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13 abril 2016

LIVROS DO ESCRITOR ANTONIO VILELA DE SOUZA


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11 abril 2016

ARLINDO ROCHA... DE DELEGADO A TENENTE.

Sargento Arlindo Rocha

Naquele tempo, tempo hostil e perverso, fazendo os homens o serem também.

A maior causa de uma peste assolando uma comunidade, é puramente falta de interesse das autoridades públicas no que diz respeito a saneamento básico.

A falta de conceito e ações sociais dos vários e vários governantes que passaram agarrados as rédeas dos poderes dos Estados nordestinos, leva a pobre gente, ou parte dela a darem um grito de revolta.

Por outro lado, ao passaram dos limites, infringindo as “Leis’, determinadas, escritas pelos próprios poderes “arquitetadas”, fazem com que homens, no cumprimento de seus deveres, se debandam para dentro das matas da caatinga em busca de prenderem seus irmãos.

Capitão Arlindo Rocha

Um filho de Joaquim Pedro de Aquino Rocha e de Dona Isabel Matias Rocha, nascido nos idos de 1883, foi um desses homens. As consequências o levaram há uma mudança radical em seu modo de viver.

Havia um fora da lei chamado Antônio Padre, que estava preso sob determinadas acusações. 

... De repente, ele é absolvido dos crimes que cometera e pede ajuda ao Delegado da cidade de Salgueiro- PE. 

O Delegado o coloca como trabalhador e morador em sua Fazenda chamada Barrocas. Só que, em vez de cuidar dos afazeres da roça, o bandido se enrabicha por Generosa Leite da Rocha, filha mais velha do delegado e dono da fazenda. Ele atreve-se de até a convidar para viverem ‘amigados’...

Quando o homem sabe do ocorrido, sente-se desrespeitado pelo cabra, e o expulsa das suas terras.

Sem poder mais ficar na fazenda nem nas redondezas, Antônio Padre passa os limites de Estados e vai pedir proteção numa fazenda em terras cearenses, cujo proprietário é o conhecido Chico Chicote.

Aqui era a residência do fazendeiro Chico Chicote

Não conseguindo tirar da cachola a bela Generosa, ele, toda vez que pode, manda um recado dizendo que ainda iria ‘roubá-la’, e que ela apronta-se sua ‘trocha’, que a qualquer hora e em qualquer dia, ele passava e a levaria.

Antônio Padre é homem valente e astucioso. Consegue juntar um pequeno grupo de oito homens que, com seu comando, se junta ao bando do “Rei Vesgo”. Em pouco tempo seguem para um sítio chamado “Pilões”, já em terras pernambucanas e no município de Salgueiro.

Alguém dá o alarma para Arlindo Rocha, o Delegado, que vai atacar os bandoleiros. Resultando desse ataque a morte do cangaceiro Gavião e do próprio Antônio Padre. Devido ao acontecido, as mortes dos cabras, Arlindo dirige-se à Capital pernambucana e pede armamento e munição, ao chefe de polícia, já pensando na represália que sofreria.

O chefe de polícia, nesse momento faz um convite ao delegado Arlindo Rocha, para que ele passasse a comandar uma volante. Pedido feito, pedido aceito. Arlindo é contratado como sargento. Antes teria feito uma exigência, de que ele próprio formaria sua volante. Como foi concordado, ele coloca familiares, homens que conhecia, e forma um contingente mais ou menos sete Praças, soldados, contratados. Os homens que ele mandou contratar foram: “Vicente Pereira Matias e Masculino Matias Leite (cunhados de Arlindo), Antônio Matias de Santana (genro de Arlindo), Manoel Matias Rocha e João Matias Rocha, este conhecido como João Lica (primos), Acilon Faustino (amigo), e Pedro Aureliano (morador de sua fazenda, melancia)”.

Arlindo Rocha, o agora sargento Arlindo Rocha, possuía duas fazendas denominadas Barroca e Melancia, terras em que os homens que foram comandados pelo finado Antônio Padre, convencem Lampião a atacar. 

Daí por diante, aquelas terras são irrigadas por sangue humano.

O sargento Arlindo Rocha, a partir daquele instante, começa uma perseguição ferrenha ao Rei dos Cangaceiros. Aonde soube-se que estaria, ele ia a sua procura para matá-lo.

Na grande batalha da serra Grande, em 26 de novembro de 1926, o já promovido tenente Arlindo Rocha é ferido na mandíbula.

