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06 janeiro 2019

UM TRABALHO DE QUALIDADE FEITO PELO PROFESSOR E PESQUISADOR DO CANGAÇO RUBENS ANTONIO


"É quando o Tempo sacode a cabeleira."


Material do professor Rubens Antonio

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05 janeiro 2019

O CARNAUBAL DA FAZENDA ARACATI

Por Benedito Vasconcelos Mendes

A carnaubeira (Copernicia prunifera) é uma palmeira nativa do Nordeste brasileiro que ocorre em grandes concentrações nas margens dos rios intermitentes do Ceará (Rios Acaraú, Curu e Jaguaribe) e Rio Grande do Norte  (Rios Piranhas/Assú e Apodi/ Mossoró) e nas planícies dos grandes vales do Estado do Piauí, principalmente nas proximidades do Rio Parnaíba. As folhas da carnaubeira são revestidas por uma fina camada de cera, que as protege da transpiração excessiva. Esta cera é extraída na forma de pó cerífero que é depois processado para a formação da cera. O Brasil é o único país do mundo que produz cera de carnaúba, pois esta planta foi levada para outros países tropicais, onde  se desenvolveu bem, ficou frondosa, mas não produziu cera em suas folhas. As condições climáticas da região semiárida nordestina  são determinantes para que ela produza cera.                                                                     
​A Fazenda Aracati tinha um pequeno carnaubal, parte de carnaubeiras nativas, nas margens aluviais do Rio Aracatiaçu, e uma pequena área com carnaubeiras plantadas por meu avô, atrás da casa grande. Todos os anos, meu avô arrendava o carnaubal ao seu compadre Chico Rufino, mas em alguns anos, em vez de arrendar, ele produzia o pó de carnaúba (pó cerífero) e depois o  beneficiava na “Casa de Beneficiamento de Cera de Carnaúba”, do Seu Chico Rufino, na cidade de Miraíma. Era uma agroindústria primitiva, porém bem equipada, com caldeirões de ferro fundido para cozinhar a cera e uma gigantesca prensa de madeira (feita de  miolo de aroeira) para retirar  o excesso de água da cera.                  

O processo de extração do pó cerífero se iniciava com o corte das palhas das carnaubeiras,  com uma pequena foice bem amolada, suportada por uma longa vara de até 9 metros de comprimento. O cortador de palhas (vareiro) ia derrubando as folhas maduras de cor verde e abertas e as folhas novas, fechadas (folhas do olho). O juntador de palhas cortava com um facão o talo espinhento no tronco da folha, separava as folhas abertas das folhas do olho, fazia, com embira da palha do olho, os feixes de 25 palhas e atrelava os mesmos nas cangalhas dos jumentos, que  transportavam os feixes de palha  para o palheiro, onde eram secas,  estendidas no chão forrado com bagaço de palhas velhas, cortadas em anos anteriores. A distribuição das palhas no chão do palheiro era feita por setores, de um lado colocava-se as palhas do olho e do outro as palhas abertas. A secagem ocorria  em 9 dias, sendo que de 3 em 3 dias virava-se as palhas para melhor receber o sol e secarem uniformemente. Depois de secas, as palhas iam ser riscadas e batidas, para extrair o pó cerífero, em um pequeno quarto todo fechado, com piso de cimento queimado e teto com forro de tábuas. As palhas secas eram riscadas e batidas sobre um grande lençol de tecido (algodãozinho), que recebia o pó que se desprendia das palhas secas riscadas e depois era ensacado em sacos de tecido, que tinham sido usados para  acondicionar massa de trigo ou açúcar. O pó extraído das folhas jovens (folhas do olho) é branco e  produz a cera Tipo A (cera de primeira), mais valorizada e de cor amarela, enquanto o pó cerífero tirado das folhas  abertas, mais velhas, é escuro e vai originar um tipo de cera menos valorizada, de cor parda (cera Tipo B ou cera de segunda). Meu avô mandava o pó de carnaúba produzido na Fazenda Aracati, em lombos de burros, para a cidade de Miraíma, a 25 quilômetros de distância, para ser transformado em cera de carnaúba, na unidade de beneficiamento de cera de seu compadre Chico Rufino. Lá, o pó cerífero era misturado com água limpa e cozinhado (fervido), depois prensado para retirar a água. A cera resultante era classificada, pesada, armazenada e depois vendida em Sobral, na Casa Quirino Rodrigues & Filhos.
​O riscador de palha seca era um tipo de pente com dentes de ferro pontiagudos virados para cima, fixos  em um cepo de madeira. O operador batia a palha seca  sobre ele e puxava-a para riscar (abrir) e provocar o desprendimento do pó, que  caía sobre o lençol.                                                                                             
​O Beneficiamento do pó cerífero consistia em cozinhar o pó em grandes  caldeirões de ferro fundido, semelhantes aos caldeirões usados nos engenhos de cana-de-açúcar, para a fabricação de rapadura. Quando se ia cozinhar o pó de carnaúba, colocava-se água limpa e não salobra, que ao ferver deixava a sujeira boiar na espuma, que era facilmente retirada do caldeirão e descartada. O pó derretido era levado para a grande prensa de madeira, onde era prensado para retirar o excesso de umidade. A cera, ao esfriar, se solidifica. O pó cerífero branco, retirado das palhas do olho (folhas em cartucho) era processado separadamente do pó extraído das folhas maduras (folhas abertas). A cera de carnaúba, por ser extremamente dura, possuir elevado ponto de fusão (em torno de 83 a 85 graus centígrados) e ser de difícil dissolução, em temperatura ambiente, é considerada a “Rainha das Ceras”. Quase toda a cera produzida no Brasil é exportada na forma bruta, não industrializada. Ela é utilizada no mundo inteiro por diversos segmentos industriais, como na indústria cosmética, farmacêutica, alimentícia, eletrônica (chips e transistores), na fabricação de impermeabilizantes, esmaltes, vernizes, lubrificantes, isolantes e por muitos outros setores industriais.                                                   
​Além da cera, a palha da carnaubeira é matéria prima para a produção de vários outros produtos artesanais, como chapéu, vassoura, esteira, uru, surrão, bolsa e corda. A palha também era empregada para cobrir casa de taipa. A cera e o chapéu de palha de carnaúba foram dois produtos de exportação, de grande importância econômica para os Estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. A estirpe era utilizada para a confecção de linhas, caibros, ripas e bancos. A estirpe aberta e escavada era largamente utilizada como calha, para escoar água de chuvas de telhados. Os frutos são comestíveis e as raízes medicinais.

