30 de jul. de 2019

HÁ OITENTA E UM ANOS CHEGAVA AO FIM O REINADO CANGACEIRO DE LAMPIÃO.

Por Geraldo Júnior

Precisamente no dia 28 de julho de 1938, Lampião e parte de seu bando eram surpreendidos pelos soldados da Força Policial Volante alagoana comandada pelo Tenente João Bezerra da Silva.

Surpreendidos, os cangaceiros que estavam acampados na Grota do Angico (Porto da Folha/SE), foram atacados ferozmente pelos soldados, não houve tempo para organizar um contra-ataque, fugir daquele inferno de balas era o único pensamento daqueles que ali estavam. Finalizado o tiroteio confirmou-se a morte de Lampião, de Maria Bonita e de outros nove cangaceiros, além de um soldado pertencente a Força alagoana. Escapando do local aproximadamente quatro cangaceiras e vinte e um cangaceiros. 

Chegava ao fim a vida bandoleira de Virgolino Ferreira da Silva "Lampião".

Geraldo Antônio de Souza Júnior




No Arquivo da Faculdade de Direito do Recife há um relatório documentando uma viagem de observação e pesquisa na “zona sertaneja assolada pelo banditismo” realizada por uma comissão de estudantes da Faculdade na ocasião da morte de Lampião e de seus companheiros em Angico, sertão de Sergipe, em julho de 1938. (Arquivo da Faculdade de Direito do Recife - UFPE).


Imagens: Arquivo da Faculdade de Direito do Recife - UFPE


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29 de jul. de 2019

FESTA DO CARRO DE BOI

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de julho de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.152

Uma festa atrás de outra, amigos do Brasil. Em Santana do Ipanema foi encerrada a Festa da Juventude e logo em seguida veio a Festa da Padroeira Senhora Santana. Agora, seguidamente chegou o dia, da Festa do Carro de Boi no município de Inhapi, Alto Sertão Alagoano. Trata-se da 11edição do evento cujo encontro dos carreiros é o maior do mundo. Tudo é respaldado por lei criada no município que instituiu o Dia do Carreiro no calendário municipal para ser comemorado no dia 31 de julho. Lei de dezembro de 2016. Programada para acontecer no sábado, 27, várias atrações estavam sendo aguardadas pelo homem rural que ama preservar as tradições. Chegada dos carros de boi, violeiros, toadas, xaxado e desfile pela cidade constavam da programação.

(CARTAZ/DIVULGAÇÃO).

“A tradicional festa do Carro de Boi é realizada na cidade de Inhapi, há dez anos, com encontro de carreiros e grandes shows artísticos em praça pública. A festa tem o encontro aberto de carreiros do Brasil, vindos de diversas cidades da região, com seus carros de boi, carroças de burro e carrinhos de carneiro, dessa forma, resgatando todos os anos a cultura do município e região. O evento é realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais em parceria com a prefeitura”.
Saindo de Maceió pela BR-316, é fácil chegar ao Inhapi entre Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia. Quem gosta de curtir o regionalismo pode se dirigir àquela cidade que estará de braços abertos a acolher os visitantes. Muitos ficam acampados assim como os carreiros que se divertem a valer nesse encontro onde fala mais alto o espírito sertanejo.
Assim o velho carro de boi que tanto deu ao Brasil colonial, permanece vivo com a figura reconhecida do seu condutor. Muitas histórias, casos contados, culinária bruta e bastante música faz de Inhapi o centro de Alagoas nesses dias marcados por divertimentos.

No sertão do Inhapi
Tem encontro verdadeiro
Carreiro beijando moça
Moça beijando carreiro
Pode ser que sobre beijos
Pra quem vem por derradeiro.


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27 de jul. de 2019

SEBASTIÃO BIANO: MÚSICO QUE TOCOU PARA LAMPIÃO COMEMORA 100 ANOS COM SHOWS EM SP

Por Marina Pinhoni, G1 SP — São Paulo - 27/07/2019

Único integrante vivo da formação original da Banda de Pífanos de Caruaru, Biano teve música gravada por Gilberto Gil e influenciou a Tropicália. Show com participação de Zeca Baleiro será neste sábado (27) no Sesc Pompeia.

