30 de jun. de 2018

“QUANDO O VERDE DOS TEUS ZÓIO SE ESPAIÁ NA PRANTAÇÃO...”

*Rangel Alves da Costa

Luiz Gonzaga é bom demais de ouvir de qualquer jeito e a todo instante. Basta ecoar a sanfona do rei do baião e surgir aquele vozeirão primoroso, forte, ritmado, e então tudo se torna numa festa só. Não obstante a junção da sanfona e da voz, formando a mais plangente e autêntica musicalidade nordestina, ainda há em Luiz Gonzaga a plenitude da poesia.
Seja de sua autoria, coautoria ou de outros compositores, principalmente Humberto Teixeira, Zé Dantas, Onildo Almeida, Zé Marcolino, João Silva, Nélson Valença, João e Janduhy Finizola, dentre outros, na música de Luiz Gonzaga há uma poesia que vai muito além da cantoria tipicamente nordestina, ainda que esta também seja marcada pela beleza dos versos. Com o Rei do Baião, contudo, os versos são construídos como se para serem lidos e não cantados. Como consequência, muitas canções se assemelham a recitais melodiosos.
No Velho e Eterno Lua a canção não é somente para ouvir, mas, e acima de tudo, para viajar nos seus versos, nas suas estrofes tomadas de um sentimentalismo lírico tamanho que faz o bardo ajoelhar-se em comoção. Sim, a partir de coisas simples, tudo nascido para falar sobre a terra, sobre o homem, sobre os amores sertanejos e as lidas e sofrimentos do dia a dia. Após esse mote, após a primeira leva de inspiração, então uma asa branca começa a voar além das alturas, um forró de pé-de-serra se transforma em belo canto de saudade, um olhar para o céu numa noite junina logo se torna em celebração do amor. E o jiló?
Quanta beleza nos versos de “Qui nem jiló”: “Se a gente lembra só por lembrar, o amor que a gente um dia perdeu, saudade inté que assim é bom pro cabra se convencer que é feliz sem saber, pois não sofreu. Porém se a gente vive a sonhar com alguém que se deseja rever, saudade, entonce aí é ruim, eu tiro isso por mim que vivo doido a sofrer. Ai quem me dera voltar pros braços do meu xodó saudade assim faz roer e amarga qui nem jiló...”. Esta canção de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira possui alguns dos versos mais bonitos do cancioneiro brasileiro. Disso não se pode duvidar ante a estrofe dizendo que “Se a gente lembra só por lembrar, o amor que a gente um dia perdeu, saudade inté que assim é bom pro cabra se convencer que é feliz sem saber, pois não sofreu...”.


Contudo, nada igual a uns poucos versos contidos numa estrofe da obra-prima que é Asa Branca: “Quando o verde dos teus zóio se espaiá na prantação...”. Mas antes de comentar, vejam mais isto, observem que maravilha e digam se é verdadeira poesia ou não? “Até mesmo a asa branca bateu asas do sertão, entonce eu disse adeus Rosinha, guarda contigo meu coração. E hoje longe muitas léguas, numa triste solidão, espero a chuva cair de novo pra eu vortá pro meu sertão. Quando o verde dos teus zóio se espaiá na prantação eu te asseguro não chore não viu, que eu vortarei viu, meu coração...”.
Irretocável é a letra de Asa Branca, porém, como dito, apenas em poucas palavras e a composição já se irradia de encantamento. Uma simples frase, mas tudo, inegavelmente tudo: “Quando o verde dos teus zóio se espaiá na prantação...”. Este quando o verde dos teus zóio se espaiá na prantação contém tamanha significação e simbologia que em nenhum outro momento musical brasileiro conseguiu alcançar. A ele somente comparado, a meu ver, aos versos contidos em Cafezal em Flor (composição de Luiz Carlos Paraná e sucesso na voz de Cascatinha e Inhana): “Era florada, lindo véu de branca renda se estendeu sobre a fazenda, igual a um manto nupcial, e de mãos dadas fomos juntos pela estrada toda branca e perfumada, pela flor do cafezal... Passa-se a noite vem o sol ardente bruto, morre a flor e nasce o fruto no lugar de cada flor. Passa-se o tempo em que a vida é todo encanto, morre o amor e nasce o pranto, fruto amargo de uma dor...”.
Citei mais versos de a Flor do Cafezal, é verdade. Contudo, não significa que apenas a frase citada de Asa Branca não seja ainda de maior profundidade. E assim por que este “Quando o verde dos teus zóio se espaiá na prantação...”, quer dizer quando a terra voltar a brotar, quer significar quando os pendões do milharal chamarem o retorno do amor distante, quer dizer que quando a esperança renascer dias melhores surgirão aos amores distantes, quer significar que da terra brotando e florescendo também o amor sendo fortalecido nos corações.
Se eu disser, pois, que quando o verde dos teus olhos se espalhar na plantação, eu também estarei dizendo que quando os campos novamente florirem eu voltarei. Eu voltarei viu, meu coração.