Quando o mesmo encontra-se ferido e socorrido pelos companheiros, o cangaceiro Esperança, Antônio Ferreira irmão de Lampião, saca do punhal e desce a aba da serra determinado a sangrar e acabar de matar aquele ferrenho inimigo, ato que não consegue concluir... na encosta da Serra Grande, nas quebradas do Sertão.


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CASA DA FAZENDA PATOS


Local onde Corisco cometeu uma das maiores chacinas ocorridas durante todo o período do cangaço. Foram mortas seis pessoas inocentes de uma mesma família. 

No texto de João de Sousa Lima (Abaixo) vocês conhecerão maiores detalhes sobre essa selvageria cometida por Corisco no dia 02 de agosto de 1938.

“Corisco chegou a fazenda (Patos) no dia 02 de agosto de 1938, Guilhermina, esposa de Domingos, foi fazer café para os cangaceiros. Dadá conversava com Maria da Glória quando entrou um cangaceiro que falou:
– O capitão mandou buscar essas duas!

Dadá perguntou:

– Buscar pra quê?

– Pra matar elas!

– Cadê Guilhermina e Valdomira?

– Já morreram!

Dadá levantou-se e foi aos fundos da residência. No curral de pedras deparou-se com uma dantesca cena. Ela viu os cangaceiros matarem os inocentes.
No momento foi chegando o Vaqueiro Domingos Ventura e mais três filhos que estavam todos encourados campeando animais. 

Corisco deu voz de prisão e sem resistência os cangaceiros prenderam pai e filhos. O cangaceiro acusou Domingos de traição e por mais que o velho dissesse que não sabia de nenhuma traição e mesmo assim foram degolados. 

Os cangaceiros trouxeram Odon e José Ventura e mataram os dois também. 

Mataram as mulheres Guilhermina e Valdomira.

Corisco mandou pegar Maria da Glória e Carmelita, Dadá ficou estarrecida com a matança e ordenou:

– Quem morreu, morreu, quem não morreu não morre mais. Essas ninguém mata!

Corisco aceitou a ordem da esposa.

Os cangaceiros armaram uma festa e durante toda noite dançaram ao sabor da velha cachaça, diante de seis corpos inertes, sem cabeças, rios de sangue correndo sob as pedras de um velho curral.

Dia seguinte Corisco mandou por João Crispim, as cabeças endereçadas ao tenente João Bezerra. O prefeito João Correia Brito recebeu o macabro presente e providenciou um enterro cristão para os inocentes.

Maria da Glória, sobrevivente da chacina, pegou seu bebê Elias e junto com Carmelita deixaram aquele palco macabro e foi residir em Água branca, no povoado Boqueirão”.

Assim foi o fim de seis pessoas de uma mesma família que sem nada dever pagaram com suas vidas uma dívida que não lhes cabia. 

Texto: João de Sousa Lima 

Foto: Rosalvo Sampaio (Tabira/PE)
Fonte: facebook

Página: Geraldo Júnior – 
Grupo: O Cangaço – 

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10 abril 2016

FUNDAÇÃO VINGT-UN ROSADO - 11 DE ABRIL DE 2016



Fundada em 06 de abril de 1995, a exatos 21 anos, A Fundação Vingt-un Rosado nasceu com objetivos claros que seriam de manter a Coleção Mossoroense, estabelecendo as diretrizes de sua produção editorial, promover atividades culturais, técnico-científicas, artísticas e afins, realizar cursos de capacitação, organizar congressos, simpósios e outros eventos que visem difundir a cultura, promover intercâmbio com organizações do país ou do exterior, visando a realização de seus objetivos, promover a defesa da memória cultural e do patrimônio histórico e natural do Rio Grande do Norte, preservar o acervo bibliográfico de Vingt-un Rosado aberto a consulta pública e difundir o pensamento do seu patrono, calcado na democracia editorial, no incentivo aos novos escritores e na cultura como instrumento de promoção da justiça social. 

Pelos seus Estatutos, a Fundação Vingt-un Rosado é uma entidade de personalidade jurídica de natureza privada, sem fins lucrativos, com atividades prevalentemente culturais.
                

Manter a Coleção Mossoroense foi o objetivo principal da criação da Fundação Vingt-un Rosado. Essa Coleção que foi instituída em 30 de setembro de 1949, teve inicialmente como mantenedora principal a Prefeitura Municipal de Mossoró, através da sua Fundação Municipal de Cultura. Em 27 de setembro de 1976 foi criada a Fundação Guimarães Duque – FGD, que era uma instituição voltada para a pesquisa e a cultura, e passou a ser, a partir daí a sua principal mantenedora. Essa parceria se estendeu por 21 anos, até que em 1994, por problemas internos da ESAM – Escola Superior de Agricultura de Mossoró, a Fundação Guimarães Duque foi desativada e com isso a Coleção Mossoroense perdeu a parceria. Precisava urgentemente de uma solução para que a mesma não deixasse de existir.
               
