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19 setembro 2025

COCOTA O MAIOR SERESTEIRO DE MOSSORÓ - NO RIO GRANDE DO NORTE.

  Por José Mendes Pereira

Cocota.

No dia 09 de novembro de 1935 (se vivo estivesse, agora em novembro, Cocota completaria 90 anos), em nossa querida cidade de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte, nasceu Francisco Almeida Lopes, mais conhecido como Cocota. Com sua bela voz, Cocota tornou-se conhecido como um grande seresteiro e bom violonista. 

Este carinhoso apelido eu não tenho conhecimento quem o deu, mas vou entrar em contato com Oseas Carlos André Almeida Lopes, para saber o verdadeiro autor deste apelido  do seresteiro Cocota. Sei apenas que é um pássaro. 

Cocota. - https://www.avesornamentaisjej.com.br/caturrita

Era filho de Messias Lopes de Macedo e dona Joana de Almeida Lopes. Nas décadas de 50 e 60, às noites mossoroenses, eram prestigiadas pela voz do seresteiro, ele cantava músicas românticas, para agradar os boêmios da noite que vinham prestigiá-lo por seu cântico e sua voz que encantava as pessoas que o ouviam cantarolar os grandes sucessos de Francisco Alves, Orlando Silva, Nelson Gonçalves, entre outros. 

Já considerado um talentoso para a música, ele frequentava muito o “Bar Pinguim”, sendo que ele abrilhantava as noites de outrora com sua voz e violão, era um grande amante das músicas românticas, inclusive das canções de Lupicínio Rodrigues, como por exemplo, “Nevos de aço” e “Esses moços”, que eram grandes sucessos naquele tempo.

Cocota foi um músico de grande influência no meio dos boêmios como afamado seresteiro, pois ele simplesmente cantava por prazer, sendo que ele nunca gravou nenhum disco.

https://defato.com/cultura/86160/reprter-luiza-gurgel-faz-um-passeio-no-tempo-de-mossor-cidade-dos-cinemas

Contam que nos anos 50, quando o cantor Vicente Celestino veio para Mossoró, hospedou-se no Grande Hotel, e ali, ele se recusou atender as suas fãs, mas não resistiu o canto do Cocota, e foi para a janela do Grande Hotel admirar a expressão da voz daquele seresteiro.

LEIA O QUE EU ESCREVI EM 2012 SOBRE COCOTA:

Francisco de Almeida Lopes era carinhosamente alcunhado em Mossoró por Cocota. Seresteiro de primeira categoria; amigo dos amigos, conduzia consigo uma admirável popularidade. Nasceu na cidade de Santa Luzia, e era filho do senhor Messias Lopes de Macedo e da honrada dona Joana Almeida Lopes, e irmão dos cantores Oseas Lopes (o atual Carlos André), Hermelinda Lopes e João Batista Almeida Lopes, que artisticamente é conhecido por João Mossoró.

https://www.designi.com.br/7121d9951f8492ad

Uma jovem que era empregada doméstica dos seus pais conduzia consigo uma paixão louca pelo seresteiro. O mais interessante, a jovem tinha um irmão ainda criança, que não se sabe o que ele havia feito contra o Cocota, fazendo com que ele o castigasse, dando-lhe uma terrível surra. A agressão do Cocota foi tão violenta, que seus irmãos, juntos, quase não conseguiram arrancar a criança dos braços do agressor. Salva das violências praticadas pelo seresteiro, a criança saiu em choro, prometendo-lhe que quando crescesse iria matá-lo, ou de um jeito ou de outro.

Já perdemos 2 membros do Trio Mossoró - Hermelinda de Almeida Lopes (Mossoró, faleceu no dia 1°. de abril de 2023) foi uma cantora e compositora brasileira. João Mossoró faleceu numa quarta-feira, 23 de abril de 2025. A notícia foi amplamente divulgada por meio de suas redes sociais, pelo poeta e compositor Marcus Lucena, amigo de João. Do Trio ainda temos o Oséas Carlos André Almeida Lopes, o que permanece com a sanfona em mãos.

Anos após, quando os irmãos formaram o Trio Mossoró, Cocota não fazia parte do grupo, mas no auge do sucesso, e já morando no Rio de Janeiro, os irmãos resolveram levá-lo para o Rio, tentar "carreira solo", com o apoio do Trio.