“Você toca o meu toque?”, perguntou Lampião para um menino que segurava trêmulo um pífano, na década de 20, no sertão de Pernambuco. A criança era Sebastião Biano, que não só tocou a música “de ouvido”, como impressionou com seu talento o cangaceiro mais temido do Brasil. Hoje aos cem anos de idade, Seu Biano continua tocando o instrumento com a mesma maestria com que conta suas muitas histórias. Sem pensar em aposentadoria, ele participará de dois shows em São Paulo neste final de semana em comemoração ao centenário.

Sebastião Biano é único integrante vivo da formação original da Banda de Pífanos de Caruaru, que influenciou movimentos como a Tropicália e o Manguebeat. Apelidado por Gilberto Gil de “Beatles de Caruaru”, o grupo também ganhou um Grammy Latino em 2004.

Em 1972, Gil gravou com a banda uma música de autoria de Sebastião chamada “Pipoca Moderna”, que posteriormente ganhou letra de Caetano Veloso. Também tocaram com eles Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Geraldo Azevedo e outros grandes nomes.

“O Sebastião é uma peça rara, um patrimônio vivo da cultura brasileira e da música. Ele continua passando seus conhecimentos, celebrando a vida. Isso é muito inspirador”, diz Junior Kaboclo, integrante da quarta geração da Banda de Pífanos de Caruaru.

Quem ouve Seu Biano alcançando diferentes escalas e brincando com as notas, não imagina que ele não teve estudo musical formal algum. Autodidata, aprendeu a tocar aos cinco anos de idade enquanto ajudava seu pai na roça junto com o irmão em Mata Grande, no Sertão de Alagoas onde nasceu.

“Quem me ensinou a tocar foi nosso pai [Deus]. Não teve mestre para mim de jeito nenhum. Mas teve o começo. Meu pai me levou para a roça junto com meu irmão. A gente ia para casa tocando uns 'caninhos' da flor de jerimum. Saía aquele 'apitozinho' tão engraçado, coisa de criança mesmo. Ele vendo aquilo falou: ‘se vocês fazem um som desse num pedacinho de folha desse 'tamainho', no ´pife´ o que não vão fazer?”, lembra Sebastião.

Sebastião Biano e Junior Kaboclo tocam pífanos — Foto: Fábio Tito/G1
O que é pife?

Espécie de flauta transversal, o pífano é um instrumento de sopro que pode ser fabricado de diferentes materiais. No Nordeste, geralmente é feito a partir da madeira de bambu e usado em bandas tradicionais acompanhado da percussão do bumbo e zabumba.

“O nome dele certo mesmo no Nordeste é ‘pife’. Agora a imprensa achou mais nome para botar aqui neste instrumento. Colocou ‘pífaro’ ou ‘pífano’. Mas o certo é ‘pife’, quatro letrinhas só”, diz Sebastião.

Depois que ganhou o primeiro de seu pai, Manuel Biano, Sebastião começou também a fabricar o pife. “Eu sou caprichoso, faço um instrumento desse dar certinho com a flauta da fábrica. E olha que meu pife ganha no tom. É mais alto”, afirma rindo.

Se hoje Seu Biano não consegue mais entrar na mata para procurar “a taboca boa que só nasce em terra de brejo”, ele continua usando a mesma criatividade de criança com o jerimum. Teve a ideia de transformar o cano da própria bengala em um pife, que usará em uma parte do show em São Paulo.

A madrugada é a hora preferida de Sebastião para compor as músicas que ele diz que “já vêm prontas” na sua cabeça. “De 4h a 6h tem essa bondade para o artista. Vem todo tipo de música no seu ouvido. Mas não pode dormir senão perde”, afirma.

A inspiração também vem dos sons da natureza. “A carreira de um animal, o compasso do som chocalho no pescoço, tudo inspira música”, diz.

O toque para Lampião

Retirante da seca, a família Biano se mudou de Alagoas para os arredores de Caruaru, em Pernambuco, onde se estabeleceu por muitos anos. Foi lá que Manuel Biano, que também era lavrador e vaqueiro, criou a primeira formação da banda de pífanos junto com os dois filhos pequenos.

Nessa época ocorreu o encontro da família com Virgulino Ferreira, o Lampião. Sebastião conta que o cangaceiro tinha ido pagar uma promessa durante a celebração da novena e encontrou as crianças sentadas em um banco com os instrumentos na mão.