E foi assim que depois de várias reuniões surgiu, por inspiração da Assistente Social D. América Rosado, esposa de Vingt-un, a Fundação que tinha como patrono o criador da Coleção Mossoroense. Mas para que o sonho se tornasse realidade foi preciso o empenho de outros sonhadores, que por questão de justiça passo a nominá-los: João Batista Cascudo Rodrigues, Marcos Antônio Filgueira, Carlos Frederico Rosado do Amaral, América Fernandes Rosado Maia, Paulo de Medeiros Gastão, Cid Augusto da Escóssia Rosado, Raimundo Soares de Brito, Júlio César Rosado, Elder Heronildes da Silva, Wilson Bezerra de Moura, Jerônimo Vingt-un Rosado Maia, Nelson Lucas Pires, Sebastião Vasconcelos dos Santos e Jerônimo Dix-sept Rosado Sobrinho.
               
O professor Vingt-un Rosado fez doação da sua biblioteca particular a Fundação, para que essa já nascesse com o grande e importante acervo. Esse acervo foi catalogado através de um convênio com a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Os trabalhos ocorreram dentro de uma ação de Extensão denominada “Biblioteca do Dr. Vingt-un Rosado: o Bastião da Cultura Mossoroense”, realizada por uma equipe de quatro professores, um técnico de nível superior e seis alunos do curso de História do Campus Central da UERN em Mossoró, durante o período de junho de 2008 a janeiro de 2009.
               
Vingt-un cedeu também o espaço físico para abrigar a Fundação em sua própria casa, na Avenida Jorge Coelho de Andrade, nº 25, Bairro Costa e Silva em Mossoró/RN.
               
Criada a Fundação, assumiu a diretoria executiva o médico Jerônimo Dix-sept Rosado Maia Sobrinho, que há 21 anos suporta o peso de gerenciar uma fundação, que tem sobrevivido à custa de pequenas doações e alguns raros convênios, dos quais destacamos a Petrobras, que patrocinou quatro edições do Projeto Rota Batida e do Banco do Nordeste que patrocinou o portal da Fundação, para divulgação de livros digitalizados, mas que teve curta duração.
               
Com a morte de Vingt-un Rosado em 2005, as coisas ficaram mais difíceis para a fundação. Por questão de herança, a casa que abrigou a Fundação precisou ser desocupada e o imenso acervo que forma a Coleção Mossoroense ficou sem destino. Graças à boa vontade do Dr. Benedito de Vasconcelos Mendes o mesmo foi transferido provisoriamente para o Museu do Sertão, em Alagoinhas, periferia de Mossoró, e graças a um acordo firmado com a Prefeitura Municipal de Mossoró transferido posteriormente para o Museu Municipal Lauro da Escóssia, que passou a abrigar a sede da Fundação Vingt-un Rosado, a biblioteca particular do seu patrono, o acervo da Coleção Mossoroense e brevemente será montado um Memorial, onde será exposto objetos pessoais de Vingt-un, comendas recebidas e outros documentos.
               
Apesar das vicissitudes por que tem passado a Fundação Vingt-un Rosado, a mesma continua viva, buscando patrocínios e outros tipos de colaboração para poder continuar com esse imenso trabalho em prol da cultura potiguar. 

Todos os direitos reservados

É permitida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e o autor.

Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento
Fontes:
http://www.blogdogemaia.com

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09 abril 2016

CORONEL MANÉ NETO

Por Chagas Nascimento
Esta foto completa, está no livro acima citado. Foto de 1973. Nesta foto, ele está dando uma entrevista a Fernando Portela.

"Magro, alto, elegante, todo vestido de azul-celeste, lá está o o coronel Mané Neto. Se não fosse aquele Taurus 38, cano médio, na cintura, ele poderia ser definido como um velhinho simpático e indefeso." 

Fonte: LAMPIÃO o cangaceiro e o outro. Autores: Fernando Portela e Claudio Bojunga.

Fonte: facebook
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1678195202441812&set=a.1416729091921759.1073741825.100007540442582&type=3&theater

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MAPA DA ÁREA DE ATUAÇÃO DE LAMPIÃO E SEU BANDO.


