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27 novembro 2016

DIÁRIO DA AGONIA

*Rangel Alves da Costa

Não se sabe ao certo por qual mão ou em qual ocasião, mas lá estava escrito, entre rasuras, rabiscos, inconstâncias, deslizes de linha a outra, tremulando como se agonizante na folha.

10h00min da noite. Sabe que vai sofrer. Ou mais uma vez sofrer, pois sempre assim. É a partir dessa hora que a visitante sai dos arredores e começa a bater à porta, a janela, a vida inteira. Ela sempre chega: a saudade!

10h05min. Não será dessa vez que irá se prostrar à saudade, é o que decide. Diz a si mesmo que não vai mais recordar nada que lhe traga sofrer, que não relembrar qualquer coisa que atormente ainda mais o seu viver. Mas dificilmente demais é domar a saudade.

10h10min. Decide que não abre mão de ter paz nessa noite. Mas a saudade é traiçoeira, fria, perigosa demais. E para alcançar seus objetivos agonizantes é que se reveste de aparências inimagináveis. Por isso mesmo que chega como canção ao vento, como um retrato que surge à mente, como a sutileza de uma voz que surge do nada.

10h30min. Sentia-se forte. Já passado das dez e ainda não tinha sentido nenhuma saudade. Preparou-se para esvaziar o cálice e depois disso deitar ali mesmo no tapete para dormir mil horas seguidas. Precisava dessa paz depois de tanto sofrer. Não deveria ser assim, mas amor provoca terríveis sofrimentos.

10h31min. De repente sentiu como se o cortinado estivesse sendo arrancado da janela pela força da ventania. Em seguida, apenas um vento leve entrando pela sala tomada de escuridão. Vento manso mas com sopro suficiente para apagar a vela. E então começou a ouvir uma velha canção. A mesma canção que sempre acompanhava a saudade mais voraz.

10h33min. A canção chegava cada vez mais forte, mais intensa, mais devastadora. Por que uma bela canção pode causar tanta dor, tanta aflição, tanta agonia? Precisamente aquela canção mais apreciada nas noites vividas a dois. Precisamente aquela doce música que embalava beijos, afagos, carinhos, carícias, buscas e encontros.


10h40min. Mais vinho no cálice. Outro cigarro. A sala pequena demais para tantos passos de canto a outro. A cortina afastada de vez, a janela escancarada, toda a música e todo sopro de vento tendo seu caminho aberto. Mas não pode ser, eu não suporto mais isso, não quero mais sofrer, dizia quase gritando.

10h50min. Gavetas reviradas, baús abertos, papéis e retratos espalhados por todo lugar. Poesias, bilhetes, cartas, fotografias de sorrisos e lágrimas, tudo espalhado pelo tapete. Uma flor murcha, um pedaço de lua guardado pela paixão. Um pingente dourado devolvido antes de a porta ser fechada. Todo o amor assim, agora em pedaços, retalhos, restos espalhados.

10h51min. A voz, a feição, a presença. Sim, pois a saudade não se compraz em fazer apenas recordar e traz a presença de toda dor. Dói demais ouvir a voz, sentir como se o antigo amor estivesse ali, querer olhar no olhar, tocar, sentir. Dói demais não poder se libertar dessa presença impossível de ser novamente amada. Agora somente saudade.

Depois das 11h00min. Ninguém ouve o soluço que mortalmente sufoca. Ninguém avista a correnteza de lágrimas que corre e escorre pelo rosto e corpo. Ninguém avista o lenço molhado jogado ao chão. Ninguém avista a feição agonizante, de olhos perdidos em mar, que tremula entre meia-luz do breu e da lua que entra pela janela.

Em meio à escuridão, a poesia que surge como o punhal mais afiado: Sozinho eu abri a porta. Não caminhei sozinho por que você chegou. E juntos caminhamos pela vida. E juntos nos amamos pela vida. Mas por que agora estou sozinho na estrada? Mas já não consigo seguir sem olhar para o que ficou pela estrada...

E depois, depois que a madrugada ouviu o último soluço, restou somente garrafas vazias, cálices quebrados, cinzas caídas ao chão, restos revirados. A janela ainda aberta, a mesma canção. Mas ninguém ali. Mas ouve-se, ao longe, um doloroso uivo de lobo solitário.
Será?

Escritor
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26 novembro 2016

A SEDE – SOCIEDADE ARTÍSTICA E OPERÁRIA BENEFICENTE.

Por Verneck Abrantes


A SEDE – Sociedade Artística e Operária Beneficente.

A primeira Biblioteca Pública de Pombal foi instalada na SEDE, quando José Benigno de Sousa – Seu Lelé, era seu presidente. Entre os livros que me lembro lá estavam os escritores: Dostoiévski, Máximo Gorki, Anatole France, Hermann Hesse, Simone de Beauvoir, Victo Hugo, Albert Camus, Eça de Queirós, Érico Veríssimo, Ignácio de Loyola Brandão, Jorge Amado, Rui Barbosa

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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VÁ TRABALHAR, MICHEL TEMER!

