15 março 2022

LUGAR DE SENTIMENTOS, MEMÓRIAS, CORDEL E ARTE: MIGUEL E JOSENIR LACERDA

  

Manoel Severo, Josenir Lacerda e Miguel

Para os apaixonados pela memória, arte, poesia, cordel, enfim; por todas as culturas; visitando a cidade de Crato, no sul do Ceara, não pode deixar de conhecer o casal Miguel e Josenir Lacerda. Poderia começar dizendo o tamanho do talento não só do casal, mas de toda a família; filhos, genro, netas, enfim; ou dizer a forma espetacularmente acolhedora e gentil como a família nos recebe e a todos que os visitam. A casa da família localizada bem no centro de Crato é um misto de Centro Cultural, Museu, Biblioteca, etc etc etc etc.

Josenir Lacerda
Josenir Lacerda e Hélio Santos

Cada detalhe do espaço é cuidado e mantido com muito zelo pelo casal; ali em cada cômodo e a cada centímetro são guardados, mantidos e mostrados; sentimentos, memórias, culturas de todas as formas e as mais diversas manifestações de arte, frutos da história de toda uma vida, que vão se desnudando a partir de cada peça, de cada escrito, de cada objeto. Josenir e Miguel respiram arte, artistas de corpo e alma, inteiros.

Josenir Lacerda, cordelista, poetisa, artesã de mão cheia, "bonequeira" talentosa; de fundadora da Academia de Cordelistas do Crato direto para a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, dedicada à cultura popular, folclore e tradições em suas próprias palavras, sou uma “sonhadora poetisa, que aplica rimas na saia, põe babados no folheto, canta o sertão e a praia”.

A relíquia guardada com todo carinho: O rádio pertencente aos pais de Josenir; seu José João; primeiro barbeiro do Crato; e dona Alzenir, ali a família se reunia principalmente para acompanhar as novelas da época
No meio de tanta cultura e arte, o inusitado, coleção das bonequinhas da filhas e coleção de frascos de perfumes; se identifica com algum?

Visitar Josenir Lacerda e Miguel é certeza de uma maravilhosa prosa, com muitas pitadas de poesia, a residência na verdade é um Templo, onde se cultua afeto, talento e criatividade. Josenir e Miguel são companheiros e entusiastas do empreendimento Cariri Cangaço desde nossos primórdios, lá atrás em 2009 em nossa primeira edição, Josenir Lacerda nos levou para conhecer ao lado do mestre Luciano Carneiro a Academia de Cordelistas do Crato, parceiro importante de nosso projeto e de lá ate os dias de hoje, sempre que o Cariri Cangaço aporta no cariri cearense, eles estão ao nosso lado.

O mimo de Miguel: A coleção de bicicletas, pelas quais nutre um ciúme terrível...só perdendo paro o veículo corcel de mil novecentos e antigamente, o carro oficial da família

É Miguel quem nos conta: "Severo nós temos aqui um corcel 1978 , cor: bege; que já faz parte da família, houve uma época que me atrevi a vende-lo, fui lá e vim cá e nada de vender, foi aí que ele foi quase responsável pelo fim do casamento, risos; Josenir me chamou para uma conversa e disse _Olhe Miguel, quando vc quiser vender nosso corcel me ofereça, que eu compro !!! Pronto a partir daí o corcel passou a ser integrante oficial da família, vender...nem pensar”.

Josenir Lacerda, cordelista festejada, produziu centenas de folhetos, em sua casa encontramos não só sua produção, mas cordéis de muitos amigos; de todo o nordeste; que acostumaram-se a ter em seu espaço um lugar de encontros e reencontros. Nesta nossa ultima visita que aconteceu agora no último dia 04 de março, estávamos juntos declamando uma poesia do grande pernambucano Chico Pedrosa "O erro da vendedora", quando o telefone toca, do outro lado da linha estava Chico Pedrosa, vai entender essa sintonia do mundo das artes e da inspiração...