Enviado pelo professor e escritor Benedito Vasconcelos Mendes

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01 janeiro 2019

O BATALHÃO PATRIÓTICO


No ano de 1925, o Batalhão Patriótico foi montado pelo médico baiano Floro Bartolomeu da Costa, aliado do Padre Cícero Romão Batista, líder político do Juazeiro do Norte/CE. Para compor a dita milícia, Floro utilizou, além das tropas legais, homens ligados ao banditismo da época, isto é, cangaceiros e cabras. A intenção era barrar a entrada da chamada "A Grande Marcha" no Cariri. Esta, que mais tarde veio a ser conhecida por "A Coluna Prestes" ou "A Guerra dos Cavalos", havia sido formada nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, tendo raízes na Revolta Tenentista, sendo que, entre seus ideais, desejava mudanças na política brasileira, opondo-se ao domínio das oligarquias. 



Ao tempo, a referida Coluna Prestes marchava pelo País dividida em quatro destacamentos, cada um com, mais ou menos, 800 homens, e, no ano de 1926, passou do Piauí para o Ceará. Acreditava-se que os "Revoltosos", apelido dado aos integrantes da Coluna, entrariam no Ceará pela cidade de Campos Sales. Por este motivo, Floro convocou o coronel Pedro Silvino de Alencar, líder da cidade do Araripe/CE, para comandar as tropas cangaceiras que resistiriam à invasão. Foi nesta ocasião que Floro Bartolomeu e o Padre Cícero convidaram Lampião para integrar a milícia cangaceira, com a patente de "Capitão Honorário das Forças Legais de Combate aos Revoltosos". Porém, quando Lampião chega ao Juazeiro, no dia 6 de março de 1926, Floro já havia partido para o Rio de Janeiro, doente de sífilis. 

O fato é que os Revoltosos deram um drible no Batalhão Patriótico, pois o Segundo Destacamento, comandado por João Alberto, marchando na vanguarda da Coluna, entrou no Ceará pela região Norte (entre Ipueiras e Guaraciaba do Norte), enquanto que os outros três Destacamentos passaram pela zona rural de Campos Sales, pela fazenda Alto Alegre, pertencente a Joaquim Solano, e foram todos se reunir na cidade de Arneiroz, sertão dos Inhamuns. Mas isto já é outra história. Na foto, estão alguns líderes do Batalhão Patriótico: 1- Capitão Tobias Medeiros, 2- Major José Almeida Cavalcante, 3- Capitão Mário Rosal, 4- José Parente (ex-prefeito de Piancó/PB), 5- João Evangelista, 6- Coronel Pedro Silvino de Alencar, 7- Loiola Alencar (contador), 8- Major farmacêutico Julio (?), 9- Capitão Antônio Souto. A foto foi tirada logo após a "Hecatombe do Piancó" e foi ofertada ao Museu Histórico, em 1936, pelo sr. Odílio de Figueiredo, residente no Juazeiro do Norte. (Foto: Instituto do Ceará; Texto: Heitor Feitosa Macêdo).

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1925052067562552&set=a.447479491986491&type=3&theater&ifg=1

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31 dezembro 2018

ERONIDES DE CARVALHO DESCONHECIA SOBRE A MORTE DE LAMPIÃO

Por Joel Reis

O Jornal (RJ) ouviu Eronides de Carvalho, interventor Federal do Estado de Sergipe que estava hospedado no quarto 105, do Palace Hotel. Eronides desconhecia sobre a morte de Lampião.