Escritor
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CASA GRANDE DA FAZENDA BELÉM, MUNICÍPIO DE VILA BELA


(Atual Serra Talhada-PE), construída em 1828, pelo Comandante Superior Coronel Manuel Pereira da Silva, quinto filho do Capitão José Pereira da Silva e Jacinta Océlia de Santo Antônio, casou com Dona Francisca Aragão da Silva filha do Capitão Aniceto Nunes da Silva e de Antônia Lourenço de Aragão. Filhos do Coronel Manuel Pereira: 1.José Pereira da Silva; 2. Major Joaquim Pereira da Silva Tintão; 3 Capitão Cassiano Pereira da Silva, da Fazenda Baixio, casado com Generosa Pereira, filha do Coronel Simplício Pereira (Capitão Cassiano e Generosa, meus trisavós paternos, pais de Dona Generosa); 4. Coronel Andrelino Pereira da Silva (Barão do Pajeú); Joaquina Pereira da Silva, casada com o Capitão José Mateus Pereira da Silva (meus trisavós paternos, pais de Francisca Pereira (Chiquinha Maroto); 6. Januária Pereira da Silva, casada com Sebastião Pereira, da Fazenda Baixio; 7. Aureliano Pereira da Silva, avô materno de Sebastião Pereira da Silva (Sinhô Pereira), o príncipe do bacamarte. Foto acervo Luís Lorena.


https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1642286826013868&set=a.1401674963408390.1073741828.100006976985111&type=3&theater

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26 de jun. de 2018

RIACHO IPIRANGA/RIACHO DE OSCAR

Clerisvaldo B. Chagas, 26 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.929

O riacho Ipiranga – queremos dizer: o riacho em cujas margens foi proclamada a independência do Brasil – fica em São Paulo. Dar nome ao bairro em que se situa. O riacho Ipiranga é relativamente pequeno, possuindo apenas 9 km de extensão. Suas nascentes estão situadas no Parque Estadual Fontes do Ipiranga, reserva natural de mata atlântica (floresta tropical), encravada em plena zona sul da cidade. Elas estão distribuídas nas instituições: Jardim Botânico de São Paulo, Zoológico de São Paulo e no Parque Cien Tec. Sua foz se encontra na margem esquerda do rio Tamanduateí. Se formos saber o seu topônimo, ele vem do tupi que significa: rio vermelho; é a junção dos termos‘y (rio) e pirang (vermelho). Com a Independência o simples riacho ficou famoso a partir de 7 de setembro de 1822.

RIACHO IPIRANGA. (FOTO: DIVULGAÇÃO).

O nosso município não tem nenhum córrego denominado Ipiranga. Conhecemos o mais famoso deles que é o Camoxinga porque corta a cidade e originou o nome do bairro maior. E para quem ainda não sabe, Camoxinga significa em língua indígena: montanha que chora. Mas temos ainda o Salobinho, o Salgadinho, o Gravatá e o João Gomes, além de outros.  Referindo-se ao lugar em que nasceu, o escritor santanense Oscar Silva anotou que foi ali às margens do riacho João Gomes, desconhecido para todos os geógrafos do Brasil. Silva tinha razão na época.
O nosso projeto, aqui divulgado, sobre o resgate e apresentações dos mais de 130 sítios de Santana, inclui também o resgate de serras, serrotes, lagoas e riachos, caracterizando-se assim uma Geografia Física completa da nossa zona rural. Tendo apoio tudo se concretiza, sem apoio o projeto fica difícil.
 E se nós não temos o riacho Ipiranga de D. Pedro I, poderemos, quem sabe, “descobrir” o riacho João Gomes do escritor Oscar Silva e entregá-lo à sociedade.
RIACHO IPIRANGA. (FOTO: DIVULGAÇÃO).
                                                                                                                                     

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24 de jun. de 2018

ARCHIMEDES MARQUES LANÇA LIVRO SOBRE LAMPIÃO

Segundo volume da obra será lançado no dia 18 de abril (Foto: divulgação)

Segundo volume da obra será lançado no dia 18 de abril

Archimedes Marques vai lançar o segundo volume do livro ‘Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe’. O evento acontece no dia 18 de abril, a partir das 18h, na Academia Sergipana de Letras, que fica na rua Pacatuba, nº 288, Centro.