“Ele apareceu de dentro da mata com 50 cangaceiros para chegar na igreja. A gente já tava todo molhado. Eram três meninos e meu pai, que era o único homem formado que tinha na banda. Ninguém falava nada, a língua ficou enrolada dentro da boca de medo. A gente já tinha medo de Lampião quando estava a 10 léguas de distância, imagina pertinho assim”, diz.

Segundo Sebastião, Lampião então pediu que os garotos tocassem a música do seu bando. “’Vocês são tocador, né? Vocês sabem tocar meu toque?’”.

“Deus ajudou, até que acertemos os dedos na nota do pife, porque parecia que não tinha buraco nenhum. O medo é fogo. Mas aí toquemos. Quando parou, Lampião disse assim para os dois capangas: ‘Vocês tão vendo esses meninos como é que tocam? E vocês, dois cavalões desses, não tocam piroca nenhuma’. Ele deu valor. Foi a palavra que ele disse. Até hoje está guardada na minha cabeça”, conta Seu Biano.

Sebastião Biano mostra o Grammy Latino que ganhou em 2004 com a Banda de Pífanos de Caruaru — Foto: Fábio Tito/G1

Homenagens aos cem anos

Depois de construir carreira no Nordeste junto com a banda da família, Sebastião se mudou para a cidade de São Paulo ainda nos anos 70. Hoje vive com uma de suas filhas – dos 16 que teve – em Suzano, na Grande São Paulo.

Como parte das comemorações do centenário, Seu Biano voltou a Caruaru no dia do seu aniversário, em 23 de junho, para receber uma homenagem na tradicional festa de São João do município. Três anos antes já havia recebido o título de "Cidadão Caruaruense".

“Foi bonito, viu? Foi uma festa que nunca tinha visto daquele jeito. Eles pediram que eu fosse fazer meu aniversário em Caruaru. Porque meu pai é enterrado lá, também meu irmão. E talvez, quando eu falecer, eu vá para lá de novo”, diz.

Mas se depender dele, esse dia ainda vai demorar. “Cem anos não são cem dias. É um bocadinho de chão. Mas Deus vai me dar muito mais do que isso ainda”, afirma.

Shows no Sesc Pompeia

As apresentações da Banda de Pífanos de Caruaru em comemoração ao centenário de Sebastião Biano acontecerão no sábado (27) e no domingo (28) no Sesc Pompeia, na Zona Oeste de São Paulo. O ator Gero Camilo estará no palco, nos dois dias, interpretando “causos” de Seu Biano. No sábado, o show terá participação de Zeca Baleiro. No domingo, da banda A Barca.

Data: Sábado (27) às 21h. Domingo (28) às 18h
Local: Sesc Pompeia - R. Clélia, 93 - Água Branca, São Paulo
Ingressos: De R$ 9 a R$ 30
Mais informações: site do Sesc Pompeia

Clique no link para ver todas as fotos e ao vídeo.


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25 de jul. de 2019

O CANGACEIRO ANTONIO DE ENGRÁCIA

Por: Juarez Conrado - Jornalista

Nascido na Feira do Pau (hoje Macururé), no alto sertão baiano, Antonio de Engrácia foi outro tenebroso bandido.

Em plena feira de Chorrochó, onde residia no povoado Caraíbas, cometeu o seu primeiro crime, quando sangrou João Carpina. Pouco depois, no mesmo município, matou, sempre a punhalada, dois irmãos do coronel José Ribeiro, da Jocosa, deputado estadual em Sergipe.

Ele, como todos os outros sangrentos matadores, não deixava de trucidar suas vítimas a punhal, como uma maneira de poupar munição, que poderia lhes faltar em combates com as volantes.

Ao ingressar no cangaço levou os irmãos Cirilo e Luiz (estes eram tios dos cangaceiros

Da esquerda para direita: Mané Moreno, que era esposo de Áurea, Zé Baiano, esposo de Lídia e Zé Sereno, esposo de Sila

Mané Moreno, José Baiano e Zé Sereno), além do sobrinho Linaldo. Estes, porém, não tiveram longa vida, mortos que foram pela tropa de Rufino.

Tenente Zé Rufino 

Os três irmãos bandidos eram verdadeiros monstros, e muitos crimes praticaram em suas atividades, principalmente

Cirilo está no centro da foto, mas já estava morto. 
A cabeça foi recolocada no lugar para fazer a foto.

