Wikipedia

Resultados da pesquisa

08 março 2017

QUEM TINHA MAIS CORAGEM NO QUE SE REFERE À TRAIÇÃO, O CANGACEIRO CONQUISTADOR, OU A CANGACEIRA CONQUISTADA?

Por José Mendes Pereira

Muito difícil de uma explicação, porque o risco que corria o pau, corria o machado, mas, se analisarmos bem direitinho, a cangaceira conquistada era mais corajosa do que o cangaceiro conquistador.

No mundo cangaceiro do Nordeste Brasileiro os pesquisadores e escritores registraram algumas traições de cangaceiras, e até hoje, não se sabe o porquê de suas traições, vez que elas sabiam que no livro de código criado pelo proprietário da “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia”, o rei do cangaço e respeitado capitão Lampião, a mulher, de forma alguma, podia trair o seu companheiro, enquanto estivesse fazendo parte da sua empresa. Se desrespeitasse o código da empresa, seria severamente punida, e a punição, nada mais era ser assassinada pelo seu companheiro, ou pelos seus colegas que pertenciam à empresa.

Tenho notícias de algumas traições de cangaceiras e findaram sendo mortas pelos seus companheiros. Uma delas foi a Lili.

Segundo o escritor Alcino Alves Costa - http://cariricangaco.blogspot.com.br/2012/01/existia-amor-no-cangaco-por-alcino.html - após ser companheira de Lavandeira e de Mané Moreno, a caboclinha do Juá, lá na vastidão do Raso da Catarina, se acamaradou com o temido cangaceiro Moita Braba. Mesmo assim, sabendo que seu companheiro era portador de uma periculosidade extremada, Lili não temeu em coabitar com o cangaceiro Pó-Corante. Eis que um dia ao retornar de mais uma razia, ao chegar ao coito, Moita Braba encontrou a sua Lili nos braços de Pó-Corante. O desalmado cangaceiro não pestanejou, puxou sua arma e disparou vários tiros em sua infeliz e traidora companheira, matando-a instantaneamente.

Àquela vida vivida e sofrida pelas mulheres dentro dos serrados e sem liberdade fez com que algumas delas deixassem de amar os seus companheiros, e tentaram amenizar esta solidão nos braços de outros homens, assim fez a cangaceira Lídia que se apaixonou pelo cangaceiro Bem-te-vi, e vez por outra os dois escapuliam em direção às matas, pra viveram um romance amoroso, até que um cangaceiro de alcunha Coqueiro descobriu e não quis calar, revelando ao seu companheiro Zé Baiano, e sem perdão, ele a assassinou no coito a pauladas.

Um outro caso registrado foi o amor vivido pela cangaceira Cristina que era companheira do cangaceiro Português. Esta o traiu com o cangaceiro Gitirana, mas foi castigada, foi assassinada a facadas por Luiz Pedro, Candeeiro e Vila Nova.

Afirmam os historiadores que Maria de Pancada era a que mais traía o seu companheiro Pancada. Era fogosa ao estremo, e viu, gostou, já estava preparada para um novo acasalamento. Não temia um tico o seu companheiro que vivia mal-humorado. Ela não estava nem aí. Também existem informações que a dona Dulce Menezes também teria traído o seu companheiro Criança, mais isso aconteceu quando não estavam mais no cangaço.


E Maria Bonita traía o seu companheiro o rei Lampião?

Existem histórias fundidas por pessoas que não têm nenhum compromisso com a verdade, afirmando que Maria Bonita tinha caso amoroso com o cangaceiro Luiz Pedro, mas todos os remanescentes de Lampião quando eram entrevistados pelos pesquisadores, escritores, repórteres e jornalistas sobre esta possível traição, as respostas eram sempre as mesmas que: em nenhum momento Maria Bonita traiu Lampião com o cangaceiro Luiz Pedro, e muito menos com nenhum deles. E ainda respondiam que todos os cangaceiros respeitavam muito Maria Bonita. Quando falavam diretamente com ela a chamavam de dona Maria, e quando se referiam a ela, chamavam-na de dona Maria do Capitão. 

