Por José Mendes Pereira
Em 1938, quando o João Ferreira da Silva nasceu, o velho guerreiro capitão Lampião estava vivendo nas terras do Estado de Sergipe, mais ou menos pelas redondezas de Porto da Folha, atual Poço Redondo. E nesse tempo, o capitão já estava com mais de 40 anos, e não tinha mais tanta disposição para sair de Sergipe, passar pelo Estado de Alagoas, e em seguida, cortar as terras de Pernambuco, e chegar a Juazeiro do Norte, no Estado do Ceará, com uma criança de colo que havia nascido a 42 dias, para entregá-la a uma senhora de nome Aurora da Conceição, que residia lá na região.
E por que o capitão Lampião tinha este desejo de entregar a criança somente nas mãos desta senhora, onde no percurso, existiam tantas outras famílias que poderiam adotá-la sem ele receber nenhuma palavra negativa?
O jovem em estudo, realmente, aparentemente, tem muito a ver com o suposto pai, mas pela a lógica, não tem como dizer com segurança que ele era filho do capitão Lampião. Acredito que isso foi invencionice de quem o criou, ou até mesmo, uma brincadeira que surgiu no meio dos amigos.
Mera coincidência. Quem criou dona Expedita Ferreira Nunes, mundialmente reconhecida como sendo a única filha dos reis do cangaço capitão Lampião e Maria Bonita, foi o casal Manoel Severo e dona Aurora. E o João Ferreira da Silva o João Peitudo, também foi criado por uma senhora de nome Aurora. Seria o capitão Lampião apaixonado por mulheres que tinham o nome Aurora? Ou seria epidemia, no tempo de mulheres com o nome Aurora?
Os cangaceiros remanescentes de Lampião não informaram que Maria Bonita esteve grávida entre os anos 1937/1938, principalmente, o ex-cangaceiro Candeeiro, que entrou para o cangaço em 1937, e segundo os pesquisadores Dr. Paulo Medeiros Gastão e o cearense Aderbal Nogueira, que fizeram diversas gravações com o ex-cangaceiro, sempre afirmaram com as sete letras da verdade, que o Candeeiro era um homem de palavra sim, sim, não, não, e não dava entrevistas com a finalidade de aparecer. Sempre usando a verdade como primeiro lugar, e sem mudar a sua versão.
O João Ferreira disse ao https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/4/14/cotidiano/17.html
"Toda vez que eu perguntava por que (Ele tinha furado as suas orelhas), minha mãe (adotiva) começava a chorar."
Há quantos anos Lampião havia furado as suas orelhas e a mãe adotiva ainda sentia a dor da furada no filho adotivo, como se fosse naquele mesmo dia? Incrível...!
Informação ao leitor:
Lembrando ao leitor que, o que eu escrevi, não tem nenhum valor para a literatura lampiônica, e jamais prejudicará os trabalhos dos pesquisadores, cineastas e escritores. São apenas as minhas inquietações.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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