Cirilo que, mesmo em pouco tempo de cangaço, deixou em seu histórico um número incalculável de assassinatos, todos com muita frieza.

Extraído do livro:
Lampião Assaltos e Morte em Sergipe
Autor: Juarez Conrado - Jornalista
Páginas: 40 e 41
Ano de publica
Ano: 2010
Aracaju - Sergipe.

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24 de jul. de 2019

PARA DESOPILAR - O DECEPADOR DE CABEÇA HUMANA

Por José Mendes Pereira

Chegou à cidadezinha montado num velho e desnutrido jumentinho. E logo os curiosos rodearam o homem de barba grande, com botas alongadas, chapéu de palhas, e uma enorme sacola sobre a pequena sela de montaria. Todos estavam ali, rindo do infeliz mendigo, que ao ver tanta humilhação contra si, saiu em busca de um bar, e lá, pediu, por favor, uma urgente e caprichada pinga.

O dono do boteco nem sabia a quem estava atendendo. Mas resolveu colocar no copo uma caprichada pinga. Os curiosos acompanharam-no até a venda. O mendigo bebeu a primeira, e em seguida, pediu bis.


O dono do bar fez gesto de que não estava gostando, imaginando que iria dançar na hora em que fosse cobrado o acerto de contas. E assim que o mendigo ingeriu a segunda dose, de imediato, pediu a terceira.

O sangue nas veias do velho comerciante esquentou de vez. E foi obrigado a dizer ao mendigo que só colocaria a terceira dose, se ele pagasse logo as duas primeiras.

Os curiosos estavam todos em risos, e até um deles ameaçou o barba grande, dizendo que se ele não pagasse as doses de cachaça ao comerciante, não iria sair dali com vida.


O mendigo concordou pagar logo as duas chamadas. Foi até ao seu jumentinho, retirou uma enorme sacola que estava sobre ele, e era nela que ele guardava o seu dinheiro. Em seguida, retornou para fazer o pagamento das chamadas ao comerciante. E pôs-se a procurar o dinheiro no meio de tantas bugigangas. Enfiou a mão na sacola, e ficou tirando algumas peças. Em seguida, retirou uma cabeça humana cheia de sangue, colocando-a em cima do balcão.

A cabeça de Lampião é só para ilustrar o trabalho

O comerciante ao ver a cabeça coberta com sangue e com os olhos fechados, admirou-se, dizendo em tom de susto e tremendo:

- Meu Deus!!! Que coisa triste, hein!!!

- Eu faço este trabalho muito bem e com perfeição. - Dizia o mendigo. - E adoro fazê-lo. Durante a semana são duas, três, até mais cabeças. Mas melhor do que eu, quem faz, é um parceiro meu, o "Negrão das Cavernas". Ele desceu aqui em busca do mercado central, e me disse que iria procurar vítimas para ver se negocia umas duas ou três cabeças.


O comerciante de tanto tremer não resistiu mais em pé, saiu desmaiando por cima de uma porção de mercadorias que estava sobre o chão. Os curiosos desapareceram em disparada carreira, e aos gritos, pelas ruas, pedindo clemência. A partir daí, a fama do homem barbudo e do "Negrão das Cavernas" aumentou no lugarejo.

Um velho que no momento entrou no bar, ao ver aquela terrível cena, isto é, a cabeça de um corpo humano sobre o balcão, ajoelhou-se diante do mendigo, pedindo-lhe que pelo o amor de Deus não o matasse. E o mendigo ficou sem saber o porquê daquela imploração do velho, pedindo-lhe que não o matasse.

Os moradores da cidade ao tomarem conhecimento do perigoso mendigo e do "Negrão das Cavernas" que haviam entrado na comunidade, entraram em choque, procurando por todos os lugares os seus filhos e parentes, temendo que eles fossem degolados pelos facínoras.

Imagem da internet

Logo que as mulheres ficaram sabendo da presença de dois delinquentes na cidade corriam pelas as avenidas do lugarejo em lastimosos choros, procurando por todas as entradas os seus filhos pequenos.

Imagem da internet

O prefeito quando recebeu a informação que na cidade tinha entrado dois perigosos marginais recolheu-se à prefeitura, ligando para tudo que era de autoridade, que cuidasse de prender com urgência os assassinos.

Além do contingente da cidade o prefeito solicitou dos administradores das cidades vizinhas, que liberassem os seus policiais para tentarem prender os dois bandidos.