Não precisa mais duvidar de quem com ela conviveu. Todos poderiam até mentirem e criarem conversas não existentes, já que ela não mais existia. Mas não! Eles respondiam só afirmando o respeito que  toda cangaceirada tinha com Maria Bonita.  

Durante muitos anos eu trabalhei na Escola Estadual José Martins de Vasconcelos aqui em Mossoró, com o pastor Antonio Teixeira, e que sempre ele me dizia: “O homem quando sai da casa de uma "adúltera", e se ele cheirar o colarinho da sua camisa, tem cheiro de defunto, de velório”. Não todos, mas em alguns casos, têm! É o caso destas mulheres que mesmo sabendo que a coisa poderia se tornar em mortes, defuntos, mesmo assim, elas traíram os seus companheiros. 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

NESTE DIA INTERNACIONAL DA MULHER... MINHA HOMENAGEM AS MULHERES MOSSOROENSES NA HISTÓRIA

Por Kydelmir Dantas

1
Pioneirismo feminino
Em Mossoró teve tino
Para mudar o destino.
Com panelas, paus, colheres
Contra o alistamento forte
No Rio Grande do Norte
Houve o ‘MOTIM DAS MULHERES’.
2
Mossoró, bem da verdade
No ‘AUTO DA LIBERDADE’
Mostra nossa heroína
Pelo voto feminino
Lutou com bastante tino
A professora CELINA.

3
A CELINA G. VIANA
Juntamente com a ANA
FLORIANO. Já estão,
Com a AMÉLIA GALVÃO.
Elas e mais outros nomes,
Juntas com seus sobrenomes,
Lá no nosso Panteão.

4
Pelo Voto Feminino
Foi Mossoró altaneira
Com CELINA GUIMARÃES
Professora na ribeira
No ano de 28
Com denodo e tom afoito
Foi eleitora primeira.

5
Na Saga da Resistência
Não podíamos esquecer
Duas mulheres que foram
Valentes, por merecer.
Que não estavam pra prosa,
CARMINDA e SINHÁ ROSA,
Tem que aqui aparecer.

6
Na trincheira do prefeito
Ficaram ali de pé.
Lanches pra os que estavam
Pros que chegavam café.
Na cozinha trabalhavam,
Ao mesmo tempo rezavam,
Com coragem, amor e fé.

7
Naquele 13 de junho
Mostraram que tinham ação
Dando mostras aos resistentes
Muita determinação.
Lutando com fogo e ferros
Sem estremecer com os berros
Dos cabras de Lampião.

8
Em Lajes do Cabugi
Ainda naquele ano
Uma mulher elegeu-se
Prefeita com muito plano.
Com um amor varonil
A primeira do Brasil
Foi ALZIRA SORIANO.

9
MARIA DO CÉO FERNANDES
De caráter sem igual
Também no nosso estado
Fez pousada em Natal
A primeira, firme e forte,
No Rio Grande do Norte,
Deputada estadual.

10
Na luta do SINDICATO
DO GARRANCHO, sem igual.
As MULHERES se envolveram
Mostrando potencial.
Dando força aos maridos,
Aos amigos destemidos,
Tudo pelo social.

11
São centenas de MULHERES
Que conquistaram vitória
Na política, no comércio,
Na educação, na glória.
No teatro, no cinema,
Na pintura, no poema,
Que fizeram sua História.

12
Citar todas nestes versos
Será coisa de titã.
Pois as lembranças são tantas
Que esquecê-las é vã.
Aqui cito mais algumas
Da muitas que lembro e umas
Que com certeza sou fã.

13
LÚCIA ESCÓSSIA, TONY SILVA.
A pequena polegar
Qu’era IVONETE DE PAULA,
Não poderiam faltar.
NIRA de Antôi, com seu brio,
HERMELINDA com o Trio,
Somente para cantar.

14
Professora OLGA BRÍGIDO,
ELZA BRITO e MARIETA.
Nossa IVONETE SOARES,
LEILALEIDE e a caderneta.
JOANA, DELVANI a prima,
SOCORRINHA é porreta!

15
Poeta VANDA JACINTO
GILKA LEO, no seu papel.
Produtora KATHARINA
Escritora ANGELA GURGEL.
KALLIANE AMORIM,
Riso doce feito mel.