Retalhos de sentimentos e lembranças, guardadas com zelo e muito afeto
Manoel Severo e Hélio Santos , registros no Cordel e Arte

O Erro da Vendedora, do poeta Chico Pedrosa

O engano é uma falha
Difícil de reverter
Por ele tem muita gente
Pagando sem merecer
Quantos pobres inocentes
Tidos como delinquentes
Vivem a se lastimar
Pois se errar fosse humano
Quem cometesse um engano
Não deveria pagar.

Um estudante entrou numa
Loja especializada
Para comprar um presente
Para a sua namorada
Que estava noutra cidade
Depois de olhar à vontade
Os produtos da vitrine
Despertou-lhe o interesse
Por algo que aquecesse
Os dedos da mão de Aline

E um belíssimo par de luvas
Comprou para a namorada
E pediu a vendedora
Moça fina e educada
Que embalasse o presente
Inadivertidamente
No lugar da encomenda
A moça se atrapalhou
Invés das luvas botou
Uma calcinha de renda

E entregou para o moço
Que acabara de escrever
Um bilhete à namorada
Dizendo como fazer
Com aquele presentaço:
Minha querida um abraço
E beijos apaixonados
Meu amor esse presente
Vista pensando na gente
No dia dos namorados

Lhe comprei, porém, sabendo
Que você não vai usar
Porque quem nunca vestiu
É difícil acostumar
Eu mesmo queria ir
Pra lhe ajudar a vestir
Como eu fiz com a vendedora
E se nela eu gostei de ver
Eu imagino em você
Minha deusa encantadora!

Ela ainda garantiu
Que não mancha nem desbota
A mão entrando e saindo
Não rasga nem amarrota
Eu comprei frouxa na frente
Pra mão descer livremente
Na bainha dos torpedos
E sem precisar cortar
Lá dentro facilitar
O movimento dos dedos

Torço para que te sintas
Feliz com este presente
Que irá cobrir aquilo
Que pedirei brevemente
Cobrir aquilo que um dia
Quando eu não te conhecia
Não podia nem tocar
Hoje pego, beijo amasso,
Coço, massageio e faço
Você gemer e sonhar

Só uma coisa lhe peço
Depois que você usar
Coloque um pouco de talco
Que é pra desinfectar
E pra sair o mal cheiro
Feito isso o tempo inteiro
Pode usar e se exibir
Se perguntarem que deu
Pode dizer que fui eu:
Seu namorado Valdir

A pobre moça tomou
Aquilo por gozação
Num instante veio abaixo
Seu castelo de paixão
Despachou o namorado
Que até hoje o coitado
A culpa imerecedora
Carrega sem entender
E assim pagou sem dever
O ERRO DA VENDEDORA!

Estávamos nós a declamar o poema "O erro da vendedora" quando o telefone de Josenir, toca; do outro lado da linha: Chico Pedrosa, eita "coincidência da molesta"


Parte do cordel "A Medicina e o Cangaço", de Josenir Lacerda

Durante as ações guerreiras
Intenso estado de alerta
Enfrentando temporais
Sob precária coberta
Numa tensão enervante
Esperando a cada instante
O ataque e a descoberta

As doenças pulmonares
Venéreas e intestinais
Eram presenças constantes
E ameaças reais
Dada a promiscuidade
Excessos, leviandade
Gerando males brutais

Porém o caso mais grave
E de urgente tratamento
Era se arma de fogo
Provocasse o ferimento
Pois havendo hemorragia
O controle carecia
De eficaz procedimento

No caso de não haver
Socorro firme no ato
Com hemorragia presente
Determinante era o fato
Debilitado e carente
O cangaceiro doente
Morria de imediato

Cônscios que a qualquer momento
Surgiria uma emergência
O bando sempre levava
Medicamentos de urgência
Temendo ataque e ação
Viam nessa prevenção
Chance de sobrevivência

E nesse caso aparece
“O entendido”, o protetor
Trata o doente e o ferido
Cura a mazela e a dor
Com zelosa paciência
Diploma de experiência