Não se sabe se o que aconteceu contra o Cocota tenha sido causado por uma paixão da jovem, mas tudo indica que sim, já que ele estava de viagem pronta para juntar-se aos irmãos, que já brilhavam no mundo artístico. Sabendo que tão cedo ele não voltaria a Mossoró, sua terra natal, ou talvez nunca mais, é provável que ela tenha sido a idealizadora de um plano triste e doloroso.  

Rio de Janeiro - https://www.gettyimages.com.br/detail/foto/rio-de-janeiro-brazil-imagem-royalty-free/150271779?adppopup=true

Já que o Cocota viajaria para a “cidade maravilhosa”, a jovem o convidou para fazer uma festinha em sua residência, onde lá ele cantaria as mais belas músicas que faziam sucesso na época.  Como ele era um jovem conhecido na cidade, amigo de muitos, não negou a sua solicitação, dando-lhe a palavra que ao  anoitecer estaria presente em sua residência.  

Só como ilustração - https://br.freepik.com/vetores-premium/homem-tocando-um-violao-e-cantando-a-cancao_9490495.htm

Cocota era um jovem que não dispensava um bom gole, e nessa noite, bebeu vários goles a mais, chegando a ficar totalmente embriagado. É claro que a jovem sentindo a perda da sua paixão, e talvez, não se sabe, premeditou o crime, tenha lhe dado ainda uns goles a mais. Já muito embriagado ela o convidou para se deitar, prometendo-lhe que no dia seguinte o levaria para casa dos seus pais. Cocota concorda, e caminha para o quarto, onde lá se deitou.   

Mas o seresteiro não imaginava que a sua viagem e carreira artística estariam prestes a serem encerradas, e por má sorte ou coisa arquitetada, o Cocota estava marcado para morrer. 

https://pt.dreamstime.com/menino-correndo-com-tesoura-jovem-que-faz-coisas-perigosas-e-imprudentes-proibidas-ou-potencial-perigo-idiom%C3%A1tico-dizendo-para-image218079415

E na noite do dia 12 de fevereiro de 1962, a criança que Cocota açoitara, que agora já era um jovem, chegou ao local da festa. Apoderado de uma tesoura, o rapaz começou a furá-lo. Foram 38 perfurações. Cocota tentou escapulir pela porta da cozinha, mas sobre o muro da casa da jovem era cheio de cacos de vidro, e por mais que ele tentou subir, não conseguiu se livrar da morte, caindo logo em seguida.

https://pt.pngtree.com/freepng/man-climbs-over-wall-blockade-pop-professional-vector_10100811.html

Cocota tentou se livrar da morte, fez tantos esforços para viver, no intuito de apresentar a sua invejada profissão aos brasileiros, principalmente aos seus conterrâneos mossoroenses. Mas infelizmente não conseguiu, calando assim e acabando com os sonhos daquele que foi o maior seresteiro da nossa cidade Mossoró.

Seu Messias e Dona Joana Lopes tiveram o desprazer de ver o seu ente querido morto, com o corpo e os punhos banhados em sangue, saindo pelas perfurações feitas pela maldita tesoura e pelos cortes dos vidros.   

Praça dos Seresteiros. - Esquecida pelo poder público. 

A Praça dos Seresteiros quase nada resta. Logo fica escondida, isolada da visão humana. Poder público só restaura obras se ficarem expostas aos olhos dos eleitores. 

Os mandões do poder público, desde então, nada fizeram de maior importância para homenageá-lo. Mas seus irmãos ainda não perderam as esperanças que esse dia venha acontecer, que na Praça dos Seresteiros seja colocado o seu busto, fundido em bronze, para apresentar às futuras gerações, que ele foi o maior seresteiro de todos os tempos da nossa cidade de Mossoró. 

https://www.youtube.com/watch?v=iOIZnRz1rLQ

Após a sua visita à minha casinhola João Mossoró foi meu amigo desde o ano de 2012 até 2023 (intervalo de 2024 e 2025 já se encontrava doente), por eu ser garoto de propaganda dos seus shows. Ele fazia shows todo mês neste famoso mercado chamado CADEG  - Mercado Municipal.  

https://www.tripadvisor.com.br/ShowUserReviews-g303506-d4155534-r392717431-Mercado_Municipal_RJ_Cadeg-Rio_de_Janeiro_State_of_Rio_de_Janeiro.html

Infelizmente o grande cantor mossoroense faleceu no dia 23 de abril de 2025, aos 78 anos. Veja um dos anúncios em nosso blog: 

https://blogdomendesemendes.blogspot.com/2014/07/o-cantor-joao-mossoro-fara-show-no.html

https://blogdomendesemendes.blogspot.com/2015/11/o-cantor-joao-mossoro-faz-show-no.html

https://www.youtube.com/watch?v=6v2R3cUheOM

Uma das melhores interpretações de João Mossoró. Acho bem melhor do que com o autor Almir Sater. Não estou menosprezando o compositor, mas é apenas a minha opinião.

Poeta Kydelmir Dantas de Oliveira

Se você quiser conhecer o Trio Mossoró por completo, entre em contato com o professor, poeta, escritor, e pesquisador do cangaço, Luiz Gonzaga e Trio Mossoró Kydelmir Dantas, através deste endereço eletrônico: 

kydelmir@petrobras.com.br

Nota: Todas as informações deste artigo foram gentilmente cedidas pelo cantor Carlos André, quando de sua visita à minha residência, em companhia do irmão João Mossoró e do professor, poeta, escritor e pesquisador do cangaço, Luiz Gonzaga e Trio Mossoró Kydelmir Dantas, no dia 12 de Junho de 2012.

Algumas fotos são apenas como ilustração.

 http://blogdomendesemendes.blogspot.com

18 setembro 2025

FILHO E NORA DOS CANGACEIROS SILA E ZÉ SERENO.

 Por José Mendes Pereira

Susi Ribeiro é nora dos ex-cangaceiro de Lampião Sila e Zé Sereno. Em anos passados nós tínhamos contatos sobre os estudos cangaceiros, mas ela desapareceu. Espero que ela volte a falar sobre a sua sogra Sila e Zé Sereno. Eu tenho publicado em nosso blog as fotos dos seus pais, mas infelizmente não tenho mais contato com ela para nos contar mais sobre os seus sogros. Este que está na foto era seu esposo Wilson, filho dos cangaceiros Sila e Zé Sereno, e segundo ela, ele faleceu de um infarto. Esta foto foi enviada por ela para nosso blog.

Aguardo novos contatos, Susi Ribeiro!

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

 


16 setembro 2025

LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"

 ESTE LIVRO CONTINUA FAZENDO SUCESSO EM TODO BRASIL.

 

Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordeste, entrego afinal aos meus amigos e estudiosos do fenômeno do cangaço o resultado desta árdua porém prazerosa tarefa: Lampião – a Raposa das Caatingas.

Lamento que meu dileto amigo Alcino Costa não se encontre mais entre nós para ver e avaliar este livro, ele que foi meu maior incentivador, meu companheiro de inesquecíveis e aventurosas andanças pelas caatingas de Poço Redondo e Canindé.

O autor José Bezerra Lima Irmão
Este livro – 740 páginas – tem como fio condutor a vida do cangaceiro Lampião, o maior guerrilheiro das Américas.

Analisa as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste brasileiro, numa época em que cangaceiro era a profissão da moda.

Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

Destaca os principais precursores de Lampião.
Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.
O autor aceita e agradece suas críticas, correções, comentários e sugestões:
(71)9240-6736 - 9938-7760 - 8603-6799 

Pedidos via internet:

Peça através destes e-mails:

franpelima@bol.com.br

Mastrângelo (Mazinho), baseado em Aracaju:
Tel.:  (79)9878-5445 - (79)8814-8345

Clique no link abaixo para você acompanhar tantas outras informações sobre o livro.
http://araposadascaatingas.blogspot.com.br

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15 setembro 2025

98 ANOS DA RESISTÊNCIA AO BANDO DE LAMPIÃO.

  Por Comunicação

Foi em 13 de junho de 1927. A data que o mossoroense não esquece. Isso porque foi nesse dia que Mossoró resistiu a invasão do cangaceiro mais temido do Brasil. Era a primeira vez que Lampião saía escorraçado de uma luta.

De acordo com a história, foi no dia 12 de junho que o prefeito Rodolfo Fernandes recebeu a primeira comunicação informando sobre a chegada do bando de Virgolino Ferreira da Silva. Mesmo sendo alertado sobre o risco, o coronel Rodolfo Fernandes de Oliveira Martins encaminhou bilhete endereçado ao próprio Lampião afirmando que os mossoroenses iam resistir. E resistiram.

Foi às 17h30 do dia 13 de junho que a cidade parou pra ouvir a chuva de balas que teria durado quase duas horas. Os cangaceiros encontraram uma trincheira montada em frente à Igreja de São Vicente, localizada no Centro de Mossoró.  Eram pouco mais de 80 cangaceiros contra cerca de 200 mossoroenses.

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Igreja-S%C3%A3o-Vicente-Mossor%C3%B3.jpg

Um dos mais cruéis do bando, Jararaca, saiu ferido. Informações da época relatam que ele foi enterrado vivo no cemitério local. Lampião e seu bando fugiram.

https://www.youtube.com/watch?v=GLevSYuWk2w

A primeira cidade a resistir ao rei do cangaço possui uma representação emblemática. O fim do ataque é o começo de uma história que iria se espalhar por todo o Nordeste e marcar o início da queda do rei do cangaço.

https://prefeiturademossoro.com.br/noticias/90-anos-da-resistencia-ao-bando-de-lampiao/3628

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14 setembro 2025

QUEM FALOU A VERDADE, O CANGACEIRO VILA NOVA, O SEU PARCEIRO BALÃO, OU O VOLANTE MANÉ VEIO?

 Por José Mendes Pereira


No dia 14 de novembro de 1938, Iziano Ferreira Lima, o afamado cangaceiro VILA NOVA, afirmou ao “Jornal A Noite”, que estava na Grota do Angico )em Porto da Folha, atualmente Poço Redondo, no Estado de Sergipe), no momento do ataque das volantes ao grupo de Lampião, na madrugada de 28 de julho de 1938. Vejam o que ele fala:


“ – Escapei pela misericórdia de Deus, afirma. Vi quando o CHEFE (o chefe que ele se refere é Lampião) caiu se estrebuchando pelas forças do tenente Ferreira. 

Cangaceiro Luiz Pedro

Meu padrinho Luiz Pedro caiu ferido nos meus pés. Pediu que o matasse, logo. O que fiz, foi apanhar o seu mosquetão e fugir para as bandas do riacho onde o fogo era menor. 

O cangaceiro Zé Sereno

Depois da fuga fui me esconder na Fazenda Cuiabá, onde me encontrei com ZÉ SERENO, e outros que puderam fugir do cerco. Ali soubemos que junto com o capitão, tinha morrido mais 11 cabras, inclusive D. Maria Bonita”. 

Ele fala que junto com o capitão, morreram 11 cabras. Verdade, lógico que lá morreram 11 cangaceiros, mais o volante Adrião Pedro de Souza.

Adrião Pedro de Souza é o último da esquerda - A imagem pertence ao professor, escritor e pesquisador do cangaço Antônio Vilela.

Já o amigo Guilherme Alves, o ex-cangaceiro apelidado na Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia por Balão, afirmou à “Revista Realidade” em novembro do ano de 1973, sobre o famoso cangaceiro Luiz Pedro o seguinte:

O cangaceiro Balão - fonte pesquisada - http://lampiaoaceso.blogspot.com.br/2009/08/cangaceiro-balao-sensacional-entrevista.html

Luís Pedro ainda gritou: "Vamos pegar o dinheiro e o ouro na barraca de Lampião". Não conseguiu, caiu atingido por uma rajada. Corri até ele, peguei seu mosquetão e, com Zé Sereno, consegui furar o cerco. Tive a impressão de que a metralhadora enguiçou no momento exato. Para mim foi Deus.

https://lampiaoaceso.blogspot.com/2010/09/os-brinquedinhos-que-mataram-lampiao.html

As duas entrevistas destes dois cangaceiros, cedidas aos Jornais A Noite e à Revista Realidade ficam meio confusas, que cabe aqui esta pergunta? 

O cangaceiro Luís Pedro carregava dois mosquetões no momento em que tentava fugir do cerco policial? 

O cangaceiro Vila Nova disse que pegou o mosquetão do Luís Pedro e deu no pé. O Balão também afirma a mesma coisa.

Também as duas afirmativas deles deixam novamente confuso sobre a morte de Luís Pedro. Por quê?

Volante Mané Veio que segundo ele, assassinou o cangaceiro Luíz Pedro

O volante Mané Veio, disse aos pesquisadores e repórteres, que foi ele quem assassinou o cangaceiro Luís Pedro, e pelo que ele diz, levou um bom tempo para matá-lo. Saiu perseguindo, perseguindo entre pedras e ele tentando salvar a sua vida, mas finalmente o assassinou.

Não sou nenhuma autoridade no que diz respeito a cangaço, mas acho que quem falou a verdade, foi o volante Mané Veio, que depois da chacina aos cangaceiros, foi comprovado por ter se apossado das riquezas do cangaceiro. 

O tenente João Bezerra exigiu que ele colocasse os bens do cangaceiro no monte já recolhido dos outros marginais, mas ele bateu forte dizendo que tudo era dele, e infeliz seria aquele que o enfrentasse para tomar. Com esta ameaça, ninguém se atreveu em atacá-lo. 


Sobre a morte do cangaceiro Luís Pedro você poderá ler em ”Lampião Além da Versão Mentiras e Mistério de Angico”, escrito por Alcino Alves Costa.

ALERTA AOS NOSSOS LEITORES.

Quando estiver no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir desculpas, desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional, você poderá ser vítima. 

As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão.
 
Você poderá não conduzir arma, mas o outro conduzirá uma maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.

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13 setembro 2025

A MORTE DE ANTÔNIO FERREIRA CHEGA AO CARIRI CANGAÇO FLORESTA

  Por João de Sousa Lima

João de Sousa Lima comanda a Caravana Cariri Cangaço no Poço do Ferro

Dia 19 de abril de 2015, saí de Paulo Afonso na companhia dos amigos Josué Santana e Leide Soares, para nos encontrarmos com o casal de amigos Marcos de Carmelita e a professora Silvana, residentes na cidade de Floresta, Pernambuco, onde iriamos realizar uma visita técnica para registrar mais um dos pontos históricos que farão parte dos roteiros apresentados durante o evento Cariri Cangaço, encabeçado por seu curador, Manoel Severo. A pesquisa de campo teve como objetivo o mapeamento geográfico e histórico de um dos mais importantes fatos que marcam as histórias do cangaço na região pernambucana.

Um dos pontos mais visitados por Lampião e seus cangaceiros foi a fazenda Poço do Ferro, de propriedade do coronel Ângelo da Gia. A fazenda, na época do cangaço, pertencia a cidade de Floresta e hoje pertence a Ibimirim. A fazenda não teria tanta importância para os pesquisadores do cangaço se lá tivesse sido apenas mais um dos inúmeros coitos dos cangaceiros. Nessa fazenda o Rei do Cangaço perdeu seu irmão Antônio Ferreira. Dirigimo-nos para Poço do Ferro, sendo guiado por Marcos de Carmelita, porém sem conhecermos ninguém da localidade, assim como parentes que ainda residem por lá.

Quando avistamos a pequena placa com o nome da fazenda, paramos em uma cancela, abrimos e seguimos a estreita estrada. Mais a frente encontramos um casebre onde reside o senhor João David da Silva, sua esposa Maria das Graças e os filhos Joaquim e Graziela. O João David nos recepcionou, serviu água e nos levou ao lugar onde foi enterrado o Antônio Ferreira.

 
Uma pequena formação de pedras e uma cruz marca o local da sepultura.
 Marcos de Carmelita, João de Sousa Lima e Josué sendo recebidos pelos descendentes de Angelo da Gia

Fizemos algumas fotos e fomos até a casa grande da fazenda, onde estavam  neta, bisnetos e trinetos de Ângelo Gomes de Lima, o Ângelo da Gia. Na casa grande fomos recebidos por Washington Gomes de Lima, bisneto do coronel. Um fato interessante é que disseram que não seriamos bem recebidos pela família e confesso que de todos esses anos de pesquisas e entrevistas, nunca tive uma receptividade tão calorosa como a que recebemos da família.

Travamos um diálogo em uma festiva roda de conversas, tendo por depoentes a neta do coronel e matriarca da família, a senhora Eunice Gomes  Lima e suas filhas Ruth Gomes Lima Laranjeira e Maria do Socorro Gomes Lima Cordeiro e ainda, do trineto João Vítor Gomes Lima. As histórias foram muitas mais sempre voltávamos ao episódio principal: a morte de Antônio Ferreira e a perseguição sofrida pela família e imposta pelas volantes policiais.

 Ângelo da Gia e a Caravana Cariri Cangaço na casa grande da fazenda...

Uma das informações importantes nos forneceu Washington que contou que dois dias depois da morte de Antônio, uma volante chegou na fazenda Poço do ferro, descobriu o túmulo do cangaceiro morto, desenterrou-o e cortou a cabeça e colocou em uma estaca da porteira do curral do casarão do coronel. Quando a polícia saiu o coronel mandou enterrar a cabeça no antigo cemitério da família. Antônio Ferreira tem, portanto dois túmulos, sendo um para o corpo e outro pra cabeça.

Virgulino e Antônio Ferrreira

Em janeiro de 1927, Antônio Ferreira, Jurema e mais alguns cangaceiros estavam jogando baralho na fazenda Poço do Ferro, enquanto Luiz Pedro descansava em uma rede. Antonio pediu pra ficar um pouco na rede pois Luiz já fazia tempo que estava deitado. Quando Luiz Pedro tentou levantar da rede apoiando a coronha do mosquetão no chão, apoiou com força e na batida a arma disparou atingindo mortalmente Antônio. Lampião estava na Serra Negra e quando foi avisado correu pra saber da verdadeira história. O próprio coronel Ângelo da Gia contou que a morte havia sido de “SUCESSO” (termo que servia para designar  um acidente). O cangaceiro Jararaca queria matar Luiz Pedro e os outros que estavam no lugar, Lampião não aceitou e por isso discutiram e Jararaca deixou a companhia de Lampião e seguiu outro rumo.

 Locais onde foi morto Antônio Ferreira e porteira onde sua cabeça foi exposta...
    
Fala-se que foi ai o juramento que Luiz Pedro fez dizendo que seguiria Lampião até sua morte. Se verdade ou não a promessa, eles morreram juntos na fria manhã do dia 28 de julho de 1938. Na fazenda Poço do Ferro ainda restam as velhas pedras escuras que circundam covas das pessoas de várias gerações da família e duas dessa simbolizam a passagem do cangaço em suas terras.

No final da conversa nos convidaram para um farto almoço regado a galinha cabidela, bode assado, arroz e feijão de corda. Porém o que mais me marcou nessa visita foram os sorrisos dos membros da família, que mesmo tendo sofrido os abusos e as injustiças de uma época tão marcada pela violência, não perderam suas essências de sertanejos valorosos e, sabem como poucos, receber calorosamente, aos que buscam os filetes de suas memórias históricas... Dona Eunice, Washington, Ruth, Maria Socorro e João Vítor, Deus proteja sempre vocês.

João de Sousa Lima, Historiador e escritor
Membro da ALPA- Academia de Letras de Paulo Afonso
Membro da SBEC- Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço
Conselheiro Cariri Cangaço

E de 25 a 28 de Julho
Cariri Cangaço Piranhas 2015

https://cariricangaco.blogspot.com/2015/04/a-morte-de-antonio-ferreira-chega-ao.html

ALERTA AOS NOSSOS LEITORES.

Quando estiver no trânsito, cuidado, não discuta! Se errar, peça desculpas. Se o outro errou, não deixa ele te pedir desculpas, desculpa-o antes, porque faz com que o erro seja compreendido por ambas as partes, e não perca o seu controle emocional, você poderá ser vítima. 

As pessoas quando estão em automóveis pensam que são as verdadeiras donas do mundo. Cuidado! Lembre-se de pedir desculpas se errar no trânsito, para não deixar que as pessoas coloquem o seu corpo em um caixão. 
Você poderá não conduzir arma, mas o outro conduzirá uma maldita matadora, e ele poderá não perdoar a sua ignorância.

Se você gosta de ler histórias sobre "Cangaço" clique no link abaixo:

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AS CANTORAS GÊMEAS.

  Por Saudade Sertaneja Célia Mazzei (Célia) e Celma Mazzei (Celma) nasceram em Ubá, Minas Gerais, em 2 de novembro de 1952. Irmãs gêmeas, i...