16
MARILENE em sua vez,
REGIANE que é demais.
Minha NAILZA CRISÓSTOMO
Afilhada das legais.
Todas MENINAS DO VINA
E suas notas musicais.

17
Tem a SISSY e a flor
Que não é de jitirana.
A CLARA LIBERALINO,
ZILDA e um monte de ANA.
REGINA FORMIGA e NINHA,
Uma amiga bacana.

18
Com certeza tem mais gente
Mas já vou ter que sair.
Não coloquei no papel,
As MULHERES do porvir.
Na mente e no coração,
Dedico admiração

1 - Amélia Galvão (abolicionista);
2 - Ana Floriano (à frente no Motim das Mulheres);
3 - Celina Guimarães Viana ; 


Primeira Prefeita eleita no Brasil e no RN - primeira Deputada Estadual no RN.

E um abraço do Kydelmir.
Nova Floresta – PB, 08 de Março de 2017.

https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=392260604473324&id=100010681625071

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogpot.com.br

07 março 2017

O MUNDO ESTRANHO DOS CANGACEIROS


Não tenho muita certeza, mas imagino que este livro você o encontrará na Livraria do Professor Pereira, lá da cidade de Cajazeiras, no Estado a Paraíba através deste e-mail: 
franpelima@bol.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

05 março 2017

O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO EM NATAL

Por Luiz Serra
O escritor potiguar Honório de Medeiros que proferiu preciosa palestra sobre Cascudo, o coronelismo e o cangaço.

A nossa gratidão ao Instituto Câmara Cascudo, aos queridos amigos que nos apoiaram para que esse evento fosse realizado, à querida Daliana Cascudo, neta do nosso estimado Mestre Câmara Cascudo, e a presença ilustre e gentil de Honório de Medeiros, que enriqueceu o evento com seu depoimento sobre o tema.

O escritor potiguar, Honório de Medeiros, que proferiu preciosa palestra sobre Cascudo, o coronelismo e o cangaço.

Lançamento do livro O Sertão Anárquico de Lampião do escritor Luiz Serra.

Apresentação da Curadora Daliana Cascudo, dando início ao ciclo de palestras.
Confraternização após a sessão de autógrafos. Agradável bate-papo entre os convidados presentes. Seguiu-se a degustação do delicioso bufê organizado pela minha querida Ana Maria.
Querida Ana Maria Tresse junto de nossa amiga Heloísa Sá poeta, procuradora e maestrina, atuante na bela cidade de Natal.
Com a estima de Heloísa Sá poeta e maestrina da terra potiguar.
Malu e Rubens Azevedo escritor e amigo que muito apoiou o evento... nossa gratidão.
Sessão de fotos, antes do evento.
A querida Ana Maria e as amigas fraternas Liz e Elsa Lamartine.
A ilustre presença amiga do escritor e acadêmico José Ismar Moura, pioneiro da Academia Patuense de Letras, cidade potiguar, berço do cangaço de Jesuíno Calado Brilhante. O Campus da universidade leva seu nome.
Honrosa presença de Milena Gama, conselheira da OAB.
Marcus Vinícius e o escritor Honório de Medeiros.
O querido poeta Assis Barros autor da temática sertaneja nordestina potiguar, de Patu, terra de Jesuíno Brilhante.
Grande incentivador da cultura nordestina, o artista plástico Geolagens Oliveira, de João Pessoa, Paraíba.
Simone e Marcus Vinícius ávidos leitores e amigos.
Liz e Elsa Lamartine com a minha querida Ana Maria Tresse.
Honrosa presença do nosso amigo aviador da Marinha de Guerra, comte Flávio Borges.
Palestra de Honório de Medeiros.

https://www.facebook.com/luiz.serra.14?fref=ts

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

03 março 2017

PRINCESA DO SERTÃO - DOCUMENTÁRIO DA TV SENADO - BLOCO 1

https://www.youtube.com/watch?v=AHcIY5-0I9o

Publicado em 29 de julho de 2016 TV Senado
No município de Princesa, no sertão da Paraíba, em 1930, o coronel José Pereira entrou em desavenças políticas e econômicas com então presidente da Paraíba, João Pessoa, deflagrando a Revolta de Princesa.
Publicado na internet em 17/12/2010
Categoria
Licença
Licença padrão do YouTube

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

02 março 2017

MONTE SANTO E O EPISÓDIO DE CANUDOS

por José Gonçalves do Nascimento

A cidade de Monte Santo, situada no semiárido baiano, à sombra da Serra do Piquaraçá, foi, no passado, palco do episódio de Canudos. Tornado vila em 1837, o lugarejo detinha uma área territorial que abarcava grande parte do sertão baiano, incluindo Canudos, povoação fundada às margens do rio Vazabarris pelo peregrino cearense Antônio Vicente Mendes Maciel, ou Antônio Conselheiro. 