Imagem da internet

- Os homens são perigosíssimos, amigos! - Dizia ele pelo telefone aos prefeitos das cidades adjacentes. Andam com cabeças humanas degoladas dentro das suas sacolas! Uns homens desse tipo estão com o capeta nas costas, e poderão bagunçar a minha cidade e depois invadirem as suas! Com a ajuda de vocês, prenderemos estes delinquentes"

Imagem da internet

O dono do açougue (o Ludugero), ao ser informado da entrada destes criminosos no lugarejo, foi curto e grosso. "- A culpa é do prefeito que não põe mais policiais nas ruas. Ele só pensa em si. Aos domingos, se manda com a família para as praias, como se fosse o governador do Estado".

A cidade já imaginava a quantidade de defuntos que iria ficar estirada nas ruas, depois que o mendigo e o "Negrão das Cavernas" saíssem do lugar.

Imagem da internet

Os coveiros do cemitério já haviam recebidos ordens para cavarem covas em quantidades. Os dois homens eram perigosíssimos, e com certeza, muitos moradores iriam perder as suas vidas sobre as miras das suas armas, ou nas pontas dos seus afiados facões.

Chegaram praças de todos os lugares. E obedecendo a exigência do prefeito, de imediato, morrendo de medo, os policias ocuparam os fundos e a frente do bar. E aos poucos, com muito cuidado, vendo a hora surgirem balas disparadas pelo barba grande, que naquele momento, ali, só se encontrava ele, todos foram fechando o cerco, e ao se aproximarem do infeliz, deram ordens de prisão. Assim que o algemaram, acusaram-no de decepador de cabeça humana.

Imagem da Internet

O mendigo tentava explicar quem ele era, mas a polícia não quis conversa, obrigando-o colocar a cabeça dentro da sacola, e que ele iria ser conduzido até à delegacia para as devidas explicações ao delegado.

Ao entrar na delegacia, de imediato ele recebeu um pescoção, aplicado pelo delegado. E um tenente que nem estava de serviços, não demorou muito para bofeteá-lo diante do delegado.

Exigido a comprovação do crime o mendigo retirou a cabeça humana de dentro da sacola. O delegado ficou rodeando-a, e observou que ela nem sangrava, apenas ainda permanecia como se tivesse sido decepada recentemente. E como inteligente e um pouco de psicologia, o delegado percebeu que não tinha nada a ver com cabeça humana.

Os dois homens não eram mendigos e nem marginais. Devido viverem andando pelas ruas, as roupas eram como de mendigos. Eram apenas dois escultores em madeiras que faziam as suas peças e saíam à procura de compradores. Ambos eram grandes talhadores com muita perfeição e enganava qualquer especialista. Até a pintura, tinha aparência de sangue vivo.

"Antes de julgarmos uma pessoa devemos esmiuçar a sua vida com cautela, para que ela não venha ser castigada injustamente e moralmente ofendida".

Solicitação: 

Por favor, quem tem hábito de tomar trabalhos dos outros não tome os meus. 
Eu me esforço muito para criar os meus e de repente vejo em 
página por aí os meus trabalhos com nomes de outros.

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23 de jul. de 2019

CARNAVAL, O SONHO QUE PASSOU

Francisco de Paula Melo Aguiar

Na Praça Getúlio Vargas
Heraldo Gadelha e Antonio Gomes
Recepcionam o Rei do Baião Luiz Gonzaga
Marcus Odilon e Lero
Recepcionam o Povo da Silva, em 1976.
Depois dos Gomes de Melo, 1890
Dos Ferraz, Ferreira, Carvalho, Silveira,
Veloso Borges, Ribeiro Coutinho,
Teixeira, Morais e Maroja
Dos Anzóis do sapato de pobre
É tamanco, da lira vencedora, dos piratas
E do comercial, Santa Cruz e Guarany
Do Cruz Maltino, CTP, Onze,
E de etcétera e tal, o raio que os partam,
Haja troça, papangu e xirumba com força
Animação coletiva ou individual
Sem divisão das classes sociais do local
Bloco de sujo de rico ou de pobre
Lança perfume, alegria do nosso carnaval.

