31 de out. de 2021

AINDA SOBRE O SUPOSTO FILHO DE LAMPIÃO O JOÃO FERREIRA DA SILVA, O JOÃO PEITUDO.

  Por José Mendes Pereira

A foto pertence ao acervo do jornaliste e pesquisador do cangaço Robério Santos.

Fazendo uma pesquisa mais aprofundada e com muito cuidado para não fazer injustiça  contra aqueles que fazem os seus "trabalhos cuidadosamente"; falo sobre o suposto filho do capitão Lampião e Maria Bonita, o João Ferreira da Silva, o João Peitudo, que havia nascido na região do Cariri (e não foi afirmada a cidade do Cariri que isso ocorreu. Também pudera, são muitas cidades que pertencem a esta região), no Estado do Ceará, em abril do ano de 1938, não encontrei nenhuma data que fala sobre o retorno do capitão Lampião neste Estado, entre os anos de 1937 e 1938. 

Sabemos que,  neste período o capitão estava de rede armada e cachimbo aceso nas terras do Estado de Sergipe, e com três meses depois, uma parte do cangaço tinha sido exterminada, ficando alguns cangaceiros ainda ditando as suas regras, tendo o fim em 25 de maio de 1940, com a morte de Corisco e a prisão da sua companheira Dadá. 

Cangaceiro Zé Baiano.

Veja leitor, que em 1934, o capitão Lampião já estava nas terras da Bahia, quando deixou o seu comparsa Zé Baiano em Frei Paulo. Então não há indícios de que Lampião retornou ao Ceará entre os anos que eu cito acima. Mas poderá ser que a minha pesquisa não foi suficiente para encontrar Lampião no Estado do Ceará, entre os anos de 1937 e 1938.

Em 1938, quando o João Ferreira da Silva nasceu, o velho guerreiro capitão Lampião estava vivendo nas terras do Estado de Sergipe, mais ou menos pelas redondezas de Porto da Folha, atual Poço Redondo. E nesse tempo, o capitão já estava com mais de 40 anos, e não tinha mais tanta disposição para sair de Sergipe, passar pelo Estado de Alagoas, e em seguida, cortar as terras de Pernambuco, e chegar a Juazeiro do Norte, no Estado do Ceará, com uma criança de colo que havia nascido a 42 dias, para entregá-la  a uma senhora de nome Aurora da Conceição, que residia lá na região. 

E por que o capitão Lampião tinha este desejo de entregar a criança somente nas mãos desta senhora, onde no percurso, existiam tantas outras famílias que poderiam adotá-la sem ele receber nenhuma palavra negativa?

O jovem em estudo, realmente, aparentemente, tem muito a ver com o suposto pai, mas pela a lógica, não tem como dizer com segurança que ele era filho do capitão Lampião. Acredito que isso foi invencionice de quem o criou, ou até mesmo, uma brincadeira que surgiu no meio dos amigos.

Mera coincidência. Quem criou dona Expedita Ferreira Nunes, mundialmente reconhecida como sendo a única filha dos reis do cangaço capitão Lampião e Maria Bonita, foi o casal Manoel Severo e dona Aurora. E o João Ferreira da Silva o João Peitudo, também foi criado por uma senhora de nome Aurora. Seria o capitão Lampião apaixonado por mulheres que tinham o nome Aurora? Ou seria epidemia, no tempo de mulheres com o nome Aurora?

Paulo Medeiros Gastão e Aderbal Nogueira

Os cangaceiros remanescentes de Lampião não informaram que Maria Bonita esteve grávida entre os anos 1937/1938, principalmente, o ex-cangaceiro Candeeiro, que entrou para o cangaço em 1937, e segundo os pesquisadores Dr. Paulo Medeiros Gastão e o cearense Aderbal Nogueira, que fizeram diversas gravações com o ex-cangaceiro, sempre afirmaram com as sete letras da verdade, que o Candeeiro era um homem de palavra sim, sim, não, não, e não dava entrevistas com a finalidade de aparecer. Sempre usando a verdade como primeiro lugar, e sem mudar a sua versão.

https://www.youtube.com/watch?v=UyoKFSyAdsY&ab_channel=AderbalNogueira-Canga%C3%A7o

O João Ferreira disse ao https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/4/14/cotidiano/17.html 

"Toda vez que eu perguntava por que  (Ele tinha furado as suas orelhas), minha mãe (adotiva) começava a chorar." 

Há quantos anos Lampião havia furado as suas orelhas e a mãe adotiva ainda sentia a dor da furada no filho adotivo, como se fosse naquele mesmo dia? Incrível...!

Informação ao leitor: 

Lembrando ao leitor que, o que eu escrevi, não tem nenhum valor para a literatura lampiônica, e jamais prejudicará os trabalhos dos pesquisadores, cineastas e escritores. São apenas as minhas inquietações.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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