Do Cangaço é o doutor

Miguel , Josenir Lacerda e Hélio Santos
No meio dos inúmeros folhetos de cordel, em meio a poesia que nasce da alma: os rádios antigos, as máquinas registradoras, as máquinas de datilografas, as balanças, os porta-chapéus, as televisões, etc etc etc 

Redação Cariri Cangaço, Crato 04 de Março de 2022

https://cariricangaco.blogspot.com/2022/03/lugar-de-sentimentos-memorias-cordel-e.html

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12 março 2022

LIVRO DO ESCRITOR GUILHERME MACHADO

  Por José Mendes Pereira


Recentemente o escritor e pesquisador do cangaço Guilherme Machado lançou o seu trabalho sobre o mundo dos cangaceiros com o título "LAMPIÃO E SEUS PRINCIPAIS ALIADOS". 

O livro está recheado com mais de 50 biografias de cangaceiros que atuaram juntamente com o capitão Lampião. 

Eu já recebi o meu e não só recebi, como já o li. Além das biografias, tem fotos de cangaceiros que eu nem imaginava que existiam. São 150 páginas. Excelente narração. Conheça a boa narração que fez o autor. 

Pesquisador Geraldo Júnior

Prefaciado pelo pesquisador do cangaço Geraldo Antônio de Souza Júnior. Tem também a participação do pesquisador Robério Santos escritor e jornalista. Duas feras no que diz respeito aos estudos cangaceiros.

Jornalista Robério Santos

Não deixa de adquiri-lo. Faça o seu pedido com urgência, porque, você sabe muito bem, livros escritos sobre cangaços, são arrebatados pelos leitores e pelos colecionadores. Então cuida logo de adquirir o seu! 

Pesquisador Guilherme Machado

Adquira-o através deste e-mail: 

guilhermemachado60@hotmail.com

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11 março 2022

BANGALÔS DO JUAZEIRO

 Por Roberto Júnior


Hoje brindamos nossos leitores com uma série de fotos de bangalôs antigos, verdadeiras joias da arquitetura juazeirense cuja construção hoje está em desuso por conta da modernidade. Muitos desses bangalôs já foram destruídos e outros estão bastante deformados, bem diferentes da arquitetura original, ou com grades de ferro na frente razão por que não foram fotografados. Pode ser que esquecemos alguns. Portanto quem tiver fotos de outros bangalôs podem nos mandar cópia por e-mail que teremos o maior prazer em publicar, pois nosso desejo é mostrar o que nossa cidade teve de bom.
 
Ângelo de Almeida, Rua Conceição. Celso Gomes, Rua São José
Odílio Figueiredo, Rua da Matriz (demolido, hoje é o Sesc). Da Família Viana, Rua Padre Cícero (exposto a venda)


José Camilo da Silva, Rua Santa Rosa (demolido para alargamento da Rua Conceição)


Rua Conceição. Rua da Glória com Alencar Peixoto


Odilon Figueiredo, Rua 24 de Março (exposto a venda). Dr. Possidônio Bem, Rua São Francisco


Rua Alencar Peixoto. Dr, Mozart Cardoso de Alencar, Rua Padre Cícero


Sebastião Amorim, Rua Padre Cícero. José Viana, Rua Padre Cícero (demolido para alargamento da Rua São Francisco)


Manoel Bento, Rua Dr. Floro. José Vicente, Rua Padre Cícero (demolido para alargamento da Rua Conceição)


Família Belém, Rua Conceição (demolido para construção da Caixa Econômica). Zeca Marques, Rua Conceição (modificado)


1. Dió Ribeiro, Rua São José. Cruzamento das Ruas da Glória e São Francisco (demolido)


Felipe Neri da Silva, Rua Padre Cícero (demolido para construção de um estacionamento) . Seu Lunga, Rua Conceição (construído pelo casal Cícero Pinheiro-Dona Marieta)

http://www.portaldejuazeiro.com/2012/12/bangalos-de-juazeiro.html

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10 março 2022

ENEDINA DE CAJAZEIRA

  Por José Mendes Pereira

Cangaceira Enedina

Enedina era cangaceira e esposa do facínora José de Aleixo, alcunhado no mundo do crime por Cajazeira. Ambos faziam parte da "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia" do afamado, perverso e sanguinário capitão Lampião.

