado. Corre de onde estiver para não perder seu mistério de fé. Nada que estiver no fogo de lenha consegue impedir que aquele instante seja mais importante do que tudo na vida. Que queime o toucinho, não o desejo da sagrada presença.
Segue, vai, corre, mas de repente já está dentro do quarto, ajoelhada, contrita, com as mãos entrelaçadas junto ao peito, olhos fechados e boca sussurrando palavras de fé, de repente, ao abrir os olhos, diante de si a face de Deus. Sim, a face de Deus na luz da vela acesa.
Mistério maior dos maiores mistérios. Em toda vela acesa pode ser avistada a face de Deus. Não que o olhar humano assim consiga avistar, mas pelo que os corações humanos conseguem avistar. A face de Deus somente avistada pela inabalável fé através dos olhos do coração.
Mãos que seguram rosários, terços, relicários. Bocas que silenciam e que gritam em silêncio, que apenas sussurram ou dizem as rezas, as orações, os rogos, os pedidos. Mas somente o coração consegue avistar a face de Deus perante a vela chamejante da fé.
Uma face sagrada que é assim avistada por que a fé e a devoção chamam o Senhor para além do olhar, para bem juntinho do coração!

Escritor
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