Por Alfredo Bonessi

O país, horrorizado, desenganado, e as voltas com mais um escândalo, de danosas repercussões políticas e morais: o envolvimento de um ministro de estado, mais o presidente da república, todos em reunião palaciana para tratarem de interesse particular de um deles enquanto o Brasil está parado sucateado sem rumo sem uma meta, sem um objetivo especifico ninguém sabe o que fazer. Não se pode mais só esperar do agronegócio, enquanto os outros setores produtivos, aos tombos, seguem no rebojo das águas turbulentas desse sistema econômico que é um salve-se quem puder. Ratos, gordos, de navios imensos, já começam a abandoná-los: bancos se espremem, racionalizam, se adequam as novas situações, cortam gastos, enxugam a folha isso que eles vivem do lucro, para o lucro, pelo lucro – não perdem nunca em seus negócios. Mas é o poder máximo do Brasil? Ele não faz nada mudar e alterar essas situações!

A impressão que se tem do público, é a mesma dos militares na retirada da laguna, na guerra do Paraguai: euforia pela mudança do poder esperança fé, depois: decepção, privações, exaustão, esforço sobre humano, dor, sofrimento, morte.

Não é crível que o atual Presidente exista e faz da sua agenda diária um ponto de encontro somente para tratar de assuntos particulares de seus ministros, de seus interesses particulares, e fique costurando situações, acomodando fatos e acontecimentos em detrimento dos interesses do Brasil, na esperança que a tempestade passe, que as coisas se acalmem, que os políticos  se satisfaçam, que o povo esqueça as roubalheiras tudo isso para que o Brasil volte a ser o que era, da administração de gabinetes, da dependência da vontade dos políticos,  que colocam seus interesses acima dos interesses do povo e do Brasil, dos discursos demagógicos, nas rádios, nos palanques, das promessas que não serão cumpridas, do enganar, ludibriar a população, de se aproveitar dos recursos públicos, do nada fazer, e do viver politicamente junto a seus protegidos, mamando nas tetas dos cargos públicos das indicações e favorecimentos tudo isso em detrimento dos esforçados, dos trabalhadores, que não possuem direito nenhum, nem de receber um medicamento para aliviar as suas doenças que se originaram no trabalho, cujos frutos foram parar nos bolsos do políticos.

Não é crível que essa safra de políticos ainda não enxergaram  que o Brasil é outro, que a lei está atuando, que a justiça social está entrando em nova era, que as oportunidades serão para todos, que será o fim das injustiças, que o Brasil será dos brasileiros e que os políticos terão que trabalhar pelo Brasil e pelo povo para isso que foram eleitos para isso que existem todos os poderes no Brasil ninguém irá ganhar algo sem ter que dividir com todos a não ser pelo esforço pessoal, com premiação particular para cada caso.

Por isso conclamamos ao Sr Michel Temer: vamos trabalhar Michel Temer !!!!!- saia desse palácio, desça desse trono. Olhe ao redor esses ministérios abarrotados de gente sem fazer nada. Olhe esse Senado e essa Câmara Federal cheia de gente, sem fazer nada, gastando milhões sem gerar nada que se aproveite, e todo esse Legislativo só tratando de interesses particulares favorecimentos todos avançando em cima de dinheiro público e alimentando a corrupção em todos os escalões administrativos da administração pública. Não dá mais para se viver e trabalhar dessa maneira, sangrando os trabalhadores, e deixando-os a morrer nas mãos das bandidagens porque ninguém tem caráter e moral para reduzir a maioridade penal para deixar os Infratores sem idade e que respondam pelos seus crimes perante a sociedade. O Brasil é uma vergonha mundial em se tratando de justiça para com bandidos, seja de que idade forem- bandido é bandido é bandido quem pratica um crime, seja de que idade for.