Observação:  No momento não foi possível identificar a fonte da imagem (Mapa), mas se por ventura algum participante conhecer a origem, peço que informe para darmos os créditos ao autor. Grato.

Fonte: Geraldo Júnior
Grupo: O Cangaço
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=570230046474229&set=gm.1201945716485211&type=3&theater

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07 abril 2016

"O GLOBO" - 29 e 30/05/1973 MORREU VEREMUNDO, O VELHO INIMIGO DE LAMPIÃO

Material do Acervo do pesquisador Antonio Corrêa Sobrinho

RECEIFE (O GLOBO) – Dois dias antes de completar 95 anos de idade, morreu ontem, às 9h45m, em seu velho chalé de Vila Maria, no município de Salgueiro, alto sertão pernambucano, o mais velho dos coronéis do Nordeste, Veremundo Antonio Joaquim Soares, que se tornou famoso por sua riqueza e por sua inimizade a Lampião.

Em Salgueiro, onde a família do coronel Veremundo possui o cinema, a farmácia, o curtume, a casa de saúde, a empresa de energia elétrica, as fábricas de beneficiamento de algodão e de óleo vegetal, a saboaria, o armazém de estivas, lojas de tecidos, casas de aluguel e uma fazenda de mil hectares, tudo vai parar às 11 horas de hoje para o enterro do penúltimo “Coronel” do sertão pernambucano; o último é o coronel Francisco Heráclito. 

Sempre de camiseta, camisa, calça de brim, o coronel Veremundo deixou em Salgueiro a imagem do homem bem sucedido na vida, do homem rico cujos negócios sempre prosperaram.

- Comecei tudo com o capital de 4 contos e 500 e nunca tive uma conta de cobrança em meu arquivo – costumava lembrar, vaidoso, aos seus 16 filhos legítimos.

No sertão, quando tudo era difícil, especialmente no setor assistencial, ele firmou seu prestígio fazendo partos e dando receitas, quase sempre baseadas em chás e emplastros. Por causa disso, o Presidente da República lhe concedeu, em 1904, a original carta-patente de capitão-cirurgião do 257º Batalhão de Infantaria e da Guarda Nacional de Salgueiro como as de um médico formado.

Outro orgulho do coronel Veremundo era sua coragem de dizer a verdade, a quem quer que fosse, ainda as que pudessem compromete-lo. Ele contava, para quem quisesse ouvir:

- Meu pai era um padre, de nome Joaquim Soares, que saiu de Minas Gerais, subiu pelo rio São Francisco e se fixou em Salgueiro.

O coronel gostava de ler e era dançarino emérito. No tempo de solteiro fez sucesso como clarinetista e saxofonista da bandinha de Salgueiro. Era tido como criador do balaio e de outros ritmos sertanejos em que se inspiraram algumas composições do sanfoneiro Luiz Gonzaga.

O IMPÉRIO

Como fazendeiro e comerciante, criou em Salgueiro e em toda a região um verdadeiro império. Em sua fazenda Monte Alegre, que comprou em 1930, a cana-de-açúcar e a rapadura ainda são produzidas numa velha engenhoca a vapor, uma das poucas do gênero, em Pernambuco.

Pouco antes de morrer, já desiludido com a política, ele comentava com seus filhos e netos:

- Vamos cada vez pior. A cada dia que passa a gente descrer numa porção de coisas. Não vale a pena a gente ser político.

Mais comerciante que político nos seus últimos anos de vida, ainda assim elegeu um genro deputado estadual e seu filho prefeito da cidade. No governo de Cid Sampaio em Pernambuco, tentou, com o seu prestígio de “coronel”, impedir a inauguração de uma agência do Banco do Estado de Pernambuco na vizinha cidade de Cabrobó, sob a alegação de que o banco da região era ele mesmo.

O que mais abalou o prestígio de chefe político do “coronel” Veremundo foi a interferência, na política sertaneja, de Etelvino Lins.

- Entrou seu Etelvino e foi uma desgraça. Acabou-se o PSD. Ele dá prestígio a um dá prestígio a outro, e isso não está certo – dizia aos que lhe perguntavam sobre a política de seu município.