https://www.youtube.com/watch?v=XyCO3uaEriU

Na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, terras que antes pertenciam a Porto da Folha, e posteriormente passou a fazer parte da área territorial de Poço Redondo, Enedina foi assassinada no momento da chacina aos cangaceiros, mas o seu esposo José de Julião conseguiu escapar e fugiu até alcançar lugar seguro para se proteger. 

ENEDINA ERA ALEGRE

Enedina nasceu em Poço Redondo no Estado de Sergipe, que fica bem perto da Grota do Angico, onde o bando de Lampião foi atacado e morto.

Segundo os pesquisadores, Enedina sempre estava afogada no meio da alegria, e bastante risonha, bonita e prestativa. Casada civilmente com o cangaceiro Zé Julião ou Cajazeira. 

Zé de Julião havia se  metido em questões e foi obrigado fugir da sua residência, devido as perseguições policiais. Como estava sem rumo, entrou no  bando do capitão Lampião. E assim que ele armou a sua rede no coito do capitão, Enedina foi também, porque lá já haviam outras mulheres no bando. O casal de cangaceiros gostava mais de acompanhar o grupo do facínora Zé Sereno, que era um braço de Virgolino.

A alegria da Enedina desapareceu com o massacre da volante do tenente João Bezerra da Silva. Ela foi atingida por uma rajada de balas na cabeça, que chegou a estourar os “miolos” e ainda, a massa cefálica colou no vestido da companheira Sila, que era esposa do Zé Sereno. Sila e Zé Sereno não foram atingidos e se salvaram daquela guerra de balas.

Cangaceiro Zé de Juliaõ esposo da Enedina.

ZÉ JULIÃO O CANGACEIRO CAJAZEIRA

José Francisco do Nascimento era o nome de pia do cangaceiro Zé Julião, que no cangaço, ganhou a alcunha de Cajazeira. Nasceu em Poço Redondo, município Sergipano, situado no micro região do baixo São Francisco, e onde fica a nascente do rio Sergipe. Filho do fazendeiro Julião Nascimento e Constância. Cresceu em meio a um sertão de exploradores e explorados, soldados desumanos e jagunços atrevidos, nesse quadro, faria brotar no jovem um destino do que ser simplesmente herdeiro da riqueza de seus pais.

Naqueles idos de 1928, ter qualquer coisa que se afeiçoasse a riqueza, era também involuntariamente submeter-se à exploração da volante e dos bandos cangaceiros. Ora, era sempre mais confiável garantir a vida doando ou outros bens. Contudo, foram as continuas explorações que fizeram com que o pai de Zé Julião se mudasse para outra localidade. Mesmo casado com Enedina ele segue o pai.

De certa vez, foi reconhecido por soldados da volante quando jogava baralho, e que era acostumado a extorquir seu pai, a mesma prática tentaram com ele, isto o revoltou profundamente; passou a ter profundo ódio por aquele tipo de gente. Porém,o fato mais marcante foi a decisão que tomou diante daquilo que tinha por absurdo: criou impulso e encorajamento para entrar no bando de lampião, acompanhado por Enedina. Ao ser aceito no bando de Virgulino, ganhou o apelido de Cajazeira. Ao lado da fiel companheira na aridez das caatingas, faziam planos para conquistas maiores, vez que imbatível naquela guerra sertaneja.