De acordo com o autor, a obra passeia sobre a estada, a passagem, a vida das cangaceiras naqueles inóspitos tempos, suas dores e seus amores nas guerras do cangaço e também após esse tempo para aquelas sobreviventes.

“A história de Carira, seus arruaceiros, seus bandoleiros, seus pistoleiros, os cangaceiros e policiais que por ali atuaram, também é minuciada e melhor estudada com a participação inequívoca de historiadores locais de renome que remontam esse tempo”, conta.

Ainda de acordo com o autor, a cidade de Laranjeiras não poderia ficar de fora, pois além de tudo, há a grande possibilidade de Lampião ali ter pisado, até mais de uma vez, para tratamento do seu olho junto ao médico Dr. Antônio Militão de Bragança. “Nesse sentido a história, a ficção e as suposições se misturam para melhor compreensão do leitor”, completa.

O autor também diz que boas novidades também são apresentadas neste volume, uma com referência ao “desaparecido” Luiz Marinho, cunhado de Lampião, então casado com a sua irmã Virtuosa, outra referente ao casamento de um casal de cangaceiros ainda na constância desse fenômeno ocorrido em Porto da Folha, com a prova documental e, em especial o extraordinário fato novo relacionado a Maria Bonita em Propriá na sua segunda visita àquela cidade para tratamento médico. Fotos inéditas também estão apostas neste volume, que acredito será bem aceito pelos pesquisadores do cangaço.

Com informações do autor do livro

Adquira-o através do autor.

 E-mail: archimedes-marques@bol.com.br

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21 de jun. de 2018

BAIXAS MORTE DE "CIRILO DE INGRÁCIA"

Por Ivanildo Alves da Silveira

A morte desse cangaceiro aconteceu em 5 de agosto de 1935, devido à fatos totalmente imponderáveis.

Resumindo, o que aconteceu foi o seguinte. O grupo de Cirilo certa vez estava acoitado em uma fazenda no Salgadinho, povoado do município de Paulo Afonso e trouxeram uma bacia para uso geral. 

Moça

O chefe fez uma viagem rápida e na sua ausência Moça (companheira de Cirilo), disse a Zé Sereno:

- Zé, apanhe água, bote no fogo pra morná, e lave meus pés.

Sereno recusou-se a obedecer, o que causou discussão com a mulher de seu tio que terminou com a seguinte ameaça:

- Quando Cirilo voltar você vai ver se lava ou não lava.

No dia seguinte, ao retornar, ele foi colocado ao par do ocorrido e para demonstrar seu poder apanhou uma vara e ordenou ao sobrinho:

- Ou vai lavar ou vai apanhar!

Zé Sereno manobrou o fuzil e disse:

- Se me bater não conto os buracos, e não fico mais junto.

Manoel Moreno e Jararaca, parentes de Cirilo e também de Zé Sereno se equiparam e acompanharam o jovem, deixando só o casal. Pouco tempo depois “Moça” deu a luz e os únicos que receberam o casal foram Corisco e Dadá.

Era tempo de inverno, chovia muito e Moça ficou na chuva. O marido queria que ela ficasse dentro de casa por dois motivos: proteção contra a chuva e evitar ser descoberta pelas volantes que sempre passavam por ali. Houve discussão e o cangaceiro acabou dando uns safanões na mulher que era muito teimosa. Corisco ordenou que Limoeiro fosse no dia seguinte buscar o enxoval de seu filho que estava para nascer e o Cirilo resolveu acompanhar o jovem a fim de esfriar a cabeça.

Viajaram logo cedo. Quando chegaram na serra da Mata Grande viram uma casa e foram até lá pedir comida. Estavam conversando com os moradores quando foram avistados e atacados pelo subdelegado Agripino Feitosa e seus cinco acompanhantes armados.

Os cangaceiros fugiram, cada um indo para um lado. Limoeiro por ser moço e forte escapou ileso. Cirilo foi ferido e para esconder o rastro desceu para dentro do riacho e seguiu andando por dentro d'água, despistando os perseguidores. Mas a hemorragia do ferimento minou-lhe a resistência e ao tentar subir pela margem do riacho desmaiou pela perda de sangue e acabou morrendo. Ao ser encontrado ainda estava ereto apoiado no barranco, com as mãos crispadas.


Limoeiro ao retornar ao grupo de Corisco contou o que acontecera. Não sabia ainda, da morte do companheiro, mas logo a notícia espalhou-se pelo sertão e até foto com os matadores ladeando o cadáver, que se vê em pé e amarrado em uma tábua, foi exibida por coiteiros ao grupo.