Em 1888, o coronel Durval Vieira de Aguiar, no seu livro Descrições Práticas da Província da Bahia, informava ter visto Antônio Conselheiro em terras de Monte Santo, mais precisamente no povoado do Cumbe, atual Euclides da Cunha (BA). Escreveu Durval Vieira de Aguiar: “Quando por ali passamos achava-se na povoação um célebre Conselheiro, sujeito baixo, moreno acaboclado, de barbas e cabelos pretos e crescidos, vestido de camisolão azul, morando sozinho em uma desmobiliada casa, onde se apinhavam as beatas e afluíam os presentes, com os quais se alimentava (...) O povo costuma fluir em massa, aos atos religiosos do Conselheiro, cujo aceno cegamente obedece (...) Nessa ocasião havia o Conselheiro concluído a edificação de uma elegante igreja no Mucambo, e estava construindo uma excelente igreja no Cumbe, onde a par do movimento do povo, mantinha ele admirável paz”.


Foto Flávio de Barros

Anos mais tarde, em 1892, o Conselheiro encontrava-se de novo em Monte Santo, desta feita na sede da vila, onde, juntamente com seu numeroso séquito, realizou alguns reparos no caminho da Santa Cruz. É o que informa o correspondente do jornal Diário de Notícias, da Bahia, edição de 7 de junho de 1893: “fui testemunha ocular de que quando aqui esteve [o Conselheiro] ano passado, enviou meios de fazer-se alguns reparos nas capelinhas e na estrada do Monte, daqui, a fim de não continuar na decadência em que se achava a instituição da irmandade dos Santos Passos do Senhor do Calvário, pedindo e aplicando o resultado das esmolas que recebeu para esse fim.”

Segundo a tradição, os muros que ladeiam trecho considerável do caminho da Santa Cruz, a partir da primeira capela, no início da subida, teriam sido construídos por Antônio Conselheiro e sua gente, quando da passagem do beato pela cidade de Frei Apolônio de Todi. 

No período da guerra (1896-1897), a partir da segunda expedição, a cidade serviu de base de operação das tropas legais em demanda de Canudos. Ali se instalou o quartel general do ministro da guerra, marechal Carlos Machado de Bittencourt, o qual comandou o serviço de intendência e cuja presença no palco da luta foi determinante para o triunfo das forças expedicionárias. 

Em Monte Santo, Bittencourt adotaria uma série de medidas com vistas a aperfeiçoar a atuação das forças em operação e, consequentemente, assegurar a vitória sobre os seguidores de Antônio Conselheiro. Uma das medidas, talvez a mais importante, foi a reestruturação do serviço de transporte, até então precário, garantindo o abastecimento das tropas e diminuindo a escassez de água e alimentação. Por sua atuação no episódio, o militar foi elevado, alguns anos após a guerra, à condição de Patrono da Intendência do Exército Brasileiro.

Para facilitar a comunicação com o restante do país, uma linha telegráfica foi construída entre Monte Santo e Queimadas, as duas principais bases de operação militar. Era a primeira vez, na história do Brasil, que se utilizavam os serviços telegráficos para noticiar um conflito armado. Outros eventos ocorridos poucos anos antes, como a Revolta da Armada e a Revolução Federalista, não dispuseram da mesma cobertura.

Do teatro da guerra, as notícias eram despachadas para Monte Santo e dali expedidas via telégrafo para outras cidades do país, em especial Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, onde eram publicadas pelos órgãos de imprensa. Dos jornais que se ocuparam do caso, destaca-se O Estado de São Paulo, o qual teve como enviado especial o escritor Euclides da Cunha, autor de Os sertões. 