E talvez por isso mesmo jamais passou pela cabeça o que viria acontecer naquela manhã triste e sonolenta de 28 de julho de 1938,na gruta do Angico.Quando a volante comandada pelo cabo João Bezerra atacou e matou Lampião e Maria Bonita e mais nove cangaceiros,sua querida Enedina prostou-se como uma das vitimas. Desesperado,conseguiu romper o cerco e fugir. Lampião, o líder estava morto; o verdadeiro cangaço tinha morrido ali também. Nesse contexto de tristeza e luta com o outro lado da realidade, o que faz Cajazeira é fugir, passando a viver na clandestinidade. Vagueou algum tempo pela Bahia até voltar a sua terra querida, Poço redondo. Lá, casou novamente com a irmã de Enedina.

A tão sonhada paz não o acompanha, continuou a perseguição da volante, não teve alternativa a não ser partir prá outras terras, foi morar em Nova Iguaçu, no então estado da Guanabara. Por lá tinha parentes e conhecidos, fixou residência e não tinha maiores problemas. Mas, como bom sertanejo não aguentou a saudade e voltou às terras Sergipanas para residir em uma das tantas fazendas herdadas do pai. Conhecido como era ver sua influência política crescer na região. Com o desmembramento de Poço Redondo de Porto da Folha em 1953, o ex cangaceiro lança-se candidato a prefeito pelo PSD nas eleições de 3 de outubro1954, tal era sua influência que ele não acreditava em opositor,as forças políticas do novo município estava unida em torno do seu nome e aquela eleição seria apenas um ato confirmatório.

Contudo como sempre acontece em política,ledo engano. Eis que aparece um político de Porto da Folha, Artur Moreira de Sá, como candidato pelo PR. apoiado por alguns políticos da esfera estadual. Havia ainda um candidato da UDN, porém ouve a polarização entre Zé Julião e Artur. A grande surpresa veio com a abertura das urnas, resultado 134 x 134. Todavia, sendo Artur Moreira de Sá mais velho do que Zé de Julião, o candidato foi aclamado vitorioso e nessa condição toma posso como primeiro prefeito de Poço Redondo. Contaminado pela febre da política, seu nome ficou fortalecido para o próximo pleito. Porém, o judiciário buscava deliberadamente dificultar a vida do ex-cangaceiro. As manobras que foram sendo verificadas, todas elas no sentido de favorecer o opositor. Tal situação indignou parte da população e principalmente de Zé de Julião.

E foi nesse contexto que o tino do cangaceiro tomou o lugar do político. O que fazer se as ações fraudulentas estavam escancaradas e nenhuma autoridade séria se posicionava diante daquela vergonha toda? Não tinha jeito era derrota na certa. Pensou, se seus eleitores estavam impedidos de votar, os corregionários do outro candidato sería impedido também, e assim articulou no dia da eleição acompanhado de afamados vaqueiros, roubaram as urnas da sede do município e do distrito de Bonsucesso. a ação não era mais obra de um candidato indignado,mas do cangaceiro cajazeiras. Tamanha ousadia soa como uma bomba no meio político e na justiça eleitoral Sergipana. Agora como vitima o candidato Eliezer tinha tudo nas mãos para ser declarado eleito. E assim foi declarado prefeito pela segunda vez de Poço Redondo.

As ações perpretadas por Zé de Julião naquela revolta sertaneja lhe trouxeram duas consequencia, foi preso e colocado em liberdade alguns meses depois. Nova Iguaçu é novamente seu rumo, ao menos sería, se ao chegar em Salvador não resolvesse retornar.Não se sabe as circustâncias, as intenções ou motivo desse retorno. São muitas as suposições, e se confirmadas estas, os motivos seriam outros senão vingança. Tinha motivações para isso. Sabe-se apenas que esta foi sua última aventura,pois na manhã de 1961 foi encontrado morto,assassinado, nas terras do seu Poço Redondo. A tragédia da gruta do Angico, para ele, foi apenas adiada. http://blogsolvermelho.blogspot.com/2011/01/

A foto acima de Enedina foi encontrada pelo saudoso escritor Alcino Alves Costa que a adquiriu através de um dos seus amigos pois até então não existia foto da cangaceira Enedina. Leia o que ele falou sobre a foto:

(...)

