Por: Raul Mascarenhas
No ano de 1925, o Batalhão Patriótico foi montado pelo médico baiano Floro Bartolomeu da Costa, aliado do Padre Cícero Romão Batista, líder político do Juazeiro do Norte/CE. Para compor a dita milícia, Floro utilizou, além das tropas legais, homens ligados ao banditismo da época, isto é, cangaceiros e cabras. A intenção era barrar a entrada da chamada "A Grande Marcha" no Cariri. Esta, que mais tarde veio a ser conhecida por "A Coluna Prestes" ou "A Guerra dos Cavalos", havia sido formada nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, tendo raízes na Revolta Tenentista, sendo que, entre seus ideais, desejava mudanças na política brasileira, opondo-se ao domínio das oligarquias.
Ao tempo, a referida Coluna Prestes marchava pelo País dividida em quatro destacamentos, cada um com, mais ou menos, 800 homens, e, no ano de 1926, passou do Piauí para o Ceará. Acreditava-se que os "Revoltosos", apelido dado aos integrantes da Coluna, entrariam no Ceará pela cidade de Campos Sales. Por este motivo, Floro convocou o coronel Pedro Silvino de Alencar, líder da cidade do Araripe/CE, para comandar as tropas cangaceiras que resistiriam à invasão. Foi nesta ocasião que Floro Bartolomeu e o Padre Cícero convidaram Lampião para integrar a milícia cangaceira, com a patente de "Capitão Honorário das Forças Legais de Combate aos Revoltosos". Porém, quando Lampião chega ao Juazeiro, no dia 6 de março de 1926, Floro já havia partido para o Rio de Janeiro, doente de sífilis.
O fato é que os Revoltosos deram um drible no Batalhão Patriótico, pois o Segundo Destacamento, comandado por João Alberto, marchando na vanguarda da Coluna, entrou no Ceará pela região Norte (entre Ipueiras e Guaraciaba do Norte), enquanto que os outros três Destacamentos passaram pela zona rural de Campos Sales, pela fazenda Alto Alegre, pertencente a Joaquim Solano, e foram todos se reunir na cidade de Arneiroz, sertão dos Inhamuns. Mas isto já é outra história. Na foto, estão alguns líderes do Batalhão Patriótico: 1- Capitão Tobias Medeiros, 2- Major José Almeida Cavalcante, 3- Capitão Mário Rosal, 4- José Parente (ex-prefeito de Piancó/PB), 5- João Evangelista, 6- Coronel Pedro Silvino de Alencar, 7- Loiola Alencar (contador), 8- Major farmacêutico Julio (?), 9- Capitão Antônio Souto. A foto foi tirada logo após a "Hecatombe do Piancó" e foi ofertada ao Museu Histórico, em 1936, pelo sr. Odílio de Figueiredo, residente no Juazeiro do Norte. (Foto: Instituto do Ceará; Texto: Heitor Feitosa Macêdo).
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