Aliás, dentre os cronistas que cobriram a guerra, Euclides foi o que mais tratou de Monte Santo, levando a elegante urbe para as páginas consagradoras da sua obra imortal. Na correspondência do dia 6 de setembro de 1897 (a primeira ali redigida), o escritor não esconde sua fascinação diante da povoação que vê pela primeira vez: “Ninguém pode imaginar o que é Monte Santo a três quilômetros de distância (...) Não conheço nenhum de aspecto mais pitoresco que o deste arraial humilde perdido no seio dos sertões. O viajante exausto, esmagado pelo cansaço e pelas saudades, sente um desafogo imenso ao avistá-lo, depois de galgar a última ondulação do solo, com as suas casas brancas e pequenas, caindo por um plano de inclinação insensível até à planície vastíssima”.

Em crônica do dia 8 do mesmo mês (sempre para o citado jornal paulista), volta Euclides a ocupar-se da antiga vila, agora exaltando a beleza natural e arquitetônica do monte da Santa Cruz: “Com o extraordinário luar destas últimas noites o seu aspecto é verdadeiramente fantástico, destacam-se nitidamente as capelinhas brancas e à luz reflexa e dúbia da lua as vertentes, que se interrompem em paredões a prumo em virtude da própria estratificação da rocha, dão a ideia de muralhas imensas (...). 

Não demorou muito, e a cidade veio a figurar também nas páginas vibrantes d’Os sertões, a obra prima da literatura nacional: “Monte Santo é um lugar lendário (...) Amparada por muros capeados; calçada, em certos trechos; tendo, noutros, como leito, a rocha viva talhada em degraus ou rampeada, aquela estrada branca, de quartzito, onde ressoam, há cem anos, as litanias das procissões da quaresma e têm passado legiões de penitentes, é um prodígio de engenharia rude e audaciosa”. 

Em 1973, no auge da ditadura militar, o exército foi de novo a Monte Santo, dessa feita para treinar tropas, com vista ao combate a eventuais ações guerrilheiras. Ali permaneceu por cerca de uma semana, realizando manobras militares e sobrevoando a região. Na ocasião, um busto do marechal Bittencourt foi fixado em frente ao edifício da antiga prefeitura municipal, a mesma que outrora servira de sede ao quartel-general das forças expedicionárias. 

O retorno do exército à área do conflito levou pânico e medo à população sertaneja, a qual ainda guardava na memória as marcas da tragédia de 1897. A presença das aeronaves, com seus voos rasantes e ensurdecedores, cobriu de susto os moradores de Monte Santo, que, apreensivos, se questionavam sobre o porquê de tão agitada operação. Operação que poderia ter transcorrido sem maiores incidentes, se não fosse o histórico de violência praticada pelo exército contra a brava gente sertaneja.

No inicio dos anos 1980, foi removido para Monte Santo, sob patrocínio de autoridades locais, o famigerado canhão Withowort 32, conhecido pelos sertanejos como “a matadeira”. Postado na praça central da cidade, ali divide espaço com a estátua do Conselheiro e com o busto do marechal Bittencourt.

Na mesma década, também em Monte Santo, despontava o Movimento Histórico de Canudos, tendo como objetivo, entre outras coisas, o resgate da memória sertaneja e a revalorização da missão do Conselheiro.

Não há dúvida de que a localização geográfica e a condição de cidade santuário contribuíram para que Monte Santo, desde o início, assumisse o protagonismo no que diz respeito aos fatos de Canudos. Mas o protagonismo de Monte Santo se deveu, acima de tudo, à presença de sua gente no arraial de Canudos, onde, ao lado do Conselheiro, empenhou-se até o fim na luta por uma sociedade justa, fraterna e solidária. 

jotagonçalves_66@yahoo.com.br


http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

01 março 2017

“GUERRA AO FANATISMO”


Para adquirir esta obra entre em contato através destes emails: 
  
cartaxorolim@gmail.com 
franpelima@blol.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

AS CANTORAS GÊMEAS.

  Por Saudade Sertaneja Célia Mazzei (Célia) e Celma Mazzei (Celma) nasceram em Ubá, Minas Gerais, em 2 de novembro de 1952. Irmãs gêmeas, i...