"Pois bem! Meus amigos e companheiros dizia Alcino Alves no rastejar a história dos povos sertanejos, em especial a história do cangaço e de Lampião, neste mês de fevereiro de 2011, eu tive uma grandiosa surpresa. Surpresa que me deixou pleno de felicidade. Emocionado mesmo. Conversando com Antônio Neto, um grande artista de Poço Redondo, neto da falecida Maninha, que era irmã de Enedina, a Enedina de Zé de Julião, a Enedina que morreu em Angico ao lado de Lampião, ele me disse que sua mãe, dona Antonieta, tinha uma foto da esposa do cangaceiro Cajazeira de pouco antes dela ter ido para o cangaço. Ainda mais. Que aquela foto havia sido tirada no dia de seu casamento que aconteceu na igrejinha de Poço Redondo, em 15 de Agosto de 1937.

Fiquei atarantado com aquela inesperada novidade. Ter esta foto em minhas mãos era algo de um valor extraordinário. Tonho Neto se comprometeu em ir buscá-la na Pia do Boi, fazendinha do município onde a sua mãe reside. A minha expectativa era enorme. Eis que no dia 20 deste mês, este meu querido amigo me entregou a foto, esta foto que tenho a felicidade de mostrá-la a todos os que pesquisam e estudam o cangaço.


Vejam meus companheiros, o quanto Enedina era bela. Uma menina-moça que carregava em seu corpo e em seu espírito uma lindeza incomparável. E saber que uma jovem e linda mulher, como Enedina, no fulgor de sua mocidade, perdeu a vida, com a sua cabeça esbagaçada por uma infeliz bala, na subida de uma das serras de Angico, é um acontecimento que ainda hoje, após tantos anos, nos deixa tristes e desconsolados". - http://cariricangaco.blogspot.com/2011/02/beleza-da-mulher-cangaceira-poralcino.html

Alcino Alves Costa sendo entrevistado pelo Cariri Cangaço

Esta foto acima é a única que existe da cangaceira Enedina esposa do cangaceiro Cajazeira.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com

09 março 2022

VISITE O BLOG DO MENDES E MENDES - CANGAÇO

 Por José Mendes Pereira


Dos 5 blogs que eu administro, o mais visitado por 70% de países do mundo, é o http://blogdomendesemendes.blogspot.com - aproximando-se de Cinco milhões e quinhentos mil  visualizações. Acesse-o. É cangaço em geral. Desde o primeiro cangaceiro que foi José Gomes, o Cabeleira, até o último, que foi o cangaceiro Corisco. Cangaço é cultura. 

Muitas pessoas, quando estão em reuniões amigáveis, gostam de relatar as façanhas maldosas de Lampião, e para você conversar com segurança, faça um estudo cangaceiros neste blog e em outros. 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

08 março 2022

LIVRO DO ESCRITOR JOSÉ BEZERRA LIMA IRMÃO

 Por José Mendes Pereira

Diletos amigos estudiosos da saga do Cangaço.

Nos onze anos que passei pesquisando para escrever “Lampião – a Raposa das Caatingas” (que já está na 4ª edição), colhi muitas informações sobre a rica história do Nordeste. Concebi então a ideia de produzir uma trilogia que denominei NORDESTE – A TERRA DO ESPINHO.

Completando a trilogia, depois da “Raposa das Caatingas”, acabo de publicar duas obras: “Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste” e “Capítulos da História do Nordeste”.

Na segunda obra – Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste –, sistematizei, na ordem temporal dos fatos, as arrepiantes lutas de famílias, envolvendo Montes, Feitosas e Carcarás, da zona dos Inhamuns; Melos e Mourões, das faldas da Serra da Ibiapaba; Brilhantes e Limões, de Patu e Camucá; Dantas, Cavalcanti, Nóbregas e Batistas, da Serra do Teixeira; Pereiras e Carvalhos, do médio Pajeú; Arrudas e Paulinos, do Vale do Cariri; Souza Ferraz e Novaes, de Floresta do Navio; Pereiras, Barbosas, Lúcios e Marques, os sanhudos de Arapiraca; Peixotos e Maltas, de Mata Grande; Omenas e Calheiros, de Maceió.