O INIMIGO

O que mais fez crescer a fama do coronel Veremundo no sertão foi sua inimizade a Lampião, cujo bando perseguiu. Certa vez o rei do cangaço lhe escreveu esta carta: “Suas saudações. O fim desta é somente para saber qual o seu plano depois da minha passagem. O senhor mandou uma força ir atrás de mim. Em outra era nós já fomos inimigos porém para o presente eu pensava que nós era amigo. Para si eu era, mas me parece que o senhor era meu amigo. Portanto, eu lhe faço esta para saber qual é seu destino. Já mandei avisar ao padre Cícero que nesta minha diligência o que se alterou contra mim foi o município de Salgueiro. Tenha muita cautela, eu não volto a ser o mesmo que era outro dia. Eu bem que quero virar santo e fazer a felicidade para vocês mesmo. Sem mais assunto. Capitão Virgulino Ferreira.

Temendo um encontro com Lampião, o coronel Veremundo, sempre que precisava ir a Recife, fazia uma longa e complicada viagem na qual usava bote, cavalo e carro. No longo itinerário, passava por Juazeiro, na Bahia.

A única vitória de que se recordava, em sua guerra a Lampião, foi quando o juiz de Salgueiro, João Jungmann, prendeu com seu auxílio a mãe e um irmão de Lampião, João.

VEREMUNDO PARA A CIDADE DE SALGUEIRO

SALGUEIRO (O GLOBO) – Toda a cidade de Salgueiro, 512 quilômetros de Recife, parou na manhã de ontem para acompanhar o enterro do “coronel” Veremundo Soares, o penúltimo dos “coronéis” do sertão pernambucano e famoso por ter combatido o bando de Lampião. No seu enterro, com honras militares, um pelotão da Polícia Militar deu uma salva de tiros de festim. Uma Bandeira Nacional cobria o seu esquife.

Umas duas mil pessoas, que choravam e rezavam, acompanharam o cortejo fúnebre. Com o luto oficial de três dias decretado pelo prefeito da cidade, Romão Sampaio, a indústria, o comércio e os educandários de Salgueiro estavam ontem de portas fechadas.

Acompanharam o sepultamento de Veremundo, que morreu dois dias antes de completar 93 anos, um representante do governador Eraldo Gueiros e os deputados Honório Rocha, Ribeiro Godoy e Edson Cantarelli, que representavam a Assembleia Legislativa.

FAMÍLIA PRESENTE

Dos filhos, netos e bisnetos do “coronel” Veremundo, só a sua neta Nalda, que está em Fortaleza, não acompanhou o enterro. Dois dias antes da morte do avô ela havia viajado para o Ceará. Os outros 16 filhos, 30 netos e 33 bisnetos deslocaram-se de Recife e de várias cidades do interior para assistir à cerimônia. O cortejo fúnebre foi aberto por mais de 100 colegiais, que representavam todos os educandários de Salgueiro e formaram duas filas indianas.

Às 9 horas, com o chalé de Vila Maria inteiramente tomado, o padre José de Castro Filho, vigário de Salgueiro, celebrou missa de corpo presente.

No salão principal do chalé, onde o corpo foi velado, os parentes do “Coronel” choravam muito, principalmente no instante em que foi fechado o esquife. Um tenente do Exército, Alcides Ruas, cobriu o esquife com a bandeira Nacional. O velho patriarca foi agraciado com a Medalha do Pacificador e a Ordem do Mérito de Pernambuco.

O cortejo fúnebre saiu da Vila Maria às 10 horas e passou pela praça principal de Salgueiro. A entrada do cemitério, um pelotão de soldados da PM, armado de fuzis, disparou duas salvas de tiros de festim contra o solo e fez a apresentação de armas, em homenagem ao morto.

No cemitério só foi permitida a entrada de pessoas da família, de altas autoridades e de jornalistas. O primeiro orador da cerimônia fúnebre foi o professor Potiguar Matos, representante do governador Eraldo Gueiros. Em seguida falou em nome da Assembleia Legislativa, o deputado Honório Rocha. Em nome da família falou um genro do “coronel” Veremundo, o Prof. Orlando Parahym, que, muito emocionado, chorou.

O “coronel” Veremundo baixou à sepultura vestindo uma farda preta de capitão-cirurgião do 257º Batalhão de Infantaria e da Guarda Nacional de Salgueiro, patente que lhe foi conferida, em 1904, pelo então Presidente da República, Rodrigues Alves.

Imagem do coronel Veremundo obtida na internet

Fonte: facebook
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AS CANTORAS GÊMEAS.

  Por Saudade Sertaneja Célia Mazzei (Célia) e Celma Mazzei (Celma) nasceram em Ubá, Minas Gerais, em 2 de novembro de 1952. Irmãs gêmeas, i...