Por José Cícero da Silva
De uns dias para cá diria para o meu ego e também o meu senso crítico que não moram mais comigo: Simone de Beauvoir, nem Lou Salomé, nem Lilith, nem Eva e nem Anita. Como não habitam mais o meu espirito nem Madalena, nem Jovita, Nem madame Bovary.
Não mexem mais no meu baú de ossos antigos Hatshepsut esposa de Tutmés e a poderosa Rainha de Sabá. Ambas me perguntam o que fazer para não terem filhos. E eu confesso que não sei o que as dizer sem desagradar.
Fiquei sem o amor de Cleópatra como igualmente, sem a dança do ventre de Roxeleane à beira mar. Não mais me encontro em nenhum lugar sem Catarina da Rússia, sem Joana D'arc e sem Dandara em seu cantar. Além de Frida e Quitéria... Joguei fora para sempre toda a minha estante de livros entre outras matérias de amar. Posto que Simone ainda agora só fala em Sartre, Salomé na loucura dantesca e filosófica de Nietzsche. Ainda que Lilith e Eva disputem ferrenhamente o amor de Adão. Cleópatra só enxergasse Marcos Antonio e Júlio César. É imensa minha escuridão.
Jovita, Joana d'arc e Quitéria só falam de guerras e Roxeleana na riqueza de um tal sultão. Dandara em Zumbi e Catarina no seu Czar,
Como de resto, num quarto sem luz Frida e Bovary gritam por sexo quase matando Flaubert. Anita por seu turno, ainda chama por Garibaldi.
E eu me perco nesta solidão do pensamento e na vaguez sem nexo desta cidade sob a esfinge do mais completo estado de estranhamento. Enquanto a rainha persa parece continuar apaixonada por Alexandre. E não por acaso, neste eterno instante da história Madalena ainda geme e chora a cântaros; pelas chagas abertas e o sofrimento de Jesus em Gogota. Não tenho sequer mais meu nome.
Só o pecado da estupidez ainda permanece e me devora. Posto que sobrevivera a todo o caos e toda fome... Como se a própria humanidade dentro do tempo ainda carregasse a sua cruz.
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