Portanto Michel Temer pegue um avião, mas antes avise um determinado prefeito que o Senhor como Chefe da Nação irá inspecioná-lo. Leve consigo os ministros pertinentes a cada visita, leve consigo o comandante das Forças Armadas, o Chefe da Policia Federal, o Ministro da justiça, o Ministro da Educação, o Ministro do Meio ambiente, e no local visitado faça um mutirão cívico e moral para mudar a situação caótica no ensino e na educação de cada município. Se faltar escola, determine ao Ministro da Defesa que faça uma escola em 30 dias regime de combate se faltar água, determine a ele que traga água em 5 dias para o local; se faltar comida e professores para as crianças, determine ao Ministro da Educação que providencie imediatamente professores para aquela escola; nessas viagens leve consigo a primeira dama ela irá interagir com as senhoras do local para a melhoria das condições de vida dessas famílias. Recrie a LBA Legião Brasileira de Assistência – para promover o bem-estar social entregue essa presidência a primeira dama. Leve consigo também essas mulheres bonitonas que estão aí nos ministérios, todas de calças jeans apertadas, salto alto, blusas decotadas, todas ganhando muito bem para não fazerem nada e passarem o dia de celular e internet tratando de seus problemas particulares. Determinem que essas belezas apresentem projetos e relatórios depois de manterem contatos com esses flagelados locais que vivem e mendigam nas mãos dos prefeitos sem terem onde morar não terem o que comer e muito menos para sobreviver. Tenha iniciativa Senhor Michel Temer de ordens a seus ministros, distribua tarefas para eles, cobre depois, promova o trabalho o progresso lute pelo seu povo que espera tudo de ti - a hora é agora, e não tente tapar o sol com a peneira do estado crítico em que estamos vivendo: a panela está fervendo e não demora estourar. Racionalize corte gastos reduza o tamanho da máquina pública reforme o ensino e a educação reduza a maioridade penal faça penitenciarias federais onde seja possível o preso produzir estudar e se aprimorar,  e que cada um pague as suas despesas de alojamento. Se reúna com os produtores,  dê-lhes acesso ao credito, dê-lhes segurança em seus locais de trabalho, melhore os caminhos por onde se escoam a produção; combata com rigor o desmatamento, a bio pirataria, melhore as estradas, a segurança. Apoie as Forças Armadas aparelhe essas forças, complete seus efetivos, determine as pesquisas para uma aviação eficiente, para uma marinha atuante e moderna, estimule o fabrico e a produção de munições e armas para os mercados internacionais, triplique os efetivos dos policiais federais, reestruture cargos e salários desses policiais, promova a segurança dos brasileiros e de suas fronteiras.

Não pense e não espere que o Senhor consiga em dois anos acomodar interesses variados e ideológicos em prol de uma causa que uma Nação não deseja. Queremos um Brasil livre queremos que os cidadãos sejam livres, com livre iniciativa queremos que os marginais sejam presos não importa a idade, queremos liberdade e segurança para todos nós.

Vá trabalhar Michel Temer saia desse palácio e desça desse trono a Monarquia foi extinta a mais de 200 anos.


Alfredo Bonessi      

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

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25 novembro 2016

REVISTA FORMAS ED.184/NOVEMBRO


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UM HOMEM DE CONSCIÊNCIA

Por Monteiro Lobato
BBC.com

UM HOMEM DE CONSCIÊNCIA
     
Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro.
     
Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos queriam: mudar-se para terra melhor.
     
Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o desaparecimento visível de sua Itaoca.
     
– Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons – agora só um, e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está se acabando…
     
João Teodoro entrou a incubar a ideia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível.
     
– É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então eu arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.
     
Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada…
     
Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado – e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!
     
João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada, botou-as num burro, montou no seu cavalinho magro e partiu.
     
Antes de deixar a cidade, foi visto por um amigo madrugador.
     
– Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?
     
– Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.
     
– Mas como? Agora que você está delegado?
     
– Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus.
     
E sumiu.

(Monteiro Lobato, CIDADES MORTAS. 12a Edição. São Paulo,   Editora Brasiliense, 1965)

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24 novembro 2016

FREI DAMIÃO NÃO ACEITAVA MÃOS DE FIÉIS SOBRE SUA CABEÇA

Por José Mendes Pereira
https://www.youtube.com/watch?v=Fro6J-n_NpY

Frei Damião não aceitava mãos de fiéis sobre a sua cabeça, mas não era por orgulho, e sim porque aumentava o problema da sua escoliose.

A foto pertence ao acervo do Raimundo Nunes

Lembro-me que na década de 70, em uma das suas missões em Mossoró, à noite, no lago da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no grande Alto da Conceição, 

 www.panormaio.com

a fila de fiéis era enorme, e quando chegou a minha vez de ser abençoado pelo frei Damião, coloquei a minha mão sobre a sua cabeça. De repente com a sua mão, frei Damião tirou a minha mão que estava sobre a sua cabeça dizendo-me:

 "- Não ponha a sua mão sobre a minha cabeça!". 

Eu estranhei aquela atitude do religioso, vez que ele era e é considerado um verdadeiro santo entre os homens do nordeste brasileiro, e de outras regiões do chão do Brasil.

Mas, posteriormente, não sei se era verdade, falaram-me que ele tinha sido advertido por um médico que tratava da sua escoliose, que não deixasse ninguém colocar a mão sobre a sua cabeça, porque aumentava mais ainda o problema. 

De fato! Uma, duas mãos sobre um corpo, não afeta. Mas milhares de mãos, mesmo uma de cada vez, na sequência, tem que pesar, e isso faz com que prejudique mais ainda o corpo que tem escoliose.

Minhas Simples Histórias

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AS CANTORAS GÊMEAS.

  Por Saudade Sertaneja Célia Mazzei (Célia) e Celma Mazzei (Celma) nasceram em Ubá, Minas Gerais, em 2 de novembro de 1952. Irmãs gêmeas, i...