Reservei um capítulo para narrar a saga de Delmiro Gouveia, o coronel empreendedor, e seu enigmático assassinato.

Narro as proezas cruentas dos Mendes, de Palmeira dos Índios, e de Elísio Maia, o último coronel de Alagoas.

A obra contempla ainda outros episódios tenebrosos ocorridos em Alagoas, incluindo a morte do Beato Franciscano, a Chacina de Tapera, o misterioso assassinato de Paulo César Farias e a Chacina da Gruta, tendo como principal vítima a deputada Ceci Cunha.

Narra as dolorosas pendengas entre pessedistas e udenistas em Itabaiana, no agreste sergipano; as façanhas dos pistoleiros Floro Novaes, Valderedo, Chapéu de Couro e Pititó; a rocambolesca crônica de Floro Calheiros, o “Ricardo Alagoano”, misto de comerciante, agiota, pecuarista e agenciador de pistoleiros.

......................

Completo a trilogia com Capítulos da História do Nordeste, em que busco resgatar fatos que a história oficial não conta ou conta pela metade. O livro conta a história do Nordeste desde o “descobrimento” do Brasil; a conquista da terra pelo colonizador português; o Quilombo dos Palmares.

Faz um relato minucioso e profundo dos episódios ocorridos durante as duas Invasões Holandesas, praticamente dia a dia, mês a mês.

Trata dos movimentos nativistas: a Revolta dos Beckman; a Guerra dos Mascates; os Motins do Maneta; a Revolta dos Alfaiates; a Conspiração dos Suassunas.

Descreve em alentados capítulos a Revolução Pernambucana de 1817; as Guerras da Independência, que culminaram com o episódio do 2 de Julho, quando o Brasil de fato se tornou independente; a Confederação do Equador; a Revolução Praieira; o Ronco da Abelha; a Revolta dos Quebra-Quilos; a Sabinada; a Balaiada; a Revolta de Princesa (do coronel Zé Pereira),

Tem capítulo sobre o Padre Cícero, Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos, o episódio da Pedra Bonita (Pedra do Reino), Caldeirão do Beato José Lourenço, o Massacre de Pau de Colher.

A Intentona Comunista. A Sedição de Porto Calvo.

As Revoltas Tenentistas.

Quem tiver interesse nesses trabalhos, por favor peça ao Professor Pereira – ZAP (83)9911-8286. Eu gosto de escrever, mas não sei vender meus livros. Se pudesse dava todos de graça aos amigos...

Vejam aí as capas dos três livros:


https://www.facebook.com/profile.php?id=100005229734351

Adquira-os através deste endereço:

franpelima@bol.com.br

Ou com o autor através deste:


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07 março 2022

FAZENDA DOIS RIACHOS JESUÍNO BRILHANTE - O PRINCÍPIO DOS CONFLITOS.

  Por Cangaçologia 

https://www.youtube.com/watch?v=grAudLTo6Ro

Os fatos que motivaram a entrada no cangaço do célebre cangaceiro Jesuíno Brilhante (Jesuíno Alves de Melo Calado). O princípio das desavenças. INSCREVAM-SE no canal e ATIVEM O SINO para receber todas as nossas atualizações e publicações. Forte abraço... Cabroeira! Atenciosamente: Geraldo Antônio de S. Júnior - Criador e administrador dos canais Cangaçologia e Arquivo Nordeste. Seja membro deste canal e ganhe benefícios: https://www.youtube.com/channel/UCDyq...

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VOLTA SECA - 05 SE EU SOUBESSE - (Toada) TodaAmérica 1957 LP.

  Por Raízes Nordestinas - Music. Antônio dos Santos (Saco Torto,  13 de março  de  1918  –  Estrela Dalva ,  2 de fevereiro  de  1997 ), co...