Aqui tinha o Rei de tudo,
Das peladas de futebol
Das jornadas das lapinhas
Do cordão azul e encarnado
Do pastoril e do circo de Querenca

Das mulheres de vida livre
Da rua do cantinho, do melão e da viração
Do pobre querendo ser rico
Do velhaco...
Do botador de chifre...
Do cachaceiro...
Do capanga valentão...
Do cachorro sem lenço ou documento...
Rei e rainha do bem e do mal.

Vestimenta de improviso...
Fantasia de arrancar zombaria, riso
O povo era feliz e não sabia
Misto de riqueza e pobreza
Algazarra, pó e serpentina
Liderança política e alegria
Matinês no Santa e Tênis Clube
Festa da meninada no carnaval.

O bloco do rei da viração Geraldo Jibóia,
Sem manha, sem luxo, do lixo,
Não importa se Rei ou não,
Aqui tudo e todos eram iguais
Em todos carnavais!...

Do Coreto ou “Pires” da João Pessoa
A Tribuna meia lua da Getúlio Vargas
Na frente do Avenida, Quartel general da folia
Carnaval transmitido por seu Tatá, ta?

Pelas ondas da Rádio Sociedade de Santa Rita.
Ao vivo e a cores desfilam os blocos
Sujos, granfinos, ricos e pobres
Cheirosos e fedorentos, haja pó...
Femininos, masculinos e afeminados
O povo caía na gandaia, em delírio...
Tamanha era a satisfação popular
Alegria de todos no carnaval local.

Lá vem, dona Isabel Bandeira
Vestida de rainha, montada em seu cavalo
Com apito na boca provocando o povo
Tamanha era a alegria e gritaria ...
Lá vem “Vassoura”, mulher de corno
É vocês filhos da puta...filha de rapariga
O palavrão era maior do que alegria popular
Tudo tinha a cara de nosso povo.

Nosso povo brincava como menino
Xirumba, fantasia masculina e feminina
Índio, pirata, capitão do mato, veado...
Palhaço, mambembe e brincalhão
Era todos, Zé ou João de tal.
Povo da Silva!

O povo era feliz e não sabia
O tempo passou, a CTP fechou
Assim como a Santana e Santa Rita
Todos os engenhos de fogo morto

Sobra bóia fria por falta de eito e cambão
Para espanto de todos e com razão
A gula da politicagem local...
Sem aviso prévio nosso carnaval levou
Cabe assim as novas gerações
Trocar a fantasia de Arlequim, Colombina e Pierrô,
Principais figuras do carnaval
Pelo terno, gravata e anel de doutor.

Atualmente o nosso carnaval
Não tem rei, nem rainha
Nem folia, entrudo, urso, índio,etc
Marujo, mulher vestida de homem
Homem vestido de mulher boxuda
Liderança política misturada com o povo
Falta tudo, inclusive doutor.

Uma coisa é certa todos os anos
Em vez da alegria popular,
O povo desfila, sozinho e de cabeça baixa,
O bloco da dor e dos esquecidos...
Na quarta feira ingrata ou de cinzas
Lastimando da vida, povo sem sorte e sina
Carnaval, o sonho que passou.

Enviado pelo autor

LIVROS SOBRE CANGAÇO... É COM FRANCISCO PEREIRA LIMA

Por Sálvio Siqueira

Pedido através deste e-mail:

franpelima@bol.com.br

No dia 3 de setembro de 2016 será lançado, em Serra Talhada - Pe, mais uma obra prima da literatura sertaneja, intitulado 'O PATRIARCA', o livro nos traz a notória história do cidadão "Crispim Pereira de Araújo", que na história ficou conhecido como "Ioiô Maroto", contada pela 'pena' do ilustre amigo venicio feitosa neves

Crispim Pereira de Araújo (Ioiô Maroto) 

Sendo parente de Sinhô Pereira, chefe de grupo cangaceiro e comandante dos irmãos Ferreira, conta-nos o livro, a história que "Ioiô Maroto" foi vítima de invejas e fuxico. Após sua casa ter sido invadida por uma volante comandada pelo tenente Peregrino Montenegro, da força cearense.

Sinhô Pereira

Sinhô Pereira deixa o cangaço, não sem antes fazer um pedido para o novo chefe do bando, Virgolino Ferreira da Silva o Lampião e o mesmo cumpre o prometido.


Além da excelente narração escrita pelo autor, teremos o prazer e satisfação de vislumbrar rica e inédita iconografia.

Não deixem de ter em sua coleção particular, mais essa obra prima literária.

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