Disse:

- É estranho o fato! A Fazenda Angico está localizada às margens do Rio São Francisco, poucos quilômetros da fronteira alagoana. O governo tem uma estação de rádio na localidade de Monte Alegre, nas proximidades do local onde teria tombado Lampião. Daí minha natural estranheza por não saber sobre o fato.

TELEGRAMA URGENTE PEDINDO NOTÍCIAS

Diante do caso, já amplamente divulgado por todas as estações transmissoras do País, o Sr. Eronides de Carvalho passou o seguinte rádio pela Estação da Polícia Civil do Distrito Federal (Rio de Janeiro):

- Interventor interino Federal de Sergipe.
- Mande notícias urgentes e detalhadas sobre a morte de Lampião em nosso território.
- Abraços. Eronides de Carvalho.

Referindo-se aos últimos dias de Lampião, o Interventor disse:

- Ultimamente Lampião havia dividido o seu bando em seis grupos, que operavam sob suas ordens.
- Há dois meses fizeram excursão ao interior alagoano atacando varias localidades.

FOTOGRAFOU O REI DO CANGAÇO

Antes de terminar a entrevista, depois de olhar o clichê de Lampião publicado num jornal vespertino, fez uma revelação:

- Esta fotografia foi feita por mim, Achava-me em 1929, numa fazenda sergipana, em tratamento de saúde, quando Lampião chegou a casa grande. Estava cansado, apresentava roupas bastante sujas e vinha sendo perseguido pela polícia pernambucana. À tarde, pedi para Lampião posar para a minha Kodak, o pedido foi atendido sem objeção de espécie.

https://viacognitiva.blogspot.com/2018/11/eronides-de-carvalho-desconhecia-sobre.html?fbclid=IwAR3TVn87rha7WIWU1S_Dk0H5IgWLwNf3J6ZWkSDVDSIBYTx_QzDS-T68wxo

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30 dezembro 2018

AQUI LAMPIÃO FOI FILMADO | O CANGAÇO NA LITERATURA #114

https://www.youtube.com/watch?v=wyFEZBmbpaQ

Publicado em 30 de dez de 2017
Com muita luta e determinação chegamos a este local incrível. Muitos dirão que já sabiam mas quem divulgou?
Categoria

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29 dezembro 2018

NOTA DE PESAR!!!

Por Relembrando Mossoró

É com imensa tristeza no coração que o Relembrando Mossoró comunica o falecimento da nossa amiga e integrante do nosso grupo, também minha grande amiga - Luciene Santos, que ocorreu agora a tarde, no bairro Presidente Costa e Silva, vítima de queda de moto. Nossa solidariedade aos familiares e amigos.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1860377390754724&set=a.183548778437602&type=3&theater

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27 dezembro 2018

CACHAÇA DE QUEM MORREU

Clerisvaldo B. Chagas, 27 de dezembro de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.031

De vez em quando penetrando no mundo maravilhoso dos repentistas nordestinos, passo a repetir uma historieta. Quando o Zé de Almeida criava fama nos braços da viola, foi chamado para ser testado em Paulo Afonso. Lá estavam os veteranos Manoel de Filó e Jó Patriota (conheci o segundo). Após uma baionada com Manoel de Filó, Jó Patriota assumiu a vez e sentou-se ao lado de Almeida. O vate santanense estava inspiradíssimo e iniciou o segundo baião:

ALMEIDA. (FOTO/DIVULGAÇÃO).

                                      Já cantei com Manoel
Agora canto com Jó
Um é cobra canina
Outro é cobra de cipó
Eu no “mei” me defendendo
Com um taco de mororó.

Aplaudidíssimo.

Em outra ocasião, Zé de Almeida se encontrava no comércio de Santana do Ipanema. Um dos locutores da Rádio Correio do Sertão, veterano, irmão do bispo diocesano, Humberto Guerrera, acabara de sair da emissora. Além de ser experiente o apresentador também era muito querido e gente boa. Gostava, porém, de beber muito e foi alvo naquele momento do poeta Zé de Almeida. Quando o radialista foi passando defronte ao Bar Comercial, Almeida apontou para ele e disse aos que o cercavam:

Lá vai Humberto Guerrera
Locutor amigo meu
Já perdeu até as contas
Das cachaças que bebeu
Tá vivo daqui pra cima
Pra baixo a “Pitú” comeu.

Novamente aplaudidíssimo pela criativa estrofe.
Esse é o mundo encantado do repentista.
Depois tem mais.


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AS CANTORAS GÊMEAS.

  Por Saudade Sertaneja Célia Mazzei (Célia) e Celma Mazzei (Celma) nasceram em Ubá, Minas Gerais, em 2 de novembro de 1952. Irmãs gêmeas, i...