Moça ficou muito abalada com a morte do marido. Chorou. Lastimou-se, julgando-se culpada pela morte dele. Quando lhe foi sugerido que procurasse um novo companheiro, entre os componentes dos outros grupos e não entre os "meninos" de Corisco, a Joana Conceição dos Santos (este, seu nome real) recusou terminantemente essa possibilidade.



Dadá costurou-lhe algumas roupas e num vestido escuro colocou na bainha do mesmo o dinheiro que era do finado e também uma certa importância arrecadada entre os componentes do grupo de Corisco. Após permanecer algum tempo na casa dos familiares, Moça foi denunciada e presa. Teve sorte. Não foi judiada na cadeia onde permaneceu por pouco tempo, sendo logo libertada.

Ponto de vista: (Ivanildo Silveira)

Visualizando esta foto do corpo do cangaceiro Cirilo, se percebe, com relativa facilidade, que em volta da cabeça do famoso cangaceiro, há uma espécie de pano envolvendo todo o pescoço, como se fosse um cachecol. Ora, como é verificado na literatura lampiônica, cangaceiro nenhum, usava esse tipo de pano enrolado no pescoço, e sim, lenços de cores.

Para os pesquisadores/escritores do cangaço (Dr. Sérgio Augusto de Sousa Dantas e João de Sousa Lima ), esse detalhe do pano enrolado no pescoço do cangaceiro Cirilo, por ocasião da morte do mesmo, e, feitura da foto, foi para encobrir, que o famoso bandoleiro, já estava com a cabeça separada do corpo. Logo, o pano em volta do pescoço, foi a maneira encontrada para disfarçar essa realidade.

Observem, que a cor da roupa do cangaceiro, é totalmente diferente da cor do pano envolta do pescoço do mesmo. Note, também, as características do citado pano, que nada tem a ver com a indumentária cangaceira. O pano é um objeto estranho na composição da foto.

Em nossa modesta opinião, concordamos em gênero, número e grau com as observações dos dois grandes pesquisadores, acima nominados. Como se constata, trata-se de mais uma " Curiosidade do Cangaço ".

(*) O Texto principal foi extraído do livro "Lampião e as Cabeças Cortadas, pg. 29/31", do famoso autor e autoridade em cangaço, o Dr. Antonio Amaury Correia de Araujo.

Um abraço a todos, e façam suas observações, após a leitura do texto.

Ivanildo Alves Silveira
Colecionador/Membro da SBEC 
Natal – RN

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20 de jun. de 2018

MAIS E MAIS LIVROS SOBRE CANGAÇO

Por Francisco Pereira Lima

Indicação Bibliográfica. Mais alguns integrantes do meu acervo se apresentam. Ler faz bem a mente, ao coração e a alma.

Quem desejar adquirir estes e mais outros 300 títulos: 

franpelima@bol.com.br e 
WhatsApp 83 9 9911 8286.

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19 de jun. de 2018

MONTADO NO PEIXE

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de junho de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 1.925

Estava escutando uma entrevista política, em que a entrevistada defendia os bons políticos. Não sabemos muito o significado de bom. O próprio Jesus, ao ser chamado de bom Mestre, afirmou que ele não era bom, bom era o pai que estava no céu. A entrevistada dava conselho para que o eleitor estudasse a vida ativa do político para excluí-lo ou reelegê-lo. Mas o nosso povo ainda não tem consciência política. E talvez seja essa a grande arma dos candidatos a alguma coisa, principalmente, as chamadas raposas, que além de raposas, ainda são velhas raposas. Conhecem mais o eleitor do que intimidade da própria mulher ou vice-versa.


FOTO: (PAPEL DE PAREDE).
O político conhece profundamente a região onde atua e leva dose alta de psicologia em busca do voto. E se a sua região, como a nossa, possui mais de 50% de analfabetos e pobreza extrema, como encontrar consciência política nesta seara de sobreviventes? É por isso que se diz que o que elege o político é o dinheiro. Balela é dizer que Fulano ou Beltrano não se elege mais nunca devido a sua má administração. Isto só funciona se o político não tiver dinheiro ou apoio financeiro sem limites. Pertinho das eleições os viveiros são abertos e os milhares de “peixes” procuram bolsos vazios, bocas famintas e consciências sem miolos.
Eles, os donos do poder, sabem que depois da eleição, o Zé Povinho, no geral, não procura saber nada a respeito da administração. Quer apenas uma visita, uma tapinha nas costas, um favorzinho de nada e a esperança de mais cedo ou mais tarde, outro “peixe” no bolso liso e nada mais. E se a maioria age dessa maneira, por que se preocupar com a minoria consciente? Ah, amigo, isso é no Sertão, no Agreste, no Mangue, seja onde diabo for. E não adianta aquela conversa de saber escolher. Como escolher se são sempre os mesmos! Dessa maneira bate-se na velha tecla tão usada por certo senador: só a educação pode mudar esse país. E como a educação também anda de muletas, esticam-se os dias de prestação de contas.
Segue o país montado no “peixe”, até quando Deus quiser.

FOTO: (PAPEL DE PAREDE).


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16 de jun. de 2018

NOTA DE PESAR!

Por José Mendes Pereira
José Romero de Araújo Cardoso está vizinho a Lampião

Faleceu ontem a noite o professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso, vítima de problemas respiratórios. 

Nas últimas semanas ele estava desaparecido nas páginas sociais, entrei em contato com ele e fui informado que estava internado no Hospital Wilson Rosado em Mossoró.

Este foi um e-mail que ele me enviou quando havia desaparecido do facebook, e eu perguntei por onde ele andava. Respondeu-me: 

"Amigo Mendes, boa tarde:

Estava novamente de "molho" no Hospital Wilson Rosado. Fui internado, cigarro demais que estou fumando, muito deprimido, muito triste. Estava com infecção pulmonar e pneumonia. Tive alta ontem. 

Passei 8 dias hospitalizado. Deus me proteja, Deus nos proteja!

Abraços!"


José Romero era um homem de inteligência apurada, professor adjunto da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, residente em Mossoró, deixa dois filhos e muitas saudades.

José Romero foi um dos que fez o "Blog do Mendes e Mendes" - http://blogdomendesemendes.blogspot.com tornar-se bem conhecido por este Brasil afora com os seus belos trabalhos sobre Cangaço, Padre Cícero, coronel Delmiro Gouveia, Pombal...

Vai com Deus, pesquisador, e muita falta irá fazer para nós amigos, e principalmente, para diversos blogs que você colaborou por muitos anos.

Ninguém tem certeza para onde você irá, mas a estrada poderá ser outra, mas o caminho que você seguirá será o mesmo para todos nós que aqui continuaremos até chegar o nosso dia. 

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15 de jun. de 2018

O BRASIL VOLTA SEUS OLHOS PARA POÇO REDONDO

Por Manoel Severo

Há nove anos iniciamos ao lado de inúmeros apaixonados pela cultura e tradições nordestinas esta jornada chamada Cariri Cangaço, é verdade... já se vão nove anos,muitas veredas percorridas e muitas histórias para contar. O Cariri Cangaço promove não só Conferências, Debates, Visitas Técnicas,Lançamentos de Livros, enfim, o Cariri Cangaço promove acima de tudo o ENCONTRO DAS PESSOAS e isso não tem preço.Mais uma vez nos encontramos diante de um novo desafio, a partir do sensacional Cariri Cangaço Poço Redondo 2018 consolidamos nossa presença no estado de Sergipe e pela primeira vez chagaremos ao estado da Bahia a partir da Serra Negra, município de Pedro Alexandre, para nós um tento importante, agora são 6 estados: Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.Dois dias nos separam de mais uma grande demonstração da integração de uma Nação chamada nordeste, reuniremos a partir desta quinta-feira em Poço Redondo, Sergipe e Pedro Alexandre na Bahia, personalidades do universo do estudo e pesquisa do cangaço de todos os cantos deste país, numa autentica festa da alma nordestina.

Nos cenários importantes e significativos dos dois municípios, onde ocorreram episódios marcantes da historiografia do cangaço; como o fatídico Angico e o espetacular fogo do Maranduba, sem falar na enigmática Estrada de Conselheiro e a grandiosa Serra Negra dos Carvalho, o Cariri Cangaço busca mais uma vez nesta sua 21ª edição, fragmentos da verdade histórica na direção da consolidação de nossa memoria.Tudo foi pensado para que pudêssemos proporcionar, tanto para as queridas famílias de Poço Redondo e de Pedro Alexandre, como para os convidados de todo o Brasil, uma programação rica, dinâmica e extremamente responsável, marcas de nossos empreendimentos. A Comissão Local em Poço Redondo, com Manoel Belarmino, Rangel Alves da Costa, Maria Oliveira, Fernandes Reis, Djalma Feitosa e tantos outros estimados amigos, o apoio incondicional do querido amigo prefeito Junior Chagas e uma zelosa equipe em todas as secretarias, como também o decisivo apoio em Pedro Alexandre da tradicional Família Carvalho, nos dão a certeza de um excepcional evento no "chão sagrado de Alcino", o nosso patrono, o Caipira de Poço Redondo.

Temáticas preciosas, próprias do lugar...presenças de personalidades talentosas e que dedicam boa parte de suas vidas à pesquisa do cangaço não dão a certeza de mais um grande empreendimento que se inicia nesta próxima quinta-feira. Assim, gostaríamos de convidar a cada um de vocês para virem conosco, sem dúvidas, estaremos juntos escrevendo mais uma página importante dessa fantástica saga de nossos sertões.

Manoel Severo - Curador do Cariri Cangaço, 12 de junho de 2018

http://cariricangaco.blogspot.com/2018/06/o-brasil-volta-seus-olhos-para-poco_12.html

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14 de jun. de 2018

VOCÊ SABIA? O CANGAÇO FOI OBJETO DE ESTUDOS E PESQUISAS DOS ALUNOS DA FACULDADE DE DIREITO DO RECIFE


No Arquivo da Faculdade de Direito do Recife há um relatório documentando uma viagem de observação e pesquisa na “zona sertaneja assolada pelo banditismo” realizada por uma comissão de estudantes da Faculdade na ocasião da morte de Lampião e de seus companheiros em Angico, sertão de Sergipe, em julho de 1938.

Sob a orientação dos professores Drs. José Joaquim de Almeida e Aníbal Firmo Bruno, formou-se, na Faculdade de Direito do Recife, uma comissão de estudantes do 2º ano do curso de bacharelado, a qual, para conseguir facilidades em Alagoas, tomou o nome de Comissão Acadêmica Coronel Lucena, com a finalidade de visitar e estudar os resultados da Tragédia de Angico in loco.

A Comissão visita o Cap. João Bezerra no Pronto Socorro

Compunha-se a caravana de seis acadêmicos: Wandenkolk Wanderley (presidente)1, Elisio Caribé3, Décio de Sousa Valença4, Plínio de Sousa5, Haroldo de Mello6 e Alfredo Pessoa de Lima2.

A este incumbia apresentar ao interventor federal em Pernambuco, Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães, o relatório da missão.

Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães
http://www.fgv.br/cpdoc/guia/detalhesfundo.aspx?sigla=AGM

Os estudantes acompanharam de perto as análises frenológicas e antropométricas praticadas sobre as cabeças dos cangaceiros e tiveram a oportunidade de examinar as peças de fardamentos, ornamentos e pertences dos cangaceiros, além de observar o local da caatinga em que se travou a luta.


A Comissão ouvindo a prelação sobre os dados antropológicos 
colhidos nas cabeças.

Por fim, os estudantes da Faculdade de Direito do Recife entenderam que o Cangaço é resultante de um tríplice sistema de fatores: sociais, mesológicos e antropológicos.

Referências:
Comissão Acadêmica Coronel Lucena. Arquivo da Faculdade de Direito do Recife.

Pesquei no site da www.ufpe.br

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11 de jun. de 2018

O CANGACEIRO ZÉ GATO - ZÉ GATO ENTROU PARA O CANGAÇO QUANDO SUA IRMÃ FUGIU COM O CANGACEIRO PASSARINHO.

Reportagem Juarez Gaudencio

O CANGACEIRO ZÉ GATO

Esse era o nome de guerra de Zé Vicente no cangaço de Lampião.

A Revista TERRA do Mês de outubro traz uma reportagem sobre os últimos sobreviventes do cangaço. E Zé Vicente se destaca como o único do bando que vive com sua família. Pois os outros tiveram que fugir de casa. A matéria traz desde Angico em Sergipe, até a Baixa do Chico. Em destaque uma foto com Zé Vicente e Maria São Pedro (peda)


Veja abaixo uma parte da reportagem por Ricardo Beliel

ZÉ GATO ENTROU PARA O CANGAÇO QUANDO SUA IRMÃ FUGIU COM O CANGACEIRO PASSARINHO.

Num povoado ainda menor Juá. Encontro José Vicente Xavier conversando com sua filha Maria São Pedro. Os dois sentados em frente a casa onde moram. Ele me fuzila com seu olhar ainda intimidador aos 96 anos. Confirma que sua irmã fugiu com o cangaceiro Passarinho e ele ainda muito jovem também não resistiu ao fascino daquela aventura. Mas não dá muito detalhe. Sua admiração pelo chefe escapa em poucas palavras que cortam seu profundo silêncio interior. "era um homem que cabia um abismo dentro de si", diz sobre Lampião. O velho Xavier desconversa. Mas segundo os pesquisadores Antonio Amaury de Araújo e João de Souza Lima. Ele não é outro senão o próprio cangaceiro Zé Gato. Volto a Paulo Afonso com Antonio Amaury. Que tem 250 horas gravadas com entrevistas de personagens do misterioso mundo do cangaço. Para um derradeiro encontro com o passado.


Dona Antonia ex-companheira do cangaceiro gato e o escritor e pesquisador do cangaço João de Sousa Lima.
Chegamos ao anoitecer no bairro do Mulungu para visitar dona Antonia. Considerada a mais velha das cangaceiras que ainda restam (restavam). Mas encontramos a casa dela trancada e as escuras ficamos sabendo pela vizinha Cida Pretinha que dona Antonia havia morrido. Apenas um mês antes, ao completar 108 anos. Resta-nos ouvi as muitas histórias que dona Antonia compartilhou com vizinhos. Como a do seu conturbado caso de amor com o cangaceiro Gato. 

Dona Antonia companheira do Gato e o escritor e pesquisador do cangaço Sérgio Augusto de Souza Dantas

A velha Antonia lembram seus amigos do Mulungu. Foi mulher do bandoleiro mas não se conformava de dividi-lo com sua prima Inacinha. Para resolver o impasse. Pediu pediu permissão ao próprio Lampião para deixar o casamento e o cangaço.

Reportagem Juarez Gaudencio

  Web site: www.freewebs.com/jornalpiao/noticia64.htm  Autor:   www.freewebs.com

http://www.cangacoemfoco.jex.com.br/historia+do+cangaco/o+cangaceiro+ze+gato

ADENDO: 

O pesquisador do cangaço Joel Reis tem as seguintes informações sobre o cangaceiro Zé Gato: 

José Vicente Xavier, Ex-Cangaceiro Zé Gato aos 96 anos (2007) e sua filha Maria São Pedro, Dona Peda.

Povoado de Juá, 2007.

Zé Gato era filho do casal Antônio Vicente e Francelina, sua irmã era a cangaceira Sabrina.


Foto: Cortesia de Ricardo Beliel

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Web site: www.freewebs.com/jornalpiao/noticia64.htm  Autor:   www.freewebs.com

Foto: Cortesia de Ricardo Beliel

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7 de jun. de 2018

REALIZAÇÃO DE SONHOS TENDO O SERTÃO POR TESTEMUNHA

Por Manoel Severo

Não me canso de afirmar: O Cariri Cangaço é uma imensa e extraordinária construção coletiva, isso desde sempre e para sempre... Agora novamente mais um desafio encantador, oficialmente tendo o querido estado de Sergipe como sede de nosso empreendimento, chegamos neste 2018 de fato e de direito ao solo da enigmática e poderosa Poço Redondo; grande e precioso território do sertão de Sergipe que guarda em seu íntimo e no coração de suas famílias um dos recortes mais importantes de toda a história do cangaço.

Não foi a toa que nosso Conselho Consultivo a partir de 2013 recebeu a honrosa denominação de Conselho Alcino Alves Costa do Cariri Cangaço; assim o Caipira de Poço Redondo; um dos maiores e mais importantes pesquisadores da temática cangaço, com uma lucidez desconcertante, um incorrigível apaixonado pelo cangaço, pelas coisas do sertão e por sua Poço Redondo marcaria para sempre a história de nosso Cariri Cangaço.


As emoções de Alcino Alves Costa e o Cariri Cangaço

Tudo começou ainda nos idos dos anos 2009,2010,2011, quando Alcino; um entusiasta do Cariri Cangaço; nos provocava pela descentralização de nossas ações, partindo do meu Ceará para todo o nordeste e até chegar em sua querida Poço Redondo. De lá até aqui se vão sete anos oito anos, empreendemos por outros sertões, vieram os estados da Paraíba, Alagoas e Pernambuco, e com eles mais dez municípios; chegar a Poço Redondo seria uma questão de tempo... Alcino já não está conosco, partiu para velar pelo nosso sertão lá do céu... 

É bem verdade que nas fantásticas edições de nossos Cariri Cangaço Piranhas, tivemos a grata satisfação de aportar na terra de nosso Caipira e de forma solene abraçar e render homenagens à sua memória...Entretanto o compromisso ainda carecia de ser mais verdadeiramente cumprido.

Hoje, sete de junho de 2018, apenas sete dias nos separam de cumprirmos esse compromisso; quase espiritual, aliás também espiritual; um compromisso não só com Alcino, não só com Poço Redondo e seu amado povo, mas e principalmente com a história do cangaço. O Cariri Cangaço Poço Redondo particularmente para mim sela e consolida nosso sentimento e atitude de percorrer os mais importantes cenários desta saga das caatingas inciada há nove anos atras, que tem em Poço Redondo um de seus expoentes. Vamos sim recontar muitas histórias , vamos sim celebrar nossa memória, vamos sim "celebrar o chão sagrado de Alcino"... Sejam bem vindos agora e sempre.


As emoções de Alcino Alves Costa e o Cariri Cangaço

"Minha paixão pela temática cangaço surgiu ainda quando menino; de uns 10 a 12 anos...As andanças pelas caatingas famosas de nosso sertão já contam 16 anos...O encontro com um dos grandes Mestres:13 anos ! Em 2005 estive pela primeira vez em Poço Redondo e ali para minha grande honra conheci e passei a amar profundamente Alcino Alves Costa. Estamos chegando Caipira de Poço Redondo, chegando para celebrar seu sonho, sua vida, sua paixão... 
Que venha o Cariri Cangaço Poço Redondo" 

Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço
Diretor da SBEC e do GEEC
07 de junho de 2018, Fortaleza, Ceará

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4 de jun. de 2018

ENSINA-ME A CUMPRIR TUA VONTADE!

*Rangel Alves da Costa

Senhor, então me ensina a cumprir Tua vontade. Assim está escrito no Salmo 143,10: Ensina-me a fazer a tua vontade, pois és o meu Deus. O teu Espírito bom me guie por terra plana.
E assim Senhor, por que nada tenho e nada possuo que não seja de tua dádiva e de tua caridade, e por ter recebido de tuas mãos, que eu possa sempre preservar e frutificar e fazer do seu uso o melhor à vida e ao viver.
Se me fizeste para o bem, para a bondade, para a fraternidade, então por que eu haveria de percorrer outros caminhos e ser diferente? Se me deste a dádiva da existência, do viver e semear sobre a terra, então por que eu haveria de transgredir ao que me foi confiado?
Senhor, meu Pai, confiaste a mim a graça de ser filho teu. Deste-me a paternidade e um livro aberto com todas as lições para a vida. Jamais será honroso a um filho renegar sua paternidade nem rasgar o sagrado livro da existência.
Ensina-me Senhor, ensina-me a cumprir sempre a tua vontade. Num mundo desnorteado, num mundo amedrontado e violento, num mundo pecador e de perdição, não permita que eu fraqueje perante o mal. Se é da tua vontade viver para o bem, então me proteja com teu manto e dê-me o cajado para afastar de mim as más ovelhas.
Sou teu filho ó Pai, mas um frágil filho, um temeroso filho, um filho apenas. Dai-me, então, a força que não seja a do enfrentamento rancoroso, a coragem para lutar sem pegar em armas que firam, o destemor para conquistar caminhos sem ter que passar por cima das flores do caminho nem das pessoas que seguem pela mesma estrada.
Ensina-me ó Pai, ensina-me sempre a cumprir tua vontade. Se é da tua vontade que eu cumpra a tua vontade, se é do teu desejo que eu seja um filho fiel, então afasta de mim o cálice sujo de sangue, a má companhia, toda ingratidão que me ronda, toda falsidade que me persegue.


Torna-me, Senhor, não a perfeição humana, não o mais correto dos homens, não o menos pecador entre todos, mas apenas aquele que viva sem levar entristecimento aos olhos teus. Bem sei, ó meu Pai, o quanto sofres pelo filho desregrado, pela cria que se desgarra do rebanho e vai por tortuosos caminhos.
Senhor, meu Pai, ouça bem o que digo: mesmo nascido como dádiva sagrada, o ser humano dificilmente conseguirá fazer brotar a boa semente acaso a terra onde pise esteja devastada pela incúria, pela falsidade, pelo egoísmo, pela arrogância, pela cobiça, pela vaidade. Sozinho o filho teu é frágil demais para vencer todo o mal, então que lance sobre a terra a proteção aos justos e os arrependimentos aos injustos.
Se quiseres, meu Senhor, que teu filho cumpra fielmente tua vontade, que faça chover dádivas sobre a boa terra e do seu leito os melhores frutos: amor, compaixão, perdão, irmandade, fraternidade, comunhão, afeto, compreensão, pureza no coração. Floresça, ó Pai um jardim no meu e em todo coração.
Torna-me, meu Senhor, mais humanizado e tão humano que não esconda a lágrima quando sinta a dor, que não grite a aflição perante a tormenta, que não silencie perante a necessidade de bradar. Meu Senhor, somente a humanização dos sentimentos fará brotar o verdadeiro olhar diante da fome, da sede, da pobreza, de toda necessidade.
Prometo Senhor, não descurar do que foi escrito nem reescrever a minha sorte ao sabor de minhas conveniências. Reconheço, ó Pai, que nada sou sem vossa paternidade. Por isso que ao acender a vela e levantar minhas mãos em oração, que tudo seja como uma porta do Pai que se abre para reconhecer no filho, no teu filho que sou, aquele que serve ao mundo em nome do Pai.
Ensina-me, pois, a cumprir tua vontade. E mais que teu filho serei, pois serei orgulho e alegria perante o teu